News do Meio

Brasil vê 8º atentado em escolas em 12 meses

Um ataque na manhã desta segunda-feira deixou uma professora morta e outras quatro pessoas feridas na escola estadual Thomazia Montoro, na Zona Oeste de São Paulo. O agressor é um estudante de 13 anos, que foi contido por uma educadora e apreendido pela polícia. A professora Elisabeth Tenreiro, 71 anos, recebeu ao menos dez facadas pelas costas e morreu no Hospital Universitário da USP. Segundo estudantes, ela teria apartado uma briga na semana passada entre o atacante e um colega de sala, que não foi para a aula ontem. Outras três docentes e um aluno foram feridos pelo agressor — um segundo aluno teve crise de pânico e também precisou ser socorrido. (UOL e Metrópoles)

Viagem à China: nova data mostrará importância do Brasil

Com a permanência do presidente Luís Inácio Lula da Silva em Brasília, devido a uma pneumonia e ao vírus da influenza A, que adiaram por tempo indeterminado à viagem presidencial à China, a grande dúvida agora é quando a nova visita ocorrerá, já que a decisão depende do governo chinês. A rapidez da definição de uma nova data e sua proximidade com o período original serão um indicador do interesse da China no Brasil. Em abril, Lula já tem viagem marcada para Portugal e Espanha. Integrantes do governo e empresários do agronegócio sugeriram que ele viaje em meados de maio para aproveitar uma feira de alimentação local, que costuma ter a presença do presidente Xi Jinping. Lula poderia emendar a visita com a ida à cúpula do G7, no Japão. Diplomatas, no entanto, avaliam potenciais sensibilidades chinesas e a disponibilidade na agenda de Xi. Ontem, o governo chinês enviou mensagem a Lula desejando sua recuperação, além de manifestar o desejo de uma visita do brasileiro “o mais cedo possível”. Roberto Kalil, médico do presidente, disse que seu estado de saúde geral é bom, ele “apresenta melhora a cada dia” e deve retomar as atividades nesta semana. “Daqui a 15 dias, ele teria condição de fazer qualquer viagem”, explicou. (Globo, g1 e Estadão)

Sem provas, Lula diz que plano do PCC seria ‘armação de Moro’

A politização da operação da Polícia Federal contra a facção criminosa PCC subiu de patamar ontem após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) insinuar sem provas que o plano para matar o senador Sérgio Moro (UB-PR) seria “uma armação”. “Eu não vou ficar atacando ninguém sem ter provas. Acho que é mais uma armação. Se for, ele vai ficar mais desmascarado ainda”, afirmou Lula durante evento da Marinha no Rio. Segundo a PF, Moro era uma das cinco autoridades visadas pelos criminosos e teria entrado na lista por ter determinado, quando era ministro da Justiça, a transferência de líderes da fação para presídios federais. Desde fevereiro ele andava com uma escolta da Polícia Legislativa devido a ameaças. O senador reagiu com irritação às declarações de Lula. “O senhor não tem decência?”, indagou. (CNN Brasil)

Apesar de pressão, BC mantém taxa de juros

Em meio à crise bancária internacional e à forte pressão do governo pela redução dos juros, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu, por unanimidade e pela quinta vez consecutiva, manter a taxa básica, a Selic, em 13,75% ao ano. Além disso, não deu indícios de que vai baixá-la e sinalizou que, se necessário, pode elevar os juros. Em nota, o Copom afirmou que ainda há alguns fatores de risco para a inflação: a maior persistência das pressões inflacionárias globais; a incerteza sobre o arcabouço fiscal e seus impactos sobre as expectativas para a trajetória da dívida pública; e uma desancoragem maior, ou mais duradoura, das expectativas de inflação para prazos mais longos. O Copom indicou que vai perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. Também afirmou, no comunicado, que os passos futuros da política monetária “poderão ser ajustados” e que “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”. (Globo e g1)

Lula adia apresentação da nova regra fiscal para abril

O presidente Lula adiou para abril a divulgação do novo arcabouço fiscal. Ele disse que o governo não vai ter “pressa” para apresentar a nova regra, que só será divulgada após sua viagem à China, de 26 a 31 de março. A justificativa para o adiamento é de que não faria sentido apresentar o plano e, em seguida, os membros do governo viajarem e não estarem disponíveis para prestar esclarecimentos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o arcabouço vai prever uma recomposição das “perdas” que saúde e educação tiveram com a regra do teto de gastos desde sua implementação, em 2017. Uma fonte da área econômica disse ao Estadão que está sendo discutido o valor da reposição. Como o teto vai acabar, os pisos — aplicação mínima de 15% da Receita Corrente Líquida para a saúde e de 18% da receita de impostos para a educação — voltam a valer. Há uma discussão para que esses pisos migrem para um modelo de vinculação a indicadores per capita, não ficando sujeitos à flutuação de receitas do ciclo econômico. (Globo e Estadão)

