Manifestações fracassam, mas direita cresce no país

Nas contas dos organizadores, as manifestações de ontem somaram 55 mil pessoas em 63 cidades distintas do país. Isto não inclui São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte. Lá, não houve contagem. Por um motivo simples: a avenida Paulista, por exemplo, estava vazia. No trecho de maior concentração, em frente ao Masp, o público não chegou a ocupar um quarteirão, de acordo com o Estado de S. Paulo. “A pauta não é binária como o Fora, Dilma e o impeachment”, justificou o líder do Vem Pra Rua, Rogério Chequer. O ato foi marcado em defesa da Lava Jato e contra parlamentares que desejam um ‘acordo de salvação’. Houve esforço, porém, para não atacar o presidente Michel Temer.

Aliás... segundo o Painel da Folha, o MBL quer lançar entre dez e 15 candidatos a deputado federal nas eleições de 2018.

Kim Kataguiri, líder do movimento, é um dos que deseja seguir para Brasília.

Impulsionada pelas manifestações pró-impeachment e por um sentimento antipetista, a nova direita se consolida na internet. Em março, segundo estudo da ePoliticSchool, o número de interações em páginas de direita do Facebook foi de 14,7 milhões contra 7,1 milhões nas de esquerda. O dobro. A direita não é única: há dos ultraliberais que rejeitam intervenção estatal aos nacionalistas que querem um Estado forte. Apesar do discurso do PT, o público de direita não se vê representado pelo PSDB, que considera um partido social-democrata. (Estadão)

Enquanto isso... Nos últimos tempos, os discursos de Jair Bolsonaro em plenário vêm mudando. Ícone de uma parcela mais radical da nova direita, o deputado se prepara para uma candidatura presidencial. Antes dominado por temas militares, ele vem ampliado sua gama de temas e feito citações bíblicas — tornou-se evangélico. Seu tom agressivo contra Dilma Rousseff, no fim do mandato, não foi diferente do adotado contra Fernando Henrique — “o maior ladrão que existe na história do país”. Em dezembro de 2000, Bolsonaro chegou a defender a corrupção de parlamentares. “Se não propinar o respectivo ministério, não tem recurso.” (Globo)

PUBLICIDADE

Ciro Gomes: “Não tenho a menor vontade de ser candidato se o Lula for. Menos em homenagem a ele e mais porque a tendência é ele polarizar o processo. E eu ficar falando de modelo econômico... Vou ter um papel nobre, vou lá para meus 12%, 15% no mínimo, mas daí dizer para o povo que acredito que vou ser presidente...” (Folha)

Em fevereiro, o STF proibiu a cobrança de contribuição sindical de trabalhadores que optam por não serem sindicalizados. Em 2016, o valor arrecadado chegou a R$ 3,5 bilhões. Agora, a Força Sindical oferece ao governo Temer uma porta para negociar. Reduz sua oposição às reformas da Previdência e trabalhista se, em troca, o Planalto regulamentar e restabelecer a verba cobrada. A Força diz ter apoio de outras três centrais. (Folha)

Há uma tendência nova em curso: para se aproximar do povo, políticos estão adotando o visual paletó sem gravata. O garoto-propaganda é o prefeito paulistano João Doria. Mais os prefeitos Rafael Greca (Curitiba) e Nelson Marchezan Jr (Porto Alegre). Temer, Renan e Rodrigo Maia já aparecem assim aqui e ali. (Folha)

Suspender Obamacare, o projeto de saúde do ex-presidente americano, é uma promessa dos políticos republicanos de anos. Mesmo com maioria na Câmara, porém, não conseguiram chegar a um acordo sobre como fazê-lo. Assim, Donald Trump teve sua maior derrota legislativa desde o início do mandato na última sexta-feira. Os deputados mais conservadores queriam derrubar por completo a legislação ou, ao menos, limitar a obrigatoriedade de seguros de saúde e reduzir subsídios estatais para pagá-los. Parlamentares mais moderados, porém, tinham medo de retirar de eleitores com necessidades este tipo de apoio que vem crescendo em popularidade.

Cultura

O Arquivo Nacional vem digitalizando os documentos do período da ditadura. Entre eles, letras de músicas, censuradas entre 1964 e 1985. A repórter Mariana Filgueiras, do Globo, revirou o acervo e descobriu que há 1.500 sambas, até então escondidos do público. Na primeira reportagem de uma série, ela revela letras de Candeia e Paulinho da Viola - este teve apenas uma letra censurada em sua carreira, Meu sapato, de 1971. Na segunda, publicada hoje, lembra os sambas vetados de Martinho da Vila, Leci Brandão e Nei Lopes.

