Governo quer polícia para garantir desconto no diesel
Um levantamento do G1 em 83 postos de todas as regiões do país apontou que 90% deles não tinham repassado ao consumidor o desconto de R$ 0,46 até ontem. No Rio, a equipe do Globo percorreu 42 postos na capital fluminense na última quinta, 31 de maio, e no dia de ontem. Do total, apenas um, na Tijuca, tinha a placa com o valor praticado em maio, e foi o único da região que concedeu o desconto na bomba. O diesel não é a única preocupação. Como lembra Gerson Camarotti, o Planalto teme um novo levante, vindo das cidades, por conta do preço da gasolina.
Então... O governo usará “todo o poder de polícia” para garantir o repasse do desconto de R$ 0,46 no litro do diesel às bombas de combustível. A afirmação é do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen. (Estadão)
Gilmar Mendes mandou libertar quatro dos doleiros presos na Operação Câmbio, Desligo, no Rio de Janeiro. “Os crimes imputados aos quatro foram praticados sem violência ou grave ameaça”, explicou. (Estadão)
No final do dia de ontem, Bretas enviou ofício a Gilmar. “Casos de corrupção não podem ser tratados como crimes menores, pois a gravidade não deve ser medida apenas sob o enfoque da violência física imediata”, escreveu. “Os casos têm enorme potencial para atingir, com severidade, um número infinitamente maior de pessoas.”
Nas duas últimas semanas, o ministro libertou 19 homens presos pelo juiz.
A senadora Kátia Abreu foi ministra do governo Dilma e, no Parlamento, uma das que mais lutou para que o impeachment não ocorresse. Lula orientou voto para ela, na eleição suplementar para governo do Tocantins. A senadora ruralista recebeu, porém, 15,66%. Nem o PT local a apoiou. Foi o primeiro teste eleitoral a medir a autoridade de Lula preso. (Veja)
Pois é... Manuela D’Ávila, do PCdoB, pôs sua candidatura na mesa. “Se eu não for candidata, os outros três se entendem para estarmos unidos em uma única candidatura?” Internamente, a mensagem do partido é clara e tem destino: o PT. Lula não será candidato, é hora do plano B. (Estadão)
Não vai sair. Do PSOL, Guilherme Boulos seguiu pelo rumo contrário. A unidade que a esquerda deve ter, para ele, deve se limitar à luta pelos direitos sociais e a defesa da liberdade de Lula. (Estadão)
Em pesquisa realizada por telefone, o DataPoder360 investigou três cenários de intenção de voto para presidente. Nos três, colocou Fernando Haddad no lugar de Lula e, em um, João Doria ao invés de Alckmin. Para os tucanos, a notícia é ruim: Doria teria 6% das intenções, mesmo tamanho do ex-governador. Marina Silva cai e fica entre 6 e 7% dos votos, também o mesmo tamanho de Haddad. Jair Bolsonaro comanda, com entre 21 e 25%, seguido por Ciro Gomes, 11-12%. E, de acordo com a pesquisa, o ex-capitão do Exército venceria no segundo turno contra Ciro, Marina, Haddad ou Alckmin. Foram entrevistadas 10.500 pessoas em 349 cidades.
Bruno Boghossian: “O brasileiro quer subsídios para combustíveis, mas não quer pagar impostos que cobrirão essa conta. Pede um Estado eficiente, mas a maioria rejeita privatizações. Boa parte dos presidenciáveis escalou conselheiros dispostos a empunhar a bandeira do ajuste das contas públicas — com corte de despesas, aumento de impostos ou venda de patrimônio. É difícil saber se os candidatos terão coragem de defender essa agenda até o fim.” (Folha)
Segundo o Radar, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, já disse a pelo menos três senadores que seu par na Câmara, Rodrigo Maia, trabalha para derrubar Temer.
A italiana Enel fechou ontem a compra de mais de 70% da distribuidora de energia paulista Eletropaulo. Pagou cerca de R$ 5,55 bilhões, em um leilão realizado pela B3. A transação a tornará a líder no mercado brasileiro de distribuição de eletricidade, posição até então ocupada pela CPFL Energia, da chinesa State Grid. (Estadão)
HealthTech
Nas primeiras seis semanas em prateleiras, o Fitbit Versa vendeu mais de um milhão de unidades. Para a marca, é um feito. Seu modelo do ano passado, o Ionic, simplesmente não decolou. A empresa faz os melhores smartwatches para exercícios — medem o número de passos, acompanham frequência cardíaca, fazem conta de gasto calórico, avaliam qualidade do sono, alguns têm GPS. O maior atrativo para a comunidade de usuários, porém, é a rede social, que permite competir entre amigos. Quem corre mais numa semana, por exemplo. Dá uma força. Mas, empacada, mal perante analistas, precisava de um best-seller. Discreto no tamanho, custando US$ 199, o Versa colou no público feminino. Ajudou o app recém-lançado para acompanhar a saúde da mulher: para registro de dores de cabeça, câimbras e ciclo menstrual. A diferença em relação a outros apps é que o da Fitbit leva em consideração também os dados dos sensores do relógio para uma perspectiva maior de saúde. Depois de um tempo, o relógio mostra em que ponto se está do ciclo mensal.
Não é à toa que a Fitbit tocou o bumbo com o Versa. Foi preventivo. Em seu anúncio de hoje, a Apple apresentou o watchOS 5. E o Apple Watch começará a fazer muito do que já faz o Fitbit. Vai detectar automaticamente o início dos exercícios, será capaz de medir atividade física também em ioga e escaladas, e permitirá que amigos compitam entre si. O aparelho é mais caro — US$ 329 no modelo básico — mas não serve apenas para exercícios. E, só no primeiro trimestre, vendeu mais de três milhões de unidades.