Haddad: ‘Lira e Pacheco receberam bem nova regra fiscal’

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem que a recepção do novo arcabouço fiscal pelos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi muito boa. “Acho que a recepção, tanto dos líderes quanto dos presidentes, foi muito boa, assim como foi dos ministros na sexta-feira, que conheceram o arcabouço na reunião com o presidente. Nós estamos confiantes que estamos indo para a fase final”, afirmou. Segundo Haddad, faltam apenas detalhes para a proposta ser apresentada ao público. (g1)

UBS compra Credit Suisse e evita contágio da crise bancária

Após uma negociação que durou apenas três dias, o UBS, maior banco da Suíça, fechou um acordo para a compra do Credit Suisse. A aquisição emergencial por 3 bilhões de francos suíços (US$ 3,25 bilhões), cerca de 60% abaixo do valor de mercado de sexta-feira, foi anunciada ontem. Os dois bancos são concorrentes no país e uma fusão total ou parcial aumenta o poder em uma só instituição financeira, que vai gerar um gigante com US$ 5 trilhões em recursos administrados, o terceiro maior da Europa neste segmento e 11° do mundo. O Banco Nacional da Suíça anunciou a concessão de um empréstimo de 100 bilhões de francos suíços (US$ 108 bilhões) ao UBS e ao Credit Suisse para aumentar a liquidez de ambos. “É um bom ativo, que estamos muito determinados a manter, e esperamos atender seus clientes com a mesma eficiência do Credit Suisse”, disse o presidente do UBS, Colm Kelleher, acrescentando que “vai acabar com a parte de banco de investimento do Credit Suisse, porque o próprio UBS tem um modelo semelhante”. (Folha, Bloomberg e CNN Brasil)

Decisão do Ministério da Previdência faz bancos suspenderem consignado a aposentados

A redução nos juros do empréstimo consignado para aposentados do INSS pode ter efeito contrário do esperado pelo governo. Vários bancos, entre eles Bradesco, Itaú e até Banco do Brasil e Caixa, suspenderam ontem essas operações. O setor teme que a margem desse tipo de produto fique negativa, inviabilizando a concessão, especialmente para quem tem renda menor e os mais idosos, com maior risco de inadimplência. A Febraban esclareceu que o setor já havia sinalizado o risco de redução da oferta. Aprovada na segunda-feira, a medida, que reduz o teto dos juros de 2,14% para 1,7% ao mês, foi proposta pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, e aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social. O órgão tem representantes do governo, de empregadores, trabalhadores, aposentados e pensionistas, mas está temporariamente sem membros do Planejamento e da Fazenda, que, historicamente, fazem parte do colegiado. Segundo auxiliares do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a redução foi “decisão unilateral” de Lupi, sem consulta à equipe econômica ou à Casa Civil. Diante das consequências e do impacto sobre os próprios aposentados, Haddad estudará uma alternativa. (Folha e Globo)

Instabilidade no Credit Suisse mantém mundo sob a sombra de crise bancária

Menos de uma semana após a quebra de dois bancos nos Estados Unidos, novo susto. Desta vez, na Suíça. O gigante Credit Suisse viu suas ações despencarem quase 25% ontem em meio a uma crise de confiança de investidores. O banco, que há dois anos tem tido dificuldades e seu maior acionista, o Saudi National Bank, recusou-se a injetar mais liquidez. O anuncio abalou as Bolsas europeias, que fecharam com fortes perdas. A de Zurique teve queda de 24,24%. O cenário pode melhorar hoje, já que o banco central da Suíça, afirmou que, se preciso, pode ajudar a instituição. Com isso, os efeitos nas Bolsas brasileira e americana foram sentidos principalmente pela manhã. Mesmo assim, a maioria dos índices fechou em baixa. O Ibovespa recuou 0,25%, a 102.675 pontos — chegou a bater em 100.692 pontos, pior patamar desde julho de 2022. (Folha)

Lula dá bronca pública em ministros que fazem anúncios sem combinar

O presidente Lula reuniu ontem seus ministros para começar a organizar o balanço de 100 dias de governo. E iniciou pedindo que as ideias de cada um só sejam anunciadas após passarem pelo crivo da Casa Civil, do Palácio do Planalto e dos demais ministérios. “Qualquer genialidade que alguém possa ter, faça, por favor, antes uma reunião com a Casa Civil, para que ela discuta com a Presidência as possibilidades, para que a gente possa, depois, chamar o dono da genialidade e criar as condições para a política anunciada”, determinou. A bronca foi no trecho inicial da reunião transmitido pela internet. (g1)