STJ tira Alckmin da Lava Jato

A ministra Nancy Andrighi, do STJ, deu uma volta na Lava Jato de São Paulo. Relatora de um inquérito que investiga o pagamento de R$ 10,7 milhões da Odebrecht ao caixa dois do ex-governador Geraldo Alckmin, decidiu repassá-lo sob sigilo para o Tribunal Regional Eleitoral do estado. Diz que se trata de crime eleitoral, então este é o curso correto. A acusação faz parte do depoimento de três executivos da empreiteira. Ao deixar o cargo para disputar a presidência, Alckmin perdeu direito ao foro privilegiado. Mas, estando no TRE, apenas com uma ordem judicial as informações colhidas poderão ser compartilhadas com a força tarefa paulista. (Folha)

Bernardo Mello Franco: “Durou 24 horas a ilusão de que a Lava Jato pegaria o presidenciável do PSDB. Depois da prisão de Lula, a operação ensaiou fechar o cerco em torno de Geraldo Alckmin. Na terça, o braço paulista da Lava Jato pediu, ‘com urgência’, que o inquérito contra o tucano fosse encaminhado à primeira instância. Urgência houve, mas não foi exatamente para investigar. Ontem à tarde, a Procuradoria-Geral da República tabelou com o STJ e livrou Alckmin da mira da operação. O presente foi embalado pelo procurador Luciano Mariz Maia, o número dois de Raquel Dodge. Ele sustentou que os problemas se limitavam à prática de caixa dois. A ministra Nancy Andrighi aceitou a tese e mandou o inquérito para a Justiça Eleitoral. A manobra surpreendeu a Lava Jato paulista. À noite, os procuradores ainda tentavam entender o drible. Esbarravam na falta de transparência. Como o caso tramita em sigilo, nem a força-tarefa conseguia ter acesso à decisão do STJ.” (Globo)

Outros quatro governadores que deixaram o cargo para disputar eleições são investigados: Beto Richa (PSDB-PR), Confúcio Moura (MDB-RO), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Raimundo Colombo (PDC-SC).

O vice-procurador Luciano Maia providenciou a recomendação de qual o foro apropriado para cada um deles, de acordo com o MPF. Mas é o ministro relator, no STJ, que determina o destino final. O caso de Richa foi enviado para a Justiça Federal de Primeiro Grau do Paraná. (Estadão)

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E... A Lava Jato amanheceu nas ruas com dez mandados de prisão preventiva contra suspeitos de envolvimento nos esquemas de propina ligados ao fundo de pensão dos Correios (Postalis) e do Serpro. Entre os procurados estão Marcelo Sereno (ex-secretário nacional de comunicação do PT) e Milton Lyra, lobista. Sereno é apontado como operador de Sergio Cabral. (Globo)

O ex-governador do Rio, diga-se, voltou ontem para a cidade. Está preso em Bangu 8.

O Supremo termina de decidir, hoje, se o ex-ministro Antonio Palocci deixará a cadeia. Na sequência, analisa o Habeas Corpus do deputado afastado Paulo Maluf.

Enquanto isso... O acordo de delação premiada entre Palocci e a Polícia Federal continua sendo costurado. Segundo o repórter Jailton de Carvalho, o ex-ministro citaria os clientes de sua consultoria, para quem abriu portas no governo em troca de propinas. Na lista está pelo menos um grande banco varejista. (Globo)

Todos os deputados do PT assinaram requerimento ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para que inclua em seus nomes oficiais ‘Lula’. O líder Paulo Pimenta, por exemplo, terá na placa de seu gabinete ‘Paulo Lula Pimenta’. É também o que aparece no painel eletrônico. Pedidos similares ocorrem em assembleias e Câmaras municipais pelo país.

Não ficou nisso. O senador José Medeiros, o deputado Sóstenes Cavalcante e o vereador paulistano Fernando Holliday incluíram ‘Moro’.

Aliás... O juiz Sergio Moro ouviu ontem, novamente, Marcelo Odebrecht. O empreiteiro repassou ao juiz, em fevereiro, mais e-mails a respeito da compra do terreno para o Instituto Lula. Assista.

