Pecuária responde por 90% do desmatamento na Amazônia, diz MapBiomas
A abertura de pastagens foi responsável por mais de 90% da área desmatada na Amazônia entre 1985 e 2023, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira pelo MapBiomas. De acordo com o levantamento, nesse período, os pastos saltaram de 12,7 milhões de hectares para 59 milhões de hectares, abarcando hoje 14% do bioma. A pior devastação aconteceu na região conhecida como Amacro (um trecho que abrange 45 milhões de hectares no Amazonas, Acre e Rondônia), apelidada de “fronteira do desmatamento”. (g1)
Fazenda atualiza lista de bets autorizadas a funcionar no Brasil
O Ministério da Fazenda divulgou uma nova lista de empresas de apostas online que estão aptas a operar no Brasil. Ao todo, 205 plataformas, pertencentes a 93 empresas, foram autorizadas, além de 18 bets estaduais. A relação completa está disponível no site do Ministério. A pasta informou que erros no sistema de recepção de notificações deixaram de fora algumas empresas que cumpriram os requisitos na primeira lista divulgada. Nesta lista mais recente, no entanto, não está incluída a plataforma Esportes da Sorte, atualmente sob investigação da Polícia Civil de Pernambuco por suposto envolvimento em jogos ilegais. Celebridades como Deolane Bezerra e Gusttavo Lima também são investigados em conexão com o caso e essa empresa é a principal patrocinadora do Corinthians no ano. Desde a aprovação da lei de regulamentação de apostas online no final de 2023, o governo busca impor regras claras para controlar essas operações, incluindo o pagamento de impostos, que até então não era exigido. A partir de 2025, as bets deverão estar hospedadas no Brasil, facilitando a fiscalização e o combate à lavagem de dinheiro, segundo o Ministério da Fazenda. (g1)
Brasil fica de fora de acordo para produzir vacina contra HIV
O Brasil, assim como outros países considerados de “renda média”, ficou de fora do acordo anunciado na quarta-feira pela gigante farmacêutica Gilead liberando a fabricação de genéricos de sua vacina contra do HIV. Chamado lenacapavir, o medicamento garante, com uma injeção semestral, proteção quase total a contra infecções pelo vírus, causador da Aids. Pelos termos do acordo, seis empresas farmacêuticas genéricas na Ásia e no Norte da África poderão fabricar suas versões do remédio e vendê-las a um preço mais baixo em suas regiões. Nações como Brasil, México, Colômbia, China e Rússia – que representam cerca de 20% das infecções por HIV no mundo – terão de comprar o lenacapavir diretamente da Gilead, que, nos EUA, cobra por ano US$ 42 mil (R$ 210 mil) pelo medicamento. (Globo)
Ajuste fiscal pode garantir grau de investimento ao Brasil até 2026, diz Moody’s
Moody's simpática ao Brasil. A vice-presidente para risco soberano da agência, Samar Maziad, disse à Folha que o Brasil tem chances reais de conquistar o grau de investimento ainda durante o governo atual, ou seja, até o final de 2026, caso haja um controle efetivo sobre os gastos obrigatórios. Para ela, um ajuste fiscal bem-sucedido nessa área seria crucial para elevar a classificação do país. Na última terça-feira, a Moody’s elevou a nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, mantendo a perspectiva positiva. Esse movimento deixa o país a um passo de atingir o grau de investimento, considerado um selo de segurança para os investidores. Maziad também explicou que a Moody’s decidiu manter a perspectiva positiva porque há a possibilidade de novas medidas de contenção de despesas serem implementadas nos próximos 12 a 18 meses. Outro ponto destacado pela Moody’s é a importância de um crescimento econômico contínuo. Ainda segundo a vice-presidente, a expansão do PIB brasileiro nos últimos anos foi um dos principais fatores para a melhora da nota, e a expectativa é que essa trajetória de crescimento se mantenha. Além do Brasil, a agência de risco também elevou as notas de crédito de grandes empresas nacionais, como a Petrobras, Vale, Gerdau e Ambev, refletindo o impacto positivo da melhora do ambiente soberano na solvência dessas companhias. (Folha e InfoMoney)
Disputa pelo Mar da China Meridional ameaça conectividade na Ásia
A disputa pelo controle do Mar da China Meridional está prejudicando a manutenção e expansão da rede de cabos submarinos que garantem a conectividade de países do Sudeste Asiático. As empresas responsáveis por esses cabos têm dificuldades enfrentadas para obter autorização da China, resultando em atrasos nos reparos e na construção de novos projetos. Esses cabos submarinos são exclusivos para o tráfego de internet intercontinental e conectam países como Cingapura, Hong Kong e Japão. A pressão dos EUA para que os países evitem colaborações com empresas chinesas também aumenta a complexidade da situação. Cabos submarinos que ligavam os EUA a Hong Kong foram bloqueados por preocupações de espionagem, enquanto outros projetos estão sendo desviados para evitar o Mar da China Meridional, aumentando os custos. A China nega as acusações de interferência e alega apoiar a instalação de cabos submarinos internacionais. (New York Times)
Dupla brasileira é finalista de prestigioso prêmio de arte contemporânea na França
