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— Os editores

MP negocia delação que envolve Lula e Petrobras

O Ministério Público avançou no acordo de delação premiada de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras. Ele está preso desde 2014. Ao afastar das mãos do juiz Sergio Moro as delações da Odebrecht, o Supremo alegou que não havia relação entre o dinheiro desviado e os crimes na Petrobras. Os procuradores, para completar o caso contra Lula, decidiram então realizar o acordo que não pretendiam fazer antes. Duque é considerado o principal operador do PT dentro da estatal. Ele afirma ter tido, pessoalmente, três reuniões secretas com o ex-presidente Lula, que cobrava a liberação de verbas para as empreiteiras. Do que ouviu, garante, pode mostrar como Lula conhecia todo o sistema. Munido de documentos, extratos bancários, planilhas e fotos em que aparece com os investigados, ele conhece os valores que saíam para cada parte. As empreiteiras pagavam propina de 1% ao PT. De acordo com a apuração do repórter Robson Bonin, do esquema entre Odebrecht e o partido, na empresa Sete Brasil, ficou um valor final para a legenda de R$ 200 milhões, divididos entre PT, Lula, Palocci e José Dirceu. O MP já confiscou R$ 86 milhões de uma conta de Duque, depositados em um banco suíço. (Globo)

Elio Gaspari: “Como ministro de Lula e de Dilma, Palocci tornou-se o comissário do andar de cima. A aliança de empreiteiros, empresários e papeleiros com Lula, Dilma e José Dirceu era essencialmente oportunista. Com Palocci havia mais que isso. O ex-ministro enriqueceu ao passar pelo governo. Quando Sergio Moro bloqueou suas contas pessoais e empresariais, tinha R$ 30,8 milhões. A colaboração do ex-ministro poderá resultar na exibição de novas conexões da máquina de roubalheiras. Hoje, empreiteiros e fornecedores larápios tornaram-se arroz de festa. Palocci operava no lado oculto da lua e pode mostrar como as propinas disfarçavam-se de caixa dois ou fingem ser contratos de consultoria. Um exemplo dessas ligações circulou há poucos meses. Palocci teria contado que, em 2002, antes do início do romance do PT com a banca, armou a transferência de US$ 1 milhão do ditador líbio Muamar Kadafi para a campanha de Lula. Tomara que o comissário tenha mostrado à PF a trilha bancária dessa transação.” (Globo e Folha)

Aliás... A barra pesa, em Curitiba. Na madrugada de sexta para sábado, tiros foram disparados contra o acampamento de militantes simpáticos a Lula, próximo à carceragem da Polícia Federal. A Secretaria de Segurança do Paraná já tem imagens em vídeos do atentado, que mostram uma pessoa andando próxima do local e atirando enquanto se afasta, de costas. Duas pessoas foram feridas. Em um homem, o tiro pegou no pescoço e ele foi internado. Sua vida não corre risco, mas está na UTI. A outra vítima é uma mulher, machucada por estilhaços.

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O economista Carlos Miranda era o principal operador do ex-governador do Rio Sergio Cabral. Em sua delação premiada disse ter pago mensalmente, ao ex-secretário de Segurança José Mariano Beltrame, uma mesada de R$ 30 mil. A informação é dos repórteres Chico Otávio e Daniel Biasetto. Beltrame, um dos mais elogiados responsáveis pela segurança do estado das últimas décadas, passara incólume de acusações do tipo até agora. Ele nega. “É com surpresa e desgosto que recebo a informação”, escreveu o ex-secretário em nota. “O delator, pessoa que mal conheço e que corre risco de passar os próximos 20 anos na cadeia, afirma que minha família recebeu mesadas. Fui caluniado algumas vezes, venci todas as ações no Judiciário. Agora esta história fabricada por alguém que está coagido.” (Globo)

Alon Feuerwerker: “O problema novo do centrismo é ter perdido a hegemonia sobre seu bloco, ter perdido a capacidade de subjugar pacificamente a direita de raiz, como fazia desde a redemocratização. Assistimos à rebelião da direita contra o PSDB, e a resiliência de Jair Bolsonaro é uma expressão. Em parte porque os tucanos compartilham com o PT fragmentos do DNA e da visão de mundo. Em parte porque a direita desconfia de que pôr as fichas no PSDB arrisca uma quinta decepção. É difícil a equação do PSDB. Se acenar à esquerda, corre o risco de alienar decisivamente uma massa eleitoral que lhe dá competitividade desde FHC. Se ceder ainda mais à bolsonarização, abre espaço a que o PT, ou algum satélite petista, apareça, numa armadilha típica da política, com alternativas eleitorais palatáveis ao centrismo.”

O ReclameAqui, site voltado para questões ligadas a consumo, lançou um app esperto. Chama-se Detector de Corrupção. Aponte a câmera do celular para um político — esteja ele ao vivo, na TV, em foto, não importa. O app reconhece e puxa a ficha corrida. Em que processos está listado, quais suas condenações. No vídeo, a trupe foi checar ao vivo, no Congresso Nacional, se funciona. Por enquanto, só no iPhone. Em breve para Android.

