TSE pode acelerar impugnação de Lula

Não foi no último minuto, como prometido, mas após uma marcha feita pelos militantes e discursos em cima do carro de som, uma comitiva de representantes de PT, PCdoB e Pros entrou no prédio do TSE. A senadora Gleisi Hoffmann, acompanhada da ex-presidente Dilma, do candidato não-oficial Fernando Haddad e da vice real Manuela D’Ávila, fizeram às 17h20 o registro de Lula na disputa pelo Planalto.

Ontem mesmo à noite, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, questionou a candidatura e pediu ao ministro relator, Luís Roberto Barroso, sua impugnação. Ela argumenta que Lula é inelegível por ter sido condenado em segunda instância, anexa o documento que o PT omitiu no registro — uma certidão emitida pelo TRF-4 — e comprova que ele se enquadra na Lei da Ficha Limpa. A procuradora não foi a única. Também Kim Kataguiri, do MBL, e o ator Alexandre Frota apresentaram pedidos de impugnação, que serão analisados pelo ministro Admar Gonzaga. Se a impugnação do registro for aceita, Lula deixa de ser candidato ainda em agosto. O PT deseja esticar o prazo ao máximo.

O PT não gostou de ver logo Barroso como o relator do registro de candidatura. Querem que Admar Gonzaga faça também a análise do pedido de Dodge. Mas Barroso não deverá tomar qualquer decisão sozinho. Pretende levar ao plenário a discussão. (Estadão)

Daniela Lima: “Lula sabe que, colocando o TSE contra a parede enquanto arquiteta a própria substituição na corrida pelo Planalto, irrita os ministros e abre espaço para respostas extremadas e céleres. Mas é preso, derrotado dia após dia nos tribunais, que mantém vivo o discurso de que é vítima de uma caçada judicial. Lula sabe que suas chances de continuar na disputa presidencial são praticamente nulas. Sabe que não sairá da cadeia este ano, em meio ao debate eleitoral. O ex-presidente faz o que faz em nome de um projeto de poder muito bem estruturado na cabeça dele. Vai esticar sua presença virtual na disputa até o limite, seja brigando com o TSE, com Sergio Moro, com o Supremo, com tudo. Fará isso para tentar criar uma narrativa capaz de ungir o nascimento de sua nova persona —hoje inseminada em Fernando Haddad. Calcula que deve perder agora para abrir margem a uma vitória em outubro.” (Folha)

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É a partir de hoje que a campanha eleitoral começa, oficialmente. A publicidade está autorizada em todo o país. Na TV, começa em 31 de agosto. (Globo)

A eleição no primeiro turno acontece em 7 de outubro e, no segundo, dia 28. Veja o calendário oficial.

O TSE já pôs no ar os registros que recebeu de candidaturas no país e nos estados. Para presidente, foram 13. E só faltam os programas de governo do PT e do Novo. Os outros, em ordem alfabética, todos PDFs: Álvaro Dias. Cabo Daciolo. Ciro Gomes. Eymael. Geraldo Alckmin. Guilherme Boulos. Henrique Meirelles. Jair Bolsonaro. João Goulart. Marina Silva. Vera Lucia.

Nos casos de Lula e João Amoêdo, há informação em seus sites.

Aliás... Esta será uma campanha que pode surpreender. Fernando Henrique já fala em uma aliança PT-PSDB caso um dos candidatos vá ao segundo turno contra Jair Bolsonaro.

Michel Temer: “Se você dissesse: ‘quem o governo apoia?’. Parece que é o Geraldo Alckmin, né? Os partidos que deram sustentação ao governo, inclusive o PSDB, estão com ele. Vou ter cautela para não fazer campanha para um ou outro. Até porque falam muito da impopularidade. Não quero nem incomodar, digamos. As pessoas precisam ser verdadeiras. Meu trabalho foi mostrar ao MDB que deveria ter um candidato. Agora, o Meirelles tem que fazer uma campanha para... Não pode desligar-se do governo. Dizer ‘eu não participei deste governo’ é impossível.” (Folha)

A Band realiza, hoje, a partir das 22h, um debate entre os candidatos a governador em onze estados e no Distrito Federal. Veja se o seu está na lista.

Entrou no ar via Messenger, no Facebook, o Lupe, chatbot da agência de checagens Lupa. Ele responde a perguntas sobre os candidatos.

A lira turca subiu ontem ante o dólar e manteve a trajetória de recuperação. Andou, porém, na contramão dos demais mercados. A preocupação com a crise voltou a impor perdas aos emergentes e o dólar se fortaleceu ante a grande maioria das divisas desses países. No Brasil, a moeda chegou a ser negociada acima dos R$ 3,92 e fechou o dia cotada a R$ 3,89. (Estadão)

Marcelo Loureiro: “A África do Sul dá todos os indícios de que será a protagonista da próxima crise internacional. O país segue a receita da ruína turca: dívida externa elevada, reservas cambiais modestas e ambiente político conturbado. O rand, a moeda sul-africana, perdeu 10% do valor em um mês, em relação ao dólar. Se a crise de fato se instalar na África do Sul, a pressão aumentará sobre outros emergentes que estão com a economia desarrumada. É o caso do Brasil.” (Globo)

Cotidiano Digital

O presidente Michel Temer sancionou, ontem, a Lei de Proteção de Dados Pessoais, aprovada faz umas semanas pelo Congresso. Ela impõe uma série de regras para quem mexe com internet. Dados de crianças só podem ser recolhidos com a autorização expressa dos pais. Informações sobre saúde podem ser usadas para pesquisa científica, e apenas. Quando um cliente deixa de utilizar os serviços de uma empresa, os dados guardados a seu respeito devem ser apagados. Recolher dados num serviço, aliás, só em caso de serem estritamente necessários ao que a empresa oferece. As multas podem ir a até 2% do faturamento da empresa, em caso de punição. Temer vetou, porém, o artigo que determinava a criação de uma Autoridade para fiscalizar. Em sua opinião, deve ser o Executivo que sugere sua criação, não o Legislativo. Prometeu enviar um projeto para resolver o problema de quem cuida da privacidade dos brasileiros.

