E Joesley terminou na cadeia

Por volta das 14h de ontem, o empresário Joesley Batista e o executivo Ricardo Saud se entregaram à Polícia Federal, em São Paulo. Passaram a noite na carceragem e hoje serão transferidos para Brasília, onde farão exame de corpo de delito no IML e permanecerão presos. (Globo)

Ao entrar na cela, apurou a repórter Andreza Matais, Joesley chorou. (Estadão)

A prisão foi pedida com urgência pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e ordenada em sigilo pelo ministro Edson Fachin, na sexta-feira. Janot desconfia que ambos omitiram informações dos investigadores, quebrando uma das cláusulas do acordo de delação premiada. Em liberdade, poderiam ocultar mais provas. Na gravação de quatro horas que registra a conversa entre Joesley e Saud, fica claro que ambos cogitavam gravar escondido ministros do Supremo e se levanta a suspeita de que o procurador Marcello Miller os orientou sobre como convencer Janot para aceitar a delação. O procurador-geral também pediu a prisão de Miller, mas Fachin não a concedeu. Considera que há indícios de sua participação, mas não o suficiente. A prisão dos executivos é temporária. Tem prazo de cinco dias e pode ser renovada por mais cinco.

No Supremo, a demora entre a ordem de prisão na sexta, pedida com urgência, e o encarceramento dos delatores, no domingo, causou estranheza. A estranheza aumentou com a divulgação, pelo site Antagonista, de uma foto que registra o encontro de Janot com o advogado Pierpaolo Bottini, da JBS, em um botequim brasiliense, no sábado. Bottini afirma que o encontro foi casual. A desconfiança, segundo O Globo, é de que estivessem combinando condições para que os executivos se entregassem.

A foto do encontro rendeu memes. Claro.

E... A Polícia amanheceu no apartamento do procurador Marcello Miller, no Rio, com mandados de busca e apreensão.

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Geddel Vieira Lima está de volta ao presídio da Papuda desde a sexta-feira, após o encontro de R$ 51 milhões em cédulas num apartamento. Com suas impressões digitais. A Veja teve acesso a parte da delação premiada do doleiro Lúcio Funaro: “Ao descer do avião com mala de dinheiro, era indagado por Geddel a respeito da quantia que estava sendo entregue. Ele demonstrava naturalidade ao receber os valores.” Certa vez, o político ligado a Temer recebeu uma mala de notas durante a festa do aniversário de 15 anos de sua filha.

Foi pressão familiar que motivou Antonio Palocci a buscar um acordo de delação premiada. Escaldada com escândalos passados, sua ex-mulher pede que ele encontre uma forma de resolver a ameaça sobre a família. Afinal, imóveis adquiridos em nome de filha e enteada do ex-ministro fazem parte da investigação. (Globo)

Aliás... Lula voltará a ser interrogado por Sérgio Moro na quarta-feira.

Uma análise do World Wealth and Income Database, instituto do economista Thomas Piketty, revela que não houve mudança na desigualdade brasileira entre 2001 e 2015. Os mais ricos, que tinham uma fatia de 54% da riqueza no início do século, passaram a 55%. Os mais pobres também ampliaram sua fatia — de 11% para 12%. Os 40% perderam 2% de sua fatia. Houve aumento de renda em todos os setores, pelo aumento de influxo de dinheiro no país, mas a desigualdade permaneceu intocada. via Pioneiros (Folha)

Alon Feuerwerker se diverte com estatísticas: chances de 20% de a Câmara permitir que Temer seja processado caso venha uma segunda denúncia. 30% de chances de Temer não concluir o mandato. Se Temer for substituído, as chances de a agenda do novo governo mudar são de 5%. Chances de Lula ser candidato à presidência: 30%. De um outsider chegar ao Planalto? 20%. E... 30% de chances de um terremoto político que jogue para o ar todas as probabilidades anteriores.

