Joaquim Levy, no BNDES, investirá em nova economia

Sônia Racy deu primeiro, na tarde de ontem, em sua coluna no Estadão: Joaquim Levy, ministro da Fazenda de Dilma Rousseff, volta ao governo com Bolsonaro. Presidirá o BNDES. No blog que mantém no G1, Cristiana Lôbo confirmou Levy e firmou mais dois nomes que já circulavam, mas ainda não eram dados como certos: Ivan Monteiro continuará na presidência da Petrobras. E Mansueto Almeida segue no segundo escalão do ministério, ou mantendo-se na secretaria do Tesouro, ou assumindo a nova secretaria de Fazenda, que substitui o atual ministério da Fazenda na pasta da Economia, assumida por Paulo Guedes.

Pois é... Diz Lauro Jardim que, entre os planos de Levy, estão o de diminuir os gastos do BNDES com a velha economia e ampliar o financiamento de tecnologia e inovação. (Globo)

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Paul Krugman, Nobel de Economia: “O cenário no qual ocorreu a eleição brasileira é o de uma nação que vinha em trajetória de crescimento, que parecia ter deixado o legado da instabilidade, mas sofreu uma recessão terrível e agora vive uma recuperação muito lenta. O que houve? O Brasil parece ter sido atingido por uma tempestade perfeita de má sorte e má política. Primeiro, o ambiente global se deteriorou bruscamente, com preços de commodities, cruciais para a economia brasileira, despencando. Em segundo, os gastos das famílias também despencaram, por excesso de dívidas. E, em terceiro, a política, ao invés de combater esta queda, a exacerbou, com austeridade fiscal e monetária apertando mesmo quando a economia caía. Pelo que percebo, o Real depreciou por conta da brusca inversão do mercado internacional, fazendo com que a inflação subisse temporariamente. E o Banco Central entrou em pânico, se concentrando na inflação ao invés da economia real. Agora que a queda induzida pela diferença do preço de moedas se foi, a inflação está até mais baixa do que os padrões históricos, mas o estrago foi feito. É uma história incrível e deprimente. Esta combinação de má sorte e má política certamente exerceu seu papel no desastre eleitoral.” (New York Times)

Em entrevista concedida ao Fantástico, o futuro ministro Sérgio Moro defendeu que se algum de seus colegas de ministério for denunciado por corrupção de forma consistente, o presidente não deve esperar sequer que vire réu e a demissão será imediata. “É possível analisar desde logo a robustez das provas”, afirmou. Ele disse ter ouvido de Bolsonaro a promessa de que não comprometeria seu histórico de combate à corrupção ao aceitar o cargo. O juiz também se manifestou a respeito da prisão de Lula. “Existe essa fantasia de que o ex-presidente teria sido excluído arbitrariamente das eleições”, explicou. “O fato é que ele está condenado e preso porque cometeu um crime. Essa questão pertence à Justiça, não mais a mim. Proferi a decisão em meados de 2017, nem conhecia o presidente eleito Jair Bolsonaro.”

Sérgio Moro também avaliou a situação da criminalidade. Defende que a polícia deve começar a produzir investigações mais sólidas em relação às organizações de crime organizado e seus líderes. Afirma que estes líderes devem ser isolados, nas prisões. E que é preciso iniciar uma política de confisco da renda pelo crime. “O criminoso vai para a cadeia, o policial vai para casa”, disse Moro. “O confronto tem que ser evitado ao máximo. Não pode se construir uma política criminal baseada em tiroteio.” Ele defendeu que rapazes de 16 já compreendem a gravidade de um crime como homicídio, embora argumente que a redução da maioridade penal não resolva criminalidade. Defendeu, também, que o governo deve ser rigoroso com crimes de ódio contra minorias.

José Roberto de Toledo: “Foi antes de assumir que o governo Bolsonaro tomou sua primeira bola por entre as pernas. Viu, impotente, o Congresso aprovar o aumento dos salários dos ministros do STF e, assim, comprometer o orçamento de 2019. Para evitar um 7 x 1, terá que rapidamente nomear operadores com autonomia de decisão na Câmara e no Senado. Implica sair do núcleo familiar e que fala ‘Bolsomito’ para expandir o círculo do poder aos políticos tradicionais que a retórica bolsonarista fingiu combater durante a campanha. Se elege, o WhatsApp não governa. Ainda. Bolsonaro improvisou afagos aos congressistas durante sua visita de meio da semana. ‘Obrigado, preferimos nossa parte em dinheiro’, foi a resposta silenciosa ao aprovarem em seguida o reajuste salarial dos magistrados. O gol sofrido custará bilhões aos combalidos caixas da União e dos estados. Sem operadores experimentados em negociar as demandas de deputados e senadores, o presidencialismo de cooptação não funciona. Embora tenha sonhado brevemente com uma democracia direta, o governo Bolsonaro percebeu que vai precisar, sim, cooptar sua base de apoio. A nomeação de uma deputada para ministra da Agricultura é sinal disso. Entrou pela cota da bancada ruralista — o que sugere que o novo governo prefere privilegiar grupos lobistas parlamentares em detrimento de partidos e blocos partidários.” (Piauí)

