A imprevisibilidade de Donald Trump

Há incerteza no Oriente Médio, em grande parte provocada pela repentina mudança de posição do presidente Donald Trump. Em 2013, quando um ataque com armas químicas do governo sírio matou mais de 1.400 pessoas, o hoje presidente foi ao Twitter se posicionar contra um ataque militar ao país. Durante sua campanha, estabeleceu como prioridade internacional a derrota do Estado Islâmico, principal inimigo do governo de Bashar al-Assad. E, na semana passada, quando um novo ataque atribuído a Assad custou a vida de 72 pessoas na última conta, os EUA decidiram responder com uma carga de mísseis num alvo militar. Na ONU, a embaixadora americana Nikki Haley declarou que “não há solução política na Síria se Assad continuar à frente do regime”. Não está clara, portanto, qual a solução proposta para a Síria se os principais rivais na Guerra Civil, governo e Estado Islâmico, estão sob ataque americano.

Adriana Carranca: a explicação do ataque americano à Síria pode estar na dança política entre EUA e Rússia. (Globo)

Quem é quem no conflito sírio, um vídeo do Vox. Em inglês.

Enquanto isso... os EUA deslocaram uma frota da Marinha para a península da Coreia. No mês passado, o secretário de Estado Rex Tillerson falou que a “paciência estratégica com Pyongyan tinha chegado ao fim”. E Trump, já se sabe, é imprevisível.

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Uma bomba explodiu dentro da igreja de São Jorge, na cidade egípcia de Tanta, durante a missa do Domingo de Ramos. Na sequência, outra explosão abalou a catedral de São Marcos, em Alexandria, onde o papa Teodoro II, da Igreja Copta, comandava a cerimônia dominical. Ele não foi atingido. Há pelo menos 44 mortos confirmados no pior ataque a cristãos no Egito em décadas. Não é uma minoria pequena: os ortodoxos coptas representam 10% da população no país, um grupo que em grande parte apoia o ditador Abdel Fattah al-Sisi. O Estado Islâmico assumiu a autoria dos atentados. O momento foi escolhido a dedo: não apenas um Domingo de Ramos, quando as igrejas estão mais cheias, mas também três semanas antes da chegada do papa católico Francisco, que visitará o país. Sisi, que chegou no sábado após uma bem-sucedida visita aos EUA, declarou três meses de estado de emergência.

Todos os olhos neste início de Semana Santa estão voltados para o gabinete do ministro Edson Fachin. A expectativa é de que ele decida antes do feriado pela abertura dos inquéritos pedidos pela Procuradoria Geral da República e baseados nas delações da Odebrecht. Na sequência, o relator da Lava Jato pode decidir tornar público o teor destas delações. Isto inclui não apenas o texto mas também os vídeos dos depoimentos. (Estadão)

Alon Feuerwerker: “O governo lê rapidamente a nova conjuntura (uma diferença importante desta administração para a caída) e trata de movimentar as peças na reforma da previdência social. Sem dizer assim, diz ao Congresso: ‘Aprovem qualquer reforma, mas aprovem uma reforma. É a carne que precisamos jogar aos leões do mercado financeiro para chegar até 2018’.”

Em Harvard, a ex-presidente Dilma Rousseff manifestou preocupação com uma possível prisão de Lula — que o tiraria da disputa pelo Planalto, em 2018. O juiz Sérgio Moro, por sua vez, afirmou considerar o caixa dois um crime talvez até pior do que a corrupção, por influenciar no resultado de eleições. Ambos, lê Helena Chagas, tentam mobilizar a opinião pública em torno de suas prioridades.

José Roberto de Toledo: pela primeira vez desde a democratização, um candidato de direita pode consolidar 10% ou mais do voto conservador, em 2018. É Jair Bolsonaro. Na esquerda, Lula é capaz de conseguir um quarto ou mais dos votos. O centro está desocupado e é este o lugar que o prefeito paulistano João Doria tenta conquistar, apesar das resistências internas no PSDB. (Estadão)

Eduardo Cunha pensa em delação premiada e promete “explodir o mundo empresarial”. Começaria pelo setor da carne. (Folha)

Cultura

Para Caetano, Gil foi decisivo em sua formação musical. Para Gil, o tropicalismo não existiria sem Caetano. Ambos estão com 74 anos e, como cabe aos grandes amigos, enaltecem um ao outro, em duas entrevistas à Folha, ontem. O mote das conversas foram os 50 anos do tropicalismo, o revolucionário movimento que os dois lideraram e que uniu de Tom Zé, Gal e Nara a Duprat, Capinam e Os Mutantes. “Eu não existiria como compositor nesse patamar, se não fosse por ele [Caetano]. Pela companhia, pela proximidade permanente, pelo convívio com a maneira dele de fazer”, disse Gil. Já com Caetano, a conversa foi mais política, sobre a esquerda, Temer e o impeachment - este, aliás, o baiano classifica como “um golpe paraguaio em câmera lenta”. 

