Tempo de barbárie

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3 de janeiro de 2017

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Tempo de barbárie

56 homens mortos pelo menos. Corpos esquartejados, decapitados. Assim começou 2017 no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, capital do Amazonas. O massacre se deu no confronto entre o PCC paulista e a Família do Norte, facção local aliada do Comando Vermelho fluminense. Foram mortes brutais, violentas. Os doze guardas feitos de reféns foram liberados. É a segunda rebelião em número de mortes na história brasileira, atrás do Carandiru, em 1992.
 
Na política do tráfico, o controle dos presídios na Região Norte determina o comando das rotas de fronteira com Peru, Bolívia e Colômbia.
 
Em outubro, o El País já sinalizava que o princípio de rebeliões pelo Brasil indicavam o fim do pacto entre PCC e CV. Em análise de hoje, a Folha mostra o atual estágio deste conflito entre as duas facções criminosas, que disputam a primazia sobre o tráfico internacional de drogas.

Os líderes do grupo amazonense responsáveis pelo massacre serão transferidos para presídios federais. (Estadão)

Nos próximos dias, será inevitável que as análises passem por duas questões: a lógica da proibição de drogas, que gera uma violência absurda; e a política prisional brasileira, que joga homens em ambientes superlotados, sem qualquer higiene, geradores por si de mais violência.

A imprensa divulgou a carta escrita pelo técnico de laboratório Sidnei Ramis de Araújo, assassino de sua ex-mulher, o filho e mais dez pessoas na noite de réveillon. Ele a trata de “vadia”. Não faltou, na rede, quem acusasse a divulgação do texto de erro. Seria uma tentativa de justificar a barbárie. Não custa lembrar que, sem revelar por onde anda uma cabeça machista, não é possível mostrar o machismo por trás do crime. (Estadão)

Às vezes, o clima do país se mostra de forma mais clara nas páginas policiais. 2017 chegou.

Política

Helena Chagas: temos uma safra de prefeitos marqueteiros. Em São Paulo, João Doria, que chega de gari a uma rua já varrida. No Rio, Marcelo Crivella amanheceu doando sangue na frente de toda imprensa, devidamente convocada.

Enquanto isso… na falta de políticas de sucesso, marqueteiros orientam Temer. Os publicitários querem um presidente que não pareça professor de latim. Roupas informais, posando com populares, sem gesticular com as mãos como quem dá palestra. E promessas, muitas promessas.

Rodrigo Maia: “Até o final do ano, teremos uma taxa de juros de menos de 10%. A inflação já caiu. A taxa de juros não cai porque o Estado gasta mais do que arrecada.” Segundo o presidente da Câmara, basta aprovar a reforma da Previdência que a economia se resolve. (Estadão)

O governador mineiro Fernando Pimentel (PT) foi buscar o filho numa festa de réveillon. De helicóptero. (Estadão)

A juíza Carolina Tupinambá vai mover uma ação para reconhecimento de paternidade contra o ministro Luiz Fux, do Supremo. Seu filho tem 4 anos.

O brasileiro Roberto Azêvedo é candidato único a sua própria reeleição no comando da OMC.

Cultura

O Nexo tem uma lista de autores que entraram em domínio público este ano. H.G. Wells, de A Máquina do Tempo e A Guerra dos Mundos; Gertrude Stein, pioneira do feminismo; D. T. Suzuki, mestre da divulgação do Zen no ocidente; Mina Loy, uma das autoras do Manifesto Feminista.

Uma música publicada aleatoriamente. Só porque 2017 pode ser melhor do que isso aí.

Cotidiano Digital

Todos os comandos em português do GoogleNow.

A Apple cortará em 10% a produção de iPhones 7. O estoque está durando mais do que o esperado. (Estadão)

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