Trump ordena ataque inesperado contra Síria

Os Estados Unidos dispararam 59 mísseis Tomahawk contra a base aérea da cidade de Shayrat, na Síria. De acordo com o New York Times, a Rússia foi alertada antes a respeito do ataque, como é de praxe, para que nenhum avião do país, que é aliado do regime de Bashar al-Assad, fosse atingido. Do ponto de vista militar, não foi um ataque particularmente agressivo: destruiu-se uma base pontual e só. Foi, principalmente, um recado de que os EUA responderão militarmente caso novos crimes de guerra sejam cometidos.

A jogada inesperada de Trump tem dois objetivos e alguns riscos. Vêm aumentando os indícios de que pessoas em sua campanha combinaram com os russos vazamentos contra Hillary que ajudaram em sua eleição. O gesto forte contra um dos mais importantes aliados de Putin pode criar impressão de independência e muda o clima do encontro que haverá na semana que vem entre o secretário de Estado Rex Tillerson e o presidente russo. Ao mesmo tempo, o braço de segurança nacional do governo Trump era visto como desorganizado, com trocas e mais trocas no primeiro escalão. A esperança é de que o disparo dos mísseis mude a percepção por parte da imprensa e, principalmente, da população americana. O principal risco é de que Assad pague para ver. Trump assumiu o governo prometendo destruir o Estado Islâmico. Este é o principal inimigo do ditador genocida sírio. Se Assad continua a ofensiva de terror contra seu povo, Trump se verá forçado a ampliar os ataques. Mas, ao enfraquecer o regime, ele abre espaço para crescimento do EI. Neste xadrez, só quem pode ajudá-lo é, ironicamente, Vladimir Putin. É o único com poder para conter a fúria Assad sem a necessidade de avanço militar americano. Mas esta é uma decisão do Kremlin, não da Casa Branca.

Com a ajuda da Rússia, Assad garantiu supremacia militar sobre os rebeldes. Com a eleição de Trump, havia uma declaração americana de que derrubá-lo não era mais prioridade. Por que fazer um desastrado ataque com armas químicas? Porque esta é a estratégia. Criar terror nas regiões dominadas por rebeldes. Deixar claro o custo de se voltar contra a ditadura.

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O Planalto deu aval para que a reforma da Previdência seja abrandada em cinco pontos: as regras de transição para o novo sistema, a assistência para idosos e pessoas com deficiência, pensões e aposentadoria rural. As mudanças diminuirão a economia em R$ 115,2 bilhões. (Estadão)

Cida Damasco: “O tamanho das resistências às mudanças propostas pelo Planalto deve ter surpreendido até os mais céticos. Afinal de contas, a rejeição não se circunscreve àqueles itens que, como sempre acontece, estão no texto original mais ou menos como os chamados ‘bodes na sala’, para serem retirados ou alterados durante as negociações. Chama a atenção a forte resistência inclusive à idade mínima de 65 anos, para homens e mulheres, considerada o coração da reforma proposta pelo Planalto.” (Estadão)

João Bosco Rabello: “No hiato entre a saída de Geddel e a licença de Padilha, sobrou como articulador político do PMDB somente o próprio presidente Michel Temer, que não pode exercer sozinho a missão. Renan detectou esse momento e aplicou a máxima de que não existe vácuo em política, ocupando a cena para estimular o instinto defensivo que prevalece no político ante o risco do mandato — hoje representado pela soma dos danos da Lava Jato e da impopularidade da reforma da Previdência. Como a maioria dos parlamentares, Renan ligou o modo sobrevivência pois sente o cheiro do perigo com a perspectiva de derrota eleitoral que o aproxima da primeira instância, uma vez perdido o foro especial. A rigor, passou a disputar a liderança de fato do PMDB explorando os ruídos entre o Planalto e sua base partidária. É um mau momento para Temer, porque insatisfação de base é como rastilho de pólvora: uma vez aceso pode aumentar a fogueira, à falta de bombeiros.”

Merval Pereira: “Se a reforma da previdência não andar, se não for aprovada uma reforma básica, com idade mínima e outras coisas específicas, acaba o governo Temer. Ele só existe e transmite confiança aos investidores porque há uma crença que controla o Congresso e consegue aprovar as reformas. Até agora tem dado certo. Mas se na previdência, que é a coisa fundamental, não conseguir, acaba o governo.” (Globo)

Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, disse nunca ter ouvido de seu antecessor, Sérgio Cabral, qualquer menção a propinas. Enquanto isso, a cúpula da joalheria H.Stern fechou acordo de delação premiada para explicar como era o processo de lavagem de dinheiro do ex-governador. Cabral vai depor em Curitiba no dia 27. (Globo)

Corruptor, compre seu bilhete para um futuro melhor.

