STF sugere a PT que baixe o tom

O PT recebeu do STF um recado, informa Mônica Bergamo, na Folha. Que baixe o tom dos ataques contra o Judiciário. Se há uma chance de a corte livrar o ex-presidente da prisão, o volume de críticas será levado em conta. A presidente Cármen Lúcia, em jantar organizado pelo Poder360 ontem à noite, foi mais direta. Não crê em reversão da prisão para condenados em segunda instância neste momento. “Não sei porque um caso específico geraria uma pauta diferente”, disse a respeito de Lula. “Seria apequenar o Supremo”, concluiu, deixando claro que não conversou com qualquer ministro.

E justamente o Supremo recebeu uma dura crítica de Conrado Hübner Mendes, professor de direito constitucional da USP. Delcídio Amaral e Eduardo Cunha, embora parlamentares, foram tratados com rigor pelo STF. Renan Calheiros e Aécio Neves, não. Dilma não pôde tornar Lula ministro para conceder-lhe foro privilegiado. Temer fez o mesmo com Moreira Franco — e nada ocorreu. Pautas importantes para o país têm maioria na corte, mas um só ministro pode pedir vistas, bloqueá-la, e desrespeitar o prazo de devolução. Nada é feito. A lei proíbe que juízes se manifestem sobre os casos que julgam. Os ministros do Supremo o fazem toda hora. A corte máxima é inconsistente. (Folha)

Aliás... Lula pode fazer greve de fome, se for preso. (Folha)

Pois é. O juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio, é casado com uma também juíza. E ambos ganham auxílio-moradia. A decisão do STF que concedia o benefício a todos os magistrados declarava que casais não deviam receber duas vezes. Bretas foi à Justiça reclamar. Venceu. “Tenho esse ‘estranho’ hábito”, escreveu no Twitter. “Sempre que penso ter direito a algo, vou à Justiça e peço.” (Folha)

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Filha de Roberto Jefferson, a ministra nomeada, porém não empossada do Trabalho Cristiane Brasil aproveitou o fim de semana para gravar um vídeo no qual se defende das acusações de ter pendências na Justiça do Trabalho. “Todo mundo pode pedir qualquer coisa abstrata, ainda mais na Justiça do Trabalho”, diz, cercada de homens musculosos, depilados, de torso nu. Num barco ao mar. “Eu juro que não achava que tinha nada para dever.”

A insistência de Jefferson, que é presidente nacional do PTB, em sustentar a indicação da filha incomoda cada vez mais. “Ela não apareceu com a postura de uma ministra”, reclamou um parlamentar. (Globo)

O apresentador Luciano Huck voltou a negar que é candidato à presidência. E desautorizou um vídeo que circula avidamente pelo WhatsApp, no qual um apresentador chama os candidatos que já se apresentaram de “bandidos, malucos e despreparados”. A temporada da fake News eleitoral começou. (Folha)

Foi de R$ 124,4 bilhões o rombo registrado nas contas do governo em 2017. O resultado ficou abaixo do teto estabelecido pela meta fiscal, que previa déficit primário máximo de R$ 159 bilhões. Em 2016, o resultado negativo foi de R$ 161,276 bilhões. (Estadão)

Miriam Leitão: “O resultado do Tesouro de 2017 divulgado na tarde desta segunda-feira mostra como as despesas com a Previdência estão retirando recursos de outras áreas essenciais para o país. As chamadas despesas obrigatórias, que o governo não consegue cortar sem a aprovação do Congresso, já consomem 101% da receita líquida. É por isso que sem a aprovação de reformas os economistas não estimam que as contas públicas voltarão para o azul.” (Globo)

21% dos latino-americanos tinham renda suficiente para lhes garantir alguma segurança, em 2003. Em 2015 o número tinha chegado a 34%. Numa outra conta, feita pela Latinobarómetro, 42% dos latino-americanos se declaram de classe média. Em novembro, este grupo crescente elegeu Sebastián Piñera, o candidato da centro-direita, no Chile. Segundo Ignacio Walker, um cientista político de lá, a nova classe média da região é composta por gerentes, técnicos, donos de pequenos negócios e, em alguns casos, ainda estão na economia informal. Consideram-se responsáveis pela própria ascensão social. Self-made. A praxe é de que uma classe média grande tende a promover democracias estáveis. Defende direito de propriedade, limita o poder do Estado. Ao menos foi assim nos EUA e Europa — será assim neste hemisfério? No Brasil, parte deste público se inclinou na direção da extrema direita de Jair Bolsonaro. Mas, de acordo com a leitura da Economist, isto deve mudar conforme candidatos mais próximos do centro se apresentem.

