Bolsonaro anuncia fim do Ministério do Trabalho

Criado pouco após a Revolução de 1930, o Ministério do Trabalho deverá ser extinto no governo Bolsonaro. O anúncio foi feito pelo próprio presidente eleito, quando saía de um almoço na sede do STJ. “Vai ser incorporado a algum ministério”, ele disse, sugerindo que os planos não estão inteiramente de pé. Sua principal fonte de recursos, quase 95%, é o Fundo de Amparo ao Trabalhador — R$ 80 bilhões ao ano. Composto pela arrecadação do PIS-Pasep, é de lá que vem seguro-desemprego, abono salarial, parte do financiamento do BNDES e programas de microcrédito. Ele também põe peso na fiscalização e proteção de direitos, principalmente no ataque a quem ainda usa trabalho escravo.

Vinicius Torres Freire: “Jair Bolsonaro pretende fazer uma enorme reorganização administrativa do governo. Essa mudança seria o primeiro passo de uma alteração profunda no Estado, uma reviravolta no modo de fazer política macroeconômica, nos impostos, no comércio exterior, nas políticas industriais e na seguridade social e assuntos relacionados (Previdência, assistência social, proteção ao trabalhador). Paulo Guedes vai comandar o que são hoje as pastas da Fazenda, do Planejamento, da Indústria e Comércio Exterior. Especula-se que levaria o grosso do Ministério do Trabalho: o FAT. A administração, o reordenamento e os conflitos políticos envolvidos na reforma das políticas e instituições desses ministérios são uma enormidade, talvez temeridade. A fiscalização do trabalho e a proteção de direitos sindicais e outros, detestada por ruralistas, sabe-se lá onde irão parar. O sentido geral do terremoto é limpar o terreno para uma mudança de raridade histórica, se der certo, do tamanho de mudanças getulistas e da ditadura militar, mas com sinal trocado. Se ficar com esse pedação do governo, Guedes seria na verdade o encarregado-mor da reforma geral do Estado. Corre o risco de virar o grande alvo de diversos e fortes grupos de interesse e de tiroteio pesado e constante do Congresso Nacional.” (Folha)

Míriam Leitão: “O Brasil enfrenta a maior crise de desemprego da sua história. Não é o momento de acabar com o Ministério do Trabalho sem que se saiba qual o destino das políticas para o tema. A declaração de Bolsonaro não deixa claro qual ministério vai absorver a pasta. É preciso que se saiba exatamente se haverá políticas de estímulo ao emprego. O Brasil está com 12,5 milhões de desempregados e outros 4,8 milhões de desalentados, as pessoas que desistiram de buscar uma ocupação. O governo precisa explicar suas políticas para enfrentar a grave crise. O ministério não cria emprego, mas é preciso ter um olhar sobre o problema.” (Globo)

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A equipe da Operação Lava Jato amanheceu nas ruas do Rio, hoje, com mais um desdobramento da Operação Cadeia Velha. Tem nas mãos 22 mandados de prisão, dez deles contra deputados estaduais. Há também busca e apreensão dentro do Palácio Guanabara, sede do governo, e no Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa.

Via Twitter, Bolsonaro anunciou também que a líder da bancada ruralista, Tereza Cristina da Costa Dias, será a ministra da Agricultura. A deputada, eleita este ano para o terceiro mandato, tem 64 anos e pertence ao DEM do Mato Grosso do Sul. O Meio Ambiente continuará como pasta separada, mas o nome do ocupante do cargo será referendado pelos ruralistas.

