Janot lança a última flecha contra Temer

A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo afirma que Michel Temer fazia parte de uma organização criminosa — o PMDB da Câmara — e que, no momento em que se tornou presidente, tornou-se também líder do grupo. Os membros da quadrilha ofereciam serviços em troca de propinas usando para isso Petrobras, Furnas, Caixa Econômica, Ministério da Integração Nacional e a própria Câmara. O segundo crime imputado ao presidente é o de obstrução de Justiça. Ao instigar o empresário Joesley Batista, por meio do executivo Ricardo Saud, a dar dinheiro à irmã do doleiro Lúcio Funaro para evitar sua delação premiada, Temer tentou atrapalhar a investigação. (Globo)

Segundo o procurador-geral Rodrigo Janot, Temer e seus aliados levantaram pelo menos R$ 587 milhões em propina. O PMDB da Câmara não era, no modelo reconstruído pelos procuradores, o único que fazia parte do esquema. Somam-se ao grupo integrantes do PMDB do Senado, do PP e do PT.

Trabalhavam como intermediários entre Temer e os operadores da corrupção Eliseu Padilha, Geddel Vieira Lima, Henrique Eduardo Alves, Moreira Franco e Rodrigo Rocha Loures. O grupo liderado por Temer tinha ascensão sobre os outros. Para mascarar a origem o dinheiro, a organização fazia transferências bancárias internacionais pulando três ou mais vezes de banco em banco ou, em alguns casos, adquiria instituições para controlar as práticas de compliance, dificultando o trabalho dos investigadores. Os crimes do PMDB da Câmara já ocorriam desde, pelo menos, o governo Lula.

Rodrigo Janot, no texto da denúncia: “A crise dentro do núcleo político da organização criminosa aumentava à medida que a Operação Lava Jato avançava, desvendando novos nichos de atuação do grupo criminoso. Nesse cenário, os articuladores do PMDB do Senado Federal, em especial o Senador Romero Jucá, iniciaram uma série de tratativas para impedir que a Operação Lava Jato continuasse a avançar. Como não lograram êxito em suas tratativas, em 29.03.2016 o PMDB decidiu deixar formalmente a base do governo e, em 17.04.2016, o pedido de abertura de impeachment da Presidente Dilma Rousseff foi aprovado pela Câmara dos Deputados.” É um jeito de contar a história recente do Brasil que não agrada a ninguém. (Estadão)

O ministro Edson Fachin vai aguardar o pleno do STF decidir se as provas que vieram da delação da JBS permanecem de pé. O julgamento é na quarta-feira próxima. Só depois decidirá se encaminha para avaliação da Câmara a denúncia.

O Supremo já havia recebido a denúncia quando Janot se pôs perante os ministros para um discurso em tom de despedida. “As páginas da história certamente hão de contar com isenção e verdade o lado que cada um escolheu para travar sua batalha pessoal nesse processo.” Domingo é seu último dia no cargo. (Folha)

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Na proposta de delação de Antonio Palocci, o ex-ministro revela ter entregue pelo menos cinco vezes, pessoalmente, dinheiro vivo de propina a Lula. Quando as quantias passavam de R$ 50.000, porém, o transporte era feito pelo sociólogo Branislav Kontic. (Veja)

Ciro Gomes: “O Lula sabe o que fez. E não dá para ter uma narrativa dizendo o seguinte: olha, eu sou um perseguido político pelos adversários da direita, a serviço dos tucanos, etc e tal, quando seu parceiro de dois, oito, vinte, trinta anos, é quem assume a titularidade de uma denúncia como essa. Essa narrativa não se sustenta.” (Globo)

Enquanto isso... Lula prestou solidariedade à família Garotinho pela prisão do ex-governador fluminense. “A proibição de dar entrevistas denota, claramente, o objetivo de silenciar uma liderança política.” Garotinho está em prisão domiciliar após condenação por compra de votos.

Endereços do ministro Blairo Maggi foram visitados pela Polícia Federal para uma operação de busca e apreensão. Maggi foi denunciado por outro ex-governador do Mato Grosso, Silval Barbosa, e é acusado dos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça. (Estadão)

É dura a vida. Jair Bolsonaro prometeu uma saída para o mar aos mineiros.

Errata: Ontem, cá este Meio cometeu um ‘cauculista’ ali pelo texto. O correto é calculista, evidentemente. Corretor ortográfico e três na releitura, ainda assim escapou. Apenas alguns leitores receberam a edição com este pequeno exemplar do horror ortográfico — e quase todos viram e o acusaram com a necessária indignação. Há erros e há erros. Este nos envergonhou de forma tal que passamos o dia dedicados ao ritual xiita da Ashura e à autoflagelação purificadora recomendada por Santo Inácio. Desculpem-nos.

Uma explosão ocorreu esta manhã na estação de metrô de Parsons Green, no caminho para Wimbledon, em Londres. Há feridos. O governo trata como ato terrorista. O Guardian deu início a uma cobertura contínua.

Mais um míssil norte-coreano sobrevoou uma ilha japonesa.

Furacão Palocci pode destruir a esperança
e causar a morte de reputações

Tony de Marco

Palocci

Cultura

Começa hoje o Rock in Rio — e com uma baixa. Principal atração do dia de abertura, Lady Gaga cancelou sua participação na véspera do show. Nas redes sociais, alegou que está “sofrendo de severa dor física, que impacta em sua habilidade de se apresentar”. Será substituída pela banda Maroon 5, que já estava no programa do festival, para sábado, e, assim, fará duas apresentações. (Globo)

Em tempo: os fãs de Lady Gaga clamaram por Anitta para substituir a estrela americana. E, como não poderia deixar de ser, a internet se encarregou dos memes. (Estadão)

Para quem vai à Cidade do Rock, uma compilação de informações úteis: sobre o que pode ou não ser levado ao evento — guarda-chuvas, por exemplo, não entram —, sobre o trânsito, as formas de acesso e, claro, as atrações de cada dia. (Globo) 

Para ajudar o público, aliás, o festival criou um robô que atenderá via Facebook Messenger.  Atende pelo nome de Roque e pode ser acessado pelo perfil do RiR na rede social.

