News do Meio

Moraes suspende investigações contra institutos de pesquisa

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, suspendeu na noite de ontem as investigações abertas ontem contra institutos de pesquisa por iniciativa da Polícia Federal e do Cade. Segundo ele, nenhum dos órgãos tem competência para realizar os inquéritos, que teriam “indicativos de abuso de poder político e desvio de finalidade”. As investigações, escreveu o ministro, “parecem demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral” do presidente Jair Bolsonaro (PL). O Ministério da Justiça havia justificado a iniciativa da PF alegando que a “divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime”. Já a ação do Cade foi determinada diretamente pelo presidente do órgão, Alexandre Cordeiro de Macedo, nomeado por Bolsonaro no ano passado. Mais cedo, Moraes disse que o Brasil está diante de uma “segunda geração de desinformação”, que envolveria conclusões falsas a partir de premissa verdadeiras e a utilização de “mídias tradicionais para se plantar fake news”, reproduzidas a partir dali como “notícias” pelas campanhas. (UOL)

Bolsonaro visita Aparecida e toma sermão do bispo

A celebração do Dia de Nossa Senhora Aparecida teve ontem um tom político, não apenas pela presença do presidente-candidato Jair Bolsonaro (PL) na missa no santuário em Aparecida do Norte (SP), mas também pelo tom do sermão do arcebispo Dom Orlando Brandes. Sem citar nomes, ele disse que o “dragão” da pandemia já foi vencido, mas que era preciso lutar contra os dragões do ódio e da mentira. “E a mentira não é de Deus, é do maligno. E o dragão do desemprego, o dragão da fome, o dragão da incredulidade”, continuou. Dom Orlando conclamou os fiéis a votarem, comparando o exercício da cidadania à passagem da tradição católica em que José e Maria participam de um recenseamento romano. Em entrevista, o arcebispo disse que, Bolsonaro seria bem-recebido, mas cobrou uma identidade religiosa. “Ou somos evangélicos ou somos católicos, então precisamos ser fiéis a nossa identidade católica, mas seja qual for a intenção, (ele) vai ser bem recebido, porque é o nosso presidente e é por isso que nós o acolhemos”, disse. (UOL)

Militares não acham fraude eleitoral; Bolsonaro veta relatório

O presidente Jair Bolsonaro (PL) vetou a divulgação do relatório do Ministério da Defesa sobre a fiscalização feita por militares do primeiro turno das eleições. O motivo, conta Malu Gaspar, foi que o documento aponta que não houve fraudes nas urnas eletrônicas, contrariando uma das obsessões do presidente. O relatório não foi divulgado ao público, mas um resumo foi apresentado informalmente ontem a Bolsonaro pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. O presidente determinou que fosse feito um “relatório completo” englobando o segundo turno, alegando que a ausência de fraudes em um turno não descartava a possibilidade em outro, afirmando que os militares deveriam se esforçar mais. As Forças Armadas analisaram uma amostra de ao menos 385 boletins de urna e um projeto-piloto com uso da biometria para testar 58 aparelhos, sugerido pelos próprios militares. (Globo)

Bolsonaro acena com o método Chávez-Orbán de interferir no STF

Após afirmar na sexta-feira que estudava a sugestão de usar a maioria conservadora eleita para o Congresso a fim de aumentar o número de ministros do Supremo Tribunal Federal, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse ontem, em entrevista a um podcast, que pode descartar a ideia se a Corte “baixar um pouco a temperatura”. “Se eu for reeleito, e o Supremo baixar um pouco a temperatura, talvez você descarte essa sugestão. Se não for possível descartar, você vê como é que fica", disse o presidente. O STF tem hoje 11 ministros, dos quais dois, Nunes Marques e André Mendonça, foram indicados por Bolsonaro. (CNN Brasil)

Lula prepara ‘Carta aos Evangélicos’

Da mesma forma que divulgou uma “Carta ao Povo Brasileiro” em 2002 para acalmar o mercado financeiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende divulgar uma carta especificamente para o eleitorado evangélico, fechado em sua maioria com o presidente Jair Bolsonaro. O documento, que deve ser divulgado na segunda-feira, está sendo alinhavado por Lula com a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), evangélica e filha de pastor. Entre outros pontos, o candidato deve prometer que, se eleito, não interferirá na pauta de costumes e abrirá espaço para os religiosos na elaboração de políticas públicas. Outra carta, esta dirigida ao agronegócio e proposta pelo comando da campanha petista, não é bem-vista por Lula. Ele argumenta que isso o obrigaria a fazer o mesmo para cada setor do empresariado. (g1)

Simone, FHC e seus economistas apóiam Lula

Terceira colocada no primeiro turno da eleição presidencial, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) formalizou ontem o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a segunda rodada de votação. “Depositarei no ex-presidente Lula o meu voto. Reconheço seu compromisso com a democracia e a Constituição, o que desconheço no atual presidente”, disse ela. O anúncio foi feito depois de um almoço na casa da ex-senadora Marta Suplicy reunindo Tebet, Lula, o ex-governador e vice na chapa petista Geraldo Alckmin (PSB) e Fernando Haddad, que disputa pelo PT o segundo turno para o governo de São Paulo. Em seu pronunciamento, a senadora usou o tom religioso que vem pautando a campanha eleitoral, empregando palavras como iniquidade, evangelho, fé e igreja. Simone Tebet obteve 4,16% dos votos no primeiro turno, mais da metade do 1,57% de que Lula precisa para se eleger. (Metrópoles)

