Coreia do Norte dá salto em armas nucleares

A Coreia do Norte testou ontem sua bomba mais poderosa, estimada em pelo menos seis vezes mais forte do que qualquer outra já feita pelo regime. O artefato faz um estrago sete vezes maior do que os das bombas atômicas lançadas sobre o Japão na Segunda Guerra. Segundo o governo, é uma bomba de hidrogênio — a mais poderosa que existe. Os EUA mediram um terremoto de 6,3 na escala Richter no local dos testes e os sul-coreanos indicam um potencial explosivo de 100 kilotons. É o primeiro teste nuclear realizado desde a posse de Donald Trump. Em uma foto divulgada pelo governo, o líder Kim Jong-un aparece inspecionando uma peça que caberia na ogiva de um míssil. Em julho, um míssil assim foi testado, sem carga explosiva e lançado para cima, provando capacidade, ao menos teórica, de atingir os EUA num ponto tão distante quanto Chicago. Mas os especialistas têm dúvidas sobre a real capacidade de miniaturização da ogiva. Bomba poderosa o governo Kim certamente tem. Não é certo, avaliam, que seja mesmo de hidrogênio, tecnologia dominada por apenas cinco países. Assim como não é certo que o explosivo seja pequeno o suficiente para ser posto num míssil. O que ninguém duvida é que o patamar do risco norte-coreano mudou. (Washington Post)

A reação imediata de Donald Trump foi atacar a Coreia do Sul. Acusa o governo recém-empossado do presidente Moon Jae-in de adotar uma política de apaziguamento com o vizinho agressivo. Há um conflito entre as promessas de campanha de Trump — que incluíam mais barreiras para o comércio com parceiros asiáticos — e a política de segurança. Nos últimos dias, a Casa Branca vem acenando com a possibilidade de deixar o acordo de livre comércio com o país. Trump quer manter a pressão e, justamente neste momento, ocorreu o teste norte-coreano. Em vez de declarar apoio imediato ao governo de Seul, optou por seguir batendo. O presidente americano fez também uma ameaça velada à China, sugerindo cortar os negócios com quaisquer parceiros econômicos da ditadura. Beijing é o principal. (New York Times)

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Joesley Batista entregou à Procuradoria-Geral da República as gravações de cinco conversas com políticos. Faz parte do material novo, também, um outro anexo em que faz mais revelações. Entre elas, a informação de que, em 2010, recorreu ao ex-ministro Antonio Palocci e ao senador José Serra, então candidato à presidência, para que o BNDES liberasse empréstimo para a construção de uma fábrica de celulose. O também ex-ministro Guido Mantega teria recebido propina de 4% — mas não houve menção de pagamentos a Palocci ou Serra. (Globo)

Aliás... Justamente esta fábrica foi vendida, no sábado, por R$ 15 bilhões.

Já em sua proposta de delação premiada, o empresário Eike Batista afirma ter pago R$ 1 milhão ao prefeito carioca, Marcelo Crivella, para que ele não disputasse seu atual cargo na eleição de 2012. Segundo o Radar, da Veja, o dinheiro teria sido pedido pelo então governador Sérgio Cabral com o objetivo de facilitar a reeleição de Eduardo Paes.

O Brasil está dividido a respeito da privatização da Eletrobrás. Segundo o Paraná Pesquisas, 49,3% são a favor, e 47,1%, contra. (Estadão)

José Arthur Giannotti: “A primeira obrigação da esquerda deveria ser a compreensão do que é o capital moderno. No Brasil e na América Latina, o que nós tivemos foi populismo, isto é, pensar num capital que existia há 50 anos e querer distribuir aquilo que não poderia. Outro dia vi o programa do PSOL e pensei que estivesse no século 19. A esquerda precisa pensar o que o capital moderno é o do conhecimento, é o que produz a base para uma diferença de tecnologia. É assim que os EUA estão saindo da crise. No caso do Brasil, a situação é apavorante porque o populismo destruiu as condições para que tivéssemos grandes avanços nas pesquisas. Saímos da crise, mas não do século 20. Não temos estrutura para produzir a tecnologia necessária para o capitalismo moderno.” (Folha)

Para ler com calma: Maria Cristina Fernandes, editora de política do Valor, entrevistou o ex-ministro Joaquim Barbosa. Impôs condições. Que não se tratasse do Judiciário em geral, do STF e da Lava Jato em particular. Assim como Bolsonaro, ele tem em seu favor o discurso da lei e da ordem. A origem social o aproxima de um eleitorado que vota em Lula e o histórico do Mensalão não afasta a classe média conservadora. Um marqueteiro lhe garantiu que seria o único candidato em condições de arrecadar contribuição de pessoa física. “Tem discurso de candidato, intenção de voto de candidato e biografia de candidato”, escreve a jornalista. Mas, ao lhe perguntar se é, ele responde: “Não, não sou.” E ele não tem, observa Maria Cristina, nenhum motivo para assumir. Por enquanto. via Pioneiros

Alon Feuerwerker: “Nunca o país esteve tão maduro para uma dose de racionalidade fria. Inclusive porque o longo circo de horrores servirá de antídoto ao uso gratuito da emoção. Num ambiente de ceticismo, desilusão e algum conforto econômico, talvez seja possível exigir que os candidatos digam o que farão com a previdência, com as estatais, com o salário mínimo, com o meio ambiente, com a indústria nacional, com os problemas políticos dos vizinhos sul-americanos. 2018 é uma oportunidade para o desconhecido, e uma oportunidade tão grande quanto para o conhecido. Se este apresentar consistência programática.”