Hoje é o último dia para entrega da declaração do Imposto de Renda. Ainda faltam 4 milhões de contribuintes.

Cultura

O humorista Agildo Ribeiro, que morreu no sábado por problemas cardíacos, havia completado 86 anos na quinta. Era filho de Agildo Barata, um dos tenentes revoltosos dos anos 1920 e membro fundador do Partido Comunista. Agildo Ribeiro teve uma carreira de seis décadas que passou pelo teatro, cinema e rádio, mas marcou, mesmo, na TV. Trabalhou na estreia da Globo, fez programa infantil acompanhado do boneco Topo Gigio, e é lembrado mesmo pelo humor.

Galeria: A carreira de Agildo em fotografias e vídeos.

A investigação jornalística que revelou o escândalo sexual do produtor Harvey Weinstein e ganhou o Prêmio Pulitzer deste ano vai virar filme. A obra contará a história das repórteres do New York Times, Jodi Kantor e Megan Twohey, que se engajaram na apuração apesar das intimidações do então todo-poderoso magnata de Hollywood. O filme será produzido pela Plan B Entertainment, a produtora de Brad Pitt.

“Mamma Mia!”. Após 35 anos de parada, os quatro integrantes da banda sueca ABBA se reuniram em um estúdio e gravaram duas novas canções. Uma delas I still have Faith in you será apresentada em um programa especial para a TV. Com as gravações, o grupo chegou à marca de 100 músicas.

Para relembrar: uma linha do tempo interativa com os vídeos da banda entre 1974 e 1982

 

Viver

“A ‘rebelião incel’ já começou”. Foi o que disse Alek Minassian em seu Facebook minutos antes de atirar uma van na direção de dezenas de pedestres em uma via movimentada de Toronto, no Canadá. O termo ‘incel’ abrevia a expressão ‘involuntariamente celibatário’, uma comunidade virtual masculina que tem em comum a inabilidade de convencer mulheres a terem relações sexuais com eles. A culpa seria da superficialidade e crueldade das mulheres, que só se sentem atraídas pelos chamados ‘machos alfa’. Segundo eles, uma injustiça. E, para um braço radical da comunidade, a violência contra mulheres, a chamada ‘rebelião incel’, ou ‘levante dos machos beta’, é a forma de reverter o status quo do qual eles se creem vítimas. (Nexo)

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A Uber divulgou seu relatório anual de diversidade global para o período de março de 2017 a março de 2018. E o caminho a percorrer ainda é longo. As mulheres representam 38% da força de trabalho global da empresa este ano, um aumento de apenas 1,9% em relação ao ano passado. E houve também retrocessos. Em 2017, as mulheres em cargos de liderança representavam 22% da base de funcionários. Esse número diminuiu 1,1% em 2018. Quando se trata de raça, a força de trabalho da empresa é predominantemente branca (48,6%) — 32,2% são asiáticos, 8,1% negros, 6,1% hispânicos e 4,3% multirraciais. No ano passado, nenhum funcionário negro ou hispânico ocupava posições de liderança técnica na companhia. E isso não mudou este ano.

O ritmo da automação industrial está acelerando. Em 2015, tínhamos 66 robôs industriais instalados por 10.000 funcionários em todo o mundo. Um ano depois, esse número aumentou para 74. A China é um dos países que registrou os maiores níveis de crescimento em automação, mas em nenhum outro lugar há uma densidade de robôs como a Coréia do Sul: 631 a cada 10.000 funcionários. Pois é. Na Europa, a densidade é 99. Nas Américas e na Ásia, é de 84 e 63, respectivamente. Os dados são da Federação Internacional de Robótica.

A Liga Mundial de Surf confirmou que o brasileiro Rodrigo Koxa surfou, em novembro do ano passado, a maior onda do mundo. 24,38 metros. Foi na praia de Nazaré, em Portugal. Com vídeo.

Cotidiano Digital

Sprint e T-Mobile, duas das quatro grandes operadoras de telefonia nos EUA, anunciaram sua intenção de se juntar em uma só companhia. Cabe agora aos reguladores dizer se há ameaça à competição. O nome que valerá é o da T-Mobile e os CEOs garantem que, com economia de escala, poderão baixar preços. Têm, ambas, tido dificuldades de enfrentar as concorrentes maiores, AT&T e Verizon. Combinadas, teriam 100 milhões de clientes.

Aliás... O negócio periga repercutir no Brasil. Se liberado, o governo americano estará reconhecendo que o mercado não é grande o suficiente para quatro operadoras. E, no Brasil, a Oi enfrenta dificuldades e pode muito bem ser comprada por uma das outras três.

Está nas livrarias (americanas) um livro infantil que explica Blockchain, a tecnologia por trás das Bitcoins. Na história de A Place in the Blockchain, o jovem Blocky busca seu lugar na corrente de blocos. É a pegada para explicar que cada ‘bloco’ na corrente tem seu lugar. O protocolo garante a autenticidade da informação que carrega. É a tecnologia que deve substituir intermediários em transações bancárias, e ir além. Até cartórios poderão, enfim, encontrar seu fim. A versão Kindle está livre para download gratuito.

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