Bolsonaro sai na frente colecionando apoios

Precisando quebrar a escrita de que nunca houve uma virada em segundo turno nas eleições presidenciais brasileiras, Jair Bolsonaro (PL) recebeu ontem apoios de peso. Os governadores reeleitos de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), foram a Brasília manifestar sua adesão ao projeto de reeleição. Castro havia colado sua campanha à de Bolsonaro desde o início, mas Zema havia ficado distante – Minas foi o único estado do Sudeste em que o presidente ficou em segundo lugar no domingo. À tarde, ao chegar a São Paulo, Bolsonaro foi recebido pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB), que ficou em terceiro lugar no domingo, e por seu candidato, o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), que foi o primeiro colocado e disputará o segundo turno contra Fernando Haddad (PT). Lembrando que seu partido liberou os filiados, Garcia anunciou seu “apoio incondicional” a Bolsonaro e Tarcísio. E, de quebra, o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro (União Brasil-PR), eleito senador, usou o Twitter para dizer que “Lula não é uma opção eleitoral” e declarar apoio a Bolsonaro. (Poder360)

Cidadania e PDT fazem movimento de apoio a Lula

Nem bem esfriaram as urnas do primeiro turno, começou a corrida por alianças para a segunda rodada de votações, que acontece no próximo dia 30. Ontem, conta Guilherme Amado, o presidente do Cidadania, Roberto Freire, encaminhou à Executiva do partido uma recomendação de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A legenda, que está federada com o PSDB, é a primeira da coligação que apoiou Simone Tebet (MDB) a encaminhar uma posição no segundo turno. A reunião da Executiva acontece hoje, mesmo dia em que a cúpula do PDT definirá sua estratégia. Em telefonema à presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), o presidente dos trabalhistas, Carlos Lupi, disse que defenderá a adesão a Lula e que espera o mesmo do candidato Ciro Gomes. Lupi, porém, pediu que o programa petista incorpore três propostas de campanha do ex-ministro: educação em tempo integral, um programa para zerar dívidas no SPC e um plano de renda mínima — ideia apresentada pelo deputado estadual eleito Eduardo Suplicy (PT-SP). (Metrópoles)

O Brasil amanheceu mais bolsonarista — mas Lula é o favorito

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou à frente na contagem de votos do primeiro turno, mas o grande vitorioso foi o bolsonarismo, enquanto as pesquisas eleitorais despontaram como as maiores derrotadas, por subestimarem em muito o tamanho real do presidente. Em vez disso, com a apuração em 99,99%, Lula obteve 48,43% dos votos e vai para o segundo turno no dia 30 contra Jair Bolsonaro (PL), que chegou a 43,20%. A votação de Lula ficou dentro da margem de erro das pesquisas, mas elas não anteviram a performance do presidente. O Datafolha previa que Bolsonaro chegaria a 36%, dos votos válidos; no Ipec, eram 37%; no Ipespe, 35%. Mas não foi só isso. Candidatos bolsonaristas, especialmente ex-ministros, tiveram desempenhos inesperados em praticamente todas as esferas de governo. As urnas mostraram também uma inversão no segundo pelotão. Simone Tebet (MDB) chegou em terceiro lugar, com 4,16%, enquanto Ciro Gomes (PDT) amargou 3,05%. O ex-ministro só ficou à frente da senadora no Ceará, seu reduto eleitoral, onde obteve 6,80%, contra 1,22% de Tebet.

Após debate baixo, Brasil vai às urnas decidir se dá a Lula vitória no 1º turno

Considerado o último evento capaz de determinar se a eleição presidencial será decidida no primeiro turno, o debate (veja a íntegra) realizado na noite de ontem pela TV Globo foi marcado por troca de acusações, protagonismo de candidatos nanicos e um número incomum de direitos de resposta concedidos. Logo no início, respondendo a uma pergunta do Padre Kelmon (PTB), que mais uma vez atuou como sua linha auxiliar, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez ataques pesados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem chamou de “chefe de uma grande quadrilha”. A ofensa deu início a uma sequência de direitos de resposta, na qual Lula prometeu revogar todos os decretos de Bolsonaro impondo sigilo de 100 anos a informações sobre seu governo. Lula também obteve direito de resposta quando Bolsonaro, em pergunta a Simone Tebet (MDB), o chamou de “mentor” da morte, em 2002, do prefeito petista de Santo André Celso Daniel. A senadora reclamou com o presidente: “Eu acho que falta ao senhor coragem de perguntar isso ao candidato do PT. E vamos tratar do Brasil. Vamos tratar dos reais problemas”, disse Tebet. A constante troca de direitos de resposta entre Lula e Bolsonaro também foi criticada pela senadora Soraya Thronicke (União Brasil). “Enquanto eles brigam, a boiada passa. Enquanto eles brigam, nos distraindo, o Brasil passa fome, o Brasil ainda encara escândalos de corrupção”, disse ela, que protagonizou um dos momentos cômicos da noite ao se confundir com o nome de Padre Kelmon e chamá-lo apenas de “candidato Padre”. A corrupção foi um tema recorrente, com Ciro Gomes (PDT) dizendo que deixou o ministério de Lula “por conta das contradições graves de economia [...] e, mais grave ainda, das contradições morais”. Ele também questionou Bolsonaro sobre o “Orçamento secreto” e outras denúncias contra seu governo. Felipe D’Ávila (Novo) e Lula discutiram as políticas de cotas, e o petista ainda se envolveu em um embate com Padre Kelmon, a quem chamou de “candidato-laranja”. (g1)