Temer: estar na delação “me caceteou muito”

O presidente Michel Temer só não está listado nos inquéritos abertos pelo Supremo para investigar as delações da Odebrecht porque a Constituição lhe confere imunidade temporária. A afirmação é do procurador geral da República, Rodrigo Janot. Em entrevista exibida no sábado à Band, Temer tocou no assunto a seu modo peculiar. “É uma coisa muito desagradável para quem está na vida pública há tanto tempo, graças a Deus sem manchas”, afirmou, segundo o Estadão. “É muito desagradável ouvir aquele depoimento. É constrangedor. Foi uma coisa que me caceteou muito.”

Aliás... a um determinado momento da entrevista, concedida à Band e exibida no sábado, o presidente detalha como Eduardo Cunha decidiu instaurar o processo de impeachment no momento em que deputados do PT votaram contra ele no Conselho de Ética da Câmara. “Se o PT votasse a favor de Cunha, talvez Dilma estivesse no cargo.” Veja o vídeo completo.

O advogado da ex-presidente, José Eduardo Cardozo, pretende usar a fala na Justiça pois “é uma prova de que Cunha abriu o processo por vingança.”

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Fernando Henrique Cardoso negou, no Facebook, participar de um acerto que envolve Temer e Lula para estancar a Lava Jato. Mas defende que uma conversa é necessária. “Diante do desmoronamento da ordem político-partidária e das distorções do sistema eleitoral é urgente um diálogo envolvendo o mundo político e a sociedade.”

Há um movimento curioso ocorrendo nos sites que normalmente se inclinam pró-PT. Primeiro foi o Intercept Brasil, que fez um longo balanço sobre como as delações da Odebrecht afetam Lula. “Ele não apenas saberia de tudo como, de acordo com depoimentos de diferentes delatores, se beneficiou diretamente dos desvios – e vai muito além de pedalinhos, reforma de sítio ou mesmo a compra de um triplex.” Na sequência, Paulo Henrique Amorim, em seu Conversa Afiada, leu um vídeo-editorial: “O presidente Lula mantinha com a Odebrecht uma relação promíscua.” A mais recente foi a Socialista Morena, Cynara Menezes: “O PT se refestelou no caixa dois, não há sombra de dúvidas.” Nem PHA, nem Cynara, retiram apoio ao PT e a Lula. Fazerm, porém, o movimento de constatar que houve corrupção.

Enquanto isso... O Instituto Lula nega oficialmente as acusações feitas por executivos da Odebrecht.

O texto final da reforma da Previdência será conhecido amanhã, durante a leitura do relator, deputado Arthur Oliveira Maia, na Comissão Especial da Câmara. A idade mínima de 65 anos para homens e mulheres deve ser mantida. (Estadão)

Vivemos um tempo de incertezas. Ou, de acordo com o título do novo livro do cientista político Sérgio Abranches, A Era do Imprevisto. Tecnologia digital, mudanças climáticas, o fluxo irrestrito de capitais e novos modelos de produção mudaram por completo as regras do mundo. Há novos problemas que as antigas respostas não mais resolvem. E, neste período de transição, se instala a crise. A direita se abraça a ferramentas de austeridade, que produzem algum resultado enquanto a esquerda se vê incapaz de apresentar alternativas. (Globo)

Sérgio Abranches: “A desigualdade está embutida na lógica da transição. A atuação da esquerda e a chave da democracia deveriam ser a luta contra ela (desigualdade). A centro-direita já percebeu que a desigualdade é um risco para ela e começa a tentar mitigá-la, enquanto a direita acha que a única forma de reduzi-la é eliminando, expulsando o desigual. Essa é uma luta crucial.” (Globo)

Enquanto isso... Uma extensa lista de intelectuais, políticos e artistas assina o Manifesto do Projeto Brasil Nação, que acusa a existência de uma coalizão de “classes financeiro-rentista” que opera contra o destaque do país no mundo. Entre as recomendações dos signatários está o aumento de investimento público para estimular a economia, impostos progressivos, juros mais baixos e, encabeçando, uma legislação fiscal que permita ao governo atuar na economia quando considerar necessário.