Cultura

Elio Gaspari: “Está na Presidência um pleito das guildas de comerciantes e editoras proibindo a concessão de descontos superiores a 10% durante o primeiro ano de venda de um livro. A origem do pleito deriva do que seria uma crise do mercado de livros, exemplificada nas dificuldades financeiras que afogam as duas maiores redes do país, a Cultura e a Saraiva. Uma está em recuperação judicial, devendo em torno de R$ 150 milhões. A outra já fechou vinte lojas e sua dívida estaria em R$ 400 milhões. Não há crise no mercado de livros. Neste ano cresceu 5,7% e seu faturamento aumentou em 9,3%. Também não existe crise de livrarias, pois há redes que vão muito bem, obrigado. A Cultura e a Saraiva enroscaram-se nas próprias gestões. Quando as grandes redes de livrarias estavam comendo as pequenas, louvava-se a destruição criadora do capitalismo. Agora, quebram e a conta vai para a freguesia, instituindo-se um tabelamento de preços.” (Globo ou Folha)

Euclides da Cunha será o escritor homenageado da Festa Literária Internacional de Paraty em 2019. O evento será realizado de 10 e 14 de julho. A escolha tem a ver com a vontade de Fernanda Diamant, a nova curadora da Flip, de investir mais em não ficção na programação do evento em 2019. “Os Sertões (Amazon) é o primeiro clássico de não ficção brasileira, uma obra exemplar. Uma não ficção que é uma grande literatura.” (Estadão)

Por falar... Um livro de poesia publicado de maneira independente no interior do Ceará foi o grande vencedor do Prêmio Jabuti. À Cidade é um único poema de 60 páginas sobre uma cidade no sertão. É o quarto livro do autor, Mailson Furtado Viana — que também o diagramou e fez a ilustração da capa — e foi escrito em 20 dias. A obra ganhou nas categorias poesia e livro do ano. (Folha)

Veja os outros vencedores.

Viver

Luzia, o fóssil humano mais antigo do Brasil, precisa ganhar uma nova face. É o que duas equipes internacionais de pesquisadores sugerem. Eles sequenciaram e analisaram o genoma de antigos habitantes das Américas para traçar um novo mapa e cronologia da ocupação do continente. Os dados contrariam a tese de que Luzia e seu povo, que habitaram a região de Lagoa Santa, Minas Gerais, há cerca de 10 mil anos, integrariam um grupo denominado paleoamericanos. “Para nós está claríssimo que o povo de Lagoa Santa é tão ameríndio quanto qualquer outro do continente. Assim, não faz mais sentido imaginar o rosto de Luzia com os traços africanos que conhecemos.” (Globo)

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A Escócia se tornará o primeiro país com um currículo escolar obrigatório que contempla aulas sobre a igualdade e a inclusão de pessoas LGBTI em todas as escolas. O programa inclui 33 medidas. As aulas serão agrupadas em diversos temas e oferecidas para alunos de diferentes idades e em várias disciplinas. Entre os assuntos estão o ensino das terminologias usadas para indicar as identidades LGBTI, e a história dos movimentos de ativismo e do combate à homofobia, bifobia e transfobia.

A Califórnia enfrentou no último fim de semana grandes incêndios florestais. Na parte sul do estado, próximo a Malibu, a região destruída pelo fogo chegou a 282 quilômetros quadrados. Segundo o governo dos EUA, o sul da Califórnia passa por uma seca grave. O estado saiu em 2017 de um período de estiagem de cinco anos. Em 2018, porém, outra estação seca atingiu os californianos — e, desta vez, os moradores da parte norte também foram afetados. O norte, aliás, sofre com incêndios ainda mais graves do que os que castigam o sul do estado. Lá, a área em chamas chegou a 404 quilômetros quadrados de extensão. Até a noite de domingo, o número de mortes havia chegado a 29 — muitas pessoas morreram em seus carros, no trânsito, tentando escapar do fogo.  (New York Times)

Galeria: Os incêndios florestais são há muito tempo comuns na Califórnia. Mas não assim. (New York Times)

 

Candidatos fizeram ontem, no segundo dia do Enem, as provas de Ciências da Natureza e Matemática. O popular game Minecraft caiu em uma questão de matemática em que os candidatos teriam que calcular um cubo. Caíram também conceitos sobre mutações genéticas, peixes e carros elétricos, e até a Lei Nacional sobre Drogas — os alunos tiveram que calcular o tempo médio de pena para um crime. O segundo dia de exame teve 29% de faltas.

Cotidiano Digital

Quando o preço de base do iPhone X, lançado no ano passado, encostou em mil dólares, a imprensa especializada tomou um susto. Era caro demais para os padrões de EUA e Europa. Mas os consumidores não piscaram — ao contrário, foram às compras. E o sinal foi percebido pela indústria. O preço base de um Galaxy Note 7, lançado em 2016, era US$ 834. O do Note 9, deste ano, é US$ 1.000. Celulares tornaram-se o centro da vida digital de todos. Está lá a câmera da família, o GPS no trânsito, o acesso a boa parte dos serviços numa vida urbana de século 21. As pessoas pagam o preço. Enquanto o custo de fabricação cai, o preço do produto sobe. E a tendência continuará essa — não apenas nos celulares de ponta, mas também nos de nível mediano.

Aliás... A agência sul-coreana de notícias Yonhap divulgou o preço de lançamento do Galaxy F que a Samsung explora no momento. É o smartphone cuja tela dobra. Deve bater em US$ 1.770.

No dia 14 de novembro, quarta, quem tiver um Xbox One poderá ligar teclado e mouse. Pelo menos um jogo, Fortnite, um dos mais populares ambientes online de tiro em primeira pessoa, já sai compatível. Muitos gamers ‘profissionais’ preferem teclado e mouse a controladores e joysticks. Sentem que lhes dá mais agilidade. E é neste público que a Microsoft mira.

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