News do Meio

Violência de bolsonaristas marca fim de semana

Amplificada em discursos e manifestações, a violência política, seja física ou moral, tornou-se realidade ao longo do fim de semana. Na sexta-feira, o bolsonarista Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, foi preso na cidade de Confresa (MT) por ter assassinado a facadas e machadadas o lulista Benedito Cardoso dos Santos, de 42 anos, durante uma discussão sobre política. Os dois trabalhavam numa chácara. Aparentando frieza, segundo a polícia, Oliveira disse que Santos tentou atacá-lo com a faca, mas que ele conseguiu tomar a arma e golpeá-lo. Após diversas facadas, o assassino tentou decapitar a vítima com um golpe de machado no pescoço. Rafael Oliveira tem passagem pela polícia por tentativa de latrocínio e estelionato. (UOL)

Morre Elizabeth II, a rainha do século 20

O mundo perdeu ontem uma das personalidades mais marcantes do último século. Morreu na Escócia, aos 96 anos, a rainha Elizabeth II, que reinou por 70 anos sobre o Reino Unido e países como Canadá, Austrália e Jamaica – o mais longo reinado na história desses países. Embora a coroação ainda não esteja marcada, seu primogênito já é o rei Charles III, que aos 73 anos, se torna a pessoa mais idosa a ascender ao trono britânico. Por volta do meio-dia, horário da Inglaterra, um comunicado inesperado informava que a saúde da rainha inspirava preocupação. Seus filhos e netos viajaram para o palácio de Balmoral, na Escócia, onde ela passava o verão, e no fim da tarde veio a confirmação de sua morte. “A rainha morreu em paz em Balmoral esta tarde”, dizia o lacônico comunicado oficial. (Guardian)

Bicentenário vira comício e Bolsonaro é denunciado no TSE

Pela primeira vez desde a redemocratização do país, o feriado de 7 de Setembro, e justamente o Bicentenário da Independência, foi usado como palanque político de um candidato à reeleição. Jair Bolsonaro (PL), que há meses conclamava apoiadores para encher as ruas no feriado, fez discursos, atacou adversários e pediu votos em Brasília e no Rio de Janeiro. Os demais poderes da República se recusaram a fazer parte do ato. Mesmo convidados, os presidentes do STF, Luiz Fux, da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não compareceram nem mandaram representantes ao desfile na capital. Se em seus discursos Bolsonaro evitou atacar diretamente o STF e seus ministros, os cartazes entre o público não deixavam dúvidas quando ao tom golpista, com pedidos de intervenção militar e fechamento do Supremo e do Congresso. (UOL)

Edição Extra: Hoje é o tudo ou nada de Bolsonaro

Se o desfile do Bicentenário da Independência em Brasília terá hoje algum verniz de festa cívica, no Rio o evento da tarde é explicitamente político, apesar da participação de militares. A começar pelo local, a orla de Copacabana, palco de atos de apoio ao presidente. Como conta Malu Gaspar, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não vai ocupar o palanque montado pelo Exército, e sim o trio elétrico do pastor Silas Malafaia, um dos mais ferrenhos apoiadores do governo. Ali se reunirão autoridades, líderes evangélicos e empresários, incluindo os investigados por pregarem um golpe de Estado. A escolha do trio busca evitar problemas com a Justiça Eleitoral, como aconteceria se Bolsonaro pedisse votos em instalações das Forças Armadas. Uma ausência notável, revela Lauro Jardim, será a da primeira-dama Michelle Bolsonaro, estrela em eventos com evangélicos. O comando da campanha teme que “o clima esteja confuso”. Certamente estará barulhento. O Exército avisou aos moradores de prédios vizinhos ao Forte de Copacabana que serão feitas salvas de canhão ao longo do dia. A orientação é manter as janelas abertas para “evitar danos”. (Globo)

Fachin suspende trechos do decreto das armas e enfrenta Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin provocou fúria no Palácio do Planalto ao suspender monocraticamente trechos dos decretos do presidente Jair Bolsonaro (PL) flexibilizando compra, posse e porte de armas de fogo por cidadãos, atendendo a pedidos de uma ação do PT e duas do PSB. Em sua decisão, Fachin sustenta haver risco de violência política nas eleições deste ano e questiona se o uso indiscriminado de armas de fogo realmente aumenta a segurança. O ministro também restringiu os efeitos de uma portaria conjunta dos ministérios da Justiça e da Defesa aumentando o limite de munição que pode ser comprado. (UOL)