Aliás... Pelo menos um estudo mostra que pacientes que usam relógios que medem atividade podem ajudar oncologistas. É uma métrica confiável, que permite avaliar a capacidade de resistir a tratamentos quimioterápicos.
Adrianne Haslet-Davis é uma dançarina de salão. Ela se move com graça e suavidade tais que, para o desinformado, não fica claro que não tem uma das pernas. Perdeu-a em 2013, quando uma bomba terrorista explodiu na linha final da Maratona de Boston, que ela corria. Sua prótese, que no detalhe mimetiza os movimentos sutis de uma perna humana, foi construída no laboratório de Biomecatrônica do MIT Media Lab, pela equipe do professor Hugh Herr. Não é, ainda, uma tecnologia facilmente encontrada. Mas já existe. O próprio Herr, que perdeu as duas pernas num acidente de montanhismo, faz montanhismo. E contou sua história à turma do TED.
Aliás... A designer anglo-portuguesa Sophie de Oliveira Barata se especializou na criação de próteses. Não emulam função, como as do MIT. Chamam atenção pela forma. Algumas são realistas nos mínimos detalhes, outras parecem saídas da ficção científica. Seu trabalho mescla escultura tradicional e impressão 3D.
Pela primeira vez, uma mulher com câncer de mama em estado avançado, com metástases, teve o quadro revertido e viu o tumor desaparecer. Seu tratamento foi a base de imunoterapia. Tecido canceroso é retirado do corpo e examinado para que se descubra que células do sistema imune conseguiram penetrá-lo. Elas são cultivadas em laboratório, selecionadas e reinjetadas na paciente. O caso de Judy Perkins ainda é raro, mas promissor. Ela se viu livre da doença em 42 dias.
Cotidiano Digital
O principal anúncio da Apple, em sua conferência anual para desenvolvedores, foi o iOS 12. Seguindo a mesma trilha do Google com seu Android P, o novo sistema dos iPhones permitirá que usuários compreendam quanto tempo gastam no aparelho, com cada app e, a partir daí, programem limites. As notificações serão simplificadas, podendo ser agrupadas por aplicativo, reorganizando a tela. E, assim como os Galaxies S9 da Samsung, será possível construir emojis animados com a sua cara. A vantagem que o novo sistema traz, porém, e que todos sentirão, é performance. Até aparelhos mais antigos rodarão melhor. Em um iPhone 6, ligar ficará 40% mais rápido, abrir a câmera, 70%. Chega em setembro.
Cultura
Fabiana Cozza conviveu, dividiu palco e gravou com Dona Ivone Lara. Segundo a ex-empresária da sambista, seu nome havia sido aprovado para representá-la pela própria cantora, que morreu em abril. Mas o anúncio de que ela interpretaria a Grande Dama do Samba no musical Dona Ivone Lara — um sorriso negro não repercutiu bem na militância, que criticou o fato de a cantora ter um tom de pele mais claro que o de Ivone Lara. “As atrizes de pele escura já têm menos oportunidades e, quando surge um papel para elas, são preteridas em favor de um padrão de negritude que privilegia a pele mais clara”, afirmou a dramaturga Maria Shu. Acabou que Cozza renunciou ao papel. “Renuncio por ter dormido negra numa terça-feira e numa quarta, após o anúncio do meu nome como protagonista do musical, acordar ‘branca’ aos olhos de tantos irmãos”, disse em comunicado. O debate está longe de encontrar consenso. A família de Dona Ivone lamentou a decisão — seu neto afirmou que considera a atriz negra e que ela era a pessoa que mais conviveu com a sambista, um laço afetivo que faz diferença. Já a produção do musical disse que as demandas que desencadearam a denúncia são legítimas e deve escolher uma nova atriz. (Globo)
Primeira produção da Netflix no Brasil, 3% teve sua terceira temporada confirmada pela plataforma de streaming. Os novos episódios estreiam em 2019. Assista ao teaser.
Ralph Breaks The Internet é a sequência de Detona Ralph, o desenho animado. Vai se chamar WiFi Ralph no Brasil. E o trailer que acabou de sair é divertido: como seria a internet num mundo Disney.
Viver
A queda dos preços da energia renovável e o rápido aumento do investimento em tecnologias de baixo carbono podem deixar as empresas de combustíveis fósseis com um prejuízo de trilhões e desencadear uma crise financeira global. A conclusão é de um estudo publicado pela revista Nature Climate Change. É a chamada ‘bolha de carbono’ — ativos em combustíveis fósseis estão atualmente supervalorizados mas, a médio e longo prazo, o mundo terá de reduzir drasticamente as emissões. A bolha deve estourar antes de 2035.
Um país não identificado está produzindo CFC. O gás, o segundo mais nocivo para a camada de ozônio, está banido desde 1987, e sua emissão havia sido reduzida praticamente a zero desde 2007. Cientistas detectaram, no entanto, um aumento significativo na sua liberação. A emissão foi atribuída a um país do leste da Ásia, mas ainda não foi possível identificar qual. (Nexo)
Na Piauí, Reinaldo José Lopes conta como as matas de araucária, hoje ameaçada de extinção, se espalharam pelo sul do país. O clima era desfavorável. Se dependessem apenas de causas naturais, as araucárias teriam se retraído e sido substituídas por gramíneas. Mas arqueólogos do Brasil e do Reino Unido descobriram que seu crescimento tem estreita associação com os assentamentos das principais sociedades indígenas dos planaltos sulinos. Na prática, os ancestrais dos Kaingang e Xokleng, os Jês, atuaram como semeadores da floresta: levaram-na para locais onde ela não cresceria naturalmente, usufruindo dos muitos recursos que ela oferece, como os saborosos e nutritivos pinhões.
