Sete governadores pedem ajuda ao Planalto por segurança
Estava tudo calmo. Mas piorou de novo, na noite de ontem, a situação na Colônia Agroindustrial da Penitenciária de Aparecida de Goiânia. É o mesmo presídio no qual nove detentos foram incinerados na virada do ano. Ontem, não houve mortos. Mas há tensão. E Goiás não é o único estado com problemas. Seu governador, junto com os do DF, de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Tocantins, Rondônia e Maranhão pedem ajuda ao Planalto. Assinaram manifesto em que pedem um fundo nacional para segurança pública e a construção de mais presídios federais. Sua reclamação, no fundo, é simples: quebrados, os estados não têm dinheiro. E a situação se agrava rapidamente. (Globo)
O problema de fundo é o conflito por território entre o PCC e o Comando Vermelho. Em Roraima, segundo o Estadão, o grupo paulista se aproveita da imigração de venezuelanos por conta da crise e coopta aqueles que são presos por pequenos delitos, como furtos. É parte tática do projeto que ambas as facções têm de expansão internacional. (Estadão)
As articulações eleitorais ignoram o recesso de réveillon. Geraldo Alckmin reagiu à entrevista em que FHC ventilava a possibilidade de o PSDB apoiar um candidato de fora. O governador convocou uma coletiva para afirmar que seu partido “será protagonista no trabalho de unir o país” e ainda alfinetou os pré-candidatos Rodrigo Maia (DEM) e Henrique Meirelles (PSD), dizendo não ser fruto “nem da dinastia política, e nem de riqueza pessoal”. Fernando Henrique soltou nota apoiando Alckmin, mas o ninho tucano está longe da pacificação. Segundo o Radar, da Veja, aliados de João Doria dizem que a presidência é o “plano A, B e C” do prefeito.
Enquanto isso... Luciano Huck, que havia anunciado a desistência da candidatura, hesita. O apresentador teria dito a interlocutores que pode desistir da desistência se até abril Alckmin não decolar. Para Roberto Freire, cacique do PPS e tradicional aliado do PSDB, a candidatura de Huck deu só uma “freada de arrumação” por ter amadurecido cedo demais.
Ignoram o recesso mesmo. O PSB aposta em Joaquim Barbosa para acabar com a briga entre as alas nordestina (pró-Lula) e paulista (pró-Alckmin). Se Barbosa não embarcar, os socialistas têm como plano B outro ex-ministro do STF, Carlos Ayres Britto, que é nordestino e presidiu a Corte durante boa parte do julgamento do Mensalão. (Globo)
Partidos procuram candidatos, candidatos procuram partidos. Bolsonaro rompeu de vez com o PEN, que seria rebatizado Patriota. Está em busca de sigla nova. Brigou com o comando do PSC, onde está. Foi sondado pelo PRTB de Levy Fidelix, conversou com PR e Livres. Tem prazo até abril. (Valor)
A equipe econômica discutiu com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a criação de uma proposta de emenda à Constituição para mudar a regra de ouro. Aquela que estabelece que o governo não pode se endividar para cobrir gastos correntes. A mudança permitiria desobedecer a norma temporariamente, desde que com contrapartidas. Como está hoje, quebrar a regra pode levar ao impeachment.
E... Cristiane Brasil, a nova ministra do Trabalho, tem problemas na Justiça do Trabalho. Não pagou os direitos de dois motoristas. Foi condenada em um processo, fez acordo no outro.
Marcelo Brêtas, juiz da Lava Jato no Rio, deu entrevista a Míriam Leitão, na GloboNews. “Sem dúvida, seria uma derrota muito grande para o combate à corrupção”, afirmou, a respeito da possibilidade de o Supremo acabar com a prisão após condenação em segunda instância. “A Justiça tem de ser temida. É necessário que haja esse temor, que as pessoas tenham medo. As pessoas têm que considerar: se eu fizer alguma coisa errada, posso ser condenado, posso ser preso, posso ser envergonhado.”
Pois, ao menos em um caso, funcionou. É só muito lentamente que os Odebrecht começam a se entender após o fim do regime fechado de seu ex-presidente. Em prisão domiciliar, Marcelo passou o réveillon com a mulher e filhas. Mas, atendendo a um pedido da mãe, concordou em receber o pai, Emílio. Estavam afastados porque o filho se considerou abandonado. Ainda não marcaram a visita. (Globo)
O Blog do Noblat mudou de endereço. Está na Veja.
Aliás... No Twitter @1968agora, o jornalista dará ao longo do ano as notícias de cinco décadas atrás, num serviço de memória.
Um grupo formado pelos ministérios da Defesa e da Fazenda, além da FAB e do BNDES, formarão uma espécie de comitê de auditoria para monitorar a negociação entre Boeing e Embraer. É o que disse o ministro da Defesa, Raul Jungmann, ao Estadão. Já O ministro do gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen, afirmou que o “farol será sempre o interesse nacional”. Para ele, o governo está atento. “Temos condições de garantir o controle acionário, sem medo de parcerias vantajosas para o nosso desenvolvimento tecnológico, salvaguardando nosso conhecimento.”
E a Bolsa segue em alta. Fechou ontem com novo recorde de 78.647 pontos e chegou, durante o dia, a tocar o patamar dos 79 mil. (Valor)
O otimismo dos investidores, aliás, é um movimento global. Nos EUA, os três principais índices de Wall Street fecharam o dia com novos recordes e o Dow Jones Industrial terminou o pregão pela primeira vez com mais de 25 mil pontos.
