Com Aécio vaiado, PSDB segue sem rumo entre centro e direita

O PSDB realizou durante o fim de semana sua convenção para nomear Geraldo Alckmin presidente do partido. Era para ser um momento de unificação, não foi. Enquanto Alckmin, Fernando Henrique, Tasso Jereissati e o prefeito João Doria entraram juntos e expostos, o senador Aécio Neves seguiu pelo outro lado. O mineiro fez-se acompanhar de uma claque barulhenta, votou tão rápido quanto deu, discursou sem delongas e saiu. Sob vaias. (Globo)

Aécio já havia sido informado de que receberia vaias, informa Andréia Sadi. Em um momento, teve de decidir se compareceria ou não. Considerou que, caso não fosse, seria notícia ainda assim.

Alon Feuerwerker: “Alckmin tem problemas a resolver. Começa atrás, pelo menos, de Marina e Bolsonaro. E precisa ganhar musculatura para trazer o apoio do PMDB e/ou dos partidos que apoiam o governo do PMDB. Só conseguirá se mostrar força e competitividade no campo da direita para desestimular outras ambições. Para tirar votos de Bolsonaro, o PSDB precisa falar ao eleitor de Bolsonaro. Para tirar de Marina, precisa falar ao dela. Fazer as duas coisas ao mesmo tempo é complexo. A opção seria tentar sacar do estoque de brancos, nulos, não sei e não vou votar, mas é pouco provável que o voto da antipolítica se converta à política nos primeiros momentos da corrida.”

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Após fazer novas críticas ao governo e insinuar que as Forças Armadas devem interferir na política brasileira caso haja o que descreve por ‘caos’, o general Antonio Hamilton Mourão foi exonerado de seu cargo como secretário de Finanças do Comando do Exército. (Folha)

Monica Gugliano: “Basta consultar as redes sociais frequentadas ou mantidas por militares para ter certeza de que o clima está muito ruim e que há uma busca ansiosa por candidatos que representem esse pessoal. Haja visto também o apoio que Bolsonaro vem tendo inclusive entre oficiais que até um tempo atrás olhavam com desdém para as ideias e o discurso do capitão/deputado. Pessoas que conhecem o general Mourão observam que ele está não com um, mas com os dois pés no palanque. A menos de quatro meses de entrar para a reserva, Mourão só está semeando palavras para colher votos em outubro de 2018.”

Enquanto isso... A Frente Povo Sem Medo, liderada pelo coordenador do MTST Guilherme Boulos, tem nas mãos um documento para iniciar a chapa Vamos. Inspirada no Podemos espanhol, pretende-se uma alternativa à esquerda ao PT. Propõe um parlamento unicameral, sem o Senado, a reversão de todas as privatizações e a legalização gradual de todas as drogas. (Folha)

A privatização da Eletrobrás, se aprovada por Câmara e Senado, deve ocorrer no período da eleição. No Orçamento, o governo pôs uma previsão de receber R$ 12 bilhões. O Estado manterá o controle do voto decisivo em temas estratégicos. (Folha)

Muito se tem comparado a eleição de 2018 com a de 1989. Não à toa. Aquela foi, como esta, uma eleição fragmentada na qual a corrupção era o tema mais forte. Existe a possibilidade de surgir um nome novo, que surpreenda. Mas, como lembra o Nexo, há diferenças. Por pior que seja a crise econômica atual, não chega perto da hiperinflação da época. Candidatos como Lula, Marina, Alckmin e Ciro representam agendas conhecidas do eleitor. E os partidos, embora numerosos, têm em boa parte uma solidez que não existia na primeira eleição presidencial desde 1964. via Pioneiros

A agitação é grande, nas universidades, pela operação da PF que cumpriu mandados de condução coercitiva de dirigentes da UFMG. Não há qualquer pista do que são acusados, apenas a insinuação de que envolve a malversação R$ 19 milhões em verbas públicas. Numa operação similar, que levou ao suicídio o ex-reitor da UFSC Luís Carlos Cancellier, até agora não surgiu qualquer acusação formal. “Se alguém acha que este tipo de espetáculo doura a imagem dos policiais”, escreveu Elio Gaspari, “o resultado será absolutamente negativo.” No Facebook, o ex-presidente Fernando Henrique foi enfático: “Para quem, como eu, foi vítima do arbítrio no período ditatorial, sinais de excesso são condenáveis e exigem esclarecimentos.”

