Bloco de esquerda sem PT toma corpo no Congresso

Está se consolidando a frente parlamentar de esquerda sem o PT. PDT e PSB da Câmara estão nos ajustes finais, informa o Painel da Folha, e PCdoB é quase certo. No Senado está mais inclusivo, pois PPS e Rede chegaram junto. “O PT não é o monopólio da esquerda”, explica em entrevista ao Poder360 Carlos Siqueira, presidente do PSB. “Há setores que não desejam que esse bloco inclua o PT. Não é isolamento, mas apenas uma diferenciação que se deseja fazer de um tipo de oposição que não é exatamente igual.” O objetivo dos parlamentares é fazer uma oposição ao governo que não seja sistemática e acrítica. Muitos acreditam que esta é a leitura que a presença do PT passaria. O grupo se inclina a apoiar a candidatura de Rodrigo Maia para a presidência da Casa.

Pois é... Não à toa, Maia prometeu ao Centrão que se eleito atuará com independência em relação ao governo. Não importa se o DEM, seu partido, se alinhe com Bolsonaro. A mensagem agrada a PP, PR e PSD — como agrada à esquerda. (Folha)

Enquanto isso... Fernando Haddad está em campanha interna pelo comando do partido. “Nós temos que tirar o PT do SPC”, disse à bancada. Precisa reinventar sua imagem. Defende renovação dos quadros, reaproximação de setores perdidos, como os evangélicos, e uma nova forma de se comunicar. Leia-se: redes sociais. Gleisi Hoffmann, a presidente da sigla indicada por Lula, está em baixa. (Globo)

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Segundo comunicou ontem o Ministério da Saúde, 96,6% das vagas abertas no programa Mais Médicos foram preenchidas por brasileiros. Os aprovados terão até o dia 14 de dezembro para apresentar todos os documentos exigidos. O que ainda não é claro: se, quando forem direcionados a municípios distantes, irão.

Aliás... Jair Bolsonaro bateu boca com seu ministro da Saúde. “Sou contra revalida para médicos brasileiros”, afirmou. “Vai desaguar na mesma situação que acontece com a OAB, que cria boys de luxo de escritório de advocacia.” Referia-se aos formados em Direito que não podem atuar como advogados por não passarem na prova da OAB. O futuro ministro Luiz Henrique Mandetta voltou a defender avaliações periódicas ao longo da carreira. Ele afirma que não seriam condicionantes para exercer a profissão.

Olavo de Carvalho: “Todos os camaradas que nos anos 1990 falavam de mim estão esquecidos. E os que estão falando hoje também serão jogados na lata do lixo. Acham que vão ser imortais. Que vão sobreviver à minha obra. Não sabem com quem estão lidando, porra. Sou um escritor de envergadura universal, esses caras são uns jornalistinhas de merda, saíram da faculdade ontem, porra. E quer discutir comigo? Ah, que coisa ridícula. Meu prestígio vai crescer e o deles vai sumir. A mídia não tem credibilidade alguma. Ainda querem continuar passando vergonha? Por quê? Por que vem pedir para mim, para eu os envergonhar? Não quero humilhar ninguém, mas os caras dão a cara a tapa, fazer o quê? A mídia inteira está escandalizada por haver um governo de direita. Isso quer dizer que não pode ter um governo de direita? Só pode de esquerda? E eles chamam isso de democracia? Nos EUA, você tem um governo de direita e pode ter um governo de esquerda. Todos os países decentes do mundo são assim. No Brasil não pode? Toda a mídia — Estadão, Folha, O Globo —, todos pensam assim: o governo de esquerda é a perfeição da democracia. Todas as pesquisas demonstram que 70% a 80% dos brasileiros são cristãos conservadores. Você não tem um partido cristão conservador? Um jornal cristão conservador? Uma universidade cristã conservadora? Uma estação de TV? Uma de rádio? Nada. A maioria do país está excluída de representação política e os caras consideram que isso é a perfeição da democracia.” (Estadão)

Cultura

Na sexta-feira última, quando se encerrou para o intervalo o ato II de Il Trittico, de Puccini, na Metropolitan Opera de Nova York, o diretor do teatro Peter Gelb entrou no palco e chamou ao centro o barítono que fazia o papel principal. Plácido Domingo. Era uma surpresa: um filme com a história de sua carreira passou e Gelb lhe entregou um pedaço de madeira, naco que havia sido retirado do palco. O cantor completava, ali, 50 anos apresentando-se na principal casa americana. Já não tem mais a voz de tenor, mas segue se apresentando aos 77. (New York Times)

Aliás... Um dos espectadores filmou.

