Haddad: ‘Lira e Pacheco receberam bem nova regra fiscal’
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem que a recepção do novo arcabouço fiscal pelos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi muito boa. “Acho que a recepção, tanto dos líderes quanto dos presidentes, foi muito boa, assim como foi dos ministros na sexta-feira, que conheceram o arcabouço na reunião com o presidente. Nós estamos confiantes que estamos indo para a fase final”, afirmou. Segundo Haddad, faltam apenas detalhes para a proposta ser apresentada ao público. (g1)
UBS compra Credit Suisse e evita contágio da crise bancária
Após uma negociação que durou apenas três dias, o UBS, maior banco da Suíça, fechou um acordo para a compra do Credit Suisse. A aquisição emergencial por 3 bilhões de francos suíços (US$ 3,25 bilhões), cerca de 60% abaixo do valor de mercado de sexta-feira, foi anunciada ontem. Os dois bancos são concorrentes no país e uma fusão total ou parcial aumenta o poder em uma só instituição financeira, que vai gerar um gigante com US$ 5 trilhões em recursos administrados, o terceiro maior da Europa neste segmento e 11° do mundo. O Banco Nacional da Suíça anunciou a concessão de um empréstimo de 100 bilhões de francos suíços (US$ 108 bilhões) ao UBS e ao Credit Suisse para aumentar a liquidez de ambos. “É um bom ativo, que estamos muito determinados a manter, e esperamos atender seus clientes com a mesma eficiência do Credit Suisse”, disse o presidente do UBS, Colm Kelleher, acrescentando que “vai acabar com a parte de banco de investimento do Credit Suisse, porque o próprio UBS tem um modelo semelhante”. (Folha, Bloomberg e CNN Brasil)
Decisão do Ministério da Previdência faz bancos suspenderem consignado a aposentados
A redução nos juros do empréstimo consignado para aposentados do INSS pode ter efeito contrário do esperado pelo governo. Vários bancos, entre eles Bradesco, Itaú e até Banco do Brasil e Caixa, suspenderam ontem essas operações. O setor teme que a margem desse tipo de produto fique negativa, inviabilizando a concessão, especialmente para quem tem renda menor e os mais idosos, com maior risco de inadimplência. A Febraban esclareceu que o setor já havia sinalizado o risco de redução da oferta. Aprovada na segunda-feira, a medida, que reduz o teto dos juros de 2,14% para 1,7% ao mês, foi proposta pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, e aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social. O órgão tem representantes do governo, de empregadores, trabalhadores, aposentados e pensionistas, mas está temporariamente sem membros do Planejamento e da Fazenda, que, historicamente, fazem parte do colegiado. Segundo auxiliares do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a redução foi “decisão unilateral” de Lupi, sem consulta à equipe econômica ou à Casa Civil. Diante das consequências e do impacto sobre os próprios aposentados, Haddad estudará uma alternativa. (Folha e Globo)
Instabilidade no Credit Suisse mantém mundo sob a sombra de crise bancária
Menos de uma semana após a quebra de dois bancos nos Estados Unidos, novo susto. Desta vez, na Suíça. O gigante Credit Suisse viu suas ações despencarem quase 25% ontem em meio a uma crise de confiança de investidores. O banco, que há dois anos tem tido dificuldades e seu maior acionista, o Saudi National Bank, recusou-se a injetar mais liquidez. O anuncio abalou as Bolsas europeias, que fecharam com fortes perdas. A de Zurique teve queda de 24,24%. O cenário pode melhorar hoje, já que o banco central da Suíça, afirmou que, se preciso, pode ajudar a instituição. Com isso, os efeitos nas Bolsas brasileira e americana foram sentidos principalmente pela manhã. Mesmo assim, a maioria dos índices fechou em baixa. O Ibovespa recuou 0,25%, a 102.675 pontos — chegou a bater em 100.692 pontos, pior patamar desde julho de 2022. (Folha)
Lula dá bronca pública em ministros que fazem anúncios sem combinar
O presidente Lula reuniu ontem seus ministros para começar a organizar o balanço de 100 dias de governo. E iniciou pedindo que as ideias de cada um só sejam anunciadas após passarem pelo crivo da Casa Civil, do Palácio do Planalto e dos demais ministérios. “Qualquer genialidade que alguém possa ter, faça, por favor, antes uma reunião com a Casa Civil, para que ela discuta com a Presidência as possibilidades, para que a gente possa, depois, chamar o dono da genialidade e criar as condições para a política anunciada”, determinou. A bronca foi no trecho inicial da reunião transmitido pela internet. (g1)
Crise bancária nos EUA pode diminuir juro básico no Brasil
A crise do Silicon Valley Bank (SVB), que quebrou na sexta e está sob intervenção do governo americano, alertou os investidores sobre a possibilidade de mudanças na política monetária dos Estados Unidos e seus reflexos na taxa básica de juros no Brasil. A falência do SVB, acompanhada pelo Signature Bank, que também está sob intervenção federal, atingiu os mercados globais, com os investidores revendo suas previsões de novas altas nos juros. O dia de ontem foi marcado por queda nas taxas negociadas nos mercados americano e brasileiro. Já se avalia a possibilidade de o Fed, o banco central americano, fazer uma pausa no processo de elevação dos juros na reunião marcada para a próxima semana. Os preços dos títulos americanos dispararam ontem, registrando algumas das maiores altas desde a crise de 2008, enquanto o mercado aumentava as apostas de que o Fed manterá os juros inalterados em sua próxima reunião de política monetária para estabilizar o sistema financeiro global. Na semana passada, os mercados se preparavam para mais um aumento de 0,5 ponto percentual. No Brasil, a curva de juros indicava um corte na Selic pelo Copom apenas no fim de junho, mantendo a taxa básica nos atuais 13,75% ao ano nas reuniões do próximo dia 22 e na de 3 de maio. Agora, a expectativa é de antecipação desse corte. (Folha, New York Times e g1)