E perguntado sobre a permanência de Ivan Monteiro na presidência da Petrobras, o presidente eleito Jair Bolsonaro respondeu: “Não está previsto, não. Tem que falar com o ‘Posto Ipiranga’”. É Paulo Guedes também quem, segundo ele, definirá a chefia do Banco Central, que hoje está a cargo de Ilan Goldfajn. (Valor)

Aliás... O futuro superministro almoçou com Ivan Monteiro no domingo, diz Sonia Racy. (Estadão)

Josias de Souza: “Formou-se no PT um grupo que enxerga no resultado das urnas uma chance para aprender com os erros que fizeram do antipetismo a maior força política de 2018. Esse núcleo defende a saída de Gleisi Hoffmann da presidência do partido e a desobstrução do debate sobre autocrítica genuína. Informado, Lula travou o movimento. Preso desde 7 de abril, Lula executou três lances. Num, sinalizou que continua prestigiando Gleisi. Noutro, cortou as asas de Fernando Haddad, que alguns enxergavam como líder emergente. Num terceiro, empurrou para depois do Carnaval qualquer debate sobre o futuro. O pedaço inquieto do petismo projetava a costura de alianças políticas em novas bases, agora sem a pretensão de que o PT voltasse a impor sua liderança hegemônica. O grupo passou a recear que, ao trancar o debate, Lula condene o PT ao isolamento. Na semana passada três aliados — PCdoB, PSB e PDT — começaram a colocar em pé um bloco de oposição na Câmara. Sem o PT.”

Aliás… Frase de Lula, ontem: “Ciro é um ser humano que vale a pena.” Segundo Mônica Bergamo, o ex-presidente se queixou da falta de apoio do pedetista no segundo turno. (Folha)

Viver

A General Motors mostrou à imprensa, no salão do automóvel, o Chevrolet Bolt, o primeiro carro elétrico ‘popular’ da montadora que começará a ser vendido no Brasil em 2019. O veículo, que já é vendido nos EUA há mais de um ano, vai custar em torno de R$ 175 mil.

É a lei da oferta e demanda. Três semanas depois de o governo do Canadá aprovar o uso de maconha recreativa, a escassez da erva está enviando alguns consumidores frustrados de volta ao mercado negro. Pelo menos três províncias — Ontário, Quebec e New Brunswick — estão enfrentando falta de maconha legalizada, e duas delas viram lojas que vendem cannabis fecharem temporariamente por falta de oferta. E a escassez ameaça minar um grande objetivo da legalização: domar um comércio ilegal estimado em cerca de 5,3 bilhões de dólares canadenses anualmente. (New York Times)

A China apresentou ontem uma réplica de sua primeira grande estação espacial, que deve ser lançada a partir de 2022. Após a planejada retirada da Estação Espacial Internacional (ISS), em 2024, ela será a única no espaço. Também chamada de Tiangong — que significa Palácio Celestial —, ela terá três partes: um módulo principal com cerca de 17 metros de comprimento, para habitação e trabalho, e dois anexos para experimentos científicos, onde poderão ser realizadas pesquisas em ciências, biologia e microgravidade. Três astronautas poderão viver continuamente na estação, que pesa pelo menos 60 toneladas e é equipada com painéis solares. (Folha)

E enquanto a Amazon não anuncia o local — ou os locais — de sua segunda sede nos EUA, em Estocolmo, na Suécia, a Apple ouviu um sonoro “não”. Pois é. A empresa queria abrir uma nova loja no parque mais antigo da cidade. Mas no início deste mês, ao tomar posse, o novo governo da capital sueca anunciou que bloquearia o projeto no parque Kungsträdgården. O local é sede de eventos públicos, de paradas de orgulho, protestos políticos e palco de patinação no gelo no inverno. “É bem-vindo que a Apple queira se estabelecer na cidade”, disse Erik Slottner, o político democrata cristão que liderou a oposição política ao prédio. “Mas Kungsträdgården é o lugar errado.”

Cultura

Boa notícia aos saudosos fãs de Breaking Bad: cinco anos depois de seu final, o criador da série, Vince Gilligan, está trabalhando em um filme que deve trazer de volta Walter White e Jesse Pinkman. Segundo as primeiras informações, o longa terá duas horas. Ainda não está claro, no entanto, se a produção será exibida nos cinemas ou na televisão.