Cultura
Há um clássico de volta aos cinemas: O excelente A Primeira Noite de um Homem (trailer), de Mike Nichols, estreia de Dustin Hoffman no cinema em 1967 com a imperdível trilha da dupla Simon e Garfunkel (Spotify). Ann Bancroft faz a Mrs. Robinson da música. É, porém, tempo de cinema pipoca. Jumanji (trailer), com Dwayne Johnson, reconta a história dos jogadores presos, desta vez, não em uma partida de tabuleiro, mas num videogame. E tem desenho novo da Pixar: Viva, A Vida é uma Festa (trailer), na qual um menino mexicano vai parar no mundo dos mortos. Veja as outras estreias.
E por falar em Pixar... Muitos são aqueles que já se emocionaram com Up, Altas Aventuras, o filme sobre o velhinho viúvo que, solitário, decide voar. A ideia original não era essa. Seria um filme sobre dois irmãos que viviam numa cidade flutuante. Pois é. E sabe a mãe de Ratatouille? Ela quase existiu. Agora, pasme: Toy Story ia ter outro nome. Hand-Me-Down Hero. Essas e outras histórias sobre ideias que foram descartadas pelo estúdio que salvou a Disney são contadas em um vídeo divertido.
E ficou mesmo para 2019. A oitava e última temporada de Game of Thrones estreia na HBO no ano que vem, com seis episódios. Como já havia ultrapassado o ponto deixado pelo escritor da saga, George R. R. Martin, a história deve seguir caminho próprio. Os rumores de que ela não voltaria este ano já eram fortes. Sophie Turner, que interpreta Sansa Stark, havia deixado escapar recentemente que não acreditava no retorno da série até 2019. O jeito é esperar. (Folha)
Aliás... os astros de Game of Thrones serão protagonistas de uma série de selos britânica. Entre eles, Kit Harrington, o Jon Snow, e Emilia Clarke, a Daenerys Targaryen. (Estadão)
Viver
Dias depois de a Califórnia se tornar o oitavo estado americano a liberar o uso recreativo da maconha, o governo Trump resolveu acabar com a festa. Revertendo mais uma política de Barack Obama, o procurador-geral Jeff Sessions orientou promotores sob seu comando a fazerem valer a lei federal, que proíbe a produção, comercialização, posse e consumo da droga. A guinada, além de atingir diretamente empresários que investiram na produção legal da erva, pode abrir uma crise com os estados, uma vez que uso recreativo da maconha foi aprovado em plebiscito. Correligionário de Trump e Sessions, o senador republicano pelo Colorado (primeiro estado a liberar a droga) Cory Gardner já ameaça impedir a nomeação de funcionários do Departamento de Justiça que dependam de aval do Congresso até que a medida seja revertida. (Washington Post)
Para ler com calma: A indústria da maconha legal dos EUA rebola para crescer à margem do sistema bancário. Como a lei federal classifica qualquer operação financeira com recursos oriundos da droga como lavagem de dinheiro, os empresários da erva não podem sequer abrir contas. Centenas de milhares de dólares são guardados em cofres, bolsas e gavetas, enquanto cooperativas de crédito fazem malabarismos financeiros para driblar as leis. (New York Times)
Nem as calotas polares, nem florestas como a Amazônia, ficam imunes aos efeitos das mudanças climáticas. Mas um ecossistema está desintegrando mais rapidamente do que qualquer outro: os recifes de corais, florestas tropicais do mundo submarino. Um estudo mediu suas taxas de branqueamento, processo que pode levar à morte dos organismos, desde 1980. Constatou que estão morrendo em nível inédito. As região mais atingida, até agora, é a dos recifes de Caribe e Atlântico ocidental.
Aliás... Relatório de um centro de monitoramento da União Europeia mostra que o ano passado foi o segundo mais quente desde finais do século 19, quando começou a medição. Perde apenas para 2016. Segundo o Serviço de Mudança Climática Copernicus, as temperaturas globais em 2017 foram em média 14,7ºC maiores do que as do período pré-industrial.
Há tempos a ciência vem pesquisando a aplicação de micróbios especiais dentro do corpo para administrar medicamentos. Resta, no entanto, o desafio de saber exatamente onde esses organismos estão, para saber se chegaram ao lugar certo. As técnicas habituais de imagem usam luz e não conseguem vê-los. Mas há uma nova maneira de rastrear os micróbios, fazendo-os criar sons específicos quando entram em contato com o ultra-som. Fica a promessa de que, com a técnica, seja possível monitorar a entrega de drogas em pacientes com doenças como o câncer.
Cotidiano Digital
Gilberto Kassab, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações: “Nós temos que ainda expandir muito o uso da banda larga. Há regiões do Brasil que, adensadas, não têm internet. Não está na hora de discutir a neutralidade ou não. Está na hora de expandir a internet. Isso ficará para as próximas gerações. É a posição do governo. Somos contra. Eu pessoalmente sou contra. O Brasil não está preparado para essa discussão. É uma decisão de poder político. Não terá iniciativa política neste sentido.” (Folha)
O jogo pode ser virtual, mas o masoquismo é real. Fabricantes de controles, óculos de realidade virtual e até vestes para gamers estão usando tecnologia tátil para simular na pele do usuário as sensações desagradáveis que ele vive nos jogos. Uma luva que espeta a mão como se fossem agulhas de gelo? Ou o revestimento que faz o controle esquentar igual ao líquido que ferve? E ainda a máscara que simula uma pancada na cabeça? Saudades dos tempos em que o controle só vibrava...
Aliás... O vício em videogames passará a ser considerado um distúrbio mental pela Organização Mundial da Saúde. A 11ª Classificação Internacional de Doenças (CID), que será publicada este ano, irá incluir a condição sob o nome de ‘distúrbio de games’. Entre os sintomas: não ter controle de frequência, intensidade e duração com que joga e priorizar jogar a outras atividades.