Carrie Fisher, a eterna Princesa Leia, vai aparecer em Star Wars outra vez - no nono episódio da saga, previsto para 2019. A família liberou o uso de imagens da atriz, que morreu no final de 2016. Neste caso, as cenas serão criadas com o uso da tecnologia CGI. Em carne e osso mesmo, ela aparecerá antes, no 8º episódio (previso para dezembro), que ela havia gravado no ano passado.

Falas dos deputados nas sessões do impeachment em versão... poesia? Sim. Foi a ideia do escritor Roy David Frankel, que se debruçou sobre as transcrições dos discursos e converteu parte deles em versos, no livro Sessão. O Suplemento Pernambuco apresenta três dos "poemas".

O Manual do Escoteiro Mirim teria inspirado o jovem Bruno Borges, aquele que cobriu as paredes de seu quarto, no Acre, com texto cifrado (e ganhou fama nas redes sociais). Bastou a informação sobre o livro-inspiração para que o o clássico dos anos 1970 chegasse ao topo dos mais vendidos da Amazon (dentro da categoria infanto-juvenil). Faça-se saber: uma semana antes de vir à tona o caso do rapaz escriba do Acre, o livro (relançado recentemente) nem sequer figurava no ranking da Amazon. (Globo)

Galeria: o fotógrafo Mick Rock circulou entre os mitos da música internacional nos anos 1970. Registrou estrelas como David Bowie, Lou Reed, Iggy Pop - e, claro, todo o universo rock'n'roll movido a som e cocaína, droga na qual ele se viciou por longos anos. 

Galeria: Nickolas Muray clicou Frida Kahlo por anos. Fotógrafo e artista foram amigos e amantes por um bom tempo, o que rendeu incontáveis imagens, algumas já clássicas da mexicana. As fotos são mote de exposição na Califórnia, a partir de 30 de abril. 

Viver

O físico e matemático Alan Sokal parece gostar do lugar de cientista controverso. Nos anos 1990, ficou conhecido por escrever um texto que considerava, então, “completamente sem sentido”. Enviou-o a uma revista científica para provar que qualquer história, embalada em discurso erudito e elitista, seria publicada. E foi. Em entrevista recente ao El País, Sokal mostra que continua ácido e aponta os próprios acadêmicos, os políticos e a propaganda como maiores inimigos da ciência.

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Recém-divulgada pelo Ministério da Educação, a nova base nacional curricular foi inspirada pelos Estados Unidos, Austrália e Canadá, segundo reportagem da Folha. O problema é que no caso do primeiro país, por exemplo, o documento derrapou (e muito) até chegar às escolas. Foram quase três anos. Aqui, o MEC soa otimista: diz que vai treinar os professores já em 2018, para adotar o novo currículo em 2019.   

Um Putin de cílios postiços, sombra azul nas pálpebras e batom pink diante de um arco-íris. Parecia um retrato pop feito por Andy Warhol, mas o presidente russo não gostou. A imagem foi para uma lista de "proibidonas", ou seja, aquelas que, por lei, não podem ser compartilhadas por cidadãos russos. Mas… não adiantou. Putin à moda drag virou meme e rodou o mundo, sob a hasthtag #Putinsofab. 

Toda sonda da Nasa tem seu fim. Há 20 anos orbitando Saturno, a Cassini - uma senhora das sondas, que levou 30 anos e mais de US$ 3 bilhões para ser desenvolvida - será destruída por seus próprios criadores. Em coletiva de imprensa na semana passada, a Nasa informou, com certo pesar, que Cassini está quase sem combustível e que “matá-la” surge agora como a melhor opção. Caso contrário, a sonda poderia causar um acidente e até destruir descobertas feitas por ela mesma.

Galeria: Reunir 10 mil bichos de estimação. É o que calcula ter feito a Interpets, maior feira de animais do Japão. O Guardian exibe alguns exemplares, como chihuahuas desfilando em carrinhos de bebê ou um spitz alemão ao volante, ostentando sua Mercedes miniatura.

Cotidiano Digital

Um produto digital pode ter mercado em qualquer parte do mundo. Mas, quem opta por criar para diversas línguas, esbarra com uma série de problemas, entre eles, a difícil questão: como manter a consistência do design em versões com outros alfabetos ou até ideogramas? O Google, em parceria com a Adobe, acaba de disponibilizar uma nova fonte, gratuita (download), que promete consistência entre japonês, chinês, coreano, cirílico, grego e, sim, nosso alfabeto, o romano.

E, para quem gosta de fontes, o Guardian contou recentemente a história da fonte mais odiada da história, Comic Sans.

Procurado pelos EUA, hacker russo é detido em Barcelona. O programador Piotr Levashov, segundo a justiça americana, fez parte da equipe de espionagem da última campanha presidencial dos EUA, empreitada dos russos para prejudicar Hillary Clinton e beneficiar Donald Trump. Levashov agora aguarda em prisão preventiva até que se decida sobre sua deportação para os EUA.

O sumiço e os textos codificados do jovem Bruno Borges, do Acre, inspiraram games para smartphone. Com nomes como Menino do Acre ou Alquimistas do Acre, há vários disponíveis na Play Store, do Google. O objetivo, quase sempre, é encontrar o jovem escriba - desaparecido, na “vida real”, desde 27 de março. 

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