Acabou a ambiguidade: Manuela será a vice

Se era para ficar ambíguo, Manuela D’Ávila largou a ambiguidade em coletiva, ontem, na sede do PCdoB. “Me dei conta hoje de manhã que das tarefas honrosas que me caberão, uma delas é que vou morar no Palácio do Jaburu”, afirmou sorrindo. “Quem vai tirar Temer do Jaburu sou eu.” Oficialmente candidato a vice de Lula, Fernando Haddad estava a seu lado. “Eu e Manuela vamos rodar o país com essa mensagem de que queremos resgatar a soberania nacional”, disse. A candidata afirmou que ela será a vice da chapa — não importa se com Lula ou com Haddad. E aproveitou-se da piada para incorporá-la. “Já viu o meme circulando na internet que somos o verdadeiro tríplex?”

Lula e Bolsonaro têm, praticamente empatados, a maior taxa de engajamento no Facebook — no período entre 7 de julho e 6 de agosto. O estudo é do DAPP da FGV. João Amoêdo, do Novo, vem em terceiro, com distância para Álvaro Dias, em quarto. Ciro e Alckmin são inexpressivos na rede. Nos últimos dias, Fernando Haddad mais que dobrou a média de interações por post.

Merval Pereira: “Quando eleito pela primeira vez, em 2002, Lula ampliou seu eleitorado incluindo na chapa o empresário José de Alencar. Sempre que disputou eleição com vices do mesmo grupo político, perdeu. Foi assim em 1989 com José Paulo Bisol do PSB; em 1994 com o petista Mercadante; em 1998 com o pedetista Leonel Brizola. A ver se na cadeia e com uma chapa de nicho esquerdista, Lula conseguirá transferir seu prestígio em votos para Haddad.” (Globo)

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Jair Bolsonaro começou mal a primeira semana de campanha. Por conta do vice. No domingo, o general Hamilton Mourão fez sua leitura sociológica do Brasil — herança dos privilégios portugueses, da indolência dos índios e da malandragem dos africanos. Passou a segunda-feira tentando explicar o que queria ter dito. Agora há uma denúncia contra Mourão. Segundo o El País, o coronel da reserva Rubens Pierrotti Junior o acusa de ter favorecido a empresa espanhola Tecnobit, reprovada oito vezes pelo corpo técnico do Exército, em uma licitação.

Bolsonaro, aliás, será o foco inicial de ataques por parte de Alckmin e Meirelles, diz Valdo Cruz.

Circula em São Paulo a informação de que Laurence Casagrande, ex-presidente da empresa de rodovias paulista, a Dersa, está trabalhando numa delação premiada. Sua Defesa nega. Casagrande, que está preso, também foi secretário de Logística e Transportes de Geraldo Alckmin. “Defendemos toda a investigação”, afirmou o candidato tucano à presidência. “Não temos nada a temer.” (Estadão)

Para ler com calma: O título do artigo de Sergio Fausto, na Piauí, provoca. Segurança não é coisa da direita. “A deterioração das condições de segurança pública, no campo e nas cidades, é uma grave ameaça à democracia no Brasil. Já está mais do que na hora de os democratas acordarem para esse fato. Todos os indicadores apontam para o fortalecimento financeiro, territorial e bélico do crime organizado e para sua maior penetração nas instituições do Estado, a começar pelas polícias civil e militar, assembleias estaduais, prefeituras de municípios menores. Tornou-se moeda corrente chamar todos os políticos de bandidos. Sim, alguns são ladrões, e devem ser responsabilizados por crimes de corrupção que tenham cometido. Mas bandido é outra coisa, e é bom não perder de vista essa diferença. Na escolha dos candidatos(as) ao Palácio do Planalto, quem melhor responde em conjunto às demandas de segurança e liberdade? Não é uma pergunta simples, mas está na hora de fazê-la.”

Está liberada a consulta para o 3º lote da restituição do Imposto de Renda.

