Fachin pede mudanças em delação contra Temer

O ministro Edson Fachin devolveu para a Procuradoria-Geral da República a delação do doleiro Lúcio Funaro. Diz que são necessários ajustes antes de poder homologar. Segundo O Antagonista, o ministro pediu a retirada de uma cláusula que blinda o doleiro de ações de improbidade. Deu problema na delação da JBS.

De qualquer forma, mesmo quando homologada, descontando-se vazamentos, a delação de Funaro não deve se tornar pública. Janot não pediu o fim do sigilo. As denúncias envolvem o presidente. (Folha)

Vazamentos que já começaram: segundo Funaro, o ex-ministro Henrique Eduardo Alves recebeu R$ 7 milhões em espécie para sua campanha ao governo do Rio Grande do Norte. (Folha)

Enquanto isso... Eduardo Cunha afirmou, em sua proposta de delação premiada, que recebeu cerca de R$ 150 milhões de empresários para a campanha eleitoral de 2014. Segundo apuração do BuzzFeed, deste dinheiro R$ 80 milhões foram por caixa dois e vieram de empresas que também delataram — casos de Odebrecht e JBS — mas também de transportadoras e montadoras, ainda não investigadas.

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Já era alta madrugada quando Câmara e Senado encerraram suas sessões. Como pedido pelo governo, a meta fiscal para 2017 e 2018 ficou no rombo de R$ 159 bilhões. Mas, no jogo de resistência da oposição, as horas se alongaram e não deu para aprovar tudo. Quando bateu 3h30, não havia mais quórum no Senado e ficaram faltando alguns destaques. O Congresso tinha prazo para entregar o essencial da Lei de Diretrizes Orçamentárias: hoje, 31 de agosto. Na terça, os parlamentares votarão o que falta e será necessária uma retificação. (Globo)

O ministro Gilmar Mendes amanheceu disposto a tomar decisões por coincidência populares. Mandou suspender uma gratificação paga aos juízes do Acre. O processo de suspensão corre desde 1998 mas não havia ainda decisão. Segundo o presidente da Associação dos Magistrados estadual, ninguém a recebe mais faz 20 anos. Na sequência, Gilmar cobrou do governo que se explique em 10 dias a respeito do decreto que libera a exploração mineral da Renca, na Amazônia.

Por enquanto... O decreto que libera a Renca está suspenso por decisão de um juiz federal de Brasília.

Gilmar Mendes: “Janot é mais um legado do petismo. Indicaram um sindicalista para ser procurador-geral da República. Qual é a especialidade do Janot? Você não sabe. É direito constitucional? Não. É direito penal? Não. O maior ponto do currículo dele é ter sido presidente da Associação dos Procuradores. Podiam ter entregue a Procuradoria-Geral ao Vicentinho (ex-CUT).”

Aliás... A mulher de Gilmar, Guiomar Mendes, reclamou de os procuradores utilizarem-se do envio de flores pelo empresário Jacob Barata ao casal para mostrar intimidade. “É uma grande associação de fatos ridículos e que não provam nada. É impossível recordar quantas flores já nos foram enviadas.” O casal está em Bucareste.

O ministro Edson Fachin rejeitou um pedido feito pela defesa do presidente Michel Temer para declarar Janot suspeito. (Globo)

Porém... Temer vai recorrer. (Estadão)

A consultoria Eurasia, que avalia riscos políticos para investidores, vê Geraldo Alckmin como a Hillary Clinton brasileira. Por ser identificado com o establishment, sugerem os analistas, tem fortes chances de perder num momento em que o eleitorado se guia contra o establishment. Para a consultoria — que defende investidores estrangeiros e, portanto, medidas liberais na economia — “o risco não é Lula concorrer, mas sim que alguém como João Doria não concorra”. O prefeito paulistano faria uma política como a defendida pelo grupo embora se encaixe no perfil anti-político. (Folha)

Angela Nagle, escritora: “Critico uma versão específica da política identitária que é performática em suas demonstrações de consciência social. Não gosto particularmente porque é um grupo muito inclinado a censurar, a atacar em bloco indivíduos. Odeio isso. Ao calar seus inimigos políticos, eles calam também o dissenso dentro da própria esquerda e é este dissenso que sempre fez da esquerda vibrante intelectualmente. São os questionadores que evitam que a ideologia se fossilize porque nos obrigam a repensar. Mas suas vozes foram caladas.”

A escritora fala dos EUA, embora o fenômeno se repita no Brasil. Enquanto isso, José Roberto de Toledo conta a história de André Fernandes, jovem youtubber cearense, estrela nascente da ultra-direita na internet, que explodiu esta semana com o vídeo ‘Você tem coragem de votar em Bolsonaro?’. A Toledo, ele explica: “Muita gente tem vontade de falar mas não tem coragem. Eles dizem para mim: ‘Isso me representa. Não tenho coragem de dizer mas tenho de compartilhar’.” (Estadão)

Cultura

De Marcelo Antunez, diretor do filme sobre a Lava Jato: "Em qualquer filme baseado em fatos reais você tenta recolher o maior número possível de relatos das pessoas que presenciaram o fato e tenta estabelecer mais ou menos o que aconteceu ali. O que foi dito [por Lula] dentro da sala do depoimento tem registro e foi usado palavra por palavra. Mas isso é entretenimento, não estamos querendo fazer noticiário”. Para fazer da Operação Lava Jato uma peça de entretenimento, o longa Polícia Federal — A Lei é Para Todos, teve orçamento de R$ 16 milhões. E, segundo a Folha, chega ao circuito com mil cópias, número ambicioso se comparado a, por exemplo, Tropa de Elite 2, lançado em 600 salas do país.