A aposta de Ciro Gomes, de acordo com o Painel, é de que o PT não conseguirá se organizar a tempo da eleição. E que não terá escolha que não apoiá-lo. (Folha)

Números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, mostram que a renda do 1% mais rico da população é 36 vezes o que ganha a metade mais pobre. Enquanto a elite recebia uma média de R$ 27.316 mensais no ano passado, a metade mais pobre dos brasileiros tinha um rendimento de R$ 754. A região Nordeste é a que tem o pior indicador de desigualdade da renda, 44,9 vezes, enquanto a região Sul é a que tem o menor, 25 vezes. Os dados também mostraram que, em 2017, o Brasil ainda tinha até 5% da população trabalhadora com rendimento médio mensal de apenas R$ 47 — 38% menos que os R$ 76 recebidos no ano anterior. (Estadão)

O repórter Pedro Venceslau terminou próximo do juiz Sérgio Moro em um voo entre Porto Alegre e Curitiba. Tentou entrevista-lo, Moro declinou. Mas comentou brevemente sobre O Mecanismo. “Abusaram da liberdade criativa na série, mas eu de fato ia de bicicleta de vez em quando.” (Estadão)

Daí que... Morris Kachani percebeu o seguinte: Arthur Kohl, que ficou famoso fazendo a publicidade ‘Não é uma Brastemp’, é o ator que fez José Serra em Real: A História por trás do Plano e Lula, em O Mecanismo. Serra não gostou de sua interpretação. (Estadão)

Ao menos no discurso do presidente americano Donald Trump, um acirramento do conflito sírio pode estar a caminho. “A Rússia jurou que derrubará os mísseis lançados contra a Síria”, escreveu num tweet. “Pois se prepare, Rússia, porque eles serão lançados, bonitos, novos e inteligentes.” A ofensiva é uma resposta a um aparente ataque com armas químicas a um subúrbio de Damasco. (New York Times)

Cotidiano Digital

Se a primeira sabatina de Mark Zuckerberg no Congresso americano, perante 44 dos cem senadores, foi um passeio, não se pode dizer o mesmo do segundo dia. Por mais cinco horas, ouviu algumas perguntas duras. “Você estaria disposto a mudar o modelo de negócios do Facebook para proteger a privacidade de seus usuários?”, questionou a democrata Anna Eshoo, de Connecticut. “Não sei o que isto quer dizer”, ele respondeu. Outro democrata, Frank Pallone de Nova Jersey, sugeriu um item de configuração que coletasse a quantidade absolutamente mínima de dados. “Este é um tema complexo”, se desviou Zuck. Ouviu sobre a possibilidade de dividir em duas a empresa, como num processo antitruste. Aí o empresário lembrou que seria ceder uma vantagem competitiva para a China.

Um ponto de atenção que fica. Zuck fala escolhendo com muita cautela as palavras quando o assunto é a posse dos dados. “Todo usuário é dono de seu conteúdo”, afirma. Um senador lhe lembrou que sua equipe fez o download dos conteúdos individuais e não encontrou, ali, o histórico de páginas que visitou e o Facebook armazena. O CEO não considera o histórico de navegação conteúdo pessoal. Quando deputado Bem Lujan, do Novo México, o pressionou sobre os perfis sombra — os dados que a rede armazena a respeito de pessoas que jamais se inscreveram —, Zuck disse não saber ao certo. “Você diz que todo mundo controla seus dados”, retrucou Lujan. “Mas você coleciona dados de pessoas que sequer são usuários, nunca assinaram um contrato.”

Aliás... O perfil de Zuck é um dos 87 milhões obtidos pela Cambridge Analytica.

Manifestantes, em Washington, encheram o gramado em frente ao Congresso com Zuckerbergs de papelão. Gritavam: “A internet está ficando obscura e devemos isso a Mark.”