Ao longo da última semana, estimulamos o debate acerca da Constituição de 1988. Ela é, afinal, ao menos parcialmente responsável pela crise econômica e política que enfrentamos? Deve ser de alguma forma alterada? Houve toda sorte de respostas, e aqui selecionamos algumas.

Um grupo considera que o grande mérito da Carta de 1988 é o estabelecimento de direitos claros e necessários para todos os cidadãos. Mexer nela é um ataque direto a estes preceitos. Com argumentos distintos, de forma mais ou menos enfática, Guilhermy França, Davi Pires e Lorrayne Cruz fazem este raciocínio.

Há outro veio de crítica. Leitores que simpatizam com a ideia temem que, ou por conta dos políticos atuais, ou porque vivemos um momento de crise, uma Constituinte agora poderia se tornar perigosa. É por este caminho que vão Daniel De Tomazo e Ana Paula Medeiros. Savério Bezzon, no entanto, acredita que é justamente um momento de crise o ideal para se mexer no documento.

Alguns especialistas se manifestaram.
O juiz federal Nagibe Jorge Neto toca num ponto fundamental: “As propostas apresentadas, quase todas podem ser alcançadas por leis ordinárias, sem a necessidade de reforma constitucional.” O advogado Guilherme Grava vai além, com uma pergunta provocadora. “Se o objetivo da Constituinte for o de simplesmente servir de by-pass para contornar o Congresso, então seria preciso reconhecer que a instituição já perdeu toda e qualquer legitimidade para exercer suas funções.” Mas, em seu texto, Grava não perde as esperanças.

Há opiniões de toda sorte.
Alysson Campolina, por exemplo, defende que o problema vai para além da Constituição. O próprio regime deve ser mudado para uma Monarquia Parlamentarista.

O presidente turco Recep Erdogan teve uma importante vitória nas urnas. Por 51,37% contra 48,63%, a população disse sim à reforma constitucional desejada por ele. Acaso o resultado se confirme — a Comissão Eleitoral dá prazo de 11 ou 12 dias —, a Turquia se tornará presidencialista e Erdogan passará a ter atribuições do Legislativo além de ganhar autoridade sobre a indicação de juízes para a corte suprema. A oposição acusa irregularidades.

Um juiz federal proibiu, no sábado, o estado do Arkansas de executar oito homens numa sequência de onze dias. Desde que a pena de morte foi reinstituída nos EUA, em 1976, nunca se matou tanta gente num período tão curto de tempo. O estresse causado nos carrascos, alegam até defensores da pena de morte, pode levar a erros graves. A pressa tem motivo. A droga a ser usada nas injeções letais está próxima do prazo de validade. Em 2014, quando usada pela primeira vez no vizinho Oklahoma, a mesma droga já causou o intenso sofrimento de um prisioneiro — levado a morrer de ataque cardíaco 43 minutos após a injeção falhar. O laboratório fabricante diz que seu uso é impróprio para este fim. O governador afirma que vai recorrer para fazer as execuções.

Cultura

Paul McCartney fará shows no Brasil este ano. Segundo a coluna Ancelmo Gois, o ex-Beatle deve tocar em outubro e incluir a Bahia em seu roteiro. Não revela, porém, onde mais deve se apresentar. Os shows são parte das comemorações dos 50 anos do álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. (Globo)

Aliás... Os ingressos de shows no país estão cada vez mais caros. A entrada mais barata do Rock in Rio 2017, por exemplo, aumentou mais de oito vezes desde a primeira edição. O Nexo traz um levantamento das variações dos preços de shows por aqui — de Madonna e U2 a Metallica e Iron Maden — nas últimas três décadas.

Friends vai virar musical da Broadway. A série, que foi ao ar de 1994 a 2004, deve ganhar a versão para os palcos ainda neste ano, no segundo semestre. Quanto à participação dos atores do seriado original, há apenas rumores de que alguns deles podem passar pelos palcos, mas nada concreto.

