E o Centrão foi para Alckmin

A notícia começou a pipocar nos grandes jornais quando já era noite. Primeiro foi Ricardo Noblat, via Twitter, e minutos depois confirmaram a informação a veterana Vera Rosa e Felipe Frazão, no Estado de S. Paulo. Tendo passado uma semana dando a impressão de que se inclinava para Ciro, o Centrão vai de Geraldo Alckmin. Ao Estadão, três dos presidentes partidários confirmaram a notícia, que deverá ser anunciada oficialmente no dia 26, quinta-feira próxima. Se o acordo sair como planejado, Josué Gomes (PR), filho de José de Alencar, será o vice da chapa tucana. O acordo foi firmado durante uma reunião, à tarde, no escritório de Alckmin, no Itaim Bibi, em São Paulo. Assim, com a entrada de DEM, PP, Solidariedade e PRB em sua chapa, juntando-se a PTB, PV, PSD e PPS, o ex-governador paulista terá não apenas o maior tempo na TV dentre todos os candidatos — 6 minutos diários a partir de 31 de agosto — como dá mostras de que o mundo político aposta nele. Neste momento de fragilidade, é um sinal precioso. O PSDB realiza sua convenção no dia 4.

Os dois, Alckmin e Josué, vão se encontrar no fim de semana, informa Vera Magalhães. Já se conhecem mas baterão o martelo da vice só depois da conversa pessoal.

O acordo promove um tipo de jogo político que não se via no país. As alianças que organizam o poder costumavam ser feitas após as eleições, já em cima de quem ganhou. Raramente o eleitor sabia previamente em que tipo de acerto votava. Pois o bloco do Centrão também se organiza no Legislativo. O demista Rodrigo Maia deve ser reencaminhado à presidência da Câmara e ao PP caberá, em caso de o grupo ter maioria dos assentos, a presidência do Senado. PT e PMDB se alternaram no comando da Câmara entre 2003 e 2016 — com a exceção do período no qual os petistas cederam a cadeira ao aliado Aldo Rebelo. No Senado, o MDB manda desde 2001, com curto intervalo no qual o petista Tião Viana assumiu após renúncia de Renan Calheiros. A aliança redesenha o Poder Legislativo, mesmo que Alckmin não chegue ao Planalto. (Folha)

Alckmin ainda tem seus fantasmas. No Estadão, Pedro Alcântara, de 54 anos, conta sobre como era o processo para depositar dinheiro para o então presidente da Dersa, Pedro da Silva. Alcântara era seu motorista — e laranja.

Será hoje, e com gosto amargo, a convenção do PDT que fará de Ciro candidato à Presidência. “Não sou o dono da verdade, cometo erros.” (Estadão)

Bruno Boghossian: “A turbulenta etapa de negociações partidárias deixará sequelas na campanha de Ciro Gomes. Sentado à mesa com DEM e PP, o candidato deu sinais de que estaria disposto a flexibilizar suas posições para absorver uma plataforma mais amigável ao mercado. No fim, o pedetista recebeu um veto de economistas de viés liberal, reforçou as antipatias do mercado a sua candidatura e terminou sem o apoio do bloco que daria musculatura política a sua campanha. O deslocamento errático pode ter queimado terrenos que Ciro pretendia percorrer no eleitorado de centro. Ele terá poucas alternativas a não ser recuar à esquerda, ainda que precise enfrentar o congestionamento que será causado pelo futuro apoio de Lula a um candidato do PT. Bem encaminhada, uma aliança com o PSB daria a Ciro a ‘hegemonia moral e intelectual’ que desejava conferir a sua chapa. Será difícil, porém, fingir que não esteve prestes a assinar uma carta de boas intenções com o DEM e o centrão.” (Folha)

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A revista Piauí e o site Poder360 realizarão um debate presidencial em 18 de setembro, com transmissão via streaming pelo YouTube, com os candidatos de PDT, PSDB, PSL, Rede Sustentabilidade e PT.

