Dólar chega a R$ 4,12 e preços aumentam nos supermercados

O governo americano impôs ontem um novo pacote de tarifas de 25% sobre US$ 16 bilhões de produtos chineses. A China logo reagiu e adotou medida semelhante contra importados dos EUA. A briga teve resultado imediato no Brasil. Se parecia que o dólar ia corrigir parte da alta acumulada nos seis pregões anteriores, não ocorreu. Depois da nova rodada de aplicações de tarifas comerciais, o mercado voltou a ficar temeroso e a moeda fechou o dia cotada a R$ 4,12. (Estadão)

Impacto imediato mesmo. Por conta do aumento da moeda americana, disparado pelas incertezas eleitorais e turbinado pela briga EUA vs China, já começaram a ficar mais caros óleo de soja, alho, azeite, pães, biscoitos e carnes. Aves e suínos deverão aumentar também. O quilo do bacalhau poderá ter aumento de até 50%, no Natal. (Globo)

E o Nexo mostra como o dólar variou em anos de eleição presidencial.

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Os advogados do ex-presidente Lula têm até o dia 30, quinta-feira que vem, para apresentar sua defesa perante a impugnação da candidatura no TSE. Na sexta começa o horário gratuito. Como não deve haver decisão final, imagens pré-gravadas de Lula poderão aparecer na TV pedindo votos. Mas, transcorrido o prazo da defesa, o relator Luís Roberto Barroso deverá apresentar seu voto e leva-lo ao plenário que é formado por sete ministros. Nos julgamentos mais recentes, os ministros têm aplicado a pena imediatamente após a decisão. Lula, portanto, estaria já inelegível enquanto recorre dentro da corte eleitoral. Mas seus advogados podem também levar uma questão constitucional ao STF. Há muito espaço para discussão. Existe, porém, uma data limite: é 17 de setembro, 20 dias antes da eleição. A partir do dia 18, o PT não poderá mais substituir seu candidato. (Globo)

Pois é... A campanha de Lula pôs no ar seu primeiro vídeo. Abre com Fernando Haddad apresentando a manifestação pelo registro da candidatura, inclui imagens gravadas pelo ex-presidente antes da prisão e encerra com o slogan que deve dominar esta primeira fase da campanha petista: ‘É Lula, é Haddad’. Um ensaio para a transição futura.

As direções de PT e movimentos sociais pediram aos sete militantes que estão em greve de fome por Lula, há 25 dias, que suspendam o protesto. (Folha)

Aliás... Ciro Gomes pediu para visitar Lula na prisão. O STJ negou.

O ministro Dias Toffoli, que assume o STF em setembro, confirmou que não pautará este ano o debate sobre início da pena após condenação em segunda instância. Só no ano que vem — e se houver consenso da corte de voltar ao assunto. (Folha)

A primeira turma do STF começa a avaliar, no dia 28, a denúncia da procuradora-geral da República Raquel Dodge contra Jair Bolsonaro. Ele é acusado de racismo por conta de como se referiu a quilombolas numa palestra no Clube Hebraica, do Rio. “Querem me tirar no tapetão, no ativismo judicial”, reclamou o candidato. Se o Supremo decidir por levar o ex-capitão a julgamento, haverá um impasse. Não está clara a interpretação da lei e, eleito sendo réu, talvez não possa assumir.

Enquanto isso... A revista Time publicou um duro perfil do candidato. “O líder de fato das pesquisas é o principal apologista do regime militar”, escreveu o repórter Matt Sandy. “Em sua entrevista, defendeu o uso de violência sem restrições pelo Estado, igualou homossexualidade com pedofilia e defendeu o ditador chileno Augusto Pinochet, cujos homens estupravam mulheres com cachorros.” Sandy perguntou Bolsonaro se não haveria chance, com ele, de um retorno do regime. “Nenhum risco”, afirmou o deputado, que foi além. “Estou pensando numa reforma política limitando os mandatos presidenciais a apenas um, começando pelo meu.”

Aliás... Bolsonaro voltou a mostrar a uma criança como atirar. “Você sabe atirar”, perguntou para um menino, ontem, em Araçatuba. “Atira. Policial tem que atirar.” (Estadão)

Escolha seu candidato por critérios objetivos

Tony de Marco

 
Pesquisa-Eleitoral

Cultura

Em São Paulo, o fim de semana é de shows. Tem Fernanda Takai cantando Tom Jobim no Sesc Santana com Marcos Valle e Roberto Menescal, o jamaicano The Scientist com a Nação Zumbi no Sesc Pinheiros, e Anelis Assumpção com Tulipa Ruiz no Auditório Ibirapuera. A partir de amanhã, o Itaú Cultural abriga uma retrospectiva que celebra os 70 anos de fotografia de German Lorca. E no sábado e no domingo, a Casa do Povo recebe a 20ª edição da Feira Tijuana de publicações independentes.

No Rio, um casarão no Jardim Botânico é o novo espaço da C.galeria, que será inaugurado no sábado com a mostra coletiva Primeiro Ato. Os 60 anos de bossa nova são celebrados em exposição idealizada por Valéria Machado Colela e Tárik de Souza no Espaço Cultural BNDES. E no sábado, o Festival Queremos! leva 12 horas de shows à Marina da Glória — entre os destaques, a banda Animal Collective e o cantor Father John Misty.

