Serra, Maia e partidos batendo cabeça em busca de candidato
Romero Jucá consultou o senador José Serra para saber se ele não sairia candidato à presidência pelo PMDB. Não foi a primeira vez que perguntou e segue sem resposta. Pois há um grupo de tucanos insatisfeitos com Alckmin e, dependendo do candidato endossado pelo Planalto, podem mudar de barco. Chegamos àquele momento do ano em que qualquer solução imaginada parece plausível e todos batem cabeça. (Estadão)
Pois insatisfeitos, em partidos, não faltam. Jucá marcou para a terça-feira que vem a convenção do partido que preside. O presidente do Senado, Eunício Oliveira, está trabalhando para adiá-la. Dirigentes de dez estados viraram-se contra Jucá.
Um dos temas da convenção: cortar o P e voltar a ser o MDB. No embalo das lembranças do partido que um dia enfrentou a ditadura, a imagem da agremiação quem sabe melhora. Sonhos de Jucá.
Nessa toada, como vêm gostando, alguns demistas, de sussurrar o nome de Rodrigo Maia como candidato àquele Palácio na Praça dos Três Poderes. Brasília vive aqueles dias e nada do que vem saindo da cartola parece muito sólido. (Estadão)
E... Como o STF aceitou a denúncia contra Agripino Maia, presidente do DEM, também eles acharam bom adiar a convenção. Vão trocá-la para uma festa de celebração do bom 2017 que tiveram. Anda difícil ser político. (Globo)
Luís Inácio já tem dito: “Já desmoralizaram a política, os partidos. Eu fico muito puto que a classe política não reaja. Eu faço minha resistência não é por mim, não. É pelo PT. Não quero ser candidato por ser candidato. E não quero ser candidato se for culpado. Eles que apresentem à sociedade uma única culpa. O máximo que conseguem dizer é que Lula sabia.”
Enquanto Brasília se bate em boatos a respeito de sua saúde, o presidente Michel Temer deve ter alta, agora pela manhã, do Hospital Sírio Libanês. A informação foi confirmada pelo médico Roberto Kalil Filho. Fora o desconforto de usar uma sonda urinária por mais três semanas, ele poderá trabalhar normalmente e já deve descer no Planalto Central hoje mesmo.
A parcela de 50% dos mais pobres se apropriou de 12% do crescimento de renda em todo o mundo desde 1980. O 1% mais rico, porém, ficou com 27% do bolo. É o que mostra um relatório produzido por pesquisadores liderados pelo economista francês Thomas Piketty. Segundo seus cálculos, a fatia da renda mundial apropriada pelo 1% da elite cresceu de 16% para 22% entre 1980 e 2015. Já o pedaço repartido pelos 50% mais pobres aumentou de 8% para 10%. No Brasil, os 10% mais ricos ficam com 55% da renda nacional, mas a concentração no topo tem crescido mais rápido na China, na Rússia e na Índia. (Folha)
Foram encontrados em bancos de Andorra e Suíça US$ 2,3 bilhões pagos em suborno por empresas estrangeiras em troca de contratos com a PDVSA. O dinheiro foi guardado pela cúpula do governo Hugo Chávez, da Venezuela. (Estadão)
O deputado federal americano Dan Johnson foi encontrado morto por um tiro na têmpora, em seu estado natal do Kentucky. A polícia acredita em suicídio. O parlamentar republicano era acusado de ter investido sexualmente contra uma moça de 17 anos que frequentava a igreja evangélica da qual ele era bispo. (New York Times)
Cultura
Em fim de semana que estreia Star Wars, Os Últimos Jedi (trailer), é difícil ter espaço para outro filme. De onde vem o domínio da Força demonstrado por Rey? Que tipo de mestre será Luke Skywalker? E, como segundo filme da nova trilogia, terá este o tom soturno do Império Contra-Ataca? Já nos cinemas. Assim como está nos cinemas o documentário Coragem! As Muitas Vidas do Cardeal Paulo Evaristo Arns (trailer), ou Lumière (trailer), um mergulho na história dos irmãos franceses que inventaram o cinema, incluindo uma cuidadosa restauração daqueles registros iniciais. Não bastasse, há ainda Professor Marston e as Mulheres-Maravilhas (trailer), biografia do curioso polígamo que, entre suas duas mulheres, nelas se inspirou para inventar a heroína. Veja as outras.
Star Wars, para quem vê assim rapidamente e de soslaio, é apenas mais um produto de uma Hollywood agigantada e comercial que busca lucros com filmes fáceis. Um olhar mais fundo vê outra coisa: é uma costura de referências cinematográficas que mostram um profundo conhecimento da arte. Boa parte do enredo do primeiríssimo filme da saga — e mesmo a fotografia das cenas — vêm de A Fortaleza Escondida, de Akira Kurosawa. Assim como Rastros de Ódio, uma das obras primas do western de John Ford, inspira as cenas iniciais no deserto de Tatoine. Os tons quase nazistas do Império não são à toa — vêm de O Triunfo da Vontade, a grandiosa e terrível propaganda hitlerista de Leni Riefenstahl. E os anos 1940 estão representados, também, pelo cinema pop americano da Grande Guerra, em inúmeras cenas de batalha. Até o letreiro inclinado original tem antecedente: Flash Gordon. Compare cena a cena.
E... Outras referências ao longo da trilogia, de ...E o Vento Levou ao Senhor dos Anéis.