A cúpula com a Rússia foi decidida nos pênaltis

Tony de Marco

 
Trump-na-Copa

Cultura

Em São Paulo, o clássico do teatro marginal de Plínio Marcos ganha perspectiva racial em Navalha na Carne Negra, no TUSP. A ópera Piedade, composta por João Guilherme Ripper a partir da vida de Euclides da Cunha, é apresentada em forma de concerto hoje e amanhã no Municipal, com regência de Luiz Fernando Malheiro. E amanhã a multi-artista Bella apresenta a performance sonora-visual UN no Sesc Vila Mariana.

No Rio, mais de 400 filmes de 40 países, entre curtas e longas-metragens, serão exibidos a partir de amanhã no Anima Mundi, festival de animação que completa 26 anos. Nelson Freire, nosso mais celebrado pianista, interpreta concertos de Chopin e Brahms com a orquestra do Municipal nesse domingo. E Grace Passô faz curta temporada do monólogo Vaga Carne, que acaba de virar livro, na Caixa Cultural a partir deste final de semana.

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Aliás... Outra dica é um espetáculo talvez não cultural, mas científico. Ou mágico. Talvez ambos. A dupla de psicólogos de Inconscientemente, às sextas no Teatro Viradalata em São Paulo, descobre coisas do público que ninguém imagina. Veja.

Fim de julho não costuma ser uma boa temporada nas salas. Mas, em O Orgulho (trailer), o excelente Daniel Auteuil, um professor que passa dos limites do racismo na escola de Direito, é desafiado a transformar a berbere Neïla Salah numa grande advogada. Filme para se sentir bem no final. Tem um Wes Anderson novo, sempre inusitado visualmente. Em Ilha dos Cachorros (trailer), um stop motion que se passa no Japão do futuro próximo, os bichos são exilados numa ilha destinada ao lixão. E quem vai parar na mesma ilha é o filho do prefeito responsável pelo exílio. Ele busca seu cão. Uma aventura para crianças e para adultos. Por fim, o documentário Bergman, 100 Anos (trailer) focaliza em 1957. O mestre diretor tinha 38, seis filhos de três mulheres, e estava para lançar nada menos do que seis filmes quase simultaneamente. Entre eles, Morangos Silvestres e O Sétimo Selo, obras-primas do cinema. Foi naquele ano que Bergman ganhou o mundo. Veja as outras estreias.

“F***-se o Batman!”. É assim que Robin responde a quem lhe pergunta sobre o homem-morcego no trailer de Novos Titãs, a série da DC que reúne, além dele, os jovens justiceiros Estelar, Mutano, Ravena e a dupla Columba e Rapina. O lançamento foi ontem, na Comic-Con San Diego.

Foi lá também que estreou o novo trailer de Doctor Who. A nova temporada da série, que chega ainda este ano, marcará uma mudança no protagonista, que passará a ser interpretado por Jodie Whittaker.

Mais detalhes sobre o que rolou no primeiro dia da Comic-Con estão no twitter do Meio.

Viver

Walter Casagrande: “Na Copa de 2014, eu ainda bebia. Não usava mais droga, mas com o álcool vinha aquele pensamento de usar a droga. Me internei por sete meses, de setembro de 2015 a março de 2016. Saía para fazer as transmissões dos jogos, para ir ao cinema, mas sempre acompanhado da psicóloga. Saí da internação em março daquele ano e fui cobrir a Olimpíada aqui no Brasil. Fiz a Olimpíada legal, tranquilo, sem problema algum, até porque não saía do hotel a não ser para fazer os jogos. Me toquei ali que tinha sido o primeiro evento que eu tinha passado sóbrio. Mas ela foi no Brasil, então eu tinha recursos de psicólogos, amigos, toda ajuda. Eu precisava de um evento grande, uma Copa fora do Brasil, para que eu mesmo tivesse de resolver as coisas. No último dia, da final entre França e Croácia, me veio na cabeça: pô, acabou a Copa. Aí vieram todas as coisas. Apareceu um flashback de tudo o que aconteceu. Me emocionou para caramba. No dia a dia, eu não estava contando: ‘mais um dia sem beber’. Nada disso. Fiz as coisas normalmente, não fiquei preso ao meu tratamento. Fiquei preso à Copa. E quando acabou me veio tudo isso na cabeça fiquei emocionado mesmo. Consegui terminar sóbrio e agora eu sei que pulei para outro patamar.” (Época)

