Com agentes da PF, Moro começa a montar equipe

Érika Marena e Rosalvo Ferreira, delegados da Polícia Federal e pioneiros da Operação Lava Jato, são os primeiros nomes indicados pelo futuro super-ministro Sérgio Moro para a equipe de transição. Ele já havia dito que pretendia trazer pessoas ligadas aos processos anti-corrupção para o ministério consigo. Marena é cotada para dirigir o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional. É o braço que cuida do dinheiro que é levado ilegalmente para fora do país. Fabiano Bordignon, chefe da PF em Foz do Iguaçu, pode assumir o Departamento Penitenciário Nacional. (Estadão)

O nome de Marena será polêmico. Ela foi a responsável pelo inquérito que pediu a prisão do ex-reitor da UFSC Luiz Carlos Cancellier, acusando-o de desvio de recursos. Mais de um ano depois, nenhuma prova apareceu. Abalado, Cancellier se suicidou.

O também delegado Maurício Valeixo, atual superintendente da PF no Paraná, é o nome mais cotado para substituir Rogério Galloro no comando da corporação. (Estadão)

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O futuro presidente da Petrobras, o economista Roberto Castello Branco, deu uma série de entrevistas ontem após aceitar o convite para chefiar a estatal. Ao Estadãoafirmou que empresa deve focar apenas na exploração e produção de petróleo e acenou com a venda da BR Distribuidora. À Folha, defendeu que a competição no refino é saudável para o consumidor e disse que considera ser melhor que o preço dos combustíveis seja determinado por condições de mercado.

Pois é... O futuro presidente Jair Bolsonaro afirmou que parte da estatal pode ser vendida, sim. Seu vice, Hamilton Mourão, foi na mesma linha. “Podemos negociar distribuição, refino.” A parte da produção ficará intocada.

O candidato derrotado à presidência Fernando Haddad se tornou réu, na Justiça de São Paulo, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto teria pedido à empreiteira UTC que saldasse uma dívida de R$ 3 milhões de sua campanha à prefeitura paulistana com uma gráfica.

Leonardo Sakamoto: “Parte da esquerda alimenta-se de um negacionismo preocupante e arrogante. No início de 2016, quando escrevemos sobre a possibilidade real de Jair Bolsonaro se tornar presidente, muitos disseram que ele não sairia nem candidato. Em 2017, quando pesquisadores alertavam sobre o poder do exército digital que ele havia conseguido criar, a resposta era de que isso não faria diferença diante de tempo de TV. Agora, não são poucos os que cravam que seu governo não dura um ano, implodindo por sua incompetência e sendo, posteriormente, fagocitado pelos militares. Não há variáveis explicativas decentes, por enquanto, para sustentar essa hipótese, mas ela segue existindo mesmo assim. Quem vai acabar implodindo com seus próprios erros é parte de uma esquerda que nega qualquer prognóstico que não se encaixe em uma perspectiva em que ela mesma saia vencedora. A autocrítica cobrada dela não é apenas sobre a corrupção sob governos do PT ou suas decisões econômicas equivocadas, mas — principalmente — respeito de uma arrogância que impede que enxergue com clareza a conjuntura, que trate os resultados negativos como um erro seu, e que não acredite na infalibilidade de suas crenças.”

O franco-brasileiro Carlos Ghosn, presidente da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, foi preso ontem, no Japão. Ele é acusado de ocultar o valor real de seus ganhos das autoridades financeiras, um crime grave no país. A acusação partiu de uma investigação interna da própria Nissan. Ghosn, que como CEO havia evitado a falência e dado a volta por cima na Nissan, foi o responsável por criar a figura jurídica desta aliança que permite às três empresas, independentes, operarem como se foram uma companhia só. Juntas, formam a maior vendedora de automóveis do mundo.

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HealthTech

Há mais uma polêmica envolvendo o Google nascendo no Reino Unido. Começa com Streams, um aplicativo revolucionário embora simples. Usado no NHS, o sistema público de saúde, permite a qualquer médico acessar todo o histórico de um paciente: do tipo sanguíneo aos exames mais recentes. Fácil de usar e acessível pelo smartphone. Streams vai além: quando algum exame novo traz algo muito fora do padrão, dispara de presto um alarme para o médico certo. O app foi desenvolvido, porém, pela DeepMind, uma subsidiária do Google. E vem se tornando um produto tão importante que a matriz trouxe para a Califórnia a responsabilidade por seu desenvolvimento e distribuição. Só que aí bate num ponto delicado. Os dados de todos os usuários do sistema público de saúde britânico estão lá. Portanto, tecnicamente, o Google sabe tudo. É uma das encruzilhadas que a tecnologia traz. Um avanço necessário esbarra em relevantes discussões sobre privacidade e a relação entre Estado e empresas particulares.

Aliás... Um dos principais desafios da medicina é espalhar pelo corpo os sensores certos, porém discretos e confortáveis, capazes de informar quem está em risco se algo passou do limite. A Verily, outra das empresas nascidas dentro do Google, há anos tenta construir uma lente de contato capaz de medir o nível de glicose pela lágrima. É o Santo Graal da indústria: fazer o teste para diabéticos sem agulhas. Mas a empresa jogou a toalha. Não dá. Segue desenvolvendo lentes para cataratas e hipermetropia.

