Temer foca em votação rápida de denúncia

O deputado Sergio Zveiter deverá ler hoje à tarde, na Comissão de Constituição e Justiça, seu relatório a respeito da denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer. O Planalto dá como certa que esta é uma batalha perdida. Precisa, agora, lutar para que a CCJ vote contra o parecer. Para isso, precisará de 34 dos 66 votos. E os deputados membros da comissão passaram o domingo recebendo telefonemas. Eles debaterão o tema até quinta-feira e, na sexta, devem votar. (Estadão)

O foco das atenções de Temer é o PSDB. Durante o fim de semana, tentou marcar um encontro com Fernando Henrique Cardoso. Encontrou uma ‘dificuldade de agenda’ — então o presidente da República telefonou com seu apelo. Ouviu de FH uma análise da insatisfação da bancada tucana mais jovem. O governador paulista Geraldo Alckmin, por sua vez, ensaiou também desembarcar. Declarou que espera só a aprovação das reformas. “Depois disso”, declarou à imprensa, “não tem nenhuma razão para o PSDB participar do governo.” Era um dos últimos líderes a defender continuar no governo.

Com o presidente da Câmara Rodrigo Maia, Temer conseguiu uma conversa pessoal. Foi na manhã de domingo e durou 40 minutos. Pediu-lhe um trâmite rápido da denúncia na Câmara. Ouviu em resposta que não dava para garantir. É possível que o voto em plenário só ocorra em agosto, depois do recesso parlamentar. O deputado deixou o Palácio do Jaburu insatisfeito. Sente-se pressionado num momento em que opta pela institucionalidade. (Folha)

O El País analisa o lugar político do presidente da Câmara: “Enquanto Temer luta pela sobrevivência e pelo apoio minguante do Congresso, Maia faz um jogo duplo. Posa de fiel aliado do presidente sem mover um dedo para salvá-lo.” Caso venha mesmo a substituir Temer, o Brasil terá na presidência um deputado eleito com 53 mil votos — o 29° mais votado do estado do Rio. Candidato à prefeitura carioca em 2012, teve 2,94% dos votos válidos.

Aliás... Rodrigo Maia está na lista dos nomes que serão citados por Eduardo Cunha em sua delação premiada. Segundo Mônica Bergamo, nada que seja uma bala de prata capaz de derrubar sua candidatura. (Folha)

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Elio Gaspari: “Se o andar de cima parar de reclamar do Brasil, de seus políticos e da falta de quadros, poder-se-á sair da gramática que gera ‘Temers’, ‘Aécios’ e ‘Rodrigos’. Basta que exponham seus quadros. Em 2014, só Armínio Fraga (com Aécio Neves) e Neca Setubal (com Marina Silva) colocaram a cara na vitrine. Até o ano passado, a França parecia presa no dilema da falta de candidatos. Apareceu o meteoro Emmanuel Macron. Antes de militar profissionalmente no Partido Socialista, Macron trabalhou no banco Rothschild. Nos últimos 50 anos, a Maison Rothschild produziu dois presidentes da França. O outro foi Georges Pompidou (1969-1974). O andar de cima francês faz política na vitrine. O brasileiro passa férias na França e fala mal de Pindorama.” (Globo ou Folha)

Alon Feuerwerker: “O problema novo para os ocupantes do Palácio é uma certa naturalização da necessidade de reformas liberais. Um trunfo do governo era a suposta essencialidade dele próprio para o andamento da lipoaspiração na CLT e da imposição de idade mínima para aposentar. Mas espalha-se a sensação de que não é bem assim. A CLT light vai nascer esta semana no Senado. Só o imponderável impede esse desfecho. E o inferno policial-político começa a perturbar o impulso da mudança previdenciária. E instabiliza a ‘agenda’, que também é a base do projeto de continuidade pós-2018. Se antes Temer ajudava quem o levou ao poder, agora começa a dar a impressão de atrapalhar.”

Vera Magalhães: “O prolongamento da agonia política já dá sinais de produzir nas grandes cidades brasileiras uma situação de caos social com a qual prefeitos sem dinheiro em caixa não têm a menor ideia de como vão lidar. João Doria e Marcello Crivella, prefeitos das duas principais metrópoles brasileiras, trocaram em reunião recente informações sobre a explosão, nos últimos meses, da demanda por serviços de atendimento de saúde, fornecimento de medicamentos e vagas em albergues e o crescimento exponencial da população em situação de rua. ‘Ninguém parece se dar conta de que o Brasil está flertando com uma crise social gravíssima, que pode resvalar para violência, fruto de um desemprego que não para de crescer e de uma profunda desesperança da população’, disse Doria à coluna na última semana.” (Estadão)

Sérgio Abranches: “O presidente Michel Temer, em estadia a jato por Hamburgo, deu uma declaração que passará em branco no presente e no futuro. Sem ter programado — ou obtido? — sequer uma reunião bilateral, voltou ao Brasil no sábado (8) para encontrar o cenário menos favorável à sua presidência, do que estava, quando deixou o país, na tarde de quinta-feira (5) passada. O Brasil já foi mais influente e mais relevante nas reuniões do G20. Veio perdendo status ao longo do mandato de Dilma Rousseff e, com Temer, não consegue a atenção de nenhum líder importante.”

Alexandre de Moraes, o ministro calouro do STF, pediu vistas do processo que deve limitar o alcance do foro privilegiado. Está sentado nele faz 39 dias. Oito ministros do governo Temer e mais de uma centena de políticos estão sob investigação e, possivelmente, irão para a Justiça comum no momento em que o Supremo votar a matéria. Quando Moraes a devolver.