A dupla brasileira Angela Detanico e Rafael Lain é uma dos quatro finalistas ao prestigioso prêmio Marcel Duchamp de arte contemporânea, criado para promover as artes plásticas e visuais francesas e destacar a inovação dos escolhidos. Eles concorrem com os artistas franceses Gaëlle Choisne, Noémie Goudal e Abdelkader Benchamma. Os finalistas expõem suas obras no Centro Pompidou de Paris entre esta quarta-feira e o dia 6 de janeiro de 2025 ocupando uma sala de uma das galerias do Beaubourg. O coletivo Detanico & Lain apresenta a instalação Flowering of Light (O Florescimento da Luz) em três partes: a relação entre campos de galáxias no começo do Universo e campos de flores, uma constelação de estrelas e os nomes dos mares da lua projetados em um disco de pedras brancas. O vencedor será anunciado no dia 14 de outubro. (RFI)
Assistentes de IA podem revelar conversas embaraçosas em reuniões de trabalho
A inteligência artificial tende a assumir algumas funções humanas e uma delas parece ser o caso das fofocas de corredores. O pesquisador e engenheiro Alex Bilzerian contou no X que, após uma reunião com investidores pelo Zoom, recebeu um e-mail automatizado da Otter.ai, um serviço de transcrição com um “assistente de reunião de IA”, que lhe encaminhou toda a conversa em texto, incluindo a parte depois que ele saiu, quando os investidores discutiram as falhas estratégicas e métricas adulteradas de sua empresa. Outros funcionários que utilizam esses recursos de IA também correm o risco de serem constrangidos ao compartilharem informações prejudiciais. Hatim Rahman, professor associado da Kellogg School of Management da Northwestern University avalia que a responsabilidade de que esse uso não leve a consequências inesperadas é tanto das empresas quanto dos usuários. (Washington Post)
Procurador mostra evidências de que Trump agiu de forma privada contra vitória de Biden
Para provar que Donald Trump pode ser julgado por tentar anular a vitória eleitoral de Joe Biden em 2020, depois de o Supremo Tribunal ter decidido que presidentes estão imunes a processos por atos oficiais, o procurador especial americano Jack Smith apresentou novas evidências para apoiar sua alegação de que o republicano agiu de forma privada. Um documento de 165 páginas detalha mensagens privadas de Trump com seu vice-presidente, Mike Pence, e outras pessoas, como seu advogado Rudolph Giuliani e altos funcionários da Casa Branca e do Partido Republicano. Mostra ainda quantas pessoas disseram a Trump que não havia provas de que a eleição foi roubada. O texto descreve o que Trump fazia em 6 de janeiro de 2020, quando seus apoiadores invadiram o Capitólio. Ao ser informado por um assessor sobre as medidas que estavam sendo tomadas para garantir a segurança de Pence, Trump “olhou para ele e disse apenas: ‘E daí?’”, alega a equipe de Smith. Os promotores pintaram um retrato de como Trump se recusou a emitir uma declaração pública para acalmar os apoiadores enquanto eles invadiam o Capitólio, até que todos os seus assessores o deixaram sozinho na sala de jantar da Casa Branca, onde uma televisão estava ligada na Fox News. O objetivo do documento é convencer a juíza distrital Tanya Chutkan de que as ações de Trump foram não oficiais, podendo permanecer como parte da acusação à medida que o caso avança. (Washington Post)
Para Samuel Pessôa, Moody’s vai rebaixar o Brasil em dois ou três anos
O governo comemorou a decisão da Moody’s de elevar a nota de crédito soberano do Brasil, que agora está a um passo do grau de investimento. Já os analistas se dividiram. Para Samuel Pessôa, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), a Moody’s vai rebaixar o Brasil daqui a uns dois ou três anos. “Devem reverter a decisão que eles tomaram. É a minha impressão”, afirma, acrescentando que o “grau de investimento está superdistante”. Ele identifica desequilíbrios na economia brasileira que tornam o crescimento econômico e da dívida pública insustentável. Mas avalia que será possível “empurrar com a barriga até o processo eleitoral” de 2026. “É (uma visão) mais negativa. Não tanto pela foto do país, mas o filme é ruim. Quando a gente fala sobre a insustentabilidade, ela não necessariamente se aplica à foto, mas se aplica ao filme.” (Estadão)
Bandeiras proíbem uso de cartão de crédito para pagamento de bets
Desde terça-feira, o uso de cartão de crédito para pagamento de apostas e jogos online foi proibido pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). A decisão foi tomada após reunião com representantes de Visa, Mastercard, Elo, American Express, além de bancos e meios de pagamento. Responsável por regular o setor, a Fazenda vai proibir essa modalidade de pagamento das bets em 1º de janeiro. O uso de Pix, TED, boleto, débito e pós-pagos ainda poderão ser usados. Dados do setor indicam que cerca de 90% das apostas são realizadas por Pix, sendo inexpressivo o uso do cartão de crédito neste segmento, segundo a Abecs. A entidade afirma que a medida foi baseada na crescente preocupação do setor de cartões em torno da prevenção ao superendividamento da população. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) defendeu hoje a suspensão temporária do Pix como meio de pagamento para apostas online. Em reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a entidade citou a possibilidade de impor limites de transações para essa categoria, semelhante ao que ocorre no período noturno. (Folha)