Bolsonaro em disparada a três dias da eleição

Todos os candidatos bateram em Jair Bolsonaro no último debate do primeiro turno. E quase todos — menos Guilherme Boulos e Fernando Haddad — bateram no PT e acusaram a polarização no entorno do partido. “Essa divisão não vai permitir que o Brasil supere sua crise”, afirmou Ciro Gomes, o terceiro na corrida. “A permanecer essa guerra, alguns votando por medo do Bolsonaro, outros por medo do Haddad, ou votando porque tem raiva um do outro, o Brasil vai ficar quatro anos vivendo uma situação de completa instabilidade”, disse Marina Silva. Haddad se defendeu das acusações de corrupção do PT, evitando tratar do tema diretamente. “Oito anos de governo Fernando Henrique, 40 operações especiais da Polícia Federal”, observou. “Doze anos de governo do PT, 2,1 mil operações. Por quê? Liberdade para investigar, contratação de pessoal, autonomia da PF. Você não pode é partidarizar.”

O G1 pôs no ar a transcrição de todas as respostas e os vídeos de cada bloco.

Checagem: pela Aos Fatos e pela Agência Lupa.

E... Como foi assistir o debate pelo Twitter, segundo análise do DAPP da Fundação Getúlio Vargas.

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Bolsonaro não foi ao debate por recomendação médica, mas gravou entrevista que a TV Record levou ao ar no mesmo horário. No total, foram 25 minutos — mas o candidato parou a cada dez por meia hora. Ainda está fraco. “Não podemos deixar que um partido que mergulhou o Brasil na mais profunda crise ética, moral e econômica volte ao poder”, disse, apostando todas as fichas numa disputa com Haddad e encarnando o sentimento antipetista. Assista.

Pois é: a Record registrou 12,2 pontos de audiência contra 26 pontos na Globo. Em terceiro ficou o SBT, com 11,2 pontos.

O bispo Macedo, líder da Igreja Universal, proprietária da Record, já havia declarado voto em Bolsonaro. Estão se aproximando. A equipe do militar quer fazer da emissora sua Fox News, em comparação com a TV que defende Donald Trump, nos EUA. Já a Record está de olho num aumento de receita publicitária vinda do Planalto. (Folha)

Jair Bolsonaro foi a 35% no mais novo Datafolha — tinha 32% na pesquisa divulgada terça-feira. Fernando Haddad, 22% (tinha 21%) e Ciro Gomes manteve-se em 11%. A esta altura do campeonato, o que importa são os votos válidos: se alguém alcançar metade mais um, leva no primeiro turno. Bolsonaro tinha 38% dos votos válidos, foi a 39%. Haddad tinha 24, foi a 25%; Ciro tinha 12, foi a 13%. Desta vez, o Datafolha ouviu 10.930 eleitores nos dias 3 e 4 e a margem de erro é de dois pontos percentuais. O militar venceria o petista no segundo turno por 44 a 43%. E perderia para Ciro com distância — 42 a 48%. (Folha)

A nova pesquisa do DataPoder360 viu um cenário um pouco diferente. Nele, o capitão reformado tem 33% dos votos válidos e, o petista, 27%. Em terceiro, Ciro tem 16%. A pesquisa ouviu que Bolsonaro teria 45% dos votos contra 42% de Haddad, no segundo turno. Ciro venceria 46 a 41%. Foram ouvidas 4 mil pessoas por telefone, também quarta e quinta-feira, e a margem de erro é de 2 pontos percentuais.