Viver

Alessandra Orofino escreve na Folha sobre o sistema prisional brasileiro a partir do caso de Diego Novais, que estuprou mulher em ônibus em São Paulo e foi solto logo após ser preso: “Para que serve uma prisão? Não é para vingança. Até porque se fosse, não precisava de prisão: era só adotarmos a lógica do olho por olho, dente por dente. Falhamos em dar uma resposta satisfatória para o problema real que representa um sujeito violando a integridade física e emocional de mulheres de maneira sistemática, mas aparentemente achamos imprescindível gastar tempo e dinheiro lidando com 10 gramas de cocaína no bolso de um homem preto. Na semana passada, Diego continuou em liberdade porque Rafael Braga estava sendo privado dela. Isso sim é punitivismo.”

Porém... A juíza Andréa Pachá observa por outro ângulo. “Um homem que é solto em uma audiência de custódia e no dia seguinte repete o mesmo ato, ejaculando em transporte público, por óbvio não se enxerga como criminoso e certamente não compreende a interdição moral do seu ato. Tratar violência contra as mulheres como doença tem sido um escudo protetor para o machismo. Infelizmente há casos de doença mental que levam a essa compulsão. Há violência. Há doença mental. Há miséria. Há desigualdade. Não há decisão judicial que dê conta de todas essas injustiças e seguramente não é na justiça criminal que esses problemas conseguirão solução.”

Segundo a mãe de Novais, o ajudante geral sofreu um acidente de automóvel em 2006, esteve em coma por 15 dias e passou por duas cirurgias neurológicas. “Quando voltou para casa, era outra pessoa.” Tornou-se silencioso e agressivo. Ela pede por tratamento psiquiátrico ao filho. (Folha)

Em tempo: Preso novamente no domingo, Diego Novais ficará recluso por decisão judicial até as conclusões do inquérito de polícia.

A polícia levou ao hospital um homem porque ele atualizou sua foto no Facebook. O sujeito já tinha tentado suicídio algumas vezes e, na nova foto de perfil, aparecia com uma arma apontada para a cabeça. Era monitorado nas redes sociais pela equipe de psiquiatria que o tratava. Este caso é dos idos de 2012, mas a questão segue pertinente entre médicos: quão acuradas são as informações que deixamos online? O que acontece quando os médicos pesquisam pacientes no Google? A Nautilus conta que, num estudo recente com uma equipe formada por 48 médicos e 34 residentes, 93% declararam já ter pesquisado seus pacientes na web.

Cultura

Em sua primeira grande medida como ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão retirou a proposta das cotas de conteúdo nacional das plataformas de vídeo sob demanda, como Netflix e GloboPlay, entre outras. Por outro lado, decidiu focar nos impostos e fechar o projeto de lei que trata sobre a taxação desse tipo de serviço até o fim do ano, para que seja aprovado até o fim da gestão Temer, em 2018. (Folha)

Aliás… O MinC fechou sua lista de filmes candidatos a uma candidatura ao Oscar. O governo apresenta à academia a seleção de longas que podem, ou não, entrar na disputa pela estatueta. A Folha traz a lista.

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Segue em sua jornada internacional a cantora Anitta. Ela acaba de lançar sua nova música, Will I See You, segundo o Globo, com colaboração de Poo Bear, produtor de sucessos de  Justin Bieber. A cantora diz que tem outras sete parcerias engatilhadas, para lançar até o ano que vem.

O folclore brasileiro e seus personagens, como Saci e Boitatá, têm aparecido na literatura brasileira contemporânea, a julgar pela presença de títulos e mesas de debate com o tema na Bienal do Livro, no Rio. “Há uma tendência de retrabalhar o folclore brasileiro. Eu diria que é um potencial pop a ser renovado, resgatado dos limites da cultura infantil a que ficou confinado, e ressignificado como materialização de medos coletivos”, diz o autor Samir Machado ao Globo.

Por que a música pop e o piano não se bicam? Segundo texto da Economist, em tradução publicada pelo Estadão, uma busca pela sonoridade do piano acústico na lista de singles Billboard Hot 100 vai terminar com poucos resultados. Diz o artigo que a rejeição do instrumento outrora onipresente na música é menos pela sonoridade e mais pelo tamanho. Um teclado, afinal, é bem mais fácil de carregar do que um piano de mais de 200 kg.

Cotidiano Digital

A Anatel começará a discutir a possibilidade de extinguir as concessões da Oi. Caso a proposta seja aprovada no Conselho da agência, a empresa terá a chance de provar a capacidade de se recuperar, confirmando que continua viável. Já faz 14 meses que foi ajuizado seu plano de recuperação judicial mas, até agora, não há garantias de que a empresa seja sustentável. via Pioneiros

Duas viagens em fotos 360° possibilitadas pelo Estadão: uma pelo Google Campus, espaço para aceleração de startups da empresa, em São Paulo; a outra, pelo Cubo, o centro de startups do Itaú.

A especialidade de Fábio Michelin é adaptar consoles de videogames com 20, 30 anos às TVs atuais — com saída componente ou mesmo HDMI, e resolução 1080p. Por sua oficina paulistana já passaram Ataris, Master Systems, Super Nintendos e Mega Drives.

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