E começaram a costurar chapas

Começou agitada a semana eleitoral. Após a conversa do presidente Michel Temer com o ex, Fernando Henrique, na semana passada, aumentaram as chances de uma aliança entre PSDB e MDB. Desencantados com o DEM, os tucanos chegam à conclusão de que tempo na TV trazido por um vice vale mais do que sua tradicional dobradinha com um político nordestino, em busca de votos na região avessa ao partido. Segundo Vera Magalhães, embora tenham perfis similares, as especulações sobre uma chapa Alckmin-Henrique Meirelles estão altas.

Desde ontem, o presidente Michel Temer vem conversando com lideranças regionais do MDB para tentar unificar o partido. E, esta semana, terá uma conversa com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin. (Globo)

Lula, por sua vez, mandou dizer da prisão que é candidatíssimo. Ao menos, foi o que disse ao teólogo Leonardo Boff, que o visitou no papel de conselheiro espiritual. (Folha)

Daí que... Há consequências para uma conversa entre PSDB e MDB. Partidos que costumam trafegar mais ou menos na mesma região ideológica se juntam do outro lado. É o caso de Podemos, do paranaense Alvaro Dias, e o PRB, do empresário conservador Flávio Rocha. A união atrai, ainda, o DEM. Ficaria, na cabeça de chapa, o líder das pesquisas em julho. Que deve ser Dias. (Globo)

Mas Alckmin ainda luta para manter o DEM na chapa, ainda que não na vice. (Estadão)

Numa hipótese sem os demistas, a dupla Podemos-PRB cogita se nomear de ‘chapa da Lava Jato’.

É. Talvez. Precisarão combinar com os russos. Afinal, vindo pela centro-esquerda, há Joaquim Barbosa. No Estadão de domingo, o governador pernambucano Paulo Câmara, do seu PSB, convocou-o a se apresentar. “Temos que respeitar o tempo que ele pediu”, disse. “É óbvio que, se tiver a candidatura, ele vai ter que expor e falar. Não se faz campanha eleitoral sem estar nas ruas.”

Aliás... O Nexo tenta explicar a hesitação de Barbosa. O cientista político Vítor Oliveira vê um cálculo delicado. “É preciso considerar que há um custo de oportunidade no movimento, tendo em vista que o capital político angariado pelo ex-ministro do STF em sua trajetória poderia ser perdido. A atuação de Barbosa ainda é percebida por muitos como apolítica, ou até mesmo antipolítica.”

Bruno Boghossian: “As articulações para a eleição deste ano trazem uma busca por cartas de ‘saída livre da prisão’. O novo ímpeto dos partidos de centro-direita para trabalhar pela unificação de suas candidaturas comporta esse objetivo. Esse campo passou a perceber que, fragmentado, corria risco de uma derrota humilhante, o que eliminaria qualquer chance de influenciar o novo governo. O próximo presidente poderá escolher um novo chefe da Polícia Federal, trocar o comando da Procuradoria-Geral da República e preencher duas vagas que serão abertas no Supremo. Por trás da construção de alianças existe um pacto velado de preservação coletiva. Do lado do PT, o movimento é feito de maneira mais desavergonhada. Dirigentes da sigla querem propor a candidatos de centro-esquerda um acordo pela concessão de perdão judicial para o ex-presidente Lula, preso há um mês em Curitiba.” (Folha)

Raymundo Costa: “Quem sabe do riscado diz que há pelo menos quatro mitos rondando a campanha sucessória: Alckmin vai explodir nas pesquisas, Bolsonaro vai desmoronar, Lula não transfere votos e Joaquim Barbosa ainda não decidiu se é ou não candidato.” (Valor)

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O ministro Luís Felipe Salomão, do STJ, mandou de volta para o TJ da Paraíba uma ação penal contra o governador Ricardo Coutinho. Para a primeira instância. Ele aplicou o princípio da simetria. Embora a decisão do Supremo sobre restrições ao foro privilegiado valha apenas para os parlamentares, Salomão considera que deve ser estendida.

Cresce a pressão sobre o advogado José Yunes, que é faz décadas amigo pessoal de Temer, para que faça uma delação premiada. Por enquanto, segundo Mônica Bergamo, ele continua a afirmar que não tem o que dizer. (Folha)

E... A Operação Câmbio, Desligo, que levou à prisão 33 doleiros, pode provocar mais barulho do que a Lava Jato. Eles não tocam apenas em políticos e empreiteiros. Chegam, também, ao sistema financeiro e outros setores da elite. (Folha)

A primeira-dama Marcela Temer pulou vestida no lago do Palácio do Alvorada para ajudar seu pequeno cachorro, Picoly, que havia disparado atrás dos patos. Marcela chegou a pedir ajuda a uma segurança, mas a moça não se moveu. A agente foi deslocada de função. O incidente ocorreu em abril e não foi registrado por câmeras.

Cotidiano Digital

A Apple planeja comprar, no mercado de capitais, US$ 100 bilhões em suas próprias ações. Para o investidor Warren Buffett, é mesmo melhor negócio do que comprar qualquer outra empresa. Segundo a avaliação da Bolsa, a companhia já chegou a US$ 920 bilhões e pode, ainda esta semana, se tornar a primeira do mundo a cruzar a faixa do US$ 1 trilhão.

Pois é. Já a Microsoft, sua velha rival nos anos 1980, também vive um bom momento. Abriu, ontem, sua conferência anual para desenvolvedores — a Build. Anunciou que, hoje, quase 700 milhões de aparelhos têm Windows 10 instalado. Computadores, celulares, tablets. A meta era chegar a um bilhão até o fim de 2018 — vai demorar, ao menos, um ano mais. O CEO Satya Nadella apresentou a integração entre Cortana, sua assistente digital por voz, e Alexa — a assistente da Amazon, uma das mais populares nos EUA. A parceria já havia sido anunciada. Toda máquina Windows e toda caixa de som inteligente da Amazon serão capazes de interagir. O usuário poderá pedir ao computador que toque uma música na caixa e, à caixa, que atualize uma planilha de Excel. E, assim, lentamente o Windows vai deixando de ser prioridade, substituído pela inteligência artificial e os softwares que estão por toda parte.

