Bolsonaro já articula futuro governo

Jair Bolsonaro já articula a base de seu governo. E a movimentação incomoda o Centrão, formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade. O bloco deseja o reencaminhamento do deputado Rodrigo Maia para a presidência da Câmara, mas o PSL se movimenta para indicar Eduardo Bolsonaro. (Estadão)

Aliás... Embora tenha prometido que não fará indicações políticas, o capitão reformado já consultou a bancada ruralista pedindo nomes para o Ministério da Agricultura.

E... Eduardo Centola, um dos sócios do Modal, foi sondado para presidir o BNDES. (Estadão)

Diga-se... Uma das propostas da área econômica é reformatar o FGTS, para permitir que os trabalhadores possam escolher onde aplicar os recursos, sem permissão de saque. (Globo)

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A diretora da agência de checagens Lupa, Cristina Tardáguila, e os pesquisadores Pablo Ortellado (USP) e Fabrício Benevenuto (UFMG) assinaram, no New York Times, um artigo pedindo providências ao WhatsApp para limitar o número de notícias falsas espalhadas pelo sistema. Saiu também em português.

Trecho: “Levantamento do Datafolha mostrou que 44% dos eleitores no Brasil utilizam o WhatsApp para ler informação de cunho político. O aplicativo foi utilizado para difundir um nível alarmante de desinformação, boatos e notícias falsas. Faltando poucas semanas, ainda há tempo para o WhatsApp implementar mudanças temporárias na plataforma, medidas capazes de reduzir a intoxicação da vida política brasileira. A empresa precisa agir antes que seja tarde demais. É difícil determinar em que medida a propagação de informações falsas está ligada aos candidatos, mas a tática é clara: produtores criam conteúdo malicioso e o transmitem para ativistas regionais e locais que, então, espalham as mensagens de forma ampla em grupos públicos e privados. Sugerimos que o WhatsApp adote essas três medidas imediatamente. Restrição de encaminhamentos. Restrição de transmissões — o WhatsApp permite que qualquer usuário envie uma mesma mensagem para até 256 contatos de uma só vez. Limitar o tamanho de novos grupos: Novos grupos criados no Brasil nas próximas semanas devem ter um número máximo de usuários. Diante de questões tão importantes e em meio a um debate tão polarizado, os brasileiros não deveriam decidir seus votos com base em informações falsas ou distorcidas.” (New York Times)

Pois é... Segundo apuração de Patrícia Campos Mello, um grupo de empresas — entre elas a Havan — está bancando disparos de centenas de milhões de mensagens via WhatsApp em apoio à candidatura Bolsonaro, e preparam uma grande operação para a semana que vem. Alguns contratos chegam a R$ 12 milhões. São ilegais. (Folha)

O autor de Como as Democracias Morrem (Amazon), Steven Levitsky, professor de Harvard, assinou na Folha um artigo com Fernando Bizarro, um brasileiro doutorando em sua universidade. É um apelo ao PT, para que amplie sua frente de aliados. Trecho:

Steven Levitsky: “Jair Bolsonaro pode acabar com a democracia brasileira. Se vencer, o Brasil vai ficar mais parecido com a Venezuela: as eleições serão menos livres, o executivo abusará de seus poderes, o país ficará mais militarizado e violento, e direitos civis e humanos serão violados. A única maneira de parar Bolsonaro é com a formação de uma ampla frente democrática. Tal frente não pode incluir só os progressistas simpáticos ao PT. Ela deve se abrir aos líderes e cidadãos que nos últimos 25 anos disputaram eleições. O PT precisa fazer concessões. Primeiro, reconhecer seus erros. Segundo, precisa comprometimento com o império da lei. É o que separa os verdadeiros democratas de Bolsonaro e sua relação oportunista com a lei. Para fazer esse compromisso crível, é fundamental assegurar que não haverá indulto para Lula e que cabe apenas ao ex-Presidente a tarefa de provar sua inocência. Haddad deve também nomear imediatamente um Ministro da Justiça independente e respeitado, e apresentar uma lista de figuras com qualidades similares para ocupar os assentos que vão vagar no STF. Finalmente, o PT deve também abandonar suas propostas para regular a mídia e convocar uma Assembleia Constituinte. Terceiro, deve mostrar seu compromisso com a economia. Haddad terá de convidar economistas de outros partidos, especialmente do centro e da centro-direita. Ele deve também nomear imediatamente alguém respeitado à direita e à esquerda para seu Ministério da Fazenda. É fundamental que Lula e os outros líderes do PT se comprometam publicamente com essas medidas. Por que concordar com esses termos? Porque é a única forma de parar Bolsonaro. Sejamos claros: se qualquer um dos lados deixar de fazer os sacrifícios necessários, estarão entregando a Presidência e ameaçando a democracia e os direitos que petistas, tucanos, emedebistas, e tantos outros. Um governo da frente democrática — o qual, claramente, não deve ser construído sobre as trocas corruptas que imperaram até agora — ajudará os partidos a recuperar a confiança dos eleitores. Essa confiança é indispensável para a continuidade da democracia brasileira.” (Folha)

Provavelmente é tarde. “Essa porta está enferrujada”, disse ontem Fernando Henrique Cardoso, se referindo a uma possível aliança com Haddad. “E eu acho que a fechadura enguiçou.” Já se aproxima a última semana de campanha.

Saíram as pesquisas Ibope pra governador. São as primeiras do instituto neste segundo turno. Os levantamentos, feitos entre domingo e terça-feira, têm margem de erro de 3 pontos percentuais.

São Paulo: João Doria larga com 46% e, Márcio França, com 42%.

Rio de Janeiro: Wilson Witzel tem 51% enquanto o prefeito Eduardo Paes, 34%.