Letícia Sander, do Globo: “Eleições geralmente ocorrem em ondas, e a pesquisa Datafolha deixou claro que a surfada por Bolsonaro só ganha força. A bancada ruralista, os evangélicos e até empresários entusiastas do Novo passaram a pedir voto abertamente. Há cada vez mais cheiro de voto útil antipetista nos dados. A pesquisa também escancara o alto preço que o PT paga por ter se atrapalhado na estratégia política. O partido achava que Haddad ia chegar ao segundo turno olimpicamente. Foi atropelado. Faltando apenas três dias para a eleição, o Datafolha mostra que o candidato do PSL alcançou 39% dos votos válidos. Resta saber se a onda terá força suficiente a ponto de resolver a eleição no primeiro turno.” (Globo)

Em tempo: 69% dos eleitores declararam ao Datafolha que compreendem a democracia como a melhor forma de governo para o país. É o índice mais alto registrado desde 1989. (Folha)

TSE aprova nova urna eletrônica

Tony de Marco

 
Mega-urna

Cotidiano Digital

A edição que começou a circular ontem da Bloomberg Businessweek informa, na reportagem de capa, que em 2015, ao comprar a Elemental, uma empresa que produzia software de compressão de vídeo, a Amazon esbarrou num surpreendente — e gigantesco — esquema hacker do governo chinês.

O software da Elemental rodava em servidores fabricados pela californiana Supermicro. Com sede em San José, no Vale do Silício, embora com registro nos EUA, é uma empresa que opera com designers e engenheiros chineses. Seus servidores são utilizados em serviços de nuvem de mais de 900 empresas em 100 países. Pois, na placa mãe importada da China que estava em cada um destes servidores, a Amazon descobriu um mínimo microchip, menor que um grão de arroz, que não estava previsto no design original. Um intruso que, uma vez que a máquina fosse ligada à rede, entrava em contato para envio de informações e abertura para acesso de hackers espiões. Em vídeo.

Também em 2015, a Apple teria encontrado o mesmo microchip estranho, numa investigação interna. Seus engenheiros perceberam o grão espião ao detectar, em seu fluxo de rede, comportamentos estranhos. Foi conferir de onde vinha a troca de mensagens que não deveria aparecer, encontrou no hardware modificado. Em poucas semanas, isolou os sete mil servidores da Supermicro e os retirou de sua nuvem.

De acordo com a revista, o FBI, discretamente, informou às empresas clientes da Supermicro do problema. Mas, oficialmente, o governo americano nada diz. A Apple não comenta. E a Amazon nega, publicamente, toda a história.

Cultura

Em São Paulo, hoje e amanhã tem Odair José e Azymuth tocando o cultuado O Filho de José e Maria no Sesc Vila Mariana. Para quem é de festa, hoje tem noite de drum & bass com os DJs Marky, Makoto e Mari Rossi na D-Edge. Para quem prefere teatro, com a opção de assistir à peça vendado, Alexandre Lino leva sua Volúpia da Cegueira para três apresentações no Teatro J. Safra.

No Rio, os cravistas Olivier Baumont e Rosana Lanzelotte celebram hoje os 350 anos do compositor barroco François Couperin hoje na Sala Cecília Meireles. No sábado, a Petrobras Sinfônica interpreta Debussy, Berg e Brahms sob a regência de Eduardo Strausser no Municipal. E celebrando 45 anos de carreira, a artista Anna Carolina Albernaz apresenta 30 xilogravuras no CCJF — as obras enfocam desde a incomunicabilidade humana até a violência contra a mulher.

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O filme original, com Steve McQueen e Dustin Hoffman, fez imenso sucesso no Brasil sob a ditadura. Papillon (trailer), o remake, reconta a história do homem inocente condenado por um assassinato e condenado a passar a vida na Ilha do Diabo — a inescapável prisão francesa. Uma história nada metafórica sobre o anseio por liberdade. Os Invisíveis (trailer) é, de certa forma, também sobre prisão. O filme alemão acompanha a história de quatro judeus que viveram na Berlim nazista, fingindo-se de gentios, escapando inúmeras vezes por pouco, e sobrevivendo à guerra. A ficção é pontuada por entrevistas com as pessoas de verdade que inspiraram cada história. E tem filme de super-herói. Ou super-vilão: Venom (trailer), o alienígena que faz-se de roupa, que traz superpoderes, e se apropria do hospedeiro. Veja as outras estreias.

A Câmara Brasileiro do Livro anunciou ontem os finalistas do 60º Prêmio Jabuti, mais tradicional premiação literária do país. As categorias estão divididas em quatro eixos: Literatura, Ensaios, Livro e Inovação. E a obra escolhida Livro do Ano poderá ser tanto de Ficção quanto Não Ficção. A cerimônia de entrega da premiação acontecerá em 8 de novembro. Veja os indicados.