Um ex-chefe de polícia venezuelano, Salvatore Lucchese, assumiu o mando da tentativa de assassinato do presidente Nicolás Maduro, ocorrida com drones no sábado. No exílio na Colômbia, Lucchese diz ter contado com a ajuda da ‘Resistência’, um grupo difuso de ativistas, organizações estudantis e ex-oficiais militares. “O esforço armado irá continuar”, ele afirmou.

Cotidiano Digital

Conheça: no G1, as propostas de Marina Silva, Geraldo Alckmin, Guilherme Boulos, João Amoêdo e Henrique Meirelles para tecnologia. Os cinco falaram durante a GovTech Brasil.

O Twitter fez, ontem, um bloqueio parcial de inúmeras contas ligadas à direita. Não houve um banimento como o do Facebook, mas um grande número de usuários descobriu, ao entrar, que podia ler, mas não enviar tweets. A mudança é temporária, até que cada usuário comprove sua identidade. A empresa detectou, neste grupo, um comportamento que sugeria distribuição artificial, automatizada, feita por robôs. Uma tentativa de fraudar o alcance de certas contas através de retweets, fazendo parecer que têm maior leitura do que de fato conquistaram. Houve reação com muitos, incluindo Jair Bolsonaro, distribuindo a hashtag #DireitaAmordaçada.

Nos EUA... A Infowars, do ativista de extrema-direita Alex Jones, está fazendo movimento semelhante. Acusa o Vale do Silício de ‘conspiração de esquerda para silenciar vozes conservadoras’. Jones, que já havia perdido espaço nas plataformas de Facebook, YouTube, iTunes e Spotify, foi posto ontem para fora também do MailChimp, que distribuía suas newsletters. Continua no ar, porém, no Twitter. Em seu caso, o apresentador é acusado de discurso de ódio e pregação de violência.

Enquanto isso... Jeremy Horwitz, do Venture Beat, andou testando os recursos para denúncia de anúncios que veiculam notícias falsas no Facebook. Descobriu que não funcionam.

Uma equipe do Globo descobriu, em Brasília, um Vale do Silício candango: 1.105 empresas de tecnologia concentradas num raio de 15 quilômetros. Faturaram, no conjunto, R$ 3 bilhões dos R$ 4,8 bi gastos pelo governo federal em 2017 com TI. Seus contratos, em geral, ficam entre R$ 1 milhão e R$ 10 milhões — abaixo do radar dos ministros, porém rentável mesmo com licitação. Em sua maioria, compram softwares e os repassam ao governo com sobrepreço. “A corrupção no setor de TI é escancarada”, explicou um dos empresários. “Cada órgão tem um cacique que toma conta dos contratos de TI.”

Elon Musk anunciou, via Twitter, que tem planos de deixar a Bolsa de Valores e fechar o capital da Tesla. Acenou com um preço de US$ 420 por ação para quem desejar vender seus papéis e garantiu que terá financiadores. “No mercado, estamos sujeitos a flutuações violentas no valor das ações que se tornam uma enorme distração para todos”, escreveu em uma carta aos funcionários. “Ainda nos vemos obrigados a nos concentrar em apresentar resultados trimestrais que não são, necessariamente, as prioridades a longo prazo.”

Aliás... O Fundo Soberano da Arábia Saudita comprou algo entre 3% e 5% da companhia de carros elétricos. O número ainda não é certo. Um negócio que lhe saiu entre US$ 1,9 bilhões e US$ 3,2 bi.

Viver

O Senado aprovou ontem um projeto que torna crimes a importunação sexual e a divulgação de cena de estupro. No caso da importunação, o crime é praticar contra alguém, sem autorização, “ato libidinoso a fim de satisfazer desejo próprio ou de terceiro” — a pena é de um a cinco anos de cadeia. A proposta ganhou força depois que foram registrados diversos casos de homens que se masturbaram e ejacularam em mulheres em ônibus. O texto ainda aumenta a pena para o crime de estupro em até dois terços quando ele for cometido por duas ou mais pessoas (estupro coletivo) e também a eleva quando há o objetivo de controlar o comportamento social ou sexual da vítima (estupro corretivo). Quem disponibilizar, por qualquer meio, vídeo e foto que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável também estará sujeito a pena de reclusão, assim como aqueles que divulgarem cena de sexo ou nudez sem o consentimento da vítima. O texto vai agora à sanção presidencial.

