Facebook expurga mais uma rede pró-Bolsonaro

O Facebook expurgou, ontem, 68 páginas e 43 contas associadas ao grupo Raposo Fernandes Associados. Era a maior rede de apoio à candidatura Bolsonaro na plataforma. Em geral, as páginas atraíam com títulos políticos sensacionalistas, gerando cliques para sites externos onde os leitores eram inundados com publicidade que rendia dinheiro aos proprietários. Abertas a partir de contas falsas, que violam os termos do próprio Facebook, as páginas foram descobertas numa parceria entre Estadão e Avaaz.

Pelo menos um deputado federal, o Delegado Francischini do PSL paranaense, questionou a medida no próprio Facebook. “Se são um grupo de jovens juntos que montaram uma empresa, que mal tem isso num país cheio de ladrão?” Ele revelou ter pago pela publicação de matérias positivas a seu respeito nos sites do grupo.

Marco Aurelio Ruediger, da FGV-DAPP: “Era evidente que as redes afetariam fortemente a política e as eleições. Mas o volume e a virulência não eram esperados pela maioria, incluindo o próprio TSE. As redes têm impacto não somente como meio, mas porque catalisam, e muitas vezes distorcem, em tempo real, propostas, histórico, comportamento e narrativas. Desde 2014 isso é recorrente na política brasileira. Não há, portanto, razão para espanto com o fato ou contrariedade com as reações. Não faz sentido impugnar um pleito nem ameaçar um tribunal, dado que todos os concorrentes têm, no que toca o uso das redes, seu lugar no esquema de Dante, ainda que em níveis distintos. Há, claro, razões de sobra para se indignar e buscar entender melhor o que ocorre. De imediato, duas reflexões se impõem. A primeira, de que vivemos um novo normal; as redes afetaram e afetarão a política profundamente, mesmo após as eleições. A segunda, que há de se buscar o monitoramento constante de redes, tanto pela sociedade quanto pelo mercado e pela estrutura estatal, que deveriam incorporar em sua dinâmica decisória e de gestão a compreensão estratégica do impacto desses novos meios. Inescapável.” (Folha)

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A declaração, pelo deputado Eduardo Bolsonaro, de que bastaria um ‘soldado e um cabo’ para fechar o STF caso o tribunal impugnasse a candidatura de seu pai, continua repercutindo. Com um dia de atraso, o presidente da Corte, Dias Toffoli, enfim se manifestou. “O Supremo é uma instituição centenária e essencial ao Estado Democrático de Direito”, afirmou em nota. “Não há democracia sem um Poder Judiciário independente e autônomo. Atacar o Judiciário é atacar a democracia.”

O ministro Alexandre de Moraes foi bem menos tímido. “É inacreditável que tenhamos que ouvir tanta asneira vinda da boca de um representante do povo”, declarou. Ele pediu à Procuradoria Geral da República que abra uma investigação com base na Lei de Segurança Nacional, o deputado pode ser enquadrado no artigo sobre incitação de animosidade entre Forças Armadas e instituições civis. O decano, Celso de Mello, já havia caracterizado o comentário de Bolsonaro filho como “inconsequente e golpista”.

Após a costura de um longo argumento com muitas ressalvas, a ex-ministra Marina Silva declarou voto em Fernando Haddad.

Haddad teve ontem, também, uma conversa ao telefone com o ex-presidente Fernando Henrique. Foi, segundo apurou Andréia Sadi, ‘amigável’. Mas ainda sem declaração de voto. Em tweet, à noite, FH criticou novamente Bolsonaro. “Inacreditável um candidato pedir às pessoas que se ajuste ao que ele pensa ou pagarão o preço: cadeia ou exílio.”

O ex-presidente se referia ao discurso do presidenciável transmitido aos manifestantes que se reuniram a favor de sua candidatura, em todo o Brasil, no domingo. “Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria”, disse. “Ou vão para fora ou vão para a cadeia.” Em outro momento, explicou. (Em vídeo.)

A TV Globo cancelou o debate que ocorreria na noite de sexta-feira. Jair Bolsonaro informou que não iria. O petista Fernando Haddad ainda tentou convencer a emissora a entrevista-lo, mas o acordo firmado entre os candidatos é de que o evento só ocorreria com a presença dos dois.

E começa já na semana que vem o governo Bolsonaro. Logo após as eleições, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, colocará em votação um projeto que revoga o Estatuto do Desarmamento. Ficará mais fácil ter arma em casa pois não será mais preciso provar a necessidade. A idade mínima para comprar será de 21 anos, serão exigidos curso de tiro, exame psicotécnico e documento que prove não ter antecedente criminal. É o início da campanha de Maia para ser reencaminhado à presidência da Casa. (Estadão)

A China inaugura hoje a maior ponte marítima do mundo, que liga as cidades de Hong Kong e Macau a Zhuhai. A megaobra de 55 quilômetros de extensão, que compreende trechos de estrada, três pontes, ilhas artificiais e um túnel subaquático, faz parte de um projeto para integrar economicamente 11 cidades, incluindo as regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau. A obra, no entanto, será entregue com dois anos de atraso e esteve envolta em escândalos relacionados aos altos custos e aos fins políticos do projeto.

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HealthTech

A FDA, agência reguladora de tudo relacionado à saúde e alimentação, nos EUA, soltou na semana passada um esboço das regras que passarão a vigorar para aprovação de equipamentos médicos. Por enquanto, está aberto a consulta pública. Trata-se de uma atualização — o guia anterior era de 2014. E a maior preocupação é, evidentemente, cibersegurança. Até alguns implantes mais recentes, como marca-passos, são sujeitos a hackers. Cada fabricante deverá preparar um dossiê onde deixa claros os riscos envolvidos com o hardware e o software que pretende lançar, além do plano de contingência para caso de problema. Todos aparelhos capazes de conexão serão examinados com ainda mais cuidado, e o nível de exigência para liberação será particularmente alto.