Enquanto isso... O Reino Unido está bem próximo de regular as redes sociais. “Estas empresas não estão acima da lei”, disse o ministro de assuntos digitais, Matt Hancock. “Nós faremos o que for necessário para proteger os dados das pessoas. Se for necessário, vamos regular.”

Pois é. Não é só o Facebook. A Amazon submeteu um pedido de patentes sugerindo que, no futuro, sua assistente digital — Alexa — poderá ficar com os ouvidos abertos para monitorar o que se conversa dentro de casa. E sugerir vendas.

Viver

A Cidade do Cabo não é o único lugar que está perto de ficar sem água. Usando uma nova plataforma que mapeia as dinâmicas políticas, sociais e ambientais de cada área, o World Resources Institute encontrou quatro outros locais com problemas semelhantes. Cidades na Espanha, no Marrocos, na Índia e no Iraque também podem ver suas torneiras secarem com o encolhimento de seus reservatórios.

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Algumas drogas podem ter efeitos diferentes em homens e mulheres. E é possível que a maconha esteja na lista. Estudos com humanos mostram que quando se trata do uso terapêutico da erva para alívio da dor, por exemplo, ela funciona melhor com os homens. Pesquisas com animais indicam que as fêmeas são mais sensíveis a esse efeito do THC, mas quando o composto é administrado todos os dias, elas desenvolvem a tolerância mais rapidamente do que os machos — ou seja, podem necessitar de doses mais altas. Elas também podem ter efeitos adversos mais fortes no uso da maconha medicinal. Por serem mais sensíveis aos canabinoides, correm o risco de aumentar o consumo. E aí, quando interrompem o uso da droga, os sintomas da retirada, como ansiedade e náuseas, aparentam ser piores.

Um designer italiano levou o clássico modelo italiano da Vespa para a era da eletricidade. Na nova versão minimalista e leve a scooter tem, é claro, um motor elétrico, que ocupa menos espaço do que o tradicional a gasolina. Todos os controles, o velocímetro, o medidor de combustível e as luzes são acessados através de um aplicativo que usa conexão sem fio. E um compartimento especial para armazenar um smartphone foi criado no painel. Veja as imagens.

A ficção científica influencia a ciência de fato? Um estudo da Universidade do Havaí analisou a maneira como pesquisadores de interações entre humanos e computadores citam a ficção científica em seus trabalhos. E segundo eles, as menções aumentaram bastante a partir de 2010. Um exemplo: citações de robôs da ficção em trabalhos que tratam de inteligência artificial, para falar de temas como a ética de robôs e a percepção que o público tem da AI. Outro: a proliferação de aplicativos de mensagens póstumas que seriam, como na ficção científica, “transcendentes”. Para quem tem curiosidade sobe o tema, o site Technovelgy lista invenções, concretizadas ou não, de obras de ficção científica desde o século 17. (Nexo)

Cultura

Os filmes da Netflix não estarão no Festival de Cannes este ano. Segundo Ted Sarandos, diretor de conteúdo da plataforma de streaming, o festival mandou uma mensagem clara quando estabeleceu a nova regra proibindo a participação de filmes que não tenham distribuição em cinema na França. A empresa poderia participar da seleção fora de competição, mas isso não faria sentido, afirmou o executivo à Variety. “Queremos que nossos filmes participem em pé de igualdade com todos os outros cineastas.”

À mesma Variety, Margaret Atwood falou sobre feminismo, Donald Trump, 11 de setembro e Star Wars. A escritora insinuou que o filme inspirou os terroristas a destruírem as Torres Gêmeas em 2001. A comparação é com o ataque à Estrela da Morte, no primeiro título da franquia. “Você lembra do primeiro? Dois caras pilotam um um avião no meio de algo e explodem aquilo? A única diferença é que, em Star Wars, eles conseguem escapar.”

Um show de baianos vai inaugurar o Allianz Parque Hall, novo espaço para espetáculos da arena do Palmeiras, em São Paulo. Ivete Sangalo e Gilberto Gil cantarão juntos, em 1º de junho, clássicos da MPB e sucessos de suas carreiras. (Folha)

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