Na década de 1990, Billy Beane revolucionou o beisebol usando estatística de rendimento de jogadores para escolher quais comporiam sua equipe, os Oakland Athletics. É a história do livro (Amazon) e filme Moneyball (trailer). Beane aposta que a próxima revolução estatística se dará pelo acompanhamento milimétrico da saúde dos atletas, controlando horas de sono nos momentos certos, níveis todos do corpo, compreendendo o passado de cada um. Quem dominar primeiro esta tecnologia terá uma vantagem tremenda.

Cultura

O trailer final de Aquaman foi divulgado ontem. O héroi da DC é interpretado por Jason Momoa, o Khal Drogo da série Game of Thrones. O filme tem previsão de estreia para o dia 13 de dezembro no Brasil.

Por falar... League of Legends vai ganhar uma série de histórias em quadrinhosLeague of Legends - Ashe: Mãe Guerreira será a primeira parte do projeto, com edições lançadas todo mês em plataformas digitais a partir de 19 de dezembro. A trama também vai dar origem a uma graphic novel publicada pela Marvel e pela Riot em maio de 2019.

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No domingo, a HBO estreou nos Estados Unidos a esperada série de oito capítulos de A Amiga Genial, baseada no primeiro livro da Série Napolitana (Amazon), escrita por Elena Ferrante. Os direitos de transmissão da trama foram adquiridos por 56 países — depois da HBO, ela será exibida por outros canais na Itália e na França. Após a estreia, a crítica internacional foi generosa: afirmou que a adaptação é fiel e eficaz. O The New York Times reuniu os relatos dos críticos.

Enquanto isso... A Netflix está apostando em uma nova geração de comédias românticas. Os filmes adolescentes, que já tiveram seu grande momento com títulos como Meninas Malvadas (trailer) e As Patricinhas de Beverly Hills (trailer), estão voltando numa versão mais atual. Começou com A Barraca do Beijo (trailer), filme adaptado de um livro publicado na plataforma Wattpad por Beth Reekles, garota de 16 anos (Amazon). Depois, vieram Para Todos os Garotos que Já Amei (trailer) e Sierra Burgess é uma Loser (trailer). E vem mais por aí. “Há um ano, quando demos sinal positivo para esse tipo de filme, nós acreditávamos que as pessoas ainda queriam histórias de romance, mas Hollywood não estava antenada com esse desejo. É emocionante encontrar o público assim apaixonado”, contou ao Estadão o responsável por conteúdos originais da empresa, Ian Bricke.

Viver

Além das mortes e da destruição, os incêndios florestais na Califórnia deixaram outra marca: o norte do estado tem agora a pior qualidade de ar do mundo. Hoje, respirar o ar da cidade de Sacramento por um dia é aproximadamente equivalente a fumar 14 cigarros. O problema com a fumaça de um incêndio florestal é que as partículas nela são tão pequenas que podem encontrar o caminho para os menores cantos dos pulmões, agravando doenças cardíacas e pulmonares crônicas.

A escolha de Nova York e Washington, DC, como novas sedes da Amazon pode ser um lembrete de uma crescente lacuna entre algumas cidades superstars e o restante dos EUA. Um novo estudo da Brookings Institution documenta essa divisão e mostra o aprofundamento da divergência econômica e social que parece dividir o país em duas nações distintas. As 53 grandes metrópoles (aquelas com mais de 1 milhão de habitantes) são apenas 2% de todas as cidades dos EUA, mas representam quase três quartos do crescimento do emprego desde a crise econômica de 2008. Enquanto isso, lugares menores estão ficando mais e mais para trás.

Em um ano, o número de barragens brasileiras com algum problema grave na estrutura, o que gera risco de elas se romperem, saltou de 25 para 45 entre 2016 e 2017. É o que mostra o segundo relatório da Agência Nacional de Águas (ANA) após o rompimento da barragem de Fundão, na cidade de Mariana, em Minas Gerais. De acordo com o levantamento da ANA, das 45 barragens com problemas, mais da metade pertencem a órgãos e entidades públicas. A Bahia é o estado com o maior número de barragens com manutenção inadequada. (Globo)

A Itália é o berço de uma tecnologia que está ajudando a modernizar a forma como a polícia italiana combate o crime. Criado por um agente policial de Nápoles, o X-law é um sistema informatizado baseado em um algoritmo que permite prever crimes. Nos primeiros dias de uso no norte do país, o sistema foi usado para prender um homem de 55 anos em Mestre, a 8 km de Veneza, quando ele estava prestes a realizar um roubo. O programa tinha informado que havia grandes chances de um crime assim ser cometido naquela região entre 3h e 4h da madrugada de sexta-feira, o que fez com que os policiais, que já patrulhavam o local devido ao alerta, chegassem rápido até a ocorrência.

Pois é. Receber uma má recomendação na Netflix ou não achar o seu tênis favorito nos produtos recomendados pela Amazon pode não parecer um grande problema. Mas quando um algoritmo lhe atribui uma pontuação de ‘ameaça’ de 1 a 500, que é usada para determinar sua pena de prisão, a assertividade da análise preditiva pode preocupar. Como se certificar de que a inteligência artificial é justa nesses casos?

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