Viver

Nos Estados Unidos, o furacão Irma atingiu o sul da Flórida na manhã de domingo. Lá, deixou três mortos — e outros 27 quando de sua passagem por países do Caribe. O governo da Flórida informou que ainda há riscos de alagamentos e fortes danos às casas, embora o furacão tenha perdido força. (Folha)

Enquanto isso, no México... um terremoto já fez 90 mortos. Numa das cidades mais afetadas, Juchitan, um terço das casas agora são consideradas inabitáveis. As chamadas 'réplicas' do terremoto principal continuam, e as construções que ainda estão em pé já não oferecem segurança. Muitos dormem a céu aberto.

Deu-se neste ano o maior massacre de indígenas que vivem sem contato com a sociedade na Amazônia brasileira em décadas. Segundo comunidades indígenas, houve 20 mortos. O Ministério Público Federal do Amazonas não confirma os números, mas informou que índios ‘flecheiros’ foram de fato assassinados por garimpeiros em agosto, no município de São Paulo de Olivença, na fronteira de Peru e Colômbia. Em 1993, quando houve o último grande massacre, 16 yanomami foram assassinados.

A China anunciou que definirá um prazo para suspender a venda de carros movidos a combustíveis fósseis. Com a medida, bem lembra o Globo, o país tenta cumprir a meta de limitar suas emissões de carbono (até 2030) e quer, também, impulsionar as montadoras em direção ao desenvolvimento dos carros elétricos. O governo, aliás, já oferece subsídios aos fabricantes destes veículos.

Há um homem cujo trabalho é (tentar) segurar a onda de quem se droga em festivais mundo afora. Funciona assim: ele seleciona os eventos, vai até eles e monta lá uma tenda onde se lê: “Informações sobre Drogas”. Mestre em psicofarmacologia, entre outros títulos, Gomez-Escolar Sanz e sua equipe descrevem ao público as drogas mais populares, oferecem panfletos informativos e laranjas — elas reduzem os efeitos negativos das drogas, explicam. “A maioria das pessoas tem dúvidas sobre o MDMA, a droga ilegal mais popular nesses eventos. Mas eu também respondo muitas perguntas sobre álcool, que é, sem dúvidas, a droga mais consumida em festivais”, diz em entrevista à Vice.    

Ambos pesquisadores do Laboratório de Mobilidade Sustentável, Clarisse Cunha Linke e Victor Andrade organizaram o livro  Cidades de Pedestres — A caminhabilidade no Brasil e no mundo. A dupla concede ótima entrevista ao Nexo. Diz Clarisse: “Sim, caminhamos por necessidade, e não porque seja agradável. Cada vez mais no Brasil se repensa e se reconstrói a cidade para acomodar o carro. Isso quer dizer quadras mais longas, permissão para velocidades mais altas e um tempo menor de semáforos abertos ao pedestre. A reurbanização dos últimos 50 anos, do pós-guerra, se caracterizou muito por esse espírito modernista de acomodar o carro, que era o símbolo da modernidade, da cidade que flui. Muito pouco é pensado para se propiciar uma mobilidade urbana voltado para o caminhar”. 

Cultura

Uma exposição sobre diversidade sexual foi fechada após protestos do MBL, tanto in loco, quanto na internet. Alegavam que a mostra, em cartaz no Santander Cultural de Porto Alegre, fazia apologia à pedofilia e à zoofilia — no YouTube, um deles acrescentou ainda as palavras “putaria, sacanagem e perversão”. O espaço cultural cedeu às "manifestações virulentas", como definiu o Zero Hora, e fechou a exposição. Um mês antes do previsto no programa inicial. “Já fiz duas bienais do Mercosul, nunca tinha visto algo parecido”, disse ao Globo o curador da mostra.

Antes da polêmica… quando a inaugurou, em 14 de agosto, o espaço cultural, é claro, exaltou Queermuseu anunciando-a como uma “iniciativa inédita”, mostra de como a empresa “valoriza a diversidade”. Ainda segundo o texto, a exposição explorava “a diversidade de expressão de gênero e a diferença na arte e na cultura em períodos diversos”. Reunia, portanto, jovens e cânones, como Portinari, Volpi ou Lygia Clark. Eram mais de 270 obras de 85 artistas.

