O tempo fecha para Lula nos tribunais superiores

O julgamento não era daqueles que produzem manchetes. Mas, ao avaliar o caso do deputado catarinense João Rodrigues, o ministro Alexandre de Moraes votou a favor da execução provisória da pena. Ou seja: Moraes se mostrou favorável à prisão após condenação em segunda instância. "Nosso esquema de Justiça é que as provas só podem ser analisadas por primeira e segunda instâncias", explicou. "Recurso sem efeitos suspensivos não podem congelar o Judiciário." Se não é possível reavaliar as provas após os TRFs, não há motivo para adiar cumprimento da pena. Da última vez, o STF decidiu antecipar o cumprimento de pena por 6 a 5. Se todos os ministros mantivessem seus votos anteriores, assim ficaria. Mas Gilmar Mendes acena que pode reconsiderar, colocando-se contra a prisão e invertendo o placar. Não é o único que considera mudar de opinião. Rosa Weber, que se alinhou ao lado derrotado, também cogita bandear-se. Se os dois inverterem, tudo fica como está. (Jota)

Os sinais para Lula não são bons. Ao assumir o comando do TSE, Luiz Fux focou o discurso na lei que torna o ex-presidente inelegível. “Os órgãos eleitorais devem rejeitar toda e qualquer postulação em desconformidade com o espírito de civismo trazido pela Lei da Ficha Limpa”, afirmou. “Ficha suja está fora do jogo democrático.”

Pelo sim, pelo não, Lula juntou mais um advogado à sua equipe de defesa. E não qualquer um: é ex-presidente do Supremo. Sepúlveda Pertence. Segundo o criminalista, está em curso “a maior perseguição desde Getúlio Vargas”. (Estadão)

E o TRF-4 publicou o acórdão, a decisão, que levou a condenação de Lula a 12 anos e um mês de prisão. Leia em PDF.

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Enquanto isso... As mulheres dos presos da Lava Jato no Complexo de Pinhais, Paraná, conseguiram uma vitória. A sala onde acontecia a revista íntima foi reformada e ganhou barra de agachamento. Estava, antes, suja, com teias de aranha, ratazanas circulando e fezes de aves pelo chão. Claudia Cruz, mulher de Eduardo Cunha, que tinha sua perna quebrada, chegou a precisar do apoio de uma cadeira bamba para se abaixar nua e ser examinada. Um scanner corporal será instalado.

Fernando Henrique Cardoso falou, ontem, a Vera Magalhães, Thiago Uberreich e Marco Antonio Villa, da Jovem Pan. “Seria bom ter mais opções, não quer dizer que estou apoiando. Acho que Luciano, se ele se dispuser a ser candidato, tem boas intenções. Não sei por qual partido viria. Falam em PPS, mas PPS não tem estrutura. Brasil precisa de apoios mais sólidos para construir um futuro. Houve movimento ‘onda azul’ para renovar PSDB. Cadê? A onda deu na praia. É bom ter gente como Luciano porque precisa arejar, botar em perigo a política tradicional, mesmo que seja do meu partido. É preciso que ela seja desafiada por pessoas portadoras de ideias e processos políticos novos para que o próprio partido possa avançar. Está havendo sinal nessa direção.”

Daí… Driblou a pergunta sobre Gilmar Mendes, que ele indicou. “Ele é competente, foi advogado-geral da União. Não me arrependo. Ele vai pela regra da lei, libera pessoas porque o tribunal não seguiu tal requisito. Isso produz em momento como nosso, que é de ódio, que ele pode ser odiado por uns e amado por outros, mas não posso ter arrependimento. Tem formação, tem visão.”

