R$ 30 bilhões pior

O Planalto finalmente anunciou as novas metas fiscais para os próximos anos. O déficit ficou em R$ 159 bilhões para este ano e o próximo. Superávit, pelas contas da equipe econômica, só em 2021. Depois de dois adiamentos seguidos do anúncio, chegou a parecer que seria pior. Na briga interna, os ministros técnicos venceram os políticos, mas ainda assim o governo gastará R$ 30 bilhões mais do que seu compromisso do início do ano — e, para isso, encaminhará um projeto alterando as leis de Diretrizes Orçamentárias. O aumento do salário mínimo será menor. Foram cortados 60 mil cargos públicos. (Globo)

Aumento de tributos para o mercado financeiro e na contribuição previdenciária dos servidores trará R$ 14,5 bilhões novos. A partir de 2018, a folha salarial de empresas que foi desonerada durante o governo Dilma, um dos elementos que disparou a crise, será reonerada. Mas a previsão é de que o Congresso resista. (Estadão)

Henrique Meirelles entrou em contato com as três principais agências internacionais de classificação de risco. Pediu que esperassem um trimestre antes de rever as notas do país. (Folha)

Enquanto isso... Cíntia Borba Nogueira, assistente da primeira-dama Marcela Temer, recebeu um dos 76 imóveis funcionais da Presidência. (Estadão)

O Conselho Nacional de Justiça informa que não autorizou o pagamento de meio milhão de reais a um juiz do Mato Grosso. Nem a ele, nem aos outros 83 magistrados que receberam mais de R$ 100 mil em julho. Somados, os ganhos de todos deram R$ 19 milhões só naquele mês.

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Começa hoje a votação da reforma política na Câmara. Caso os deputados não consigam aprovar o fundo de financiamento público de campanha de R$ 3,6 bilhões, o Senado deve se mover para restabelecer o financiamento empresarial. Mas, para que valham nas eleições do ano que vem, as regras têm de ser aprovadas até o fim de setembro. (Estadão)

A presidente do Supremo, Cármen Lúcia, informou, em evento organizado pela Jovem Pan, que não há planos de rediscutir a prisão de réus condenados em segunda instância. Na semana passada, o ministro Gilmar Mendes havia sinalizado que poderia repensar seu voto. “Quero mudar o Brasil, não quero me mudar do Brasil”, disse Cármen. (Folha)

Não é tão simples. Seu colega de Corte, o ministro Alexandre de Moraes, bloqueia faz já 75 dias o avanço do julgamento que deve restringir o foro privilegiado. O STF provavelmente decidirá que só julga autoridades por crimes cometidos durante e em razão do exercício do cargo. Para o resto, Justiça comum. Ex-secretário de Alckmin e ex-ministro de Temer, Moraes pediu vistas e não há sinal de que planeje devolver o processo.

Aliás... O STF tirou de Sérgio Moro trechos dos depoimentos de executivos da JBS que citavam o ex-presidente Lula e seu ex-ministro, Guido Mantega. A 2ª Turma avaliou que o caso não tinha relação com a Lava Jato e, portanto, ficou com a Justiça Federal de Brasília, que já analisa o restante do caso.

O Ministério Público informou aos advogados do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha que as negociações por sua delação foram encerradas. Os procuradores queriam fatos envolvendo o presidente Temer ou, então, elementos que pudessem desestruturar os deputados ligados ao Centrão fisiológico que compunham seu bloco de poder na Câmara. Cunha, segundo os procuradores, apresentou denúncias contra seus inimigos e poupou aliados. O deputado não se exaltou ao receber a notícia. Tentará novamente quando Raquel Dodge assumir a Procuradoria-Geral da República. (Folha)

Quem perguntasse ao Google qual o político mais honesto do mundo descobriria que Jair Bolsonaro havia sido eleito assim. A turma do buscador interferiu e a notícia — que é falsa, tal avaliação não ocorreu — foi jogada lá para trás da fila de respostas. via Pioneiros

Para ver com calma: o documentário da Vice tem 22 minutos. Nele, câmera e repórter acompanham, desde a noite da última sexta-feira, os manifestantes da ultradireita em Charlottesville, Virgínia. O ambiente é claustrofóbico, e a tensão aumenta em incrementos até que vem o atropelamento seguido de morte. Em vídeo, o que pensam os militantes neonazistas e como agiram.

Cultura

Yayoi Kusama, das mais célebres artistas do Japão, terá seu próprio museu, em Tóquio, num prédio de cinco andares, com inauguração em outubro. Um andar inteiro será usado só para seus famosos "quartos infinitos”, as instalações super pop que movem multidões às suas mostras pelo mundo. Com as paredes cobertas por espelhos, os quartos são ora escuros e repletos de pontos de luz coloridos, ora iluminados e preenchidos com formas alucinógenas, típicas da obra de Kusama. 

Em tempo: um vídeo em 360º transporta o espectador para dentro dos "quartos infinitos" da artista.

Fora das telas desde 2014, Jim Carrey revelou há pouco o que vem fazendo: pintura. Liberou na internet um curta documentário sobre sua nova arte, e o vídeo já passa de 2 milhões de views no Vimeo. Nele, o ator aparece sério e concentrado, nada caricato como nas comédias de Hollywood, trabalhando em seu ateliê e discorrendo sobre questões pictóricas, entre tintas, telas e pincéis. 

