Ciro e Bolsonaro cercam PSDB

Com os principais candidatos definidos, começaram os embates da campanha eleitoral. Há uma semana, enquanto Jair Bolsonaro prometia fuzis a agricultores, Geraldo Alckmin falava em tratores. Num momento de radicalização, o tucano ameaçado teve de ceder terreno: viu-se obrigado, depois, a argumentar que é preciso facilitar o porte de armas no campo. “O santo é ele, mas quem vai fazer o milagre sou eu”, respondeu com ironia, ontem, o ex-capitão do Exército, que aos poucos vai empurrando o candidato do PSDB para a direita. ‘Santo’, lembra Bernardo Mello Franco no Globo, era o nome de Alckmin na planilha da Odebrecht. Também ontem, perante jornalistas de Folha, UOL e SBT, Ciro Gomes fez um aceno ao PSDB. Seria, na campanha, uma aliança “completamente desparatosa”, afirmou. Mas entende que, já no governo, ter o PSDB ao lado ajuda a evitar dependência da base de apoio fisiológica no Congresso. E, assim, lança um sinal para quem, vindo do centro, se incomoda com a guinada na direção de Bolsonaro feita por Alckmin.

Alon Feuerwerker: “O nó da eleição está no fato de o establishment não ter um candidato que, ao mesmo tempo, empolgue a massa e se comprometa com a continuidade estrita do programa econômico e geopolítico do governo Michel Temer. A fraqueza do governo abre uma nova janela de oportunidade para o PSDB. Bem ou mal, Geraldo Alckmin roça os 2 dígitos, o partido tem musculatura, experiência com alianças, tradição de algum diálogo com os adversários e a confiança absoluta do establishment. É um erro pensar que o PSDB está fora do jogo, mas o partido e o candidato vão travar uma batalha morro acima. O establishment nunca aposta num único cavalo. E se Alckmin não decolar? Por que não Ciro Gomes? Uma aliança com Ciro representaria para o PT a possibilidade de recomposição com o establishment, mas numa posição subordinada. Faz sentido para os governadores candidatos à reeleição. E faz sentido para petistas com perfil para a vice de Ciro. Mas não faz tanto sentido assim para Lula, que antes de tudo quer continuar mandando na própria tropa. E o PT está preso a Lula, porque é ele quem tem os votos. E enquanto tiver isso estará politicamente vivo, mesmo preso. Ou seja, o preço que o establishment cobra para apoiar a esquerda, a morte política de Lula, é proibitivo para quem na esquerda tem garrafas para entregar, o próprio Lula. Esse é o principal complicador da segunda carta na manga.”

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Maurício Santoro: “A reeleição do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, é ocasião importante para refletir sobre a crise política e econômica do país, que traz consequências graves para o Brasil pela perda de mercados de exportação, aumento do número de imigrantes e refugiados e desagregação de processos de integração regional. O debate político tem sido um desdobramento da polarização entre esquerda e direita que predomina no Brasil nos últimos anos. A tensão ideológica tem dificultado a identificação dos interesses nacionais em jogo diante do colapso econômico e da crise humanitária de um vizinho importante, e de como responder a tais problemas. Quem ganhar as eleições presidenciais de 2018 não poderá fugir do desafio.” (Globo)

Pesquisadores da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV acompanharam o anúncio, pelo Facebook, da iniciativa de checagem de notícias dentro da rede social. Detectaram 45 mil menções, nas redes, a respeito. Destas, 45,9% de rejeição à ideia – de argumentos reais a ataques pessoais e informações falsas. E 33,1% são de respostas aos críticos. Durante boa parte da semana entre 10 e 17 de maio, a conversa sobre o tema não pegou forte. A ativação real se deu no fim do período, quando os ataques pessoais mais pesados aos jornalistas que fazem fact-checking vieram à tona. Do total de ataques, segundo a FGV DAPP, 23,7% dos retuítes foram distribuídos por robôs ou os acompanharam. Bots também foram detectados na reação, 16,6%. Para os pesquisadores, este é um retrato de como será a campanha política online: uma lógica de guerrilha polarizada, tentando vencer no grito, utilizando-se de mecanismos automatizados para ampliar ataques, metendo-se numa espiral de radicalização. Nela, o real debate é soterrado.

Carlos Miranda, amigo de infância do ex-governador Sérgio Cabral, comentou em delação que o político começou a roubar há trinta anos. É quando ocupou o primeiro cargo público, como diretor da TurisRio.

Circularam pesado nas redes chinesas, ontem, duas fotos. Numa, de 1901, diplomatas chineses e ocidentais assinavam o Protocolo de Paz Boxer. Os chineses eram velhos e o registro mostrava porque um lado estava por cima. Na outra imagem, negociadores americanos e chineses discutem as barreiras comerciais que o governo Trump quer impor. E o contraste, surpreendentemente, voltou. (New York Times)

Cotidiano Digital

O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, sofrerá uma sabatina, hoje, no Parlamento Europeu. Inicialmente, o plano era promover um evento fechado. Mas sob pressão de deputados e jornalistas, o presidente Antonio Tajani mudou de ideia. A transmissão ao vivo, pela internet, acontecerá no site do parlamento a partir das 18h15, hora de Bruxelas — dá 13h15 em Brasília.