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Personagens do folclore brasileiro vão virar história em quadrinhos. O projeto Lendas contará a história de 50 mitos como Caipora, Loira do Banheiro e Boitatá. O trabalho será realizado por quadrinistas brasileiros que trabalham para grandes editoras e fazem parte da Chiaroscuro Studios. Veja imagens e o vídeo do projeto.

Televisão está se tornando tão importante por causa de streaming, e os orçamentos de séries vêm crescendo tanto, que a Industrial Light & Magic decidiu abrir um departamento voltado para TV. Criada junto ao primeiro Star Wars, para produzir seus efeitos especiais, a empresa representa o que há de melhor neste mercado. E já nasce com um cliente. Como não poderia deixar de ser, é The Mandalorian, uma série que vai estrear no ano que vem e, ora, se passa após a queda do Império no Retorno de Jedi e antes do nascimento da Nova Ordem, no Episódio 7. Pois é: uma série Star Wars, que nascerá com o serviço de streaming da Disney. (Os mandalorianos são habitantes do planeta Mandalore, em essência humanos como nós, muitos deles caçadores de recompensa, e que frequentemente usam armaduras típicas. Boba Fett era um deles.)

Cotidiano Digital

Foi disparada a corrida para uma nova era nos smartphones. Como previsto, a Samsung apresentou ontem, nos palcos de San Francisco, um protótipo do que chama ‘infinity flex display’ — uma tela capaz de dobrar. É um avanço sobre as curvas presentes na linha Galaxy S: o celular abre como um livro para se apresentar no tamanho de um tablet — 7,3 polegadas. Para conseguir conceber esta tela foi preciso desenvolver um novo polímero e utilizar um adesivo que não trinca ao se curvar. Assim, os componentes não saem do lugar e a superfície se mantém intacta. Trata-se mesmo de uma corrida. A chinesa Huawei anunciou que pretende lançar um smartphone dobrável já no ano que vem. Lenovo e Xiaomi também têm protótipos operacionais e a LG está para lançar telas com a tecnologia OLED que sejam dobráveis.

Ainda: o vídeo do anúncio.

Não à toa, e simultaneamente, o Google anunciou, em sua conferência para desenvolvedores, que o Android passará a funcionar com aparelhos dobráveis. Não é trivial, pois as possibilidades são muitas com esta nova tecnologia e o formato da tela pode variar muito. Por conta disto, a empresa vem focando na relação com as parceiras que produzem hardware. A Samsung, evidentemente, ganhou prioridade. Uma das possibilidades previstas é de ter até três apps abertas e rodando ao mesmo tempo.

Pois é... A Huawei está com um problema grande, na Austrália. Um relatório dos serviços de inteligência do país afirma que a companhia chinesa colaborou com o governo de Xi Jinping para se infiltrar ‘em uma rede estrangeira’. A informação, publicada pelo jornal The Australian, reforça a decisão tomada pelo governo em Canberra de não permitir que a Huawei participe da implementação de redes 5G no país. A empresa nega.

Por um tempo, o Flickr foi o principal site de fotografias da internet. Muito antes do Instagram. Já pertenceu ao Yahoo!, à Verizon, e faz sete meses que está nas mãos da SmugMug, uma empresa que permite a fotógrafos que ponham à venda suas imagens. Esta semana, as regras mudaram. Quem tiver mais de mil fotos ali, mesmo que antigas, precisará pagar pelo serviço, ou elas serão apagadas. A decisão ligou o sinal de alerta: trata-se de um dos principais repositórios de imagens sob licença Creative Commons, que permite reprodução não comercial sem custo. Ontem, a SmugMug adaptou sua nova política. As fotografias sob este tipo de licença continuam à disposição do público.

A conspiração para substituir jornalistas segue. Este âncora de TV chinês é 100% virtual.

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