56 homens mortos pelo menos. Corpos esquartejados, decapitados. Assim começou 2017 no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, capital do Amazonas. O massacre se deu no confronto entre o PCC paulista e a Família do Norte, facção local aliada do Comando Vermelho fluminense. Foram mortes brutais, violentas. Os doze guardas feitos de reféns foram liberados. É a segunda rebelião em número de mortes na história brasileira, atrás do Carandiru, em 1992.
Na política do tráfico, o controle dos presídios na Região Norte determina o comando das rotas de fronteira com Peru, Bolívia e Colômbia.
Em outubro, o El País já sinalizava que o princípio de rebeliões pelo Brasil indicavam o fim do pacto entre PCC e CV. Em análise de hoje, a Folha mostra o atual estágio deste conflito entre as duas facções criminosas, que disputam a primazia sobre o tráfico internacional de drogas.
Os líderes do grupo amazonense responsáveis pelo massacre serão transferidos para presídios federais. (Estadão)
Nos próximos dias, será inevitável que as análises passem por duas questões: a lógica da proibição de drogas, que gera uma violência absurda; e a política prisional brasileira, que joga homens em ambientes superlotados, sem qualquer higiene, geradores por si de mais violência.
A imprensa divulgou a carta escrita pelo técnico de laboratório Sidnei Ramis de Araújo, assassino de sua ex-mulher, o filho e mais dez pessoas na noite de réveillon. Ele a trata de “vadia”. Não faltou, na rede, quem acusasse a divulgação do texto de erro. Seria uma tentativa de justificar a barbárie. Não custa lembrar que, sem revelar por onde anda uma cabeça machista, não é possível mostrar o machismo por trás do crime. (Estadão)
Às vezes, o clima do país se mostra de forma mais clara nas páginas policiais. 2017 chegou.
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