Mulheres na Nasa

Esta semana foi marcada por um feito histórico. A astronauta americana Christina Koch quebrou o recorde feminino de permanência no espaço: 328 dias na Estação Espacial Internacional (ISS). A marca anterior era da também americana Peggy Whitson, que ficou 288 dias. Aliás, Whitson ainda é a única astronauta da Nasa a somar mais dias no espaço, com 665. Enquanto, Koch ingressou no corpo de astronautas em 2013, a primeira turma na história da Nasa a ter o mesmo número de homens e mulheres. A sua marca histórica é resultado de um plano maior da Nasa de se reestruturar para destacar as contribuições femininas.

A agência espacial americana já anunciou que quer levar novamente o homem à Lua até 2024. Só que dessa vez, quer que uma mulher também faça a viagem. O seu programa até ganhou um nome especial para evidenciar essa meta: Artemis, que na mitologia grega é irmã de Apollo — nome dado a missão que levou Neil Armstrong e Buzz Aldrin ao solo lunar em 1969. A Nasa tem trabalhado para isso. Em outubro, Koch e Jessica Meir fizeram a primeira caminhada espacial feminina quando saíram da estação para consertar um carregador de bateria com defeito.

Mas, claro, que essa mudança esbarra em comportamentos e práticas ainda bem masculinos. A Nasa, por exemplo, teve que adiar essa primeira caminhada quando percebeu que só tinha um traje que cabia nas astronautas mulheres. E a Nasa tem um histórico desse tipo. Em 1969, Poppy Northcutt, a única mulher na sala de controle das missões Apollo, descobriu que seus colegas a vigiavam por uma câmera escondida. Anos depois, em 1983, Sally Ride, a primeira astronauta americana a ir para o espaço, foi perguntada pelos seus colegas se 100 absorventes seriam suficientes para uma viagem de uma semana. Para evitar esses tipos de constrangimentos, a Nasa tem se empenhado em mudar suas regras e cultura interna. O seu guia de práticas, por exemplo, foi atualizado com termos sem gênero. Mas, voo espacial tripulado ainda é dito como manned spaceflight, algo como homens à bordo.

Os números mostram que o caminho é longo. Das 564 pessoas que já foram ao espaço, apenas 65 são mulheres. As mulheres representam apenas 24% da indústria aeroespacial. Na Nasa, as mulheres são um terço da força de trabalho. Apenas 28% ocupam cargos de liderança executiva e 16% são funcionárias científicas, de acordo com pesquisa da agência. Trazer mais mulheres não é só importante para melhorar os índices, mas também aprimorar as pesquisas. A base de dados da Nasa foi toda compilada a partir de viagens espaciais majoritariamente masculinas. Com o recorde de Koch é possível entender melhor como o corpo feminino se comporta em viagens espaciais longas. Até hoje, os dados usados sobre o efeito da radiação nas mulheres vem de sobreviventes de Hiroshima. E cientistas ainda não sabem explicar porque a radiação afeta mais significativamente elas do que eles.

Agora, elas se destacam na linha de frente, mas mesmo em minoria, as mulheres fizeram parte dos bastidores da Nasa. Margaret Hamilton foi a programadora que salvou a missão Apollo 11 e previu um bug. Ela ainda é a responsável por criar o termo engenharia de software. Chamadas de computadores humanos, durante anos até a década de 70, grupos de mulheres negras estavam por trás das equações que descreviam todas as funções das aeronaves e das missões espaciais da Nasa, incluindo a Apollo. Suas histórias foram retratadas no livro Estrelas Além do Tempo (Amazon), que depois virou filme. E muitas outras marcaram a história da Nasa, como a astrônoma responsável pelo telescópio Hubble e a engenheira que ajudou a definir a aeronáutica moderna.

Curiosidade. A primeira vez que uma mulher foi ao espaço foi em 1963. Em meio a corrida espacial com os EUA, a União Soviética enviou Valentina Tereshkova. Aos 26 anos, a astronauta ficou três dias em órbita.

Assista: reportagens em vídeos sobre as mulheres que ajudaram a levar o homem à Lua.

E… um livro (Amazon) de histórias de 50 pioneiras no espaço.

Esta semana foi marcada por um feito histórico. A astronauta americana Christina Koch quebrou o recorde feminino de permanência no espaço: 328 dias na Estação Espacial Internacional (ISS). A marca anterior era da também americana Peggy Whitson, que ficou 288 dias. Aliás, Whitson ainda é a única astronauta da Nasa a somar mais dias no espaço, com 665. Enquanto, Koch ingressou no corpo de astronautas em 2013, a primeira turma na história da Nasa a ter o mesmo número de homens e mulheres. A sua marca histórica é resultado de um plano maior da Nasa de se reestruturar para destacar as contribuições femininas.