A reforma trabalhista chegou às grandes redes do varejo, que já estão admitindo funcionários com contrato de trabalho intermitente. Eles atuam apenas quando convocados e os salários variam de acordo com as horas trabalhadas. O Magazine Luiza contratou 1.750 assim. Usou na Black Friday e contará com eles também no Natal e liquidação de janeiro. O mesmo na Leroy Merlin, que pretende reforçar o atendimento em finais de semana. Outras redes estão avaliando as contratações. (Estadão)

O diretor de marketing do Fluminense, Artur Mahmoud, foi preso na manhã de hoje junto com outras duas pessoas na investigação de repasses de ingressos para torcidas organizadas.

Cultura

Morreu no Rio, aos 98 anos, a atriz Eva Todor. O velório correrá segunda-feira, no Theatro Municipal da cidade. Tinha uma pneumonia. (Globo)

Tony Góes: “Ao longo do século 20, o Brasil teve a sorte de receber um fluxo contínuo de atores e diretores europeus. Eva Todor chegou em 1929, com 10 anos. Nascida na Hungria em uma família judia ligada ao meio artístico, gostava de dizer que nunca escolheu ser atriz: escolheram por ela. Dona de uma extensa carreira teatral, era uma das últimas remanescentes dos atores que tiveram suas próprias companhias. Sua carreira foi longa e estável, acumulando sucessos no palco e na TV. Jamais perdeu o ar de ‘velho mundo’, presente até mesmo em sua dicção peculiar — que não chegava a ser um sotaque, mas lhe dava todo um charme. Com ela se vai um estilo muito próprio de representar, além de uma simpatia irresistível.” (Folha)

Galeria: Eva Todor e sua carreira. (Globo)

Morreu na sexta-feira, vítima de um AVC, Ocimar Versolato, estilista brasileiro ícone da moda dos anos 1990. Ele chegou a ocupar o posto de diretor criativo da Lanvin, a maison centenária fundada em Paris, e foi o único a ter sido aceito no seleto grupo da Chambre Syndicale de la Haute Couture, entidade máxima da moda francesa. Tinha 56 anos. (Estadão)

Na Brasília nascente dos anos 1960, um grupo de elite estudava no Centro Integrado de Ensino Médio, ligado à UnB. Na turma dos mais velhos, Fernando Collor, o senador cassado Luiz Estevão, o empresário Paulo Octávio. Dos mais novos, o presidente da Petrobrás Pedro Parente, a escritora Ana Miranda, os jornalistas Álvaro Pereira e Heloísa Doyle. E Milton Hatoum, autor do recém-lançado A Noite da Espera (Amazon), seu romance passado na capital federal de princípios da Ditadura. Leonencio Nossa, veterano repórter do Estadão, pegou Hatoum para um passeio pela cidade na qual passou a adolescência e virou personagem de seu livro. Mas, na porta da antiga escola, ele hesita em entrar para rever sua sala. “É melhor guardar as invenções da memória”, diz. (Estadão)

Big Little Lies, série da HBO baseada no livro de Liane Moriarty, vai ganhar uma segunda temporada. Parte da equipe, como Nicole Kidman e Reese Witherspoon, produtoras e protagonistas do programa, deve retornar. O diretor Jean-Marc Vallée, responsável por todos os sete episódios da primeira temporada, não. Será substituído por Andrea Arnold. (Folha)

Viver

Uma cauda de dinossauro, com suas penas ainda intactas, foi encontrada perfeitamente preservada em âmbar em Myanmar, no sul da Ásia. A peça estava em um mercado, provavelmente destinada a acabar como curiosidade ou parte de uma joia — os comerciantes birmaneses acreditavam ser um fragmento de planta. A descoberta tornou possível, pela primeira vez, observar em 3D o arranjo de penas dos animais. Ela confirma teorias sobre a ordem em que algumas características das penas surgiram. As plumas do dinossauro não apresentavam um eixo central bem desenvolvido, o que sugere que as farpas e barbas surgiram antes dele ser formado. Este Coelurosauro, aparentado dos velociraptores, era do tamanho de um passarinho.