O cineasta João Batista de Andrade deve assumir a direção da Ancine em maio, substituindo Manoel Rangel, que ocupou a vaga por dez anos. Segundo Andrade, ele vinha sendo sondado pelo ministro Roberto Freire havia três meses. Relutou, mas, enfim, aceitou. Ainda precisa da sanção de Michel Temer e da aprovação do Senado. Antes dele, cogitou-se o nome de Sérgio Sá Leitão, que dividia opiniões no meio audiovisual. Leitão, agora, deve ganhar outro posto dentro da agência. (Globo)

Ai Weiwei, o provocador artista chinês, vai distribuir grades por Nova York, num de seus maiores projetos de arte pública. Quer, é claro, fazer uma crítica à política americana de se fechar para nações estrangeiras. Ele prevê cerca de cem instalações com grades por toda a cidade, com inauguração prevista para outubro.

A Warner divulgou o novo trailer de Liga da Justiça, que tem estreia no Brasil prevista para para novembro.

Acabou ontem o Lollapalooza, em São Paulo. No primeiro dia, foram destaques os shows de Metallica, The xx e Rancid.  No segundo, The Strokes e Duran Duran fecharam a sexta edição do festival no Brasil, que bateu recordes. Cerca de cem mil pessoas passaram por lá - e enfrentaram longas filas para chegar aos bares. Um sistema de pulseiras, criadas para funcionar como comandas, também deixou a desejar. (Globo, Estadão e Folha)

Para ler com calma: em seu próprio site, Bob Dylan dá rara (e longa) entrevista. Fala sobre seu novo álbum, Triplicate, e sobre músicos como Amy Winehouse e Elvis Presley, entre outros.

A versão mais rápida: o Globo traz bom resumo da entrevista de Bob Dylan.

Viver

A cada hora, o Brasil ganha uma nova igreja. Um levantamento divulgado ontem pelo Globo, mostra que, de 2010 até fevereiro deste ano, 67.951 entidades se registraram na Receita Federal como “organizações religiosas ou filosóficas”. Há ao menos duas explicações prováveis: a migração de fiéis que, ao “dominar” uma doutrina, decidem abrir suas próprias igrejas, e a ampla imunidade tributária garantida a essas organizações.

PUBLICIDADE

“Me dói que eu não estava lá. Falam que ele pedia por mim, que ele pedia água.” Mãe da travesti Dandara, assassinada brutalmente em Fortaleza, Francisca Ferreira de Vasconcelos conta em depoimento à Folha a dor de enterrar a filha e de viver na mesma casa, carregada de memórias e saudade.

Bill Hayes e Oliver Sacks se conheceram por carta. Tratavam-se, solenes, como Dr. Sacks e Dr. Hayes. Por pouco tempo. Em um ano, tornaram-se melhores amigos e, em seguida, parceiros até a morte de O. - como passou a chamar Sacks, aclamado neurologista e autor que melhor escreveu sobre o tema. Fotógrafo e jornalista, Hayes publica agora seu diário. Nele, relembra quão fascinante era viver com Sacks, que não fazia a menor ideia de quem era Michael Jackson, ficou amigo de Bjork e decidiu morrer em casa, ao lado de seu amor, em 2015. O Guardian adianta trecho do diário de Hayes e traz uma breve entrevista com ele.

Pode soar amargurado, mas o psicólogo canadense Paul Bloom diz que pesquisas científicas comprovam: a empatia não ajuda em nada. Segundo ele, a capacidade de compartilhar dos sentimentos alheios apenas compromete nosso julgamento e induz a respostas irracionais. “Ela [a empatia] leva não só indivíduos, mas também nações e organizações, a tomar as piores decisões. As pessoas mais empáticas são também as mais propensas a represálias violentas”, afirma. (Folha)

Como o Maracanã, o estádio mais popular do planeta, foi mutilado em obras para a Copa de 2014 e chegou, enfim, ao estado de abandono atual? A Pública tenta explicar e revê a história do glorioso estádio que, agora combalido, tem futuro incerto.

Cotidiano Digital

O brinquedo da semana na internet: What did Donald Trump tweet about you? Basta estar logado no Facebook, clicar e, pronto, seu nome estará num tweet de Trump.

O The Verge conta como a Apple trabalhou junto de Drake para lançar o novo trabalho do artista. A empresa usou o poder de sua rádio, a Beats 1, e bateu todos os recordes de lançamentos no mundo do streaming. Um modelo, aliás, de relação gravadora-distribuidora-rádio que funciona desde a década de 1950.

Um carro autônomo da Uber bateu em outro veículo, no Arizona. A falha, diz a empresa, foi do outro carro, o que tinha motorista. Mesmo assim, suspendeu o programa de pesquisas de carros autônomos. (Folha)

Encontrou algum problema no site? Entre em contato.