Presidente do PT é absolvida pelo Supremo

A Segunda Turma do Supremo absolveu, ontem, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo. Ambos eram acusados de dois crimes. Corrupção passiva — receber dinheiro em troca de favores — e lavagem deste dinheiro. A acusação havia sido feita pelo doleiro Alberto Yousseff e corroborada por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras. A maior prova era a agenda de Costa, na qual estava anotado ‘1,0 PB’ — que significaria R$ 1 milhão para Paulo Bernardo. O relator, Edson Fachin, considerou que os procuradores não conseguiram comprovar com evidências documentais as acusações dos delatores. Ele achou, porém, que era possível condenar o casal por falsidade ideológica para fins eleitorais — ou seja, receber dinheiro para a campanha e não registrar. Caixa dois. O decano da Corte, Celso de Mello, concordou. Eles compreenderam que o dinheiro havia entrado na campanha, apenas não era possível afirmar que algo havia sido feito em troca. Mas só eles viram isso. Seus companheiros de turma, Dias Toffoli, Lewandowski e Gilmar Mendes, não viram prova alguma para nada. Absolvidos estão: 5 a 0 nas primeiras duas acusações, 3 a 2 na terceira. Ainda há dois inquéritos em curso, ligados à Lava Jato, que envolvem Gleisi e Paulo Bernardo. Em um, são acusados de formar organização criminosa junto a outros petistas para fraudar a Petrobras. Outro, de ter recebido vantagens indevidas da Odebrecht. (Jota)

A mesma Segunda Turma avalia, na próxima terça, um pedido de liberdade apresentado pela defesa do ex-presidente Lula. No dia seguinte tem jogo do Brasil. Os advogados pedem que Lula aguarde em liberdade os recursos no STJ e no próprio STF e que sua inelegibilidade pela Lei da Ficha Limpa seja suspensa. Dentre os movimentos anti-petistas, há um clima de paranoia no ar. ‘Julgamento de Lula não será televisionado’, espalhava ontem o Vem Pra Rua. Julgamentos das turmas não costumam ser televisionados, só os do pleno. Mas com Gilmar, Toffoli e Lewandowski, é a Segunda Turma que costuma dar vitória contra a Lava Jato. E o fato de o julgamento ser na véspera do jogo incomoda igualmente. A data do dia 26, porém, um dia útil, foi pedida pelo ministro relator, Edson Fachin. Que tem histórico de rigor pró-Lava Jato.

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Ciro Gomes entrou naquela fase da campanha em que a tensão lhe trai o humor. Na segunda, entrevistado no Jornal da Manhã da Jovem Pan, do nada pinçou o vereador paulistano Fernando Holiday, do MBL-DEM, e o chamou de “capitãozinho do mato”. (Vídeo.) Ontem, perante o público da Associação Mineira de Municípios, se irritou com a obrigação de responder as perguntas em três minutos. Contrariado ao ser interrompido na primeira resposta, piorou quando a segunda questão era sobre o tema do qual já falava antes. Bateu boca com militantes na plateia, abriu mão das considerações finais e atravessou o palco se retirando. (Vídeo.)

Josias de Souza: “Dona de um estilo tonitruante, a língua de Ciro já demonstrou ao dono que, solta, não perde oportunidade de exercitar sua vocação para a autocombustão. A língua priva Ciro da razão mesmo nas ocasições em que ele parece estar certo. No encontro com os prefeitos mineiros, por exemplo, o candidato estava incomodado com a exiguidade de tempo para falar sobre temas complexos. A certa altura, a língua chutou o balde: ‘Eu estava respondendo que a carga tributária subiu de 27,5% para 36% do PIB e fui interrompido na resposta para, em seguida, me perguntarem a mesma coisa. Vocês acham isso razoável?’ No momento, as prioridades de Ciro são: fechar uma aliança e alargar o seu cesto de votos. Entretanto, fiel ao velho estilo, o personagem começa a reencarnar a figura do candidato autoimune. É como se o fígado de Ciro produzisse uma toxina que ataca a língua e obstrui o processo sináptico, impedindo a comunicação entre neurônios vizinhos.”

