Datafolha: Bolsonaro lidera com 22%; Marina tem 16% e, Ciro, 10%

O Datafolha, que foi às ruas ontem e anteontem, ouviu dos eleitores que, numa eleição sem Lula, Jair Bolsonaro iria ao segundo turno com 22% dos votos, acompanhado de Marina Silva, com 16%. Ciro Gomes é o terceiro, com 10%, seguido de Geraldo Alckmin, com 9%. Alvaro Dias e Fernando Haddad tem 4% cada, João Amoêdo e Henrique Meirelles pontuaram 2%. (Folha)

Já num improvável cenário de Lula concorrer, o ex-presidente teria 39% dos votos, seguido de Bolsonaro com 19%. Marina teria 8% e, Alckmin, 6%. Ciro, 5%; Alvaro Dias, 3%; João Amoêdo, 2%.

Bolsonaro lidera no índice de rejeição, com 39%, Lula tem 34% e, Alckmin, 26%. Marina, 25%; Ciro, 23%; Haddad, 21%.

O Datafolha também mediu possibilidades de segundo turno. Lula venceria com tranquilidade contra Bolsonaro, Alckmin e Marina. Marina venceria contra Bolsonaro e Alckmin. O único cenário no qual o ex-capitão vence é contra Fernando Haddad. O ex-prefeito perderia, aliás, também para Alckmin.

Mauro Paulino e Alessandro Janoni, do Datafolha: “O saldo dos últimos acontecimentos no cenário eleitoral mexeu com o imaginário da opinião pública. O registro da candidatura do ex-presidente Lula, e sua repercussão, despertam parte importante do eleitorado, que mostrava-se letárgica. No entanto, se a estratégia petista parece ter revigorado a esperança de parcela de seus simpatizantes, por outro pode cristalizar a figura de seu antagonista, Jair Bolsonaro. O imbróglio gera ruído em uma campanha de ‘tiro curto’, com pouco espaço para manobras arriscadas, especialmente numa eleição em que o desinteresse é o mais alto desde 1994. Bolsonaro subiu com padrão mais intenso. De junho até aqui, seu crescimento na espontânea é mais nítido especialmente na Região Sul. No estrato que rejeita totalmente o petista, não só como candidato, mas também como cabo eleitoral, Bolsonaro alcança praticamente o dobro das intenções de voto que tem na média do eleitorado (42%). Alckmin, nesse conjunto, fica com até 11%, empatado com Marina. O desafio do PT será conseguir comunicar a tempo a candidatura de Fernando Haddad. Haddad chega a ser menos conhecido entre os lulistas fiéis do que entre seus detratores. Quase metade dos que enaltecem o ex-presidente, tanto como candidato quanto como cabo eleitoral, não sabe quem é Haddad, mesmo que só de ouvir falar.” (Folha)

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Sérgio Abranches: “Lula preso conseguirá transferir votos para Haddad? Os números do Ibope intrigam, mais que esclarecem. Quando perguntados se Lula declarasse o voto em Haddad o que fariam, 60% dizem que não votariam de jeito nenhum. Na pesquisa em que aparece encabeçando a chapa do PT, a rejeição é de 16%. Se tomarmos essa resposta, ele é o candidato com elevado potencial de crescimento. Se tomarmos os 60% da pergunta que o associa a Lula, seu potencial de crescimento é bem menor. Será que Lula ajuda com o lulismo e prejudica com o antilulismo? Bolsonaro tem se mostrado resiliente, mas 4 pontos de crescimento em dois meses é um desempenho modesto. Sua rejeição é bastante alta, 37%. Ele se consolidou na segunda posição em um período de baixa intensidade do papel da mídia convencional. O que não se sabe é se sua força digital será suficiente para preservá-lo da campanha mais volumosa dos concorrentes, todos com mais tempo de rádio e TV. O desempenho de Marina Silva é bastante bom. Seu recall é forte, sua rejeição é baixa. Tem potencial de crescimento, porém poucos recursos convencionais. Ciro Gomes também retorna com bom desempenho. Seu recall tem força moderada, a rejeição é baixa. Pode herdar votos do lulismo, se Haddad não convencer. Nunca uma campanha foi tão decisiva e tão curta. Terá uma arrancada tardia, pois o jogo só começará após a provável impugnação da candidatura Lula. Pela primeira vez desde a eleição de 1994, a polarização entre PSDB e PT pode não ocorrer. Por outro lado, sua força inercial é tanta que também não podemos descartar a hipótese de que ela se imponha ao final da campanha. Mas, para que isto aconteça, Alckmin e Haddad precisarão crescer muito e rapidamente para superar candidatos que hoje se mostram mais competitivos.”