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No debate sobre a necessidade e a eficiência de cotas raciais nas universidades públicas, um dos argumentos frequentemente usados por aqueles que criticam a medida é o de que os estudantes, na maior parte das vezes provenientes de escolas públicas, não conseguem acompanhar as aulas. A Folha analisou o desempenho de 252 mil alunos nas últimas três edições do Enade, de 2014 a 2016: aqueles que entram pelo caminho das cotas se formam com desempenho próximo aos demais alunos em mais da metade dos cursos. A maior dificuldade é na área de Exatas: dos dez cursos em que os cotistas ficam para trás, sete são de lá. Apenas 4% dos alunos provenientes do ensino público se formam com desempenho adequado em matemática.

Rebeca Mendes Silva decidiu não esperar a decisão da Justiça de São Paulo. Realizou um aborto de forma legal, na Colômbia.

A origem da desigualdade pode remontar à pré-história. Cientistas fizeram um censo do tamanho das moradias em 62 sítios arqueológicos espalhados por América do Norte, Central, Europa, Oriente Médio e China. Aplicaram o índice de Gini, usado para medir desigualdade atualmente, para aferir as disparidades das vilas e cidades antigas. Em todos os continentes, mil anos depois da chegada da agricultura, o índice aumenta rapidamente. Na Europa, na Ásia e no Oriente Médio houve ainda um segundo pico de crescimento nas cidades que tiveram acesso a animais domesticados, como cavalos e vacas. A conclusão dos pesquisadores: a introdução da agricultura e dos animais domésticos permitiu o acúmulo desigual de riquezas. (Estadão)

Cotidiano Digital

A Disney está para comprar a 21st Century Fox. Ao vender seu estúdio de cinema, a família Murdoch manteria ainda o controle dos canais de TV, incluindo Fox, Fox News e Fox Sports. E a Disney se tornaria o maior estúdio de cinema da história de Hollywood. O projeto, que custará aproximadamente US$ 60 bilhões, tem foco preciso: Netflix, o maior serviço de streaming de vídeo do planeta. A Disney quer disputar este espaço. Pois, além de um acervo estupendo de filmes, a companhia leva ainda maioria no Hulu, um dos concorrentes no páreo do streaming americano. A empresa do velho Walt já tem 30% do negócio, e passaria a 60% com a aquisição da Fox.

O Facebook inaugurará em São Paulo a Estação Hack, sua primeira incubadora no mundo. Tem entre os conselheiros Jorge Paulo Lemann, Luiza Trajano e Gilberto Gil. O grupo escolherá até 10 startups para acelerar de maneira intensa. Sonham com a primeira unicorn brasileira: uma startup que cruza a marca do US$ 1 bilhão em valor de mercado. via Pioneiros

O Nubank fechou uma captação de R$ 250 milhões através de um Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios. É uma operação de crédito na qual a empresa pega o dinheiro dos investidores como empréstimo para reemprestar aos clientes de seu cartão. Chamou a atenção o fato de a demanda de investidores ter sido o dobro do que estava em oferta no mercado.

Aliás... Mercado que parece aquecido. A Movile, startup brasileira que controla vários apps incluindo o iFood, anunciou ter captado mais US$ 82 milhões em nova rodada com os dois fundos que já eram seus investidores: o Naspers, velho conhecido do mercado nacional, onde opera desde 2009 quando comprou o Buscapé, e o Innova Capital, de Jorge Paulo Lemann.

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