Vera Magalhães: “Não é só FHC que manifesta dúvida, entre as forças do chamado centro liberal, quanto à possibilidade de Geraldo Alckmin se viabilizar como candidato capaz de unificar partidos e apoios nesse campo. A fala de FHC, simpática ao apresentador por ser uma possibilidade de ‘arejar’ a política, foi vista como um sinal de tibieza de Alckmin. A análise partilhada por governadores, banqueiros e economistas é a de que Alckmin precisa se mostrar, antes de tudo, capaz de unificar seu partido e, principalmente, São Paulo. Para isso precisa encaminhar sua sucessão de forma a não dispersar os partidos que poderiam integrar sua aliança.” (Estadão)

E por falar em velho e novo... Agora é oficial. Fernando Collor é pré-candidato à presidência.

Após a forte queda de segunda-feira, as bolsas de Nova York fecharam em forte alta, ontem, após uma sessão bastante volátil. O movimento não recupera toda a baixa, mas foi suficiente para fazer Dow Jones e S&P 500 voltarem ao azul no acumulado do ano. (Valor)

A volta dos investidores às compras foi boa para o Ibovespa, que subiu 2,48%, aos 83.894 pontos. Já na Europa, as bolsas tiveram a maior queda em dois anos. Foram exceção. Durante a madrugada, as bolsas asiáticas demonstraram recuperação parcial.

E no Times, um alerta: a era do dinheiro fácil está acabando. Podem vir uma série de choques por aí.

E o Copom, que se reúne hoje em Brasília, deve diminuir para 6,75% a taxa básica da economia.

Um terremoto de 6,4 graus na escala Richter fez tombar e inclinar-se um edifício residencial de grande porte em Hualien, Taiwan. Até o momento há pelo menos quatro mortos, 243 feridos e 85 pessoas desaparecidas.

Viver

O bilionário Elon Musk deu o primeiro passo significativo no rumo de levar pessoas a Marte. Lançou ontem, da mesma plataforma onde a NASA enviou astronautas à Lua, o Falcon Heavy. O foguete, que carregou consigo um carro elétrico da Tesla, tem 70 metros de altura e capacidade de transportar mais de 66 toneladas. Vai demorar seis meses para chegar à órbita do planeta vermelho. Depois, ficará no espaço por milhões de anos. Nunca uma nave tão poderosa, de empresa privada, havia sido enviada ao espaço.

“Aparentemente, há um carro na órbita da Terra”, twittou Musk. E anexou um vídeo.

No Instagram, tascou uma foto de um dos circuitos integrados do Tesla em órbita. Made on Earth by humans.

Vale a pena ler: o perfil que a Rolling Stone fez do empresário em novembro último.

E, é claro, assista ao momento do lançamento do Falcon Heavy.

Temos um problema com a recuperação da camada de ozônio. Um novo estudo mostra que ela está, sim, em franca recuperação sobre os polos, mas o mesmo não acontece sobre o resto do planeta. O problema ocorre em latitudes mais baixas, justo onde se concentra a maioria da humanidade. E a causa ainda é desconhecida. (Estadão)

70,4% das jornalistas brasileiras ouvidas pela Abraji disseram já ter recebido cantadas que as deixaram desconfortáveis no exercício da profissão. 64% sofreram abuso de poder ou autoridade. 46% dizem não haver canais para denunciar estes casos em suas empresas. 10% receberam propostas de favores sexuais em troca de benefício.

Carlos Alberto Oliveira dos Santos era bem criança, ainda, quando pelo segundo ano seguido foi escalado para fazer o diabo na peça do tradicional Colégio Antônio Vieira, em Salvador. O único menino negro da escola. Recusou-se. Jogou contra a parede branca um vidro de mercurocromo. “Meu pai era marceneiro, homem de poucas palavras e com um cinto de couro de dois dedos de espessura”, lembrou já velho. Fugiu de casa com medo. Aí voltou. “Com muito medo da surra, saí de onde estava escondido e me apresentei. Ele me perguntou o porquê da peraltice, e eu respondi que estava cansado de ser escalado para interpretar o diabo, queria ser Deus, o que nunca deixavam. Ele concordou comigo, e a surra não aconteceu.” Foi a primeira vez que o pai da Lei Caó sentiu racismo na pele. O jornalista ex-deputado morreu domingo.

Gurmetizaram os bidês. Tushy é uma das startups do momento.