Há alguns temas que interessam muito aos europeus. A partir de sexta-feira, dia 25, será obrigatório seguir as regras da GDPR em toda União Europeia. A nova regulação radicaliza a maneira de lidar com privacidade de dados: toda empresa digital deverá explicar quais informações coleta e para que uso as destina. E não basta que a explicação esteja num contrato grande e opaco. A transparência passa a ser obrigatória. Certamente os parlamentares perguntarão ao CEO do Facebook que medidas a rede social tomará para se adequar ao novo sistema.

Além disso, 2,7 milhões de europeus foram incluídos no vazamento de dados que nasceu da relação entre Facebook e a consultoria Cambridge Analytica. Muitos políticos estão convencidos de que o Brexit, a decisão política de maior impacto no continente, ocorreu em parte por manipulação nascida das redes sociais.

Donald Trump faz uso de dois celulares, ambos iPhones. Um serve apenas para ligações — e suas muitas conversas ao telefone se dão nele. O presidente americano liga regularmente para amigos com quem gosta de conversar por horas. No outro foi instalado o app Twitter e alguns sites noticiosos predeterminados. Seus antecessores trocavam de aparelho todo mês. É uma medida padrão para evitar hackers. Também utilizavam aparelhos adaptados para as necessidades de segurança. Trump, não. Considera inconveniente. Os iPhones são aparelhos comuns e, o de Twitter, ele já passou um período de até seis meses sem mudar. Deixa a equipe de segurança em pânico pela vulnerabilidade.

Há novidades no Google Photos — de longe o melhor gerenciador de fotografias que há. Será possível favoritar imagens. As marcadas aparecerão num álbum ‘Favoritas’ — recurso óbvio e simples, agora presente. Será também possível clicar um coração, como no Instagram, nas imagens de álbuns compartilhados dentro da plataforma. Os recursos surgirão na semana que vem.

Cultura

O Metropolitan Museum of Art, o MET, disponibilizou mais de 375 mil imagens de obras de domínio público em alta resolução. O usuário pode pesquisar por artista, período, material e localização geográfica, e as imagens do acervo podem ser baixadas, compartilhadas e remixadas sem restrições.

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O ex-presidente americano Barack Obama e sua esposa Michelle Obama fecharam um acordo para atuar na Netflix. Mas por trás das câmeras. Eles vão produzir filmes, séries roteirizadas, séries não roteirizadas, séries documentais, documentários e especiais.

Na semana passada, os roteiristas de Solo, o filme que conta a história de como Han pôs as mãos na Millennium Falcon, revelaram que há uma estudada ambiguidade sexual em Lando Calrissian. A dupla de pai e filho — Lawrence e Jonathan Kasdan — têm alguma autoridade para falar sobre o assunto. Afinal, O Império Contra-Ataca, segundo de Star Wars e aquele no qual Lando apareceu pela primeira vez, foi roteirizado por Kasdan pai. Não é explícito mas Lando sugere flertes com todos — mulheres, homens e droids.

Megan Farokhamanesh, repórter de cultura digital do Verge, afirma que é uma estratégia que traíra. “Isso de fazer com que personagens se tornem gays fora das telas bajula certos públicos sem oferecer qualquer mudança real. Os fãs têm o cheiro ao invés de assistir a uma representação concreta. Kasdan não é o primeiro. J. K. Rowling, autora de Harry Potter, tem o hábito de revelar detalhes sobre suas personagens que não aparecem em nenhum lugar dos livros, como a história de Dumbledore ser gay.”

Nintendo Labo é uma coleção de kits que mistura peças de papelão por encaixar e elásticos nos quais entram os controladores e o console de games Nintendo Switch. É para brincar de engenheiro. Um dos kits monta um mini-piano, que a boa turma do site especializado IGN pôs nas mãos de Ramin Djawadi, compositor da trilha de Game of Thrones. O resultado, em vídeo.

Viver

O projeto-piloto do primeiro satélite 100% feito pela indústria nacional começou a ser desenvolvido ontem. O programa da unidade Embrapii Instituto Senai de Inovação e da empresa Visiona Tecnologia Espacial tem orçamento de R$ 7,8 milhões. O objetivo é colocar o satélite em órbita a partir de 18 meses e utilizá-lo para experiências a partir da coleta de dados e imagens. Além do avanço do país na indústria espacial, entre as possibilidades de uso do satélite estão o monitoramento da agricultura e da pecuária, o controle de frotas de ônibus escolares e até mapas de calor para definir a distribuição de unidades de ensino em determinado lugar. (Folha)

Somos uma pequena parte do planeta, mas o impactamos de maneira surpreendente — e desproporcional. É o que mostra um novo estudo que constatou que as 7,6 bilhões de pessoas do mundo representam apenas 0,01% de todos os seres vivos do planeta. No entanto, desde o início da civilização, a humanidade causou a perda de 83% de todos os mamíferos selvagens e de metade das plantas do mundo.

Pesquisadores da Universidade Estadual do Arizona descobriram que há uma janela de tempo específica quando os filhotes de cachorros aparentam ser mais fofos para os humanos. Os recém-nascidos são menos atraentes, mas o nosso interesse aumenta conforme eles vão ficando mais velhos, fofos e peludos, e com uma aparência menos enrugada. O pico de fofura acontece entre seis e oito semanas, praticamente quando eles começam a desmamar — que é também quando eles precisam mais dos humanos para sobreviver. (Vale a pena ver as fotos.)

Se quando você ouve as palavras ‘vinho espumante incrível’ você pensa em França, EUA, Espanha ou Itália, talvez você esteja esquecendo de um país que produz um espumante de nível mundial mas que ainda não é tão conhecido quanto os outros por isso: o Brasil.

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