A população mundial está envelhecendo, e a perda de mobilidade é um problema cada vez mais frequente. Uma possível solução? Roupas que ajudam o indivíduo a se movimentar. A Seismic (empresa ligada ao centro de pesquisa SRI International, nos Estados Unidos), desenvolveu um traje leve e confortável que é capaz de estimular a força muscular do usuário. Funciona assim: os ‘músculos elétricos’ da roupa, estimulados por pequenos motores, fazem contrações que simulam o funcionamento do corpo humano. Eles são integrados à vestimenta na altura das articulações e funcionam como tendões no corpo humano. Enquanto isso, um computador e sensores integrados ao traje rastreiam o movimento do corpo. E um software informa quando ativar os ‘músculos’.

Uma das maiores dificuldades de aplicar tecnologias de inteligência artificial na busca por novos remédios e tratamentos está num detalhe singelo: privacidade. Inúmeros cientistas, hospitais e a própria indústria farmacêutica têm imensos bancos de dados que, coletivamente, descrevem sintomas e testes de tratamento de uma quantidade imensa de pacientes. Cruzando estes bancos, buscando a repetição de padrões, pode se perceber taxas de sucesso de terapias que, individualmente, não chamam a atenção. Mas, no coletivo, se destacam. Porém como liberar para todos estes dados sem divulgar, também, o que é confidencial de cada paciente? Pois uma trupe do MIT resolveu o problema: criou um sistema, uma rede neural, que criptografa o que é pessoal e libera o resto, permitindo que bancos de dados grandes possam ser compartilhados rapidamente. Sem que alguém, manualmente, precise expurgar aquilo que garante privacidade. A técnica já começou a ser aplicada.

Diga-se... Aumenta o número de estudos que liga uso constante de tecnologias a estresse. Cada notificação que apita — do WhatsApp, Facebook, email — dispara uma reação de adrenalina e faz subir a pressão arterial. Estar sempre alerta, de estresse leva a exaustão e, em alguns casos, ao tipo de exaustão que exige afastamento do trabalho. Burnout, como é chamado em inglês, está aumentando — e é diretamente ligado ao uso do digital no trabalho.

Cultura

(Des)encanto, a nova animação de Matt Groening, criador de Os Simpsons, foi renovada para novas temporadas. Os novos episódios chegarão à plataforma em 2019, 2020 e 2021. A trama se passa em um reino mágico chamado Dreamland, e acompanha a vida de uma princesa alcoólatra chamada Bean, com seu amigo Elfo e Luci, seu demônio pessoal.

Enquanto isso... O diretor Guillermo del Toro, de A forma da água, vai estrear no mundo da animação com Pinóquio. Ele vai escrever, dirigir e produzir o filme da Netflix que será feito em stop motion. Ainda não há previsão de lançamento.

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Se você é fã de Game of Thrones, pode preparar o coração: Parece que a HBO reuniu todo o elenco de todas as temporadas para preparar um especial emocionante para o fim da série. A informação foi dada por Sean Bean, que interpretou Ned Stark, ao Hollywood Reporter.

E ficou para 2020 a estreia de Mulher Maravilha 1984. A produção tinha estreia prevista para novembro de 2019. O anúncio foi feito pela intérprete da heroína, Gal Gadot, em suas redes sociais.

Viver

Em 2016, cientistas australianos descobriram na Groenlândia estruturas que, segundo eles, eram sobras de micróbios que viveram em um antigo ambiente marinho. A estimativa deles é que elas teriam cerca de 3,7 bilhões de anos — os fósseis mais antigos do mundo. A descobertura sugeria que a vida poderia ter se formado mais rápido do que se pensava na Terra. Uma nova pesquisa, porém, conduzida por uma pesquisadora da NASA, colocou isso em dúvida ao concluir que as estruturas não se tratam de fósseis, mas apenas de rochas.

Como se a mineração ilegal, a exploração madeireira e a caça não fossem ruins o suficiente, os parques nacionais da África enfrentam outra grande ameaça: o subfinanciamento — 90% das quase 300 áreas protegidas no continente enfrentam déficits de financiamento. Juntos, eles somam pelo menos um bilhão de dólares. Especialistas alertam que a não resolução desse problema resultará em declínios severos e contínuos de espécies icônicas como os leões, e alguns parques provavelmente desaparecerão completamente. (New York Times)

Um levantamento de uma organização de dados criada para investigar a indústria de apartamentos turísticos da Espanha mostrou que a economia compartilhada de algumas plataformas pode não ser tão compartilhada assim. Um ‘anfitrião’ do Airbnb, por exemplo, gerencia um portfólio de 204 apartamentos em Barcelona no valor de 37,1 mil euros por dia. Os 10 maiores anfitriões da cidade espanhola gerenciam 996 apartamentos entre eles, enquanto outros 666 gerenciam cinco ou mais, e 3.633 gerenciam entre dois e quatro, segundo o relatório da DataHippo. No total, o aluguel de apartamentos de férias licenciados via Airbnb e outras plataformas chega a 1,5 milhão de euros por dia. A empresa respondeu afirmando que a maioria dos anfitriões em Barcelona são pessoas comuns: 76% deles têm apenas um imóvel na plataforma e apenas 4% têm mais de 10.

A cadeira de rodas e os trabalhos científicos de Stephen Hawking serão leiloados. Os itens estarão à mostra em Londres e incluem a tese de doutorado do cientista, escrita em 1965 na Universidade de Cambridge. As ofertas podem ser feitas entre 31 de outubro e 8 de novembro.

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