PF pede quebra de sigilo de Temer
Chegou à mesa do ministro Edson Fachin, no Supremo, um pedido da Polícia Federal para quebra do sigilo telefônico do presidente Michel Temer e seus dois lugares-tenentes, Eliseu Padilha e Moreira Franco. Trata-se do inquérito a respeito de propina da Odebrecht na Secretaria de Aviação Civil, comandada pelo MDB, em 2014. Os policiais querem localizar uma ligação feita por Temer aos dois ministros perto de um encontro no Palácio do Jaburu, onde ocorreram os acertos. Naquele ano, segundo um ex-executivo da empreiteira, Temer teria lhe pedido R$ 10 milhões.
Não é a única dor de cabeça que Temer enfrenta. Segundo as repórteres Andreia Sadi e Mariana Oliveira, a PF também busca mais indícios de pagamentos mensais ao presidente, de R$ 340 mil, na década de 1990, por uma série de empresas ligadas ao Porto de Santos — incluindo a Rodrimar, que se encontra no centro do inquérito. Foi a partir desta investigação que dois amigos de Temer foram presos. A Companhia Docas de São Paulo, à época, era comandada por um homem indicado por Temer.
O Planalto respondeu em nota. “Nada mais precisa ser dito sobre esse escândalo digno do Projac, a maior fábrica de ficções do país.” As duas repórteres são da TV Globo.
Os procuradores responsáveis pela Lava Jato do Rio querem a suspeição do ministro Gilmar Mendes nos processos em que o empresário Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio, é réu. A quebra de sigilo fiscal revelou um pagamento de R$ 50 mil, em 2016, ao Instituto Brasiliense de Direito Público, que tem entre os sócios Gilmar. Um evento do instituto no Rio, dois em Lisboa, foram patrocinados por decisão de Diniz. Segundo os procuradores, o próprio Gilmar se declarou impedido noutro processo que incluía a Fecomércio.
A Polícia Federal anexou na terça, a um dos processos da Lava Jato, uma troca de e-mails entre o ex-presidente Fernando Henrique e Marcelo Odebrecht. “Meu caro Marcelo”, escreveu FH, “Recordando nossa conversa no jantar, envio-lhe um SOS. O candidato ao senado pelo PSDB, Antero Paes de Barros, está em segundo lugar. Seria possível ajuda-lo?” A troca de mensagens seguiu. “Presidente, já solicitei que fosse feito o apoio ao Antero.” Uma semana depois, o grão-tucano reforçou o pedido, incluindo entre os destinatários o empresário Benjamin Steinbruch. “Estimados amigos, desculpem a insistência e nem mesmo sei se já atenderam o que lhes pedi.” Nesta última, FH incluiu entre os que precisavam de ajuda também o paraense Flexa Ribeiro. (Veja)
O ex-presidente respondeu ao repórter João Pedroso de Campos. “Posso ter pedido, mas era legal. Não sei se deram e não foi a troco das decisões minhas, pois na época eu estava fora dos governos, da República e do estado.”
Pois é... Benjamin Steinbruch pediu licença da Fiesp para que possa se juntar à chapa de Ciro Gomes como candidato a vice. (Folha)
Já FH, diz Bernardo Mello Franco, está de olho em Marina Silva. Preocupado com a candidatura de Geraldo Alckmin, vê em Marina uma possibilidade de aliança para os tucanos. (Globo)
Tem mais um se juntando ao bonde. Guilherme Afif Domingos se licenciou do comando do Sebrae e deseja se candidatar à presidência pelo PSD. (Estadão)
Para refrescar a memória: em vídeo de 1989, o slogan ‘Juntos chegaremos lá’.
Encostou nos R$ 3,85 e fechou em R$ 3,83 a cotação do dólar ontem. Segundo analistas, o mercado tenta buscar respostas para questões cruciais do país, mas em meio a um ambiente eleitoral bastante indefinido, não as encontra. (Estadão)
De um lado, os contratantes de transportadoras, principalmente do setor agropecuário, se movimentam para mudar a tabela do frete mínimo. De outro, os caminhoneiros prometem resistir a qualquer alteração. Nas redes sociais, principalmente no WhatsApp, os motoristas falam até uma nova paralisação. (Estadão)
Celso Ming: “Épocas de crise produzem coceira populista. Se a crise coincidir com período eleitoral, como agora, a coceira fica maior ainda. Uma dessas coceiras é a que pressiona por tabelamentos de preços. Qualquer tabelamento sempre sai supostamente para beneficiar um lado do preço, em prejuízo de quem está do outro lado. E isso complica tudo. Tabelamentos e controles de preços produzem distorções. Os produzidos pelo presidente Sarney naqueles desastrosos planos econômicos da segunda metade dos anos 80 não foram os últimos. A administração Dilma derrubou os juros na marra, tabelou os preços do quilowatt-hora, promoveu a redução das tarifas da condução urbana, atrasou inúmeros preços e tarifas, inclusive os dos combustíveis, situação que, por sua vez, provocou atrasos dramáticos nos reajustes dos tais preços administrados. A correção dessas monstruosidades custa caro, como já se sabe.” (Estadão)
Enquanto isso... A greve dos caminhoneiros afetou o fornecimento de peças para as montadoras, e a produção de veículos no Brasil caiu 15,2% em maio ante maio do ano passado. Os números são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. Foram 212,3 mil unidades fabricadas no mês, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus — se comparado a abril, houve queda de 20,2%. A recuperação deve levar de dois a três meses. (Estadão)
Cultura
O New York Times resenha Machado de Assis: “A criação de uma cartografia pessoal — ou por ter se ancorado em uma vida da mente — talvez explique a origem de uma das frustrações com o trabalho de Machado: ele se recusou a escrever explicitamente a respeito da escravidão. E, no entanto, Machado está sempre escrevendo sobre libertação a seu modo, que para ele começava com a liberdade de pensar. Poucos autores de ficção escreveram de forma tão dedicada sobre como ideias surgem e se movem, o jeito pelo qual se perdem ou são fisgadas e despertam paixões em outros. Ideias e fixações elevam e distorcem suas histórias. Para Machado, sua identidade e os contornos de seu mundo não surgem apenas de suas circunstâncias, mas também daquilo sobre o que você pensa habitualmente. Você é o que você contempla, então escolha com sabedoria.”