Leia a íntegra da lei em PDF.

Amplamente elogiada por especialistas, a lei não é unânime. Dias antes de morrer, o fundador da Transparência Brasil, Claudio Weber Abramo, publicou no Poder360 um par de artigos críticos — um e dois. “O projeto é mal concebido, entra em choque com outras leis, é todo-abrangente e, ao mesmo tempo, omisso em temas cruciais”, escreveu. Sua principal preocupação é a falta de uma definição clara do que constitui dados pessoais. Nome, identidade e CPF presentes em cadastros, ele defende, não podem ser protegidos. Da ANAC à OAB, do CREA aos registros de candidatos no TSE, há inúmeros cadastros que necessariamente, segundo ele, devem ser acessíveis para que a necessária transparência em relação ao público exista na sociedade.

Muitas empresas estão abandonando os robôs de relacionamento com o público baseados em inteligência artificial. Isto inclui Microsoft e Amazon. Complexos, capazes de aprender com cada interação e se parecerem mais e mais humanos, os programas que conversam via chat para resolver problemas de clientes se mostraram pouco eficientes. Bots baseados em árvores de decisão, mais simples, que automatizam as opções possíveis, voltaram a ser adotados. É uma tecnologia que existe desde os anos 1970.

Pelo menos um analista de mercado, Ming-Chi Kuo da chinesa TF International Securities, está botando as fichas na ideia de que a Apple lançará um automóvel entre 2023 e 25. Para Ming, a empresa conseguiria trazer para o produto algo que é sua especialidade, porém falta a boa parte do setor. A integração fluida entre hardware e software. O Google, por exemplo, pretende vender o software para as montadoras, muitas das quais pretendem comprar fora as soluções de sensores e programas que servem de cérebro para os carros autônomos. Há uma outra vantagem que a Apple pode trazer: realidade aumentada. A capacidade de exibir na tela ou vidro elementos virtuais sobre o mundo real. Setas de GPS sobre as ruas, por exemplo.

Cultura

Aos fãs de As Crônicas de Gelo e Fogo e de George R.R Martin, uma boa notícia: a editora Companhia das Letras adquiriu o direito de Fire & Blood, que no Brasil terá o título literal de Fogo & Sangue, e confirmou o lançamento para novembro de 2018, junto com a publicação americana. A trama do novo livro será situada três séculos antes dos eventos apresentados em As Crônicas de Gelo e Fogo e contará a história da ascensão da Casa Targaryen e como ela venceu a guerra que uniu os Sete Reinos até os eventos da Dança dos Dragões. (Folha)

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Paul McCartney lançou ontem uma nova música. Fuh You (YouTube) faz parte do ainda inédito álbum Egypt Station, que chega às lojas e serviços de streaming em 7 de setembro. O ex-Beatle compôs e gravou o single junto com o produtor Ryan Tedder, vocalista do OneRepublic, que já trabalhou com popstars como Adele, Kelly Clarkson e Beyoncé.

Viver

Há dez anos, a natação viu o início de uma revolução. Trajes feitos principalmente à base de poliuretano, que ajudavam de maneira impensável na flutuação e na compressão do corpo, foram liberados pela Federação Internacional de Natação. Foram mais de 140 novos recordes mundiais em dois anos até que eles fossem banidos. Daí, a natação ‘voltou no tempo’. Aos homens, só foi permitido nadar com bermuda. Às mulheres, ficou liberado um maiô que cobre parte das pernas e do abdômen. E isso é importante para entender por que elas têm sido mais eficientes do que eles para quebrar as marcas de 2008 e 2009 — enquanto a natação feminina já bateu 80% dos recordes estabelecidos com os trajes de poliuretano em provas que estão no programa de Campeonatos Mundiais e Jogos Olímpicos, os homens bateram menos de 40%.

O vírus da zika chegou ao Brasil vindo do Haiti em 2013. É o que descobriram pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz. O que aconteceu, segundo o estudo, foi que o vírus migrou para a Oceania, seguindo para a chilena Ilha de Páscoa e para a América Central e o Caribe — o mesmo caminho percorrido pelos vírus da dengue e da chicungunha. Imigrantes ilegais do Haiti e militares brasileiros em uma missão de paz podem tê-lo trazido. O estudo também concluiu que, ao contrário do que se acreditava até então, o vírus foi introduzido no Brasil por pessoas diferentes, sem conexão entre si — anteriormente, acreditava-se que um único paciente teria trazido a doença que mais tarde se espalharia pelo país. (Globo)

No Brasil, em 2017, mais de 54 mil pacientes perderam a vida em hospitais públicos e privados devido a ‘eventos adversos graves’ — ocasionados por erros, falhas assistenciais ou processuais ou infecções nos hospitais. São seis vítimas por hora. Mais de 36 mil dessas mortes poderiam ter sido evitadas. Os dados são do 2º Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar e pelo Instituto de Pesquisa Feluma, da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.

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