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Nesta semana, a dupla espanhola Javier Bardem e Penélope Cruz volta a trabalhar em conjunto no longa Escobar, A Traição (trailer). A veterana atriz é Virginia Vallejo García, jornalista que se tornou amante de um dos mais célebres narcotraficantes da história. Onde Está Você, João Gilberto? (trailer) acompanha os périplos do alemão Marc Fisher, quem vem ao Brasil tentar ver, ainda que de relance, o pai da Bossa Nova. Divertido e delicado, salpicado de muitas das idiossincrasias do baiano. E Histórias que Nosso Cinema (Não) Contava (trailer) é uma fascinante colagem de trechos de filmes das pornochanchadas dos anos 1970 que terminam por mostrar não o sexo ou a comédia mas um retrato de que Brasil era aquele, em plena ditadura. O cinema que um dia pareceu alienado se mostra revelador. Veja outras estreias.

Mano Brown é Pantera Negra e Negra Li é Tempestade. O desenhista Wagner Loud e o youtuber Gil Santos, o LØAD, se juntaram na série Rap em Quadrinhos. As ilustrações transformam os rappers em protagonistas de capas de gibis da Marvel, DC Comics e outras editoras.

Viver

Está para acontecer: já já os millenials serão coisa do passado. As opiniões divergem sobre a data exata, mas uma pesquisa da Bloomberg prevê que a geração Z representará 2,47 bilhões de pessoas dos 7,7 bilhões de habitantes do planeta até 2019 — ou seja, 32% da população mundial, superando a cifra de 2,43 bilhões dos millennials pela primeira vez.

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O vírus da pior epidemia de febre amarela das Américas em um século surgiu em macacos de algumas das florestas mais remotas do Brasil, na Amazônia. Mas não foram os primatas que saíram de lá. A doença se espalhou por ação humana. A hipótese mais provável é de que a doença foi levada por pessoas não vacinadas e mosquitos transportados involuntariamente pelo homem — que podem ter pegado carona em carros, caminhões ou até aviões. (Globo)

O furacão Lane perdeu força mas ainda tem ventos de até 215 km/h e já causou os primeiros estragos no Havaí. Ele ameaça o arquipélago com chuva forte e ondas perigosas. Alheio ao perigo, da Estação Espacial Internacional, o astronauta americano Ricky Arnold fotografou o fenômeno visto do espaço.

Depois que a Justiça americana sentenciou a Monsanto a pagar US$ 289 milhões a um jardineiro que afirma ter desenvolvido um câncer causado pelos agrotóxicos da empresa, o número de processos contra a companhia disparou. Nos EUA, o salto foi de 5,2 mil para 8 mil. Os papéis da empresa na bolsa também perderam 11% de seu valor desde que a decisão da Justiça veio a público.

Cotidiano Digital

Alex Stamos deixou o cargo de Chief Security Officer do Facebook no início do mês. É também professor de Políticas Públicas de Stanford, a universidade do Vale do Silício. Escreveu sobre eleições no site Lawfare.

Trecho: “Entre 2014 e bem recentemente, trabalhei na segurança de Yahoo! e Facebook, ambas empresas na linha de frente da agressiva campanha cibernética promovida pela Rússia. Os fatos são inquestionáveis: houve uma coalizão de múltiplas camadas, formada por agentes russos, para prejudicar as chances de Hillary Clinton chegar à presidência e atiçar a divisão interna no debate político americano. Estes agentes, militares ou não, pegaram a tecnologia americana, a imprensa e a cultura de livre debate de nosso país e as voltaram contra os Estados Unidos. Provocada por uma incompreensão do que ocorreu, a resposta esclerosada do governo deixou os EUA profundamente vulneráveis a novos ataques. Como líder de segurança até há pouco do Facebook, minha responsabilidade pessoal pelo fracasso em 2016 ainda me pesa, e espero poder esclarecer e divulgar as difíceis lições que aprendi para que os mesmos erros não sejam mais cometidos.”

Há uma história esquisita circulando: trata de um app pertencente ao Facebook chamado Onavo Protect, que roda em Android e iPhones. A promessa é de que oferece uma rede segura e encriptação para que seus usuários possam navegar pela internet sem riscos. Em teoria, o app também alerta o usuário sobre outros aplicativos que estejam consumindo banda em demasiado. Mas a Apple pediu ao Facebook que retirasse Onavo de sua loja. Afirma que, disfarçadamente, é uma forma de o Facebook investigar como seus usuários usam a rede fora de seus apps. Um espião digital. No mínimo, violaria a nova legislação europeia de proteção de dados. A versão para Android continua no ar. Cabe cautela.

Os ventos políticos mudaram no negócio do transporte via apps. Conforme tentam crescer rápido nos EUA como fez poucos anos atrás a Uber, os apps de patinetes elétricos estão encontrando mais e mais resistência das prefeituras. Quando tentaram regular Uber e seus rivais, os governos se depararam com antipatia por parte da população, que desejava os serviços. Essa antipatia não existe mais. Os aplicativos são usados e apreciados, mas ganhou-se uma compreensão maior de como os motoristas são explorados. Agora, Nova York está avançando com as suas regras para os apps, limitando inclusive o número de carros, e em geral a população aceita. Com os patinetes elétricos, os limites estão começando a ser impostos desde já, no nascimento do negócio. Algumas cidades querem delimitar bairros específicos onde podem operar. Outras se preocupam com o número. Todas reclamam do fato de que, diferentemente das bicicletas que têm estações específicas para serem deixadas, os patinetes estão sendo largados por todo canto.

Diga-se... Tem gente à beça se acidentando com os patinetes elétricos de aluguel por app. Braços e pernas quebrados inclusive. Um dos motivos é que vândalos cortam os cabos de freio. Outro é que o equilíbrio em cima deles não é trivial para todos.

Enquanto isso... A Yellow, que por aqui tenta implementar o modelo de bicicletas para aluguel via app sem estações fixas, está encontrando problemas bem brasileiros.

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