Em vídeo: um passeio pela exposição, apresentada pelo Jornal do Comercio.

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Um singelo enigma pairava sobre a literatura brasileira até dias atrás: quando Lima Barreto escreveu dois folhetos pornográficos, no ano de 1912, com qual pseudônimo os assinou? Que nome adotou nos perdidos livretos O Chamisco ou o Querido das Mulheres e Entra, Sinhór!…?. Um pesquisador, informa o colunista Maurício Meirelles na Folha, elucidou o mistério. Lima Barreto, na versão pornô, era Pelino Língua.

É tão bom que vamos repetir: Pelino Língua.

O filme sobre a Lava Jato vendeu 180 mil ingressos nos dois primeiros dias em cartaz, quinta e sexta passadas. Não havia, até ontem, números completos, referentes a todo o fim de de semana, desde a estreia até o domingo. Mas os distribuidores de Polícia Federal: A Lei é Para Todos estavam otimistas, sonhando com público de 480 mil pessoas neste primeiro final de semana do filme.

Michael Jackson morreu, é fato, mas sua ‘produção’ jamais. Vem aí o terceiro disco póstumo do artista. Scream, com 13 faixas, chegará às plataformas de streaming em 29 de setembro. Tem cara de coletânea, é inegável, com clássicos como Thriller e Dirty Diana. via Pioneiros.

Na Bienal do Livro deste ano, os jovens puxaram os números para cima — mas os de público: segundo a organização, foram 680 mil visitantes, muitos jovens, um recorde do evento. Já os números das editoras… Segundo o Globo, muitas indicaram queda no faturamento e, ao longo desta edição, foram ampliando os descontos de seus livros. “Foi a bienal da procura pelo preço baixo. O momento é de crise”, disse a diretora de marketing da HarperCollins, editora que, aliás, começou a feira com descontos de 20% — e terminou na casa dos 50%. 

Saiu o teste de DNA de Salvador Dalí, cujo corpo foi exumado em junho a pedido de uma mulher que, havia 10 anos, brigava na Justiça para ser reconhecida como filha do artista. Deu negativo. De tudo, o que fica ainda sem resposta é mesmo o mistério do bigode de Dalí, que seguia intacto 28 anos depois de sua morte.

Cotidiano Digital

Um vazamento saído da própria Apple, com a divulgação precoce do iOS 11, revelou mais dados sobre os lançamentos que serão anunciados amanhã. De acordo com dados colhidos no código do sistema, não deve haver um iPhone 7S. Sairão três novos aparelhos: o 8, o 8 Plus e um terceiro de ponta – o iPhone X. Os aparelhos vão oferecer modos diversos de iluminação com o flash, permitindo efeitos para retratos. Mas o que deve chamar mais atenção são os animojis. Emojis 3D que sincronizam com rastreamento facial. Aquelas carinhas caricatas de gente ou bicho usadas para demonstrar emoção poderão, agora, reproduzir a expressão que o dono do aparelho fizer. via Pioneiros

O carro autônomo ainda está para aparecer no mercado, mas já há uma série de startups trabalhando no sucessor, o carro que voa. O Pop.Up, da Airbus, é um módulo para duas pessoas que se encaixa em quatro rodas e se descola quando quatro hélices chegam voando e se acoplam ao teto. O Flyer, da Kitty Hawk, bancado por Larry Page e cujo CEO é Sebastian Thrun, pai do carro robô do Google, é uma espécie de jet-ski que plana sobre o mar. Este deve ser lançado até o fim do ano. Há pelo menos outras quatro empresas produzindo.

Jerry Pournelle foi um dos primeiríssimos jornalistas, ainda nos anos 1970, a escrever sobre computadores para pessoas com pouco conhecimento técnico. Tornou-se célebre pela coluna Chaos Manor, na extinta revista Byte. Nela, dedicava-se mais a falar sobre as possibilidades de um computador do que sobre ROM, RAM e HD. Escreveu, também, muitos livros de ficção científica. De certa forma, todo jornalista de tecnologia, mesmo sem o saber, é seu descendente. Morreu na sexta-feira, aos 84 anos.

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