Aliás... Holiday tem planos de processá-lo por racismo. (Folha)

Pelo menos oito governadores, entre eles dois republicanos, informaram ontem que não vão enviar os soldados da Guarda Nacional alocados em seus estados para ajudar na patrulha das fronteiras americanas. O pedido havia sido feito pela Casa Branca. O gesto é o início de um protesto organizado contra a medida de separar crianças de seus pais nas fronteiras. (New York Times)

Há pelo menos oito crianças brasileiras dentre as que foram separadas quando tentavam entrar ilegalmente nos EUA. (Folha)

Os principais executivos do Vale do Silício se manifestaram contra a política.

Viver

Neymar deixou o treino da Seleção, ontem, antes do fim. E mancando. Enquanto participava de uma roda de bobinho, se esticou para alcançar uma bola e reclamou de dores no tornozelo direito. A CBF garante que o camisa 10 não preocupa — inclusive, já estaria previsto que não participaria de toda a atividade. Segundo a confederação, ele treina hoje.

Enquanto isso... Mohamed Salah não só estreou na Copa, como marcou um gol, de pênalti. Mas não foi suficiente para impedir a vitória da Rússia, que ganhou de 3 a 1 do Egito. Agora, os egípcios dependem do resultado do jogo entre Uruguai e Arábia Saudita para ainda ter chances de se classificar — precisa de uma improvável vitória saudita. (Melhores momentos.)

O grande momento da terça, porém, foi o inacreditável segundo gol senegalês na vitória de 2 a 1 sobre a Polônia. Uma bola foi desastradamente recuada ao goleiro justamente no momento em que M’Baye Niang estava sendo autorizado a reentrar em campo. Veio do nada e muito rápido, com um toque ligeiro encobriu o goleiro, e de lá foi só deixar a bola atravessar a linha. Numa partida em que se enfrentavam uma estrela do Bayern, Robert Lewandowski, e outra do Liverpool, Sadio Mané, terminou sendo o desconhecido atacante do Torino o destaque da partida. (Melhores momentos.)

E o desacreditado Japão venceu a Colômbia. A equipe se aproveitou da expulsão do colombiano Carlos Sánchez logo aos três minutos. Sánchez simplesmente espalmou uma bola dentro da grande área, qual goleiro fora. Daí, o Japão dominou a partida e venceu por 2 a 1. O gol dos sul-americanos foi de falta, no estilo Ronaldinho Gaúcho: por baixo da barreira. (Melhores momentos.)

O jogo para assistir hoje: Portugal e Marrocos, às 9h. Depois da última apresentação de Cristiano Ronaldo, é espetáculo obrigatório. A seleção portuguesa é a favorita, e a marroquina deve partir para o tudo ou nada: se perder está fora da Copa, e se empatar vai depender de uma vitória sobre o adversário mais forte, a Espanha.

A Organização Mundial de Saúde retirou a transexualidade da categoria de ‘distúrbios mentais’ na Classificação Internacional de Doenças, a CID. Mas não totalmente. Ela foi movida para a categoria ‘condição relativa à saúde sexual’. “O raciocínio é que, embora as evidências agora estejam claras de que não se trata de um transtorno mental, e de fato classificá-lo pode causar enorme estigma para as pessoas transgênero, ainda há necessidades significativas de cuidados de saúde que podem ser melhor atendidas se a condição for codificada na CID”, diz a OMS. A atualização acontece mais de 40 anos depois de a homossexualidade também ser retirada da lista. (Globo)

O senado canadense aprovou ontem o projeto de lei que legaliza o uso recreativo da maconha no país. Foram 52 votos a favor e 29 contra. Agora, a medida precisa da aprovação da governadora-geral canadense, Julie Payette, que representa a monarquia britânica no Canadá. A expectativa é que a liberação entre em vigor no início de setembro. Com a legalização, o Canadá é o primeiro membro do G7 a permitir o consumo da droga em todo seu território.

