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A sessão que encerrou a passagem do ex-presidente Lula pela segunda instância foi rápida. Em apenas quinze minutos, por 3 votos a zero, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região rejeitou o embargo de declaração apresentado pelos advogados do ex-presidente contra sua condenação. A Defesa ainda tem direito a pedir embargos dos embargos, que raramente são reconhecidos pela Corte. A partir daí, o recurso é para cima — já na terceira instância. Por conta do salvo-conduto expedido pelo Supremo, Lula não pode ser preso. Mas, tecnicamente, já se enquadra na Lei da Ficha Limpa. Cabe ao Tribunal Superior Eleitoral definir se sua candidatura pode ser aceita ou não, mas a lei é clara. (Globo)

O juiz Sérgio Moro foi o entrevistado, ontem, do Roda Viva. Assista em vídeo. Aos jornalistas, lembrou que na França e nos EUA a prisão ocorre logo após o primeiro julgamento e os réus já condenado aguardam os recurso cumprindo pena. Moro é crítico do sistema brasileiro que sugere prisão apenas após o último julgamento ao mesmo tempo que é muito generoso com as possibilidades de recursos. Não bastassem processos que duram mais de dez anos, ainda permite que corram os prazos de prescrição. “Isso, na prática, é impunidade dos poderosos”, afirmou. O juiz falou também da ministra cujo voto definirá, no fim, a prisão de Lula. “Tenho apreço especial pela ministra Rosa Weber”, disse. Durante o processo do Mensalão, Moro serviu como seu assistente. “Pude observar a seriedade, a qualidade técnica.” (Folha)

Pois é... Em meio à tensão que circunda o tour pelo Sul de Lula, carregada de protestos contrários ao líder petista, um segurança presidencial deu um tapa no rosto do repórter Sérgio Roxo, do Globo. Ele exigia que o jornalista apagasse, de seu celular, um vídeo no qual outros seguranças chutavam manifestantes.

Para ler com calma. Professor do IESP da Uerj, Christian Edward Cyril Lynch conta a história recente do Brasil. Na sua leitura, a explosão começa em 2013, quando brasileiros vão às ruas incomodados com a má qualidade dos serviços públicos e os gastos do governo com a Copa. As passeatas passam, os políticos não dão resposta àqueles anseios. Para Lynch, não vivemos um novo 1964 — e sim outro 1930. O Tenentismo, que se insurgiu contra a política da Primeira República, é agora um Judiciarismo. O discurso é similar, carregado de contornos éticos e nuances liberais. Segundo o professor, há mais. Porque sempre houve, na República brasileira, um liberalismo de advogados, forte até o Golpe militar, que agora ressurgiu. Para ele, o símbolo ideológico desta nova geração de bacharéis é o ministro Luís Roberto Barroso: apoia tanto as reformas de FHC quanto os programas sociais de Lula e é punitivista na lida com a Justiça. Lê o Brasil como o liam Sérgio Buarque e Raymundo Faoro: o mal está no patrimonialismo, que precisa ser combatido. Esta nova geração de juízes e procuradores aproveitou a chance para avançar no combate ao que considera os males da política, sua intenção é refundar a República. Sem ter os anseios de 2013 atendidos pela política, um pedaço da população viu na Lava Jato uma possível resposta a seus problemas — a má qualidade do serviço público. O avanço permitiu a queda de uma presidente, tentou-se derrubar um segundo. Mas os políticos revidaram. No início, tentando se justificar com um discurso de garantismo judicial, também buscaram apoio da elite econômica com o argumento de busca pela estabilidade. Para cada avanço — a prisão de Eduardo Cunha —, há um recuo — o Senado não entrega Renan Calheiros. PT, PMDB e PSDB operam em conjunto, embora se distanciem no discurso. A dúvida é quanto fôlego sobra. No momento, dentro da própria Justiça, Gilmar Mendes opera como contra-revolucionário. Em PDF — o artigo começa na página 158.

O Banco Central vai limitar tarifa de operação do cartão de débito a partir de 1º de outubro. O objetivo é reduzir o custo para os consumidores e estimular o uso dessa modalidade de pagamento. Mas o repasse da redução do custo para o consumidor final dependerá da concorrência no setor — a limitação é da taxa paga pelos credenciadores, empresas que disponibilizam as máquinas de cobrança, aos bancos que emitem os cartões. (Folha)

Ao menos 22 países se juntaram ao Reino Unido e expulsaram mais de 100 diplomatas russos de seus territórios. Os EUA deram ordens para que 60 deixassem a nação. A lista dos que protestam inclui, ainda, França, Alemanha, Itália e Austrália. É o maior movimento de retaliação contra Moscou desde a dissolução da União Soviética. A resposta vem após o envenenamento, em Salisbury, na Inglaterra, de um ex-agente russo e sua filha — ataque que lembra os tempos da Guerra Fria. (New York Times)

O Kremlin nega qualquer envolvimento com o ataque contra o antigo espião. Promete retaliação.