Faz 20 anos que Carrie Bradshaw, a personagem mais emblemática já vivida por Sarah Jessica Parker, deu seus primeiros passos por Nova York — quando as Torres Gêmeas ainda despontavam no horizonte e cosmopolitans eram o drinque da moda. Pois é. Sex and the City, a série que contou a história de Carrie e suas amigas, Charlotte, Miranda e Samantha, completou duas décadas. (Folha)
O site E! Online elencou os 16 momentos mais marcantes do quarteto.
Talvez você não tenha tido tempo de terminar de assistir aos episódios da segunda temporada de 13 reasons why. Mas a série já foi renovada pela Netflix. A terceira estreia em 2019.
Viver
Em 2015, o surto de zika vírus no Brasil mostrou pela primeira vez ao mundo que a infecção pelo vírus pode ter consequências devastadoras para as mulheres grávidas e seus fetos. Um pouco mais tarde, foi descoberto que mesmo bebês nascidos sem a doença podem desenvolver sintomas associados à infecção congênita pelo zika vírus. Os filhos do surto ainda não passaram de 3 anos e ninguém pode prever as consequências a longo prazo. Pesquisadores resolveram investigá-las usando camundongos. Entre os sintomas tardios estão perda de peso que não é recuperada na idade adulta, déficits cognitivos e comprometimento na função motora. Além disso, a memória e a sociabilidade de camundongos adultos também foram afetadas.
Enquanto isso... A epidemia de opiáceos é hoje uma das principais preocupações das autoridades americanas na área de saúde. No Brasil, o uso dessas substâncias ainda não tinha chamado a atenção. Até que uma pesquisa divulgada pelo Globo revelou um aumento de 465% nas prescrições desses compostos entre 2009 e 2015. Entre as razões, segundo especialistas, estão a ineficiência para suspender a medicação de pacientes que recebem alta, e a falta de critérios para prescrever a substância. A prescrição de codeína, que serve para o tratamento de dores moderadas, é a mais comum no Brasil e corresponde a cerca de 98% dos registros pela Anvisa.
Este mapa da Carbon Brief mostra a localização de todas as usinas de carvão do mundo — planejadas, em construção, operando e desativadas — dos anos 2000 até o presente.
E o KFC está testando novas receitas de frango... vegetariano.
O Ministério da Saúde entrevistou quase 4.000 homens, em 12 cidades, que aceitaram fazer o teste do HIV. O objetivo foi estudar a prevalência do vírus em homens que fazem sexo com homens — dos entrevistados, 83,1% se declararam gays, 12,9% heterossexuais ou bissexuais e 4% outros. 75% deles afirmaram fazer sexo exclusivamente com homens. 18,4% dos resultados foram positivos — a pesquisa anterior, de 2009, com a mesma metodologia, encontrou prevalência de 12,1%. Entre as hipóteses para o aumento estão a redução do uso da camisinha e as mudanças comportamentais, como a busca por parceiros sexuais por meio de aplicativos. Mas há também uma questão política. As campanhas de prevenção, principalmente as de órgãos públicos, minguaram. “O crescimento do apoio da bancada boi, bala e bíblia em um Congresso considerado o mais conservador na história da democracia do país levou à redução nas pautas de gênero e sexualidade e reduziu o apoio a programas que focam nas necessidades de homens que fazem sexo com homens. Inclusive, houve grandes cortes de verba ou desmantelamento de programas de pesquisa, prevenção e tratamento na área da saúde”, diz o estudo.
Cotidiano Digital
Em depoimento perante o Parlamento britânico, o ex-CEO da consultoria Cambridge Analytica Alexander Nix diz ter sido vítima de mentiras e teorias conspiratórias construídas pela imprensa de esquerda. De acordo com ele, a fonte de boa parte das acusações contra a empresa, um ex-funcionário chamado Christoper Wylie, mentiu em sua entrevista para o jornal The Guardian. “Ele diz defender que os dados pessoais são soberanos, mas tinha um banco muito maior do que o nosso e tentou comercializá-lo da mesma forma como fazíamos”, acusou Nix, que considera Wylie um ressentido. O fato de ter sido flagrado em vídeo pelo Channel Four dizendo que poderia montar armadilhas para forçar flagrantes contra políticos opositores de seus clientes, segundo Nix, não passa de montagem bem-feita. “Wylie mente para vocês e cá estou sujeito a acusações ridículos baseadas em possibilidades tênues sem qualquer sustentação.”
Um estudo de engenheiros da Samsung pode se tornar um importante substituto de headphones. Ainda é um protótipo mas, ao que parece, vai sair. Chama-se Sound Ray, ou S-Ray. Vem em três modelos: duas pequenas caixas de som e um colar. Utilizando-se de uma tecnologia chamada modulação ultrassônica, seus desenvolvedores dizem conseguir fazer com que só o usuário ouça a música emanada. Som meticulosamente direcionado. Vista o colar, ouça sua música sem precisar de fones de ouvido. Ninguém mais ouve. A Samsung acaba de autorizar os engenheiros a produzir sua ideia a partir de uma startup na qual a própria empresa coreana investiu.
O apresentador da tevê americana Conan O’Brien tem uma ideia para um celular que não vicia.