Em São Paulo, de acordo com o Datafolha, João Doria lidera com 25% seguido de Paulo Skaf, com 20%. O governador Márcio França empata com o petista Luiz Marinho em distantes 4%. No Rio, Eduardo Paes tem 18% contra Romário, 16%. Anthony Garotinho vem em terceiro, 12%. A corrida no Distrito Federal é apertadíssima. Eliana Pedrosa tem 15%, o governador Rodrigo Rollemberg, 14% e, Rogério Rosso, 13%. (Folha)

A Mesa Diretora da Câmara deu um ultimato ao deputado Paulo Maluf. Ou ele apresenta sua renúncia hoje ou seu mandato será cassado. Condenado pelo Supremo a 7 anos e 9 meses de prisão por lavagem de dinheiro, precisa deixar a Casa por exigência da corte.

O mercado não reagiu bem às pesquisas eleitorais. Resultado: o dólar disparou. A moeda americana fechou o dia ontem cotada a mais de R$ 4, o maior patamar em 30 meses. Até dias atrás, os investidores não imaginavam um cenário sem o tucano Geraldo Alckmin no segundo turno. Agora, temem o aumento das intenções de votos em Lula e o risco de transferência de votos para Fernando Haddad. (Estadão)

Pois é. A possibilidade de uma disputa entre o ex-prefeito de São Paulo e Jair Bolsonaro começa a incomodar. (Valor)

Desde o início do ano, a moeda norte-americana avançou mais de 20%. E com as incertezas eleitorais, analistas não descartam que o dólar chegue perto de R$ 5 nos próximos meses.

Aliás... A disparada afetou também a bolsa. O Ibovespa recuou 1,50%, a 75.180 pontos, o menor patamar de fechamento desde 11 julho.

O ex-coordenador de campanha de Donald Trump, Paul Manafort, foi condenado ontem por fraude financeira e fiscal. Ele sonegou impostos pelo que recebeu em consultoria para políticos ucranianos pró-Rússia. Foi o primeiro caso apresentado à Justiça pelo procurador Robert Mueller, que investiga envolvimento da campanha Trump com Moscou. No mesmo dia, o advogado pessoal do presidente, Michael Cohen, reconheceu, num acordo de delação premiada, ser culpado de pagar a duas mulheres para que não falassem de seus casos com Trump durante a campanha. O dinheiro, por ter sido gasto em campanha e não registrado, foi ilegal. (New York Times)

Cotidiano Digital

O Facebook atribui a cada usuário uma nota de credibilidade. O número, que vai de 0 a 1, é utilizado internamente para avaliar a qualidade das denúncias que a pessoa faz. Quem afirma ser falsa informação correta com a qual discorda consistentemente tem a nota pior. Este não é o único critério para a pontuação, mas é aquele descoberto pelo Washington Post.

O Facebook encontrou e suspendeu 652 contas, páginas e grupos falsos que formavam dois grupos distintos. Um controlado pelo governo iraniano e, outro, pelo russo. Seu objetivo era influenciar conversas na América Latina, Reino Unido e Oriente Médio. (New York Times)

Aliás... A imprensa indiana passou, ontem, o dia repercutindo a notícia de que o WhatsApp vai, enfim, ter um sistema que permite descobrir quem plantou primeiro notícias falsas ou boatos. A informação, atribuída ao CEO do WhatsApp Chris Daniels, foi divulgada pelo ministro da tecnologia Ravi Shankar Prasad. No país, boatos distribuídos pela plataforma já levaram a mais de dez mortes desde o início do ano. E há imensa preocupação com notícias falsas que possam influir na eleição do ano que vem.