Viver

O Prêmio Nobel da Paz foi concedido, agora de manhã, a Denis Mukwege e Nadia Murad, ambos pelo combate da violência sexual como arma de guerra. Ativista de proeminência internacional, médico, Mukwege começou suas denúncias em seu Congo natal. Já Murad foi uma das vítimas yasidis dos soldados do Isis, no Oriente Médio, e desde que conseguiu escapar circula o mundo falando sobre o tema.

Sejam bem vindos, mas comportem-se. Esse é o apelo que Amsterdã, a capital holandesa, faz aos turistas. O número de visitantes subiu mais de 60% por lá na última década, motivado por voos de baixo custo, acomodações baratas e a facilidade de viajar pelas fronteiras abertas da Europa. E embora a cidade se orgulhe de suas riquezas culturais — os canais centenários, o centro histórico vibrante e a cena de arte florescente —, muitos turistas estão mais interessados em atividades menos ambiciosas — a maconha e a prostituição, ambas amplamente legais. As autoridades apertaram o cerco: a prefeitura aumentou para 140 euros a multa por bebedeira, algazarra ou para quem urinar na rua. Fotografar as prostitutas está proibido. Os esforços para as limpeza das ruas foram intensificados. É a maneira da cidade tentar livrar-se do turismo que faz mais mal do que bem. (New York Times)

Evitar tratamentos baseados em evidências em favor de outros sem eficácia comprovada pode contribuir, e muito, para taxas de mortalidade mais altas nos tratamentos de câncer. Quem diz é um estudo da Universidade de Yale. Segundo a pesquisa realizada com 281 pacientes com cânceres potencialmente curáveis de mama, pulmão, cólon ou próstata, que ainda não haviam se espalhado para além de seu local de origem, o uso de medicina alternativa em vez da convencional resultou em uma taxa de mortalidade total duas vezes e meia maior do que a experimentada pelos pacientes que receberam terapias padrão. Entre as mulheres com câncer de mama, a escolha de remédios alternativos resultou em um aumento de quase seis vezes na chance de morrer durante um período médio de acompanhamento de cinco anos e meio. O problema é que muitas vezes, quando a ‘medicina alternativa’ é usada em vez dos tratamentos médicos convencionais, ela adia o uso de remédios conhecidos por serem eficazes e dá tempo para um câncer inicial curável crescer, se espalhar e se tornar letal. (New York Times)

Nesta semana, Maya Gabeira tornou-se o mais novo nome do Guiness Book, o livro dos recordes. Isso porque, em janeiro deste ano, a brasileira surfou uma onda de 20,72 metros na Praia do Norte, em Nazaré, Portugal — a maior onda surfada por uma mulher já registrada na história. Foi na mesma praia onde, há cinco anos, quase perdeu a vida. Foi retirada do mar inconsciente, por um jet-ski, após despencar de cabeça de uma altura de 24 metros. Quebrou um tornozelo e passou por duas cirurgias na coluna. Agora, ela entra para a história como a primeira surfista, mulher, a figurar no famoso livro. “Eu sabia que teria vários desafios para voltar a surfar uma onda gigante. Eu não tinha certeza se isso seria possível, pelas questões físicas e pelo trauma psicológico, mas o meu sonho de entrar para o Livro dos Recordes fez com que as dificuldades fossem superadas. Venci o meu medo.”

Veja, em vídeo, a onda que lhe valeu o recorde.

Que o avanço rápido na transição dos combustíveis fósseis para as fontes renováveis de energia precisa acontecer, é fato. Mas isso não significa que isso também não vá causar impactos ambientais. Pesquisadores da Universidade de Harvard alertam que a transição para a energia solar ou eólica nos EUA irá exigir entre cinco e 20 vezes mais terras do que se pensava, e que as fazendas de grande escala poderão aumentar a temperatura média da superfície da parte continental do país em 0,24 grau Celsius. (Globo)

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