Promessas de alto retorno em investimentos online em um país com mais de 700 milhões de usuários de internet onde o mercado de ações tem reputação de incerto. A China sofre com fraudes de investimentos há décadas, mas os golpes virtuais têm ampliado seu alcance. Na semana passada, a extinção do popular portal de investimentos Qianbao foi apenas a mais recente de uma série de colapsos que devastaram pequenos investidores chineses. (New York Times)

Cultura

Alexandre Bazzan: “O Grammy parecia disposto a fazer algumas reparações para os negros. Kendrick Lamar e o seu já clássico To Pimp a Butterfly (Spotify) perderam para Taylor Swift em 2016, mas existia uma explicação lógica: o mercado. Taylor tinha mais apelo, era mais conhecida, tinha vendido mais. Este ano, a Academia se encaminhava para uma reparação. O rapper tinha 5 prêmios quando Bruno Mars venceu nas categorias música do ano e gravação do ano. Mars é, sem dúvida, um dos maiores talentos da atualidade e ele fez o segundo disco mais vendido de 2017. O primeiro mais vendido? Sim, DAMN. (Spotify), de Lamar. Ao apontar Bruno Mars como estrela da noite, a Academia ignorou o poder que a música pode ter em mudar o mundo, ignorou a excelência artística, mas também ignorou o apelo mercadológico. Na noite deste domingo, o Grammy mostrou que vai até certo ponto na tentativa de reconhecer talentos, que pode até conceder migalhas aqui e ali, mas que seu conservadorismo se mantém intacto. A principal premiação da música comprovou que segue dois passos atrás da história.” (Estadão)

E o Nexo colocou em gráficos os dados da Agência Nacional do Cinema, a Ancine, que mostram a diversidade de gênero e raça do cinema brasileiro em 2016.

Para George RR Martin, autor de Game of Thrones, o mundo precisa mais de fantasia do que nunca. “Oz, Terra do Nunca, Narnia, País das Maravilhas, Zotique” — sai citando o velho escritor, tendo na cabeça os universos criados por escritores que imaginaram mundos paralelos com suas próprias regras, personagens e lógica. E ele começará a oferecer, anualmente, uma bolsa para autores que demonstrem talento para criar universos como estes. Banca o Clarion West Writers Workshop, um curso de seis semanas que ocorre em Seattle. Ele tem esperança de ver o novo Tolkien — ou Martin — saindo daí.

Indiana Jones 5 será o próximo filme de Steven Spielberg. A produção está prevista para começar em 2019 e chegar aos cinemas em 2020.

Viver

As jornadas de trabalho flexíveis, o home office, as entregas de compras cada vez mais rápidas e, é claro, Netflix. Tudo isso mudou os hábitos diários dos americanos. Eles estão, veja só, economizando energia porque estão saindo menos de casa. Gastam com as luzes acesas e assistindo TV, mas economizam a energia de edifícios de escritórios e outros locais. Em 2012, eles passaram oito dias a mais dentro de seus lares em comparação a dez anos antes. E eles também estão dormindo mais: cerca de 18 minutos a mais por semana em comparação a 2003. Um novo American way.

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E uma nova fase da exploração do espaço, batizada de 'New Space', e muito diferente da corrida espacial durante a antiga Guerra Fria, já começou. As estrelas não são os governos. São as empresas privadas. E o foco vai além do desenvolvimento econômico e tecnológico — está também nos lucros. Mais uma diferença importante: a primeira levou o homem à Lua, enquanto a nova fase deverá culminar com uma jornada a Marte. (Estadão)

A grife de roupas A Mulher do Padre (AMP) causou revolta em internautas ao lançar uma camiseta que imita o uniforme da Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor (Febem), a agora chamada Fundação Casa, responsável por executar medidas socioeducativas a adolescentes autores de atos infracionais. A marca se desculpou. Afirmou que a peça fazia parte de uma coleção composta por "camisetas de uniformes de companhias aéreas, instituições, concertos musicais e muitas outras que remetem a um passado distante". (Globo)

Cotidiano Digital

As políticas nacionalistas de Donald Trump começam a caminhar numa direção pouco ortodoxa para padrões americanos. O Axios teve acesso a um deque de Power Point interno no qual o Conselho de Segurança Nacional planeja o financiamento de uma rede 5G estatal. A infraestrutura de alta velocidade móvel, que cobriria todo o território nacional, seria erguida em três anos e, para gente importante na Casa Branca, tem objetivo estratégico. Para defesa contra a China. O País do Centro está próximo de dominar o campo de equipamento para redes e há receio real de que o 5G com roteadores estejam abertos a espiões hackers. A ideia de estatização, no entanto, caiu como uma bomba no campo republicano.

Aliás... O app de corrida Strava, que publicou no ano passado um mapa de calor com atividade de seus usuários, revelou involuntariamente a localização de bases militares e os hábitos em seu entorno, incluindo as das forças americanas no Iraque e da Síria. Segundo analistas de segurança, os contornos de bases em todo o mundo e as rotas traçadas pelos soldados são claramente visíveis no mapa. Além disso, embora não nomeie os usuários, eles podem ser facilmente rastreados com o cruzamento de seus dados no app com seu uso de redes sociais. O Pentágono está investigando a situação. (New York Times)

E... A turma da Piauí descobriu que os mapas do Strava também revelam a rotina nas bases militares e presídios brasileiros.

Os headphones sem fio darão um salto tecnológico. O truque está num chip. Raras empresas desenham seus próprios chips. A Apple o faz — é o segredo por trás dos AirPods. Mas a maioria compra o cérebro das máquinas de fornecedores externos para incluir em seus desenhos. Este trimestre entra em fabricação a família de chips QCC5100, da Qualcomm. Gastam muito menos energia para alimentar o Bluetooth, o que permite bateria para outros usos como cancelamento de ruído. Ou mesmo fones que tenham embutido assistentes digitais — como aquele do filme Her (trailer).

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