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A Universidade de Medicina de Tóquio manipulou, deliberadamente, as notas de mulheres candidatas ao vestibular. Por ao menos uma década. Pois é. As notas dos homens, incluindo os que falharam uma ou duas vezes, eram aumentadas artificialmente, enquanto as notas de todas as mulheres e dos homens que falharam três ou mais vezes não recebiam o mesmo tratamento. A investigação concluiu que os resultados foram manipulados para reduzir o número de mulheres admitidas. Os diretores da universidade acreditavam que futuras médicas estariam mais propensas a abandonar a profissão para cuidar dos filhos. (Globo)

Em São Paulo, a mudança do nome de uma estação de metrô e de uma praça da capital causou polêmica. A Praça da Liberdade e a estação Liberdade do metrô, localizadas no centro de São Paulo, passaram a contar com a palavra ‘Japão’ no nome. A ideia, de um projeto de lei apresentado no ano passado, era comemorar os 110 anos da Imigração Japonesa no Brasil e o status do bairro como reduto da maior colônia nipônica fora do Japão. Mas historiadores estão levantando questões sobre memória, patrimônio, identidade e raça, embutidas na mudança. Primeiro porque, segundo eles, a referência oficial à imigração japonesa ignora o fato de que o bairro concentra hoje, também, chineses, coreanos, imigrantes de outros países asiáticos e seus descendentes. Mas também porque ignora o passado negro do bairro em sua origem— a história de ocupação por escravos e negros libertos foi apagada. (Nexo)

A cidade mais vegetariana do mundo é Londres, na Inglaterra. Segundo o aplicativo Happy Cow, um dos guias de restaurantes mais populares do universo veg (iOS e Android), a capital tem quase 300 restaurantes locais cadastrados na plataforma. Em segundo na lista vem Berlim, na Alemanha, seguida de Nova York e Portland. Tel Aviv é a representante oriental do ranking. São Paulo ficou apenas como menção honrosa, em 15º lugar. (Folha)

Cultura

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul analisaram mais de 21 mil respostas de adolescentes entre 12 e 19 anos para medir qual o impacto da série 13 Reasons Why na visão de jovens brasileiros sobre suicídio e bullying. Entre os adolescentes sem sintomas de depressão ou pensamentos suicidas antes de ver a série, 4,7% responderam ter passado a pensar mais em tirar a própria vida — um número considerado preocupante pelos autores do estudo. Naqueles que estavam sofrendo com depressão ou já tinham cogitado o suicídio anteriormente o aumento foi ainda mais expressivo: 21,6% tiveram mais ideação suicida. Por outro lado, nesse mesmo grupo, 49,5% disseram ter passado a conviver com menos pensamentos suicidas após ver a série. Também chamou a atenção dos pesquisadores o impacto sobre o bullying: dos mais de 21 mil adolescentes, 41,3% disseram já tê-lo praticado, mas depois de ver o seriado, 90,1% deles afirmaram ter passado a fazê-lo menos.

A atriz Ruby Rose, de Orange is the new black, será a intérprete da heroína Batwoman no canal de TV dos EUA CW. Assim como Batman, a personagem combate o crime em Gotham City. Nos quadrinhos mais recentes ela é apresentada como lésbica — assim como a atriz. A heroína aparecerá em dezembro em episódios de crossover de outras séries da DC, mas uma série só para ela também está sendo desenvolvida.

E a série Homeland já tem data para acabar: será após a oitava temporada, que será exibida em 2019. A série, que narra as aventuras de uma ex-agente bipolar da CIA, protagonizada por Claire Danes, e seu mentor Saul Berenson, interpretado por Mandy Patinkin, foi aclamada pela crítica em sua primeira temporada, em 2011, e se tornou um dos maiores sucesso do canal americano por assinatura Showtime.

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