EUA acordam com risco de corrida a bancos
O governo americano anunciou ontem à noite que vai garantir todos os depósitos de quem tinha dinheiro no Silicon Valley Bank (SVB) e no Signature Bank, de Nova York. O SVB tinha boa parte de seus investimentos em Títulos do Tesouro americano, mas em papeis anteriores à subida dos juros que, portanto, estão com valor baixo no mercado. Na quarta-feira, o SVB chegou a anunciar a venda de vários títulos com prejuízo, além de US$ 2,25 bilhões em novas ações para reforçar seu balanço. Ato contínuo, de quarta para quinta uma série de investidores no Vale do Silício recomendaram às empresas que mantinham seus recursos no SVB que os transferissem para outros bancos. O movimento repentino acirrou a crise de liquidez. Na sexta, o SVB quebrou. Como costuma ocorrer em momentos de insegurança do tipo, outros clientes começaram a olhar com medo para bancos de médio porte. No domingo, reguladores ordenaram que o Signature Bank, de Nova York, fechasse suas portas. A instituição havia feito um grande investimento na indústria das criptomoedas, que perderam muito valor nos últimos anos, e houve receio de outra corrida no abrir das portas, nesta segunda-feira. No rastro do contágio, o First Republic Bank, de San Francisco, anunciou ter recursos garantidos pelo JPMorgan Chase para manter suas portas abertas. (New York Times)
Tebet: ‘Novo arcabouço fiscal agradará a todos, inclusive ao mercado’
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou ontem, após almoço com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que o arcabouço fiscal a ser apresentado pelo governo vai “agradar a todos, inclusive ao mercado”. Segundo ela, o texto atende aos dois lados. “Do lado da preocupação de zerar o déficit fiscal do Brasil, a preocupação de estabilizar a dívida/PIB, mas atendendo à determinação do presidente da República: não podemos descuidar dos investimentos necessários para o Brasil voltar a crescer”, disse. (Valor)
Governo quer multa para empresa que pagar menos a mulheres
No Dia Internacional da Mulher, o presidente Lula anunciou uma série de ações formuladas por 19 ministérios e pelos bancos públicos de combate à violência contra mulheres e promoção de direitos. Entre elas está um projeto de lei que prevê que a empresa que pagar salário diferenciado a uma mulher com o mesmo tempo de casa, mesma função e escolaridade semelhante a um funcionário homem será multada em dez vezes o valor do maior salário da empresa. A proposta será enviada para análise do Congresso. O governo anunciou ainda o programa Mulher Viver sem Violência, para construção de 40 novas unidades das Casas da Mulher Brasileira, além da doação de 270 viaturas para a Patrulha Maria da Penha. Também será editado um decreto para regulamentação da cota de 8% da mão de obra para mulheres vítimas de violência em contratações públicas na administração federal direta, nas autarquias e fundações. Outras iniciativas em favor da equidade de gênero e proteção da mulher foram anunciadas ontem, como a distribuição de absorventes para quem precisa e é de baixa renda ou em condição de vulnerabilidade, que será centralizado pelo Ministério da Saúde. (Agência Brasil e g1)
Bolsonaro levou consigo joias sauditas
O segundo estojo de joias presenteado pela Arábia Saudita, que chegou ao Brasil com a comitiva do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, está no acervo privado de Jair Bolsonaro. A informação foi dada ao Estadão pelo tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente. O advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, afirmou em nota que “agindo dentro da lei, (o ex-presidente) declarou oficialmente, os bens de caráter personalíssimo recebidos em viagens, não existindo qualquer irregularidade em suas condutas”. Segundo documentos oficiais, as peças masculinas da Chopard foram recebidas pessoalmente por Bolsonaro em 29 de novembro de 2022. Antes de serem entregues ao então presidente, um relógio com pulseira de couro, um par de abotoaduras, uma caneta, um anel e um rosário árabe ficaram por mais de um ano nos cofres do Ministério de Minas e Energia. E, no mesmo dia em que deixaram o ministério, uma nova determinação foi dada para que o pacote fosse encaminhado imediatamente para a residência oficial de Bolsonaro. Não se sabe por que as joias ficaram guardadas por tanto tempo já que se tratava de um presente do regime saudita ao governo do Brasil. Pela legislação, além de declarar formalmente que se tratava de um presente institucional, as peças deveriam ter sido encaminhadas ao acervo público da Presidência da República. Os documentos e a declaração da defesa contrariam a fala inicial do ex-presidente que, no fim de semana, disse que não pediu nem recebeu qualquer tipo de presente em joias do governo da Arábia Saudita. (Estadão)