Bolsonaro usa militares e youtubers para inflar o 7 de setembro

As Forças Armadas participarão do ato de campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), programado para ocorrer na próxima quarta-feira, 7 de setembro, na orla do Rio de Janeiro. A Marinha organizará uma parada naval, a Força Aérea exibirá a esquadrilha da fumaça e os canhões do Forte de Copacabana farão uma saudação. Aproveitando-se da confusão com o bicentenário da Independência, o ato eleitoral contará ainda com uma exibição de paraquedistas do Exército e da Aeronáutica, além de bandas militares. Tradicionalmente, os presidentes participam apenas da parada militar em Brasília. Bolsonaro é o primeiro a misturá-lo com uma ação eleitoral. Na última sexta, o Ministério Público Federal enviou pedidos aos comandos Militar do Leste, do Primeiro Distrito Naval e do Terceiro Aéreo Regional para que informem que providências tomarão para impedir que a festa se confunda com ação político-partidária. Ainda não houve resposta. (Estadão)

Brasileiro tenta assassinar Cristina Kirchner

Um brasileiro de 35 anos pôs, ontem à noite, uma pistola calibre 32 a centímetros do rosto da vice-presidente argentina Cristina Kirchner. Puxou o gatilho — que falhou. Havia cinco balas no pente. Quando o tiro falhou, Fernando Andrés Sabag Montiel jogou a arma no chão e tentou fugir, mas foi perseguido e preso por pessoas nas ruas. Assista ao vídeo. O atentado ocorreu no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, quando Cristina conversava com apoiadores à porta de sua casa. Montiel, que trabalha como motorista de aplicativo, tem antecedentes criminais — foi detido com uma faca, em março. Em suas contas nas redes sociais, apagadas na noite de ontem, o suspeito se identificava como Salim e exibia tatuagens com símbolos associados ao nazismo. O presidente Alberto Fernández atribui o atentado aos discursos de ódio e decretou feriado nacional “para que o povo possa se expressar em paz”. A oposição criticou a medida, acusando o presidente de buscar mobilizar a militância peronista. (Clarín)

Moraes faz acordo com militares por urnas

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, aceitou a sugestão das Forças Armadas para elaboração de um projeto-piloto para assegurar a integridade das urnas eletrônicas, um dos principais pontos de atrito de seu antecessor, o ministro Edson Fachin, com os militares. O acordo foi firmado em reunião ontem com o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e, segundo nota do TSE, uma das sugestões a serem incorporadas é o uso da biometria de eleitores reais em algumas urnas indicadas para o teste. (CNN Brasil)

PF acusa Abin de interferir em investigação sobre Jair Renan Bolsonaro

A Agência Nacional de Inteligência (Abin) atrapalhou o andamento de uma investigação por tráfico de influência contra Jair Renan Bolsonaro, filho Zero-Quatro do presidente da República. A acusação consta de um relatório da Polícia Federal, responsável pelo inquérito. Segundo depoimento de um agente da própria PF cedido à Abin e flagrado coletando informações, o objetivo era impedir “riscos à imagem” de Jair Bolsonaro. O filho do presidente e o seu preparador físico, Allan Lucena, são suspeitos de terem recebido um carro elétrico de um empresário do Espírito Santo interessado em contratos com o governo. O agente Luiz Felipe Barros Felix disse que seguia Allan Lucena para saber se o veículo estava sendo usado. Segundo a PF, o investigado devolveu o carro após o incidente, o que comprometeu o inquérito. Ainda assim, a polícia concluiu que não houve crime por parte de Jair Renan. A Abin diz que não há registro dessa operação, já o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a agência “fez seu trabalho”. (Globo)

Simone e Soraya se tornam alvos das redes bolsonaristas

Responsáveis pela reação à agressão machista do presidente Jair Bolsonaro (PL) à jornalista Vera Magalhães do debate da Band, as candidatas e senadoras Simone Tebet (MDB-MS) e Soraya Thronicke (União Brasil-MS) se tornaram alvos de ataques nas redes bolsonaristas. Entre a noite de domingo e a manhã de segunda foram identificadas 33 correntes de mensagens no WhatsApp contra as duas. Elas foram chamadas de “loucas”, “agressivas” e “ditadoras”. Algumas postagens distorciam uma fala de Tebet na CPI da Covid para dizer que era contra investigar governadores. Já Thronicke, eleita na onda bolsonarista de 2018, foi chamada de traidora por romper com o presidente durante a pandemia. (Aos Fatos)