Cultura

No domingo, o New York Times publicou o depoimento da atriz Uma Thurman a respeito da relação de abuso com o produtor Harvey Weinstein. Sobrou para o diretor Quentin Tarantino. Na filmagem da última cena de Kill Bill, Thurman se machucou feio num acidente. Era uma cena para a qual se sentia insegura e preferia usar dublê na direção de um Karmann Ghia adaptado. Tarantino fez questão de tê-la dirigindo. A batida foi feia — e ela traz problemas no pescoço e nos joelhos desde então. Weinstein, segundo a atriz, abafou o caso e livrou-se de provas para evitar um processo. A pedido da atriz, Tarantino encontrou em seus arquivos as cenas do acidente. Mas, porque o velho produtor e assistentes puseram advogados para impedir a publicação de seus nomes, só a parte envolvendo Tarantino saiu.

Ontem, Tarantino contou sua versão ao Deadline. “Foi horrível”, ele disse. “Lembrei de como insisti que era seguro. Afetou nossa relação pelos dois ou três anos seguintes. A confiança se quebrou.”

A atriz retrucou, no Instagram. “As circunstâncias do acidente foram negligentes, quase criminosos. Mão não acredito que esta fosse a intenção. Quentin Tarantino se arrepende e sente remorso até hoje. E me deu o vídeo sabendo que poderia atingi-lo. Me orgulho de sua coragem. A tentativa de acobertar o acidente depois é imperdoável.”

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Vem aí um novo filme de Star Wars. Dos criadores de Game of Thrones. Os longas escritos e produzidos por David Benioff e D.B. Weiss serão separados da saga Skywalker e da nova trilogia comandada por Rian Johnson, diretor de Os úlimos Jedi. A produção começará só quando a oitava e última temporada de GOT, que estreia em 2019, estiver completa. Não há datas de lançamentos previstas.

Aliás... Assista ao primeiro trailer de Han Solo: Uma história Star Wars, que tem estreia prevista para 24 de maio no Brasil.

Whindersson Nunes perdeu o posto de maior canal do YouTube no Brasil. O novo titular é o canal KondZilla, do produtor musical Konrad Dantas, com 26,8 milhões de seguidores. Ele já era líder em número de visualizações de vídeo, com mais de 13 bilhões de cliques. KondZilla é a mente por trás dos principais videoclipes de funk no Brasil. Em seu canal, o clipe mais visto é o de Bum Bum Tam Tam, do MC Fioti, que também foi o mais visto do YouTube no Brasil em 2017. (Folha)

Cotidiano Digital

Cientistas descobriram que a inteligência artificial pode aprimorar a memória humana. Até aumentá-la. Eles estudaram a atividade cerebral relacionada a crises epiléticas. Estudaram o cérebro em momentos de lembrança. Registraram os padrões associados ao pensar numa palavra e ao esquecimento de outra. Coletaram dados suficientes e criaram algoritmos capazes de prever quais palavras possivelmente seriam lembradas por cada paciente. Daí, desenvolveram um sistema capaz de perceber quando o cérebro tem dificuldade de encontrar aquela ideia, para então disparar pulsos elétricos cronometrados que aprimorem a capacidade de memorização. Deu certo. O experimento melhorou em média 15% a capacidade dos pacientes de recuperar a lembrança das palavras esquecidas.

Competições de videogames antigos trazem um problema logístico. Alguns jogos ficam lentos em monitores LCD. Então, com frequência, é preciso alugar TVs antigas, com tubos de raios catódicos. CRTs. Não é um problema incomum. Nos EUA, começam a se tornar populares os Arcade Bars — locais nostálgicos onde a turma de quarenta e poucos pode reviver os tempos do fliperama. Novamente: CRTs. Manter estas máquinas funcionando, num mundo no qual peças sobressalentes começam a escassear, é um problema incrivelmente real.

Se você é de São Paulo... Neste Carnaval, o Blocochain sai no domingo, dia 18, para celebrar criptomoedas :-)

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