Tony de Marco

 

Delacao-Premiada

Cultura

Em São Paulo, as dicas culturais da Bravo! incluem a mostra Clássicos Italianos, com filmes de Visconti, Sergio Leone e Ettore Scola, entre outros, todo o fim de semana, na Cinemateca, além do espetáculo Cantos Negreiros, com Fabiana Cozza e Marcelino Freire, hoje e amanhã, no Sesc Ipiranga.

No Rio, os destaques são os shows de Arismar do Espírito Santo com Cainã Cavalvante, hoje, no Bar Semente, e de Felipe S., vocalista do Mombojó, no domingo, na Audio Rebel. Outra dica é a mostra Entre Nós - A figura humana no acervo do Masp, que se despede do CCBB já na segunda-feira.

Nos cinemas, chegam às telas o documentário Pitanga (trailer), sobre Antonio Pitanga, ator-chave do Cinema Novo, e a animação Os Smurfs e a Vila Perdida (trailer), entre outros. Veja a agenda de estreias do fim de semana.

Foi dada a largada da corrida (maluca) por ingressos do Rock in Rio 2017. Ontem, primeiro dia de venda, em pouco tempo, esgotaram-se as entradas para os dias dos shows de Maroon 5, Guns N’Roses e The Who. Em seguida, foi a vez de acabarem os bilhetes para o último dia do festival, que tem entre as atrações Red Hot Chili Peppers e Offspring. (Globo)

Em 21 de novembro de 1962, a bossa nova se apresentou ao mundo, no Carnegie Hall, em Nova York. Omar Marzagão, produtor do concerto histórico, quer reviver aquela noite neste ano, no mesmo 21 de novembro e, também, no mesmo palco nova-iorquino. Do show original, estarão apenas Roberto Menescal e Carlinhos Lyra. Para completar o elenco, o produtor diz que vai convidar, por exemplo, Leila Pinheiro, Maria Gadú, Fernanda Takai e Daniel Jobim. E promete repetir o show em seguida no Brasil. (Folha)

Galeria: livro reúne fotos de Humphrey Bogart, Marilyn Monroe, Cyd Charisse, Bette Davis e outros mega astros de Hollywood — mas em momentos que poucos viram: provando roupa, testando maquiagem, cabelo, peruca ou luz, antes das cenas, nos bastidores.

É dura a vida dos editores de livros infantis que precisam recontar a biografia de Donald Trump para crianças. Em geral, os títulos vão para as escolas, mas a não-ficção infantil ganha força no país, conta o New York Times, justamente por ter ênfase no currículo escolar. Os editores, segundo a reportagem, estão pouco acostumados a lidar com a divisão de opiniões que Trump desperta. Pisam em ovos para não desagradar os pais. Por outro lado, não podem encobrir o perfil no mínimo controverso do presidente. A vida, enfim, era mais fácil nos tempos de Obama.

Nome forte do atual cinema francês, Olivier Assayas vai adaptar livro de Fernando Morais para as telas. Os Últimos Soldados da Guerra Fria, publicado em 2011, será convertido no thriller Wasp Network, ou Rede Vespa. O nome é referência ao grupo de cubanos que, nos anos 1990, espionou a oposição a Fidel Castro nos EUA. O cultuado diretor francês ganhou o prêmio de direção no último Festival de Cannes, com Personal Shopper.

Viver

As expressões “identidade de gênero” e “orientação sexual” foram retiradas pelo Ministério da Educação da base nacional curricular, documento que guia escolas públicas e privadas do país sobre o que deve ser ensinado nas salas de aula. Segundo a Folha, os termos apareciam numa versão entregue aos jornalistas na terça-feira. Ontem, porém, sem alarde, o MEC enviou um texto final sem mencionar os temas. Não havia mais a referência “à necessidade de respeito à identidade de gênero e orientação sexual”, pontos polêmicos desde que se começou o debate sobre as mudanças no currículo nacional. Questionado, o MEC alegou que o documento passou por “ajustes finais” que “identificaram redundâncias”. Faltou combinar com a secretária-executiva da pasta, Maria Helena Guimarães, que, já na terça, informara aos jornalistas sobre a ausência dos tópicos na versão final. O motivo? “Não trabalhamos com questão de gênero”, disse ela. “Não queremos nem ser a favor, nem contra.”