E para quem não vai ao festival… há opções de ver os shows pela TV ou via internet. A Globo exibirá os melhores momentos. Já o Multishow, as atrações do Palco Mundo. O G1 também transmitirá ao vivo os shows do palco principal, usando até câmeras 360º. 

Em São Paulo, Philip Glass se apresenta amanhã na Sala São Paulo e, no domingo, na plateia externa do Auditório Ibirapuera, em evento gratuito, com outros quatro pianistas. O Indie Festival, mostra do cinema independente, também marca o fim de semana na capital paulistana.

No Rio, Nile Rodgers, Céu, João Donato e Ney Matogrosso com Nação Zumbi são atrações do Palco Sunset, no Rock in Rio. Para os cinéfilos, a Caixa Cultural apresenta uma mostra do cinema russo contemporâneo.

 

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Nos cinemas, chegam às telas neste fim de semana, entre outros filmes, duas produções nacionais: o drama adolescente As Duas Irenes (trailer), primeiro longa do goiano Fabio Meira, e o documentário A Gente (trailer), do baiano Aly Muritiba, sobre agentes penitenciários, função que o próprio diretor já exerceu. Confira mais estreias do fim de semana. 

Domingo é dia de Emmy, principal prêmio da teledramaturgia americana — leia-se: o prêmio das séries e dos programas de TV dos EUA. Lideram as indicações Westworld e Saturday Night Live, concorrendo a 22 estatuetas. Atrás, estão Stranger Things e Feud, empatadas com 18 nomeações. A TNT será o canal oficial da transmissão, a partir das 20h.

A propósito, uma lista: 13 séries indicadas ao prêmio e que são consideradas imperdíveis segundo o El País.

A Polícia Militar do Mato Grosso do Sul entrou no Museu de Arte Contemporânea de Campo Grande e confiscou um quadro após registro de boletim de ocorrência por deputados estaduais. A peça se chama Pedofilia e não é figurativa. Os parlamentares pedem, também, que a artista mineira Alessandra Cunha seja incluída no Cadastro Estadual de Pedófilos.

Viver

Para ler com calma: Renomado urbanista e autor que previu em 2002 o processo de gentrificação dos antigos centros das cidades, o americano Richard Florida prega em sua nova obra, The New Urban Crisis, que o caminho para reduzir a desigualdade no futuro próximo é dar mais poder às cidades e, por outro lado, reduzir a intervenção do governo federal. "O nível de governo que deve ter poder de decisão deve ser o mais próximo possível de onde as pessoas vivem. A Inglaterra, por exemplo, está migrando o poder para os prefeitos das grandes metrópoles. Meu palpite é que o conceito de estado nação talvez não sobreviva para o próximo século."

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Uma bicicleta conectada à internet. Foi o que anunciou esta semana a fabricante chinesa Mobike, que, segundo a Folha, opera sete milhões de bicicletas compartilhadas em 160 cidades do mundo. A chamada “smartbike” vai oferecer dados sobre localização e até avaliação do desempenho do ciclista, entre outras informações.

Notórios no reino animal por sua inteligência, os polvos são animais reclusos, é fato consumado na ciência. Usando câmeras de segurança por oito dias para observar os bichos, cientistas descobriram uma espécie de cidade de polvos na Austrália. São 23 “casas” em que vivem mais de 15 deles deles. Lutam, dormem, defendem-se e acasalam por lá. É sua cidade, pois. 

Galeria: ursos, águia, focas, elefante e outros seres fotogênicos entre os finalistas do concurso Wildlife 2017, organizado pelo Museu Nacional de História Natural de Londres.

Cotidiano Digital

Pois é, outubro promete. No dia 26, a Tesla apresentará seu primeiro caminhão elétrico e autônomo. Será um feito: caminhões a diesel podem jogar carbono na atmosfera, mas são econômicos. E é preciso muita energia para levar tanto peso. O desafio é saber se a Tesla conseguirá competir no custo. Segundo rumores, seu caminhão poderá percorrer até 480 Km sem necessidade de recarregar a bateria.

O Google lança, em 4 de outubro, a segunda geração do Pixel, seu celular. Por enquanto, nenhuma informação. Mas o vídeo teaser insinua promessas de longa vida de bateria, boas fotografias e muitos serviços em nuvem.

É uma alternativa ao block: será possível colocar um usuário ou página no modo snooze — ou soneca —, no Facebook. Aí basta escolher se o silêncio vai durar 24 horas, sete dias ou um mês.

Perante a expectativa de o governo chinês proibir corretoras de Bitcoin no país, a moeda digital já perdeu mais de 25% do valor, na última semana. Não ajudou, tampouco, o CEO do JPMorgan chamar seus operadores de estúpidos, e a moeda, de fraude. 1 ฿ estava valendo US$ 3.300,53 na noite de ontem, embora tivesse chegado a US$ 5.000 no início do mês. Em valor, mais de US$ 27 bilhões se perderam no mercado global. Embora, não custe lembrar, 1 ฿ só passou a marca dos US$ 1.000 na virada de 2016 para 2017.

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