Cotidiano Digital

Dois artigos que serão votados hoje, pelo Parlamento Europeu, levantaram sinais vermelhos em toda internet. Fazem parte de uma Lei de Proteção de Direitos Autorais Um impõe a obrigatoriedade, para sites que armazenam conteúdo enviado pelo público geral, de filtrar material com copyright. Ou seja: utilizando-se de tecnologia, identificar que o conteúdo pertence a outrem e impedir sua publicação previamente. O Google tem um algoritmo do tipo no YouTube — e mesmo com a tecnologia Google, há muita coisa erroneamente bloqueada. O receio é de que, estendendo-se a obrigação de censura prévia em busca de copyright para todos, inviabilize-se boa parte da rede. A tecnologia é muito complexa para a maioria das empresas. No limite, a regra vai proibir até a circulação de memes, com frequência baseados em imagens que têm dono. O segundo artigo impõe uma taxa a quem inclui um link para sites de notícias. A intenção é financiar o jornalismo. O resultado prático é diminuir links para conteúdo jornalístico e, nesta toada, aumentar a distribuição de fake news.

Está circulando uma carta (PDF) contra o Artigo 13 assinada por alguns dos principais pensadores da rede. Inclui um de seus inventores, Vint Cerf, assim como o criador da web, Tim Berners-Lee. Estão na lista, ainda, o diretor do MediaLab do MIT, Joichi Ito, o fundador da Lotus, Mitch Kapor, e o criador da Wikipedia, Jimmy Wales.

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Com alguma discrição, a IBM apresentou segunda à noite um sistema chamado Project Debater. Uma inteligência artificial capaz de entrar num debate sobre qualquer assunto com uma pessoa. O computador foi desafiado a dois debates com humanos. Um tema foi sorteado, cada um fez sua apresentação de 4 minutos, rebateu o argumento do outro em mais 4 minutos e ambos tiveram 2 minutos de conclusão. No banco de dados do sistema, centenas de milhões de artigos e uma compreensão de linguagem. Project Debater ouve o que os humanos dizem, analisa as frases, tenta intepretá-las. Se considera ter compreendido o que ouviu, busca um argumento contrário e o estrutura em linguagem. Se decide que não entendeu de todo, ignora o que falou o adversário e reafirma seu argumento. Na vida prática, é um software capaz de analisar questões sem que emoções interfiram em sua avaliação. E pode subsidiar com argumentos empresas, governos ou organizações diversas que enfrentem um dilema. Veja um vídeo.

Cultura

Foram quatro visitas nos últimos 10 anos e, na última, uma proposta: Beyoncé e Jay-Z queriam gravar um clipe no Museu do Louvre. “Os prazos eram muito curtos, mas o projeto convenceu rapidamente o Louvre, porque sua proposta demonstrava um verdadeiro vínculo com o museu e com as obras que os tinham marcado”, disse um porta-voz da pinacoteca ao El País. O vídeo de Apeshit, que superou os 13 milhões de reproduções no YouTube em apenas 48 horas, reproduz um fenômeno cultural atual: o crescente aluguel de espaços nos museus públicos de todo o mundo, obrigados a encontrar recursos próprios diante da queda das subvenções na última década. E quanto se paga para filmar num museu? Pela rodagem de Apeshit, as tarifas que o Louvre utilizava em 2015 mostram que se cobrou um máximo de 23.000 euros por dia — o valor não foi confirmado pelo museu. No palácio de Versalhes, seriam 25.000 euros. Na Torre Eiffel, 10.000.

Paul McCartney está de volta. O cantor lança hoje um single com duas músicas inéditas, I don’t know e Come on to me, que antecipam o seu 17º álbum de estúdio, que será lançado no fim do ano. (Globo)

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