Amanhã será votado no Senado o texto da reforma trabalhista. 45 dos 81 senadores dizem que votarão a favor. Em se confirmando, é suficiente para aprovação.

Dois diretores do BNDES renunciaram a seus cargos na sexta-feira. O novo presidente do Banco, em entrevista ao Estadão, sinalizou que quer evitar uma mudança na maneira como a instituição cobra seus juros. Hoje, a taxa é definida por critérios políticos. Ela iria começar a flutuar com o mercado — coisa que empresários não desejam.

A partir das 9h de hoje, a Receita Federal libera consultas ao segundo lote da restituição de Imposto de Renda de Pessoas Físicas. O pagamento será liberado a partir do dia 17.

Leopoldo López, um dos principais líderes da oposição venezuelana, deixou a prisão no sábado. Estava lá desde fevereiro de 2014 — três anos e meio. Segue, com tornozeleira eletrônica, para a prisão domiciliar. Ele não tem os direitos políticos e, por enquanto, não pode se candidatar. Mas é certamente um dos nomes mais fortes à sucessão de Maduro. (Globo)

O premiê iraquiano Haider al-Abadi está em Mosul para declarar vitória sobre o Isis na segunda cidade mais importante do país. O cenário é de escombros. (New York Times)

Cultura

Quando da morte de Gabriel Gárcia Márquez, em 2014, não houve escritor latino-americano que não lamentasse publicamente a perda do autor — com uma exceção: Mario Vargas-Llosa. Este, também Nobel de Literatura, rompeu a amizade com Gabo em 1976, e, numa briga, deu-lhe um soco no rosto. O motivo, nunca se soube. Agora, porém, rompeu o silêncio. Vargas-Llosa contou como conheceu Gabo e elogiou o autor de Cem Anos de Solidão. Sobre a lendária briga, nada disse. E logo cortou o papo: “Estamos entrando em terreno perigoso. É hora de acabar com essa conversa”.

O novo Instituto Moreira Salles em São Paulo abrirá as portas em agosto com mostra política. Exibirá obras cujo mote são a “ressaca das Jornadas de Junho”, como define a Folha, sobre as manifestações de 2013 no país. 

O prédio do novo IMS, na avenida Paulista, aliás, ‘prega’ total abertura ao espaço público, avalia o jornal, como se a calçada continuasse rumo ao interior do instituto. Ao todo, são nove andares e custou R$ 80 milhões.   

Elis Regina em versão rap. A interpretação da cantora de Dois pra Lá, Dois pra Cá foi sampleada pelo rapper americano Joey Bada$$. Ouça, no Globo.

Quanto custa ter uma coleção de arte? Uma fortuna, sabe-se. O Artsy vai além e faz as contas de quanto custa manter uma coleção — segundo especialistas, os custos associados variam entre 1% e 20% do valor total das obras de arte acumuladas. O site calcula os gatos de três perfis de colecionadores: iniciante, sério e veterano.

Viver

Será mesmo verdade que uma tacinha de vinho por dia pode ajudar a prevenir ataques cardíacos? Embora seja senso comum, a questão nunca foi de fato tema de estudo científico rigoroso, conta o New York Times. Agora, porém, o National Institutes of Health começa a testar os benefícios e riscos do álcool em 8 mil voluntários de 16 países, ao longo de seis anos, num estudo que custará US$ 100 milhões. E quem vai bancar a pesquisa? Cinco das maiores fabricantes de bebidas do mundo.

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Imagine padres, bispos, rabinos, monges budistas — todos alucinando à base de cogumelos. É basicamente o elenco de um estudo (em andamento) na Universidade John Hopkins, nos EUA. Cientistas lá reuniram clérigos de diferentes denominações para uma pesquisa sobe os efeitos das drogas psicodélicas nas experiências religiosas. Eles recebem duas doses de psilocibina, substância presente nos chamados cogumelos mágicos, em duas sessões guiadas. Depois de tomar, deitam-se num sofá numa sala da universidade e lá ficam por duas horas. Os primeiros indícios são de que a experiência fica mais profunda e a crença se reforça numa toada comum a todas as religiões.

Quatro chineses ficarão trancados num bunker por 200 dias, em Pequim. Entraram ontem na cabine chamada Lunar Palace-1, que é parte de uma estratégia maior do governo chinês — para se tornar uma potência global na exploração de outros planetas e do espaço. No confinamento, os chineses precisam ser autossuficientes e terão de reaproveitar tudo, conta o Globo, até a própria urina. Também terão testadas suas condições psíquicas no período de completo isolamento.

Um vascaíno morreu após ser baleado na saída do jogo de seu time contra o Flamengo, no sábado, em São Januário. O conflito foi interno, dentro da torcida. Outros dois foram feridos à bala em confrontos nos arredores do estádio. No Nilton Santos, também no Rio, houve violência entre torcedores do Botafogo e do Atlético-MG — com 13 detidos e um baleado. A tensão está de volta.

Cotidiano Digital

A revista Wired está tentando calcular quantas vezes, nos milhões de jogos jogados, Mario — a personagem da Nintendo — morreu. Por incrível que pareça, não é um cálculo trivial.

Ponha uma palavra entre *asteriscos* no WhatsApp — ela aparecerá em negrito. Entre _travessões_, terminará italicizada. É uma das novidades recentes no app. Usuários de iPhone já podem juntar até 30 fotos e enviá-las de uma vez — ao invés de aparecerem como arquivos individuais na tela, transformam-se num álbum. Está a caminho para Android. Usuários de Android já podem travar até três usuários no topo da janela de conversas — a caminho para iPhone.

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