A Netflix, segundo um cinéfilo. Crítico decano da Folha, Inácio Araujo escreve sobre como a plataforma de streaming não contempla os amantes (de verdade) da sétima arte: “A Netflix permanecerá como um incômodo na vida de todo cinéfilo enquanto for praticamente compulsória a assinatura de um serviço cujos benefícios, como se vê, são discutíveis. Digamos que eu seja fã de filmes japoneses. O portfólio da Netflix é mínimo. O mesmo se pode dizer do cinema europeu, do russo, dos mudos do mundo inteiro… Tudo isso de que as antigas locadoras conseguiam nos prover desapareceu".

De 787 críticas de disco escritas neste ano e compiladas pelo Metacritic, nenhuma foi ‘desfavorável’. Entre 2012 e 2016, ainda segundo o site especializado em críticas culturais, só oito entre 7.287 discos resenhados receberam avaliação ruim. A escassez de críticas negativas na música pode ser fruto da fragmentação da própria função na era digital. Há críticos por todos os lados e, na falta de referências dominantes, artistas e imprensa estabeleceram uma dinâmica nova. As estrelas independem dos críticos, e eles, por sua vez, fazem de tudo para agradá-las.

Falando em música… Mais da metade dos 60 milhões de usuários do Spotify ouvem as playlists da plataforma de streaming. Uma delas, a Today’s Top Hits, por exemplo, tem 16 milhões de assinantes. De certa forma, pois, são tais listas que definem os hits do momento. E, para o artista de hoje, ter sua música numa delas é tão importante como foi, outrora, emplacar numa emissora de rádio. As regras do jogo mudaram, e a Rolling Stone lista algumas delas.

Galeria: esculturas do Louvre em versão hipster, vestindo jeans justinhos, camisetas despojadas, óculos de sol ou até de posse de smartphone. O projeto é do fotógrafo Léo Caillard, que primeiro retrata amigos nas mesmas posições das esculturas e, depois, no Photoshop, 'veste' as obras com os looks moderninhos.

A escala Pantone, sistema mundial de cores, anunciou um novo tom de roxo — em homenagem a Prince, de Purple Rain

Viver

Quando os carros elétricos dominarem as cidades estaremos livres da poluição, certo? Errado. Segundo o Guardian, os carros elétricos não são a solução para a poluição urbana. Há três motivos: o primeiro diz respeito a caminhões e ônibus a diesel, que possivelmente continuarão circulando; o segundo refere-se aos próprios carros elétricos, que liberam partículas poluentes por meio de freios e pneus. E, ao menos por enquanto, para gerar eletricidade ainda se usa combustíveis fósseis.

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Alexya Salvador, 36 anos, dá aulas numa escola na Grande São Paulo. A professora é trans — fez a mudança para a identidade feminina em 2012 e, desde então, leciona de salto, batom, sobrancelha desenhada e cabelão solto. Sua transição ainda desperta debates entre os alunos. “Deixo que tragam suas realidades... as crianças querem ser ouvidas. Percebo que, trabalhando esses mecanismos de construção do gênero, elas pensam para falar e criam vocabulário para se expressar”, conta Alexya à BBC. Ela é mãe de dois (foi a primeira trans a adotar uma criança no Brasil, aliás) e também pastora numa igreja que aceita membros da comunidade LGBT.

No Rio, ante a violência crescente, batalhões da Polícia Militar criaram grupos de Whatsapp com moradores dos bairros de suas áreas de cobertura. Assim, diz a polícia, recebem mais facilmente as denúncias. Há até caso de morador que criou aplicativo só para falar diretamente com a PM. A situação é periclitante. Vide dados publicados pela Folha recentemente: neste 2017, o Rio teve o 1º semestre mais violento desde 2009; a cada 48 horas um policial é assassinado, e, por causa de tiroteios, escolas fecharam em 93 de 100 dias letivos.

Cotidiano Digital

Em abril de 2018, o Japão deve ligar a AI Bridging Cloud Infrastructure. Será a estrutura de computação mais rápida do mundo, capaz de operar a 130 petaflops. O recordista atual, chinês, vai a 93 petaflops; o americano mais rápido chega a 18. A máquina japonesa, um milhão de vezes mais rápida do que um notebook comum, ocupará mil metros quadrados e será utilizada para acelerar o aprendizado por software em robôs, carros autônomos, algoritmos de diagnóstico médico. Faz parte da estratégia de tornar o país um dos centros de inteligência artificial no planeta.

Há um novo vazamento sobre o iPhone 8 da praça — mas este tem um ineditismo ímpar. São dois vídeos, um tem nove segundos, e o outro, dez. Mas mostram, pela primeira vez, os momentos finais da fabricação dos aparelhos numa planta da Foxconn — a empresa conhecida pelo suicídio de funcionários e maus tratos em geral. Caso sejam reais — parecem ser —, é algo nunca visto.

Bill Gates, quem diria, entrou no Instagram. Juntou-se a Jeff Bezos, que se inscreveu na plataforma em julho.

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