Além de pautas da atualidade, como o (excluído) debate sobre gênero, o documento define uma série de pontos da educação básica. Por exemplo, determina a idade em que as crianças devem saber ler e escrever — hoje em dia, aos 8 anos; no novo texto, aos 7. O idioma estrangeiro, antes em aberto, agora está definido como o inglês. O ensino religioso, outro tema polêmico, foi excluído. O Globo lista as principais mudanças do currículo.

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O impacto do assédio no trabalho se estende para além da vítima. Afeta todos os funcionários. É a tese de Susan Heathfield, especialista americana em Recursos Humanos. Em entrevista à BBC, ela conta que leu tudo sobre o caso José Mayer, acusado de assédio pela figurinista Su Tonani em denúncia publicada no blog #AgoraÉQueSãoElas. “Se você tem um local de trabalho em que os funcionários estão observando esse tipo de comportamento e não fazendo nada a respeito, você tem uma cultura de assédio”, diz a especialista. “Me pergunto se essa figurinista não tinha feito uma reclamação interna, foi ignorada e, por isso, decidiu levar a história a público.”

Falando em assédio… O ator David Schwimmer (o Ross, de Friends) lançou ontem, na internet, seis curtas sobre o tema. Deu à série o nome #ThatsHarassment (Isso é assédio). Trata-se, na verdade, da adaptação de curtas israelenses da diretora Sigal Avin, que retrata situações reais de homens assediando mulheres (inclusive, um caso vivido por ela mesma). Na nova série, o ambiente de trabalho é o principal cenário do assédio, mas há também vítimas de médicos, de políticos, entre outros. Na Cosmopolitan, o ator fala sobre seu engajamento ao lado da amiga israelense. Lá, também se pode assistir aos curtas.

“Há um tom infantil muito presente nas discussões sobre as ambições da mulher hoje.” É o que defende Jia Tolentino, em texto na New Yorker. Ela lembra que a ambição feminina é prejudicada por falhas políticas dos EUA (a precária licença maternidade, por exemplo), mas, agora, também pela própria cultura popular. E cita um exemplo recente: a estátua da menina destemida instalada em março diante do feroz touro de Wall Street, em Nova York, para lembrar que a mulher chegou para ficar no mercado de trabalho. “É desolador, e revelador, que essa mensagem seja mais facilmente transmitida pela figura de uma menina.”

Para ler com calma: Solidão gera solidão. Pessoas com poucas conexões sociais sofrem alterações cerebrais e ficam mais propensas a ver rostos humanos como ameaçadores. Vincular-se, então, fica mais difícil. Psicólogo da Universidade de Chicago e especialista em, digamos, solidão, John Cacioppo explica que o isolamento está ligado ao egocentrismo e até dá conselhos para os solitários, em entrevista à The Atlantic.

Cotidiano Digital

O Twitter entrou com um processo contra o governo americano. Questiona uma decisão da Casa Branca, que exige conhecer a identidade de um usuário anônimo que faz críticas à política migratória do governo Trump.

Aliás... Evan Williams, fundador de Blogger, Twitter e Medium, começou um processo de vendas das ações que tem do Twitter. Garante que não passará adiante mais de 30% dos papéis que tem e que a decisão é puramente pessoal. Deseja investir em novas empresas e doar para campanhas políticas. Mas o serviço de microblogs está em crise e um movimento destes deixa Wall Street preocupada.

Jeff Bezos anunciou que vai vender US$ 1 bilhão por ano em ações da Amazon, da qual é fundador e CEO. O empresário disse que planeja usar os recursos em sua empresa de foguetes, a Blue Origin. Tal qual o bilionário Elon Musk - dono Tesla e da SpaceX, que desenvolve foguetes para a Nasa —, Bezos se animou mais com a empreitada espacial desde que a indústria identificou que é possível reutilizar partes de foguetes parados no desenvolvimento de novos modelos. O reaproveitamento é a chave para baratear o ambicioso negócio.

Para ler com calma, o que acontece quando se treina uma inteligência artificial para fazer diagnósticos de exames médicos? A New Yorker vai atrás de alguns dos principais cientistas e médicos que pesquisam o assunto e mostra como os computadores podem ajudar em identificar padrões que ainda estão invisíveis para o olho humano.

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