Vinte e cinco anos depois de sair na Itália, chega ao Brasil o livro As Linguagens dos Quadrinhos, que se dedica às técnicas das HQs em comparação a outras artes. Seu autor, o semiólogo italiano Daniele Barbieri, diz que, apesar do um quarto de século desde sua publicação, o livro não perdeu atualidade: “Os quadrinhos, como linguagem, não mudaram”, diz em entrevista ao Estadão. O que acrescentaria à obra, completa o autor, seriam as webcomics, por exemplo, que tiraram do cartunista o limite da página de papel.

Morto no último sábado, Wilson das Neves vinha trabalhando em dois discos simultaneamente, Favela e Senzala. Seus amigos decidiram finalizar ambos os álbuns, reunindo-os num só, com a participação de outros cantores. Chico Buarque, conta o repórter Leonardo Lichote no Globo, já aceitou participar.

Começa hoje, no Rio, a Bienal do Livro, que foca neste ano no público jovem. Segundo o Globo, dos 330 convidados do evento, cerca de 150 são ligados ao setor infantojuvenil.

Viver

Do ministro do STF, Luís Roberto Barroso: “As escolas privadas podem estar ligadas a qualquer confissão religiosa, o que igualmente é legítimo. Mas não a escola pública. A escola pública fala para o filho de todos, e não para os filhos dos católicos, dos judeus, dos protestantes”. Ele é relator de uma ação da Procuradoria-Geral da República para vetar professores que representem religiões, tais como padres, pastores, rabinos ou pais-de-santo. O julgamento será retomado hoje e depende da maioria dos votos dos 11 ministros da Corte.

O ensino religioso, defende a ação da PGR, não pode ser confessional, ou seja, o conteúdo da disciplina deve se restringir a "doutrinas, práticas, história e dimensões sociais de diferentes religiões e as posições não religiosas, sem partido do educador”.

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Duas tragédias em menos de 36 horas no Brasil. Ambas com embarcações que naufragaram na semana passada — uma no Pará, com 21 mortos e número incerto de desaparecidos, outra na Bahia, com 18 mortos e outra leva de desaparecidos. Em ambos os casos, há evidências de que as embarcações não ofereciam segurança aos passageiros. No Pará, o dono da lancha já havia sido notificado. Na Bahia, o Ministério Público, conta o El País, denunciou a embarcação há dez anos. Dez anos. via Pioneiros

A escritora Clara Averbuck denunciou motorista do Uber por estupro. Em seguida, veio a campanha sob a hashtag MeuMotoristaAssediador. E neste contexto em que tantas mulheres relatam assédio por parte de motoristas de táxis e afins, há de se dizer: existe um app de transporte particular só para o sexo feminino, o FemiTaxi, das motoristas às passageiras. Promete conforto e segurança, aquela mesma que deveria ser garantida a toda mulher, seja qual o serviço escolhido.

Cotidiano Digital

2018 será marcado por uma nova guerra entre as plataformas iOS (Apple) e Android (Google): qual terá mais avanços em realidade aumentada — a capacidade de inserir objetos virtuais nas imagens reais captadas pelas lentes dos smartphones. A Apple vinha à frente por conta de seu ARKit, que facilita aos programadores para que desenvolvam apps para iPhones. Na terça, o Google anunciou ARCore, que faz o mesmo nos Androids.

O novo FitBit, relógio que mede do número de passos à frequência cardíaca, será lançado nas próximas semanas. É a quinta geração do aparelho e o novo modelo, mais próximo de um smartwatch, se chama Ionic. Nele há uma aposta tecnológica: um sensor ótico que, se tudo ocorrer conforme o plano da empresa, poderá perceber e monitorar apneia do sono a partir da medição do nível de oxigênio no sangue. A apneia é um problema grave, que afeta milhões, e pode matar. Não está claro se o simples acompanhamento de frequência cardíaca e O2 poderá monitorá-la. A aposta da empresa é de que, com os dados acumulados de uma quantidade muito grande de pessoas, seja possível detectar padrões ainda não percebidos pela medicina. Não é uma tese absurda, mas é, por enquanto, uma tese. Para a empresa, que vem tendo resultados modestos, provar sua capacidade de inovar tecnologicamente é fundamental.

O banco de dados do sistema Onliner Spambot — usado para envio de spams — foi tornado público. É uma coleção com 711 milhões de endereços de email acompanhados das senhas de usuários que não têm ideia da violação. Para checar se algum está lá basta lançar seu email na caixa de busca do Have I Been Pwned. via Pioneiros

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