Satya Nadella: “Construímos sistemas operacionais toda nossa vida. Mas o que é um sistema operacional? Num mundo onde cada pessoa usará múltiplos aparelhos ao longo do tempo, haverá interações com muita gente na família ou no trabalho. O que é construir uma plataforma? Precisamos mudar o conceito e construir algo para as pessoas, não algo para os aparelhos. Esta é a estratégia Microsoft 365. Permitir que tenhamos uma experiência que perpasse múltiplos aparelhos.”

Enquanto isso... A Justiça Federal de São Paulo determinou que a Microsoft, em até 30 dias, mude a maneira como o Windows 10 lida com configurações de privacidade. Em seu pedido, o Ministério Público afirma que a opção padrão de instalação do sistema faz com que os usuários deem uma série de informações que vão da geolocalização ao conteúdo de e-mails. Desativar cada opção é trabalhoso e complicado. Segundo o MP, como está desrespeita a prerrogativa constitucional da proteção da intimidade e artigos do Marco Civil da Internet. A empresa ainda não informou se vai recorrer. (Estadão)

O Facebook está estudando oferecer uma opção paga do serviço. Quem pagar a assinatura não verá publicidade e teria, assim, maior controle sobre seus dados.

A Uber tem uma conclusão final a respeito do acidente envolvendo seu carro autônomo que levou ao atropelamento e morte de uma mulher, na pequena Tempe, Arizona. Duas fontes anônimas relataram ao site The Information que o problema foi de calibragem de software. Os sensores do automóvel viram a moça atravessando a rua — mas o software interpretou o ‘objeto’ como falso positivo. Uma das dificuldades da tecnologia é identificar quando o carro deve desviar de algo que passa a sua frente. Se o fizer para cada saco plástico que flutua, o excesso de desvios fará a viagem desconfortável para o passageiro, pelos muitos solavancos. Pressionada por uma data limite imposta para o final do ano, quando a empresa queria ter seus veículos robôs já andando sem motoristas de segurança, e ao mesmo tempo preocupados em oferecer caronas suaves, sem sobressaltos, os engenheiros erraram a mão. O objeto era um ser humano. A Uber não confirma o resultado de sua auditoria interna.

Se as Fintechs tiveram uma semana passada ruim, a segunda foi de problemas tecnológicos para o Itaú Unibanco. Ninguém conseguiu usar seus apps móveis ao longo de um dia de pagamento de contas.

Diga-se... A Neon, fintech que ficou sem banco de apoio na semana passada, fechou com o pequeno Banco Votorantim para voltar às operações normais.

Cultura

Donald Glover, o ator, roteirista e criador da premiada série Atlanta (trailer), tem também uma sólida carreira musical sob a alcunha de Childish Gambino. No último sábado, ele participou do humorístico Saturday Night Live e lançou duas músicas inéditas. Uma delas, This is America, também teve um videoclipe divulgado no YouTube ao final da atração. E as imagens repercutiram. O vídeo combina ironia e violência explícita na abordagem de temas ligados à tensão racial nos EUA. Critica o porte de armas, a violência policial e recorda episódios emblemáticos da história recente do país, como o massacre de nove membros de uma igreja da comunidade negra de Charleston, em 2015.

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Um estudo sobre os 100 filmes de maior bilheteria nos EUA desde 2014 mostrou que apenas oito tinham um protagonista não-branco. Deles, seis foram Will Smith. Mas como pode um gênero que imagina um futuro de infinitas possibilidades ser aparentemente incapaz de imaginar um futuro onde pessoas de outras etnias existam ou sejam relevantes? Pois é. É aí que está o poder e a importância do afrofuturismo. Talvez você não conheça o termo, mas já tenha sido apresentado ao gênero. Pantera Negra não nos deixa mentir.

Viver

Restam 5 bilhões de anos até que o Sol se transforme em um enorme anel brilhante de gás e poeira interestelar. Há muito, os astrônomos sabem que a estrela vai morrer quando ficar sem combustível, mas nunca houve certeza sobre como. Agora, uma equipe internacional de cientistas descobriu que, em vez de simplesmente desaparecer, como se pensava anteriormente, a estrela se transformará em uma nebulosa planetária massiva, visível por milhões de anos-luz até mesmo em galáxias a 2 milhões de anos-luz de distância. A Terra até pode sobreviver à sua morte, mas, quando isso acontecer, a vida no planeta já terá se extinguido. À medida que o sol envelhece, ele se tornará cada vez mais brilhante. Nos próximos 2 bilhões de anos poderá ficar quente o suficiente para ferver os oceanos. Como bem apontado ao Guardian por Albert Zijlstra, professor de astrofísica da Universidade de Manchester, não será um lugar muito agradável.

A Amazon entrou em contato com várias cidades para explicar as razões pelas quais elas não haviam sido escolhidas para acolher a segunda sede da empresa. Para muitas, foi um alerta. Cincinnati e Sacramento, na Califórnia, estão reestruturando programas de desenvolvimento de força de trabalho para se concentrar em talentos técnicos. Já Orlando, na Flórida, está considerando a criação de um fundo comunitário para investir em empresas de tecnologia locais e atrair mais empreendedores. (Wall Street Journal)

Galeria: Fotos do edifício Edifício Wilton Paes de Almeida antes do seu desabamento.

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