Marques Brownlee, uma das principais estrelas do jornalismo de tecnologia no YouTube, fez um tour pela fábrica automatizada da Tesla enquanto carros estão sendo montados. O CEO Elon Musk o acompanha.

Aliás... Musk tem um problema esquisito, que pertence mais ao mundo das celebridades do que o do Vale. A rapper americana Azealia Banks vem disparando acusações aleatórias e desordenadas contra o empresário, que estaria com seu celular. Ela afirma que ele e a namorada, a também música Grimes, a convidaram para sua casa passar uma noite, e sugere que Musk escreveu no Twitter enquanto viajava em ácido. A instabilidade dele preocupa o mercado.

Cultura

A exposição Queermuseu estreou no Parque Lage, no Rio, mas continua enfrentando dificuldades. Na véspera da inauguração, a Justiça proibiu o acesso de menores de 14 anos, alegando que a mostra apresenta nudez e conteúdo sexual. Ontem, no entanto, o museu venceu uma ação contra a proibição e a recomendação passa a ser apenas indicativa. (Folha)

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Um novo edital lançado no mês passado pela Ancine mudou o modelo até então predominante de seleção de projetos de produção de longas-metragens de ficção, animação e documentário a receberem recursos do Fundo Setorial do Audiovisual. O processo seletivo será feito com base em uma pontuação, calculada de forma automática. Na semana passada, a agência divulgou listas atribuindo notas de zero a dez a diretores, produtoras e distribuidoras — elas se baseiam principalmente no desempenho comercial e na quantidade de obras produzidas. Mas o modelo têm sido alvo de críticas por parte de cineastas e outros profissionais do audiovisual, que afirmam que ele falha em não analisar o mérito e o teor artístico das obras que serão contempladas. (Nexo)

Os anos 1960 foram uma década de experimentos — e poucas bandas experimentaram tanto quanto os Beach Boys. Do It Again (Spotify), faixa de 1969, usa de um recurso simples: a bateria está ligeiramente deslocada. Com um atraso, um delay — o que dá uma sonoridade um quê estranha para uma música que deveria ter tudo de um roquezinho padrão. Mas, é claro, alguém teve a ideia de botar em sync. Não ficou má.

Viver

Para ler com calma. Na última década, as vendas de suplementos de vitamina D cresceram 900% nos Estados Unidos. O número de testes de laboratório quanto a deficiência da vitamina também disparou: os médicos americanos solicitaram mais de 10 milhões de exames para pacientes do programa federal de saúde Medicare em 2016 — 547% mais que em 2007, a um custo de US$ 365 milhões. O maior responsável pela criação desse mercado talvez seja o endocrinologista da Universidade de Boston Michael Holick. Ele é autor de diversos livros e artigos acadêmicos que tratam da ‘pandemia da deficiência de vitamina D’, que explicaria a forte incidência de doenças na população mundial. Pois é. Mas parece que o setor é bastante generoso com seu esforço. Uma investigação conduzida pela Kaiser Health News a pedido do New York Times constatou que ele usa sua posição influente na comunidade médica para promover práticas que beneficiam financeiramente diversas empresas que lhe pagaram centenas de milhares de dólares em honorários — incluindo fabricantes de medicamentos, a indústria de bronzeamento artificial e um dos maiores laboratórios comerciais dos EUA. Que o hormônio é importante não há dúvidas — sem o suficiente, os ossos podem tornar-se finos, frágeis e deformados. O que a ciência discute nos dias de hoje é qual nível realmente constitui deficiência e se a vitamina traz de fato todos os outros benefícios alardeados por Holick.

A Nasa constatou: há depósitos de gelo na Lua.

Entre 470 e 1.400 mortes prematuras por ano até 2030. 48 mil novos casos de asma. E pelo menos 21 mil dias de escola perdidos devido a doenças relacionadas à poluição do ar. São as consequências do novo Plano de Energia Limpa proposto por Donald Trump para substituir o de Barack Obama, ponto central dos esforços do ex-presidente para combater as mudanças climáticas. (New York Times)

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