O Masp abre hoje exposição com 86 obras do pernambucano Tunga e propõe um percurso sem cronologia ou hierarquia entre as peças provenientes do ateliê do artista, de acervos institucionais e coleções particulares. Ainda em São Paulo, o CCSP apresenta Caderno Xerox, que expõe o trabalho de quem experimentou fazer arte com fotocópias nos anos 1970. No Theatro Municipal, hoje, Roberto Minczuk estreia a ópera A Flauta Mágica, de Mozart. E, na Audio, sábado, os Racionais MC’s fazem sua tradicional festa de fim de ano.
Já no Rio, tem ópera eletrônica, domingo, no Parque Lage. Assinam Fausto Fawcett e Bruno Queiroz. E é justamente até domingo que vai o Galileu Galilei de Brecht, no Teatro Maria Clara Machado, adaptado por Daniel Herz. E, também no domingo, tem Jazz na Rua, no Largo do Machado.
Para mais indicações culturais, assine a newsletter semanal da Bravo!
O documentário sobre a vida de David Bowie ganhou um novo trailer. A produção estreia no canal HBO em 8 de janeiro, dia em que o astro completaria 71 anos de idade. (Estadão)
Viver
Pela segunda vez, o Brasil enviará um experimento para a Estação Espacial Internacional. Estudantes brasileiros do Ensino Fundamental imaginaram uma solução para construções em planetas além-Terra e, assim, propõem um composto de cimento com pó de plástico verde, escudo contra a radiação. A dúvida é se ficará sólido o suficiente num ambiente de microgravidade. Estão prestes a descobrir. (Folha)
As cidades se tornam cada vez mais cheias. Mais pessoas, menos locais para espaços públicos. Mais carros, menos lugares para estacionamento. E, com as mudanças climáticas, a preocupação com tempestades e enchentes aumenta. Arquitetos de olho nesses dilemas propuseram uma solução: o Pop-Up. O conceito é de um reservatório subterrâneo para excesso de água com uma estrutura de estacionamento que literalmente flutua em cima dele. Funciona assim: nos dias ensolarados, a estrutura fica totalmente submersa abaixo do solo, e o espaço no topo pode ser usado como um parque público. Já nos dias chuvosos, o estacionamento levanta-se do chão enquanto o reservatório se enche de água. Ousado, mas garantem que é viável.
Não é um método contraceptivo novo. Tampouco desconhecido. A tabelinha voltou. Mas ela agora está dentro de um app: o Natural Cycles (iPhone e Android). A mulher mede sua temperatura todas as manhãs e o algoritmo calcula se é seguro ter sexo desprotegido aquele dia. Dá para saber, até, quais são os dias férteis. É uma opção para as mulheres para as quais a pílula não é a melhor escolha por conta dos efeitos colaterais negativos ou da incompatibilidade com outros medicamentos. Não está, no entanto, livre de falhas.
No freezer de casa, dentro de um saco plástico. É onde está o documento que registra como Eca Rubinstein quer ser tratada em seu leito de morte. Seu testamento vital. Prática que se torna comum nos EUA, o papel determina as terapias e os procedimentos aos quais o autor — qualquer pessoa saudável, sem comprometimento das faculdades mentais — deseja se submeter ou não quando estiver impossibilitado por questões de saúde. No Brasil, o Conselho Federal de Medicina regulamentou esse procedimento em 2012. “Pus a morte lá na frente, deixei no futuro, e comecei tudo de novo nos patamares de quem já está no terceiro ato da vida, sabendo que essa vida pode durar um dia ou 30 anos. O testamento vital é para facilitar. E todo ano tenho de voltar a ele e repensar. O diálogo continua. Não quero ir até o fim a qualquer custo", diz a aposentada. (Estadão)
Cotidiano Digital
Pedro Doria no ponto: “O diretor do FCC, equivalente americano à Anatel, liderou ontem uma votação que desregulamentou o serviço de provimento de internet. A partir do projeto de Ajit Pai, que venceu no conselho da agência por 3 votos a 2, empresas que vendem acesso a banda larga poderão bloquear sites online se o desejarem e cobrar a mais por determinados serviços. Pacotes que levam umas coisas, mas não outras, tão comuns na TV paga, passam a ser legais. É o fim, nos EUA, do que se convencionou chamar neutralidade de rede. Ou seja, deixa de ser obrigatório vender acesso à toda internet.” (Globo e Estadão)
João Moura, presidente da Telcomp, no contraponto: “A neutralidade absoluta de rede não vai existir no futuro. Com a internet das coisas, como carros conectados, as exigências técnicas serão diferentes. Um serviço como esse vai precisar de uma condição especial, com um menor nível de latência (tempo para carregar uma página) e informação em tempo real. Uma coisa é a operadora oferecer velocidade diferente para uma empresa que precisa de conexão em tempo real em distinção a um cliente residencial que não precisa de tanta banda. Outra coisa é a tele reduzir a velocidade na hora de ver um filme para determinado aplicativo em prol de beneficiar outro.” (Globo)
O debate voltará ao Brasil.
Pois é. Em 1998, Os Simpsons previram a compra da Fox pela Disney. Que foi concretizada ontem por US$ 52,4 bilhões.
2017 foi um ano difícil para o Soundcloud, que teve sua sobrevivência como empresa independente seriamente questionada, fez uma reestruturação grande com muitas demissões e conseguiu captar mais uma rodada com seus investidores. Agora, com gás renovado, lançou uma nova versão de seu app que reconhece músicas no ambiente. A principal mudança é uma nova tela inicial que deixa pra trás a experiência de linha do tempo, no estilo Facebook, e apresenta curadoria personalizada de conteúdo em um modelo mais próximo do que faz a Netflix. O objetivo é ajudar os usuários a encontrarem facilmente novos artistas e novas músicas.
E se Alexa, a assistente digital dentro das caixas de som inteligentes da Amazon, fosse desenvolvida para idosos? Um vídeo.