A agência espacial americana já anunciou que quer levar novamente o homem à Lua até 2024. Só que dessa vez, quer que uma mulher também faça a viagem. O seu programa até ganhou um nome especial para evidenciar essa meta: Artemis, que na mitologia grega é irmã de Apollo — nome dado a missão que levou Neil Armstrong e Buzz Aldrin ao solo lunar em 1969. A Nasa tem trabalhado para isso. Em outubro, Koch e Jessica Meir fizeram a primeira caminhada espacial feminina quando saíram da estação para consertar um carregador de bateria com defeito.

Mas, claro, que essa mudança esbarra em comportamentos e práticas ainda bem masculinos. A Nasa, por exemplo, teve que adiar essa primeira caminhada quando percebeu que só tinha um traje que cabia nas astronautas mulheres. E a Nasa tem um histórico desse tipo. Em 1969, Poppy Northcutt, a única mulher na sala de controle das missões Apollo, descobriu que seus colegas a vigiavam por uma câmera escondida. Anos depois, em 1983, Sally Ride, a primeira astronauta americana a ir para o espaço, foi perguntada pelos seus colegas se 100 absorventes seriam suficientes para uma viagem de uma semana. Para evitar esses tipos de constrangimentos, a Nasa tem se empenhado em mudar suas regras e cultura interna. O seu guia de práticas, por exemplo, foi atualizado com termos sem gênero. Mas, voo espacial tripulado ainda é dito como manned spaceflight, algo como homens à bordo.

Os números mostram que o caminho é longo. Das 564 pessoas que já foram ao espaço, apenas 65 são mulheres. As mulheres representam apenas 24% da indústria aeroespacial. Na Nasa, as mulheres são um terço da força de trabalho. Apenas 28% ocupam cargos de liderança executiva e 16% são funcionárias científicas, de acordo com pesquisa da agência. Trazer mais mulheres não é só importante para melhorar os índices, mas também aprimorar as pesquisas. A base de dados da Nasa foi toda compilada a partir de viagens espaciais majoritariamente masculinas. Com o recorde de Koch é possível entender melhor como o corpo feminino se comporta em viagens espaciais longas. Até hoje, os dados usados sobre o efeito da radiação nas mulheres vem de sobreviventes de Hiroshima. E cientistas ainda não sabem explicar porque a radiação afeta mais significativamente elas do que eles.

Agora, elas se destacam na linha de frente, mas mesmo em minoria, as mulheres fizeram parte dos bastidores da Nasa. Margaret Hamilton foi a programadora que salvou a missão Apollo 11 e previu um bug. Ela ainda é a responsável por criar o termo engenharia de software. Chamadas de computadores humanos, durante anos até a década de 70, grupos de mulheres negras estavam por trás das equações que descreviam todas as funções das aeronaves e das missões espaciais da Nasa, incluindo a Apollo. Suas histórias foram retratadas no livro Estrelas Além do Tempo (Amazon), que depois virou filme. E muitas outras marcaram a história da Nasa, como a astrônoma responsável pelo telescópio Hubble e a engenheira que ajudou a definir a aeronáutica moderna.

Curiosidade. A primeira vez que uma mulher foi ao espaço foi em 1963. Em meio a corrida espacial com os EUA, a União Soviética enviou Valentina Tereshkova. Aos 26 anos, a astronauta ficou três dias em órbita.

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E… um livro (Amazon) de histórias de 50 pioneiras no espaço.

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O que querem os evangélicos

27/03/24 • 11:00

A cada nova sondagem de popularidade do governo Lula, conforme sua aprovação cai, a pressão por uma comunicação mais efetiva aumenta. Um segmento em particular vem consistentemente reduzindo sua nota para o petista: o evangélico. E, novamente, cobra-se o presidente e seus articuladores para que a conversa com esse campo seja mais fluida e permanente. Acontece que há alguns erros nas premissas dessa cobrança. O primeiro é acreditar que quando se fala com um líder evangélico, se fala com todos os fiéis. Nada poderia ser mais distante da realidade. “É inerente ao campo evangélico a fragmentação, a subdivisão”, explica Carô Evangelista, cientista política e diretora executiva do Instituto de Estudos da Religião, o Iser. Uma parcela expressiva dos evangélicos se declara “sem denominação”, justamente porque trafega entre uma igreja e outra, sem vínculo formal. Em seguida, no Censo de 2010, vem a categoria “outros”, que engloba milhares de denominações independentes. Alcançar esses pastores de igrejas pequenas e médias seria um dos caminhos possíveis de penetração na rede de comunicação antiprogressista que se formou nesse campo.

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