Mark Hamill e Carrie Fischer deram uns amassos nos bons tempos de Star Wars. O ator, dono do papel Luke Skywalker, participou de homenagem à atriz (a eterna Princesa Leia), que morreu no ano passado. Ele contou que os beijos sempre terminavam em risadas. “Algo que mata qualquer, digamos, paixão. Eu não queria dividir Carrie com Harrison [Ford] ou qualquer outra pessoa. Mas não conseguiria namorá-la. Ela era demais para mim.” (Folha)

A propósito… saiu o teaser do episódio 8 da saga, Os Últimos Jedi. Diz-se que o longa é um retorno “ao lado sombrio” dos Jedi.

Na era do saudosismo dos vinis, há lojas dos bolachões vivas no Rio de Janeiro. O Globo visita algumas delas, recheadas de sons e histórias, na zona norte da cidade.

A TV invadiu o Festival de Cannes, tido como um baluarte do cinema universal. Ao anunciar sua programação, na semana passada, informou que terá exibições dos dois primeiros episódios da nova Twin Peaks, de David Lynch, e de toda a segunda temporada de Top of the Lake. (Folha)

Viver

Autor do célebre touro de Wall Street, Arturo Di Modica começou a briga: quer a retirada da escultura da menina destemida, instalada em março diante de seu trabalho, no coração financeiro de Nova York. Convocou seu advogado para uma coletiva, para dizer que, quando o touro foi ali posto, em 1989, a ideia era simbolizar “a liberdade e a força”. Com a recém-instalada da menina, diz ele, seu touro passou a ter uma conotação negativa. 

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O ativista ateu David Fitzgerald acaba de lançar livro para provar que Jesus nunca existiu — é apenas um mito. Nailed: Dez Mitos Cristãos Que Mostram Que Jesus Nunca Sequer Existiu, que chegou ao Brasil em versão eletrônica (via Amazon), tem como base contradições nos retratos de Jesus traçados pelos quatro evangelhistas (Mateus, Marcos, Lucas e João), que, diz o autor, não conheceram seu personagem. (Folha)

LSD no café da manhã? Sim, pode. No Reino Unido, ao menos, há quem tome ácido lisérgico com as torradas e o chá matinal para de sentir-se mais criativo ou até lidar melhor com traumas.

Roberto Pereira e Victor Oliveira estavam casados e queriam ter um filho. Valéria Oliveira, a mãe de Roberto, se apresentou prontamente: estava disposta a gerar o próprio neto. Aos 52 anos, pariu Alice e Valentina. (Globo)

Cem anos de penteados de universitários — registrados e catalogados a partir das fotos de 90 mil anuários de universidades. Estão lá bigodes, costeletas, cavanhaques e afins.

Donald Trump assinou, na semana passada, lei para restringir financiamento do Planned Parenthood, que atua na saúde da mulher auxiliando, inclusive, na interrupção da gravidez. Com a assinatura, muitas clínicas do programa podem fechar as portas. Mirando o aborto, a iniciativa também dificultará acesso por mulheres pobres a programas de pré-natal.

Cotidiano Digital

Tecnologia avança em ciclos. Enquanto estamos no auge do ciclo do celular, cuja disputa já se assentou no duopólio iPhone e Android, a próxima competição começa a se aquecer. O The Verge detalha como Google, Apple e Microsoft estão se posicionando para conquistar o mercado do pós-PC. O Google já entrou na luta com seus Chromebooks e está tentando criar uma forma de rodar também apps de Android no aparelho. A Apple aposta no iPad como o substituto barato do computador — tem a vantagem de boa base de apps disponíveis, mas a desvantagem do preço alto. A Microsoft não está parada e prepara um anúncio para o início de maio do que se espera que seja o Windows 10 Cloud, uma versão mais leve do sistema, para uso na rede e em computadores mais simples e baratos.

Quem são as pessoas que moderam as redes sociais e impedem que o Facebook seja tomado por pornografia? Essa é a pergunta que os diretores Ciaran Cassidy e Adrian Chen tentam responder com seu novo documentário. Os Moderadores acompanha o treinamento de uma turma indiana que trabalha para diversas empresas de tecnologia. O documentário é em inglês, com legendas em inglês e tem 20 minutos de duração.

Veja o primeiro trailer do game Star Wars Battlefront II. Será lançado em novembro, para Playstation 4, Xbox One e PCs.

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