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Uma família na cidade francesa de Nantes se tornou recentemente a primeira do mundo a se mudar para uma casa construída com a impressão 3D. O imóvel tem 95 metros quadrados e foi projetado para uma família de cinco pessoas. O design inclui paredes curvas para reduzir os efeitos da umidade e controles digitais para pessoas com deficiências. Ainda é apenas um protótipo, mas também pode ser o início de uma grande mudança na indústria da construção.

Produzir desinformação é muito mais fácil do que combatê-la. Jornalistas de dois veículos alemães mostraram isso ao publicar, em uma revista científica, um falso estudo sobre câncer. A investigação pretendia demonstrar que qualquer pessoa pode fazer um estudo falso passar como verdadeiro por dinheiro. Segundo o Le Monde, os dados inventados e, os autores, afiliados a um instituto imaginário. Ainda assim, o artigo foi aceito em menos de 10 dias e publicado em abril. (Globo)

Circulou entre publicitários, nos últimos meses, uma planilha anônima na qual as pessoas falavam livremente sobre como viam o trabalho em suas agências. A turma da Wonderboom.cc pôs num site as críticas: um retrato do trabalho em publicidade no Brasil.

Cotidiano Digital

O Uber começou a perceber, em San Francisco, uma migração de usuários dos carros para bicicletas. A perda é mais aguda nos picos de congestionamento, de manhã e à noite. Como já apostava neste movimento, a empresa comprou a Jump, um serviço de aluguel de bicicletas elétricas, que está nas ruas da City desde fevereiro. As bicicletas podem ser alugadas a partir do mesmo app de chamar carros e, desde 1º de julho, foi calculado um aumento de 15% do uso de bikes e uma queda de 10% nos automóveis.

É um mercado agitado. Pois, além das e-bikes, há também os patinetes elétricos zanzando pela capital informal do Vale do Silício. A aposta das empresas é que quem está mais capitalizado vai ganhar, como ocorreu com a Uber. Sunil Paul, co-fundador da Sidecar, uma das primeiríssimas concorrentes da gigante dos carros por app, faz outra aposta. Quem vencerá no mercado de patinetes (e bicicletas) será a própria Uber. Por um motivo simples: já tem o app e, portanto, clientes. Já tem os algoritmos testados e otimizados. É uma experiência que qualquer nova concorrente precisará lutar muito para adquirir e que, nos primeiros meses de funcionamento, fará já toda diferença.

A descoberta foi do site holandês Lets Go Digital: um pedido de registro de patente da Samsung para um celular dobrável. A notícia de que na próxima família de Galaxies haverá um de tela dobrável já estava circulando. Mas, na patente, há ilustrações. Se a proposta se confirmar, a empresa sul-coreana pode estar desenvolvendo um smartphone com sete polegadas — quase um tablet — que dobra como um maço de notas para caber no bolso.

A Walmart, maior rede varejista dos EUA, deve entrar para o ramo de streaming de vídeo até o final do ano. Isto, lá. Num mercado em que disputam, além da Netflix, também Amazon e Hulu, a empresa parece querer ganhar no preço. Custará US$ 8 ao mês, contra quase US$ 20 da Netflix. Os planos são de licenciar filmes e programas de TV, mas também investir em produções que levarão a marca Vudu. Com este nome, a empresa já oferece vídeo para download num modelo similar ao de Google Play e Apple iTunes.

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