Minas Gerais: Romeu Zema foi apontado por 57% e, Antonio Anastasia, por 29%.

Distrito Federal: Ibaneis Rocha, 68%, e Rodrigo Rollemberg, 23%.

Cultura

A sétima temporada de Orange is the New Black será mesmo a última. O anúncio foi feito pela Netflix, no Twitter, junto a um vídeo onde o elenco comenta sobre o fim da trama. Ainda não há previsão para a estreia dos novos episódios.

Enquanto isso... Elite, a nova série original da Netflix, teve sua segunda temporada encomendada. Segundo o Hollywood Reporter, o segundo ano terá oito episódios e será lançado em 2019. A série, lançada este mês, já é um sucesso na plataforma.

Escritores estão faturando sozinhos com autopublicação na internet. Além da remuneração maior — com a intermediação de uma editora, o autor recebe em geral 25% do valor de capa do livro digital, com pagamento trimestral, enquanto utilizando plataformas de autopublicação o valor recebido mensalmente chega a 70% das vendas —, a autopublicação digital muitas vezes impulsiona o livro impresso. Isso porque depois das vendas online, eles relançam os livros de forma física por uma editora. No Brasil, existem plataformas como a KDP, do Kindle, e a Kobo Writing Life. E agentes literários especializados no digital garantem que há autores ganhando entre R$ 10 mil e R$ 20 mil mensais graças a essas ferramentas. (Globo)

Viver

É oficial. O Canadá tornou-se o primeiro país do G7 a legalizar a maconha para todos os adultos. As vendas começaram ontem, e podem ser feitas online ou em lojas de varejo, dependendo da província — cada uma pode decidir como vendê-la e também estabelecer seus próprios limites de idade. Vaporizadores, comestíveis e bebidas com infusão de maconha devem ser legalizados no próximo ano. O governo também anunciou ontem que deve introduzir uma legislação para tornar mais fácil que os canadenses que haviam sido condenados por posse de pequenas quantidades de maconha obtenham um perdão.

Agora, os mercados financeiros e os investidores estão olhando para o Canadá como um indicador para ver como outros países vão legalizar a droga — e onde as oportunidades lucrativas podem estar. O New York Times conta como foi o primeiro dia da legalização.

 

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Um estudo capitaneado pela Universidade de Washington coletou dados de 195 nações sobre qualidade e expectativa de vida, comparando os números de 2016 com a expectativa para 2040. Em todas, deve haver aumento na expectativa de vida média. O brasileiro, por exemplo, vivia em média 75,2 anos em 2016, e o país ocupava o 81º lugar no ranking mundial. Se as tendências recentes de saúde continuarem, o índice chegará a 78,5 anos em 2040 — o país, no entanto, cairá para a 82ª posição no levantamento, já que outros progredirão ainda mais. As principais causas de mortes prematuras no Brasil em 2016 foram doença cardíaca isquêmica, violência interpessoal e acidentes de trânsito. Em 2040, devem ser doença cardíaca isquêmica, diabetes e mal de Alzheimer. (Globo)

Apesar disso, a disparidade entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento sobreviverá às próximas duas décadas. Mesmo que alguns países em desenvolvimento avancem significativamente no ranking — a Nigéria, por exemplo, pulará da 157ª para a 123ª posição —, as nações desenvolvidas monopolizam o topo. A Espanha ocupará a liderança, com expectativa de vida chegando a 85,8 anos em 2040, seguida por Japão, Cingapura, Suíça, Portugal e Itália. (Globo)

Astrônomos anunciaram ontem a descoberta da maior estrutura já encontrada no espaço: um superaglomerado ancestral de galáxias com massa de mais de um milhão de bilhões de vezes a do Sol. Ela foi batizada Hyperion e está tão distante que a imagem obtida pelos cientistas é um retrato de mais de 11 bilhões de anos atrás — calcula-se que o superaglomerado ancestral de galáxias seja de quando o Universo era um jovem de 2,3 bilhões de anos.

Só para arrancar um sorriso, posto que precisamos todos: as pessoas quietas, lá na praça, e de repente alguém começa Stairway to Heaven. Vídeo.

Cotidiano Digital

A partir de novembro, o Google passará a cobrar das fabricantes europeias uma licença para que carreguem seus celulares com apps da empresa — incluindo a Play Store, YouTube e Gmail. Faz parte das exigências da turma anti-truste da União Europeia. A empresa pode dar o sistema Android de graça, mas, se oferece junto a suíte de programas, está favorecendo seu monopólio. A partir do momento que cobra, abre espaço para concorrência. Já é assim na China, onde a empresa enfrenta sérias limitações. Lá, celulares Android rodam uma miríade de aplicativos — entre eles várias lojas distintas de apps. Nenhuma domina de todo o mercado e é comum que usuários tenham mais de uma loja instalada, dependendo dos apps que desejam. Uma fragmentação do tipo é esperada nos próximos anos.

Para Alex Stamos, que até uns meses atrás era Chief Security Officer do Facebook, o Vale do Silício está mal equipado para enfrentar os maiores problemas digitais: segurança, privacidade e proteção da democracia. Por conta, ele abriu na Universidade de Stanford um novo instituto — o Stanford Internet Observatory. O objetivo é colocar dinheiro em pesquisa e promover o encontro entre a política, em Washington, a tecnologia, no Vale, e a academia. “Precisamos de mais transparência nestas empresas”, afirma, se referindo não apenas a seu último empregador, mas a toda indústria. “Nenhum de nós estaria bem com um sistema legal no qual decisões são tomadas em caixas pretas, onde não há recurso e não compreendemos o porquê da tomada de certas decisões.”

A Netflix alcançou o número de 137 milhões de assinantes globalmente, 130 milhões destes pagos.

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