Um deles é cientista forense — Thiago Piwowarczyk. O outro, historiador da arte, Jeffrey Taylor. Ambos explicam como identificaram que um quadro atribuído a Jackson Pollock é falso. E o primeiro passo não depende da análise da pintura, todas suas gotas e traços e manchas. Porque um quadro, antes de tudo, traz documentação de sua vida pregressa, quem foi seu dono a cada passo até alcançar a origem, no ateliê do pintor. Neste caso, o documento oferecido pelo vendedor trazia vários pequenos erros factuais e um comprador que não podia ser encontrado. Uma busca por catálogos de exposições ou livros de arte tampouco registrou o aparecimento daquela tela. Outro indício são os pequenos orifícios que indicam que a tela foi grampeada — algo que não se fazia em 1956, quando Pollock morreu. Marcas de nicotina e de bolsas de chá indicam uma técnica comum para envelhecer pinturas novas. A dupla detalha, minuciosamente, como trabalha. Um vídeo da Wired.

Viver

Estava tudo pronto para um jogo histórico, no sábado, a partida que definiria a Libertadores deste ano, entre Boca Juniors e River Plate. Nunca dois times argentinos haviam se enfrentado na final. Com o emocionante empate de 2 a 2 na ida, há duas semanas, quem vencesse a volta, no Monumental de Nuñez, estádio do River, levantaria a taça. Até mesmo o presidente da Fifa, Gianni Infantino, viera assistir a partida. Mas na entrada do estádio, torcedores do River atacaram com pedras e bombas de gás o ônibus com a equipe rival, deixando vários jogadores feridos, incluindo o capitão, Pablo Pérez, com uma lesão no olho esquerdo. Depois de muita discussão entre os dirigentes decidiu-se inicialmente que o jogo seria adiado para este domingo. Mas, durante o dia, o presidente da Conmebol Alejandro Domínguez voltou atrás e anunciou novo adiamento. É para que as equipes joguem em condições de igualdade. A nova data será decidida em reunião realizada na terça-feira.

Enquanto isso, no Brasileirão, o Palmeiras derrotou o Vasco por 1 a 0 e conquistou com uma rodada de antecedência o título brasileiro de 2018. Assista aos melhores momentos.

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E hoje as atenções estão voltados para o tabuleiro. O norueguês Magnus Carlsen, campeão mundial de xadrez desde 2013, enfrenta o ítalo-americano Fabiano Caruana. É a primeira vez, desde que Bobby Fischer perdeu o título em 1975, que um americano disputa a final. Os dois já jogaram 11 vezes desde o início do mês, todas partidas que terminaram em empate. Hoje, às 13h, acontece o 12o jogo. Se empatarem mais uma vez a disputa vai para o tie break em modo blitz, com o tempo do relógio reduzido, condição em que Carlsen se torna o favorito. A expectativa é de que Caruana, que joga com as brancas, vá para o ataque e tente surpreender.

Como acompanhar: A melhor opção é o tabuleiro dinâmico do site Chess.com. Os movimentos atualizam na tela a cada jogada e quem assiste pode controlar os movimentos, avançando ou recuando, repetindo qualquer lance desde o começo da partida.

No YouTube, o canal Chess24 transmite com comentários ao vivo do Grande Mestre russo Alexander Grischuk.

Via Twitter são impagáveis os comentários da também Grande Mestre Susan Polgar, que comenta com diagramas no Chess Daily News.

Basta estudar a história da família — seria óbvio: Fabrizio Fasano, que morreu ontem aos 83 anos, nasceu para ser dono de restaurante. O avô, Vittorio, abriu em 1902 a Brasserie Paulista, que por algumas décadas foi marco da cidade. O pai, Ruggero, teve o Jardim de Inverno Fasano, no Conjunto Nacional da Avenida Paulista. Mas Fabrizio, que nasceu em Milão, seguiu outro caminho. Em 1965, aproveitando-se de um mercado brasileiro ainda mais fechado do que hoje, lançou o uísque nacional Old Eight — fez fortuna vendendo a marca para uma multinacional. Depois, executivo da editora Abril, fundou com Luis Carta e Domingo Alzugaray a Editora Três. Não ficou por lá muito tempo e quebrou mais de uma vez. Foi só em 1985 que retornou ao ramo original da família, abrindo na rua Amauri e depois, na Haddock Lobo, os restaurantes Fasano. O grupo tem hoje mais de dois mil funcionários, além de restaurantes e hotéis na cidade natal, além de Rio, Salvador, Belo Horizonte e Punta del Este, no Uruguai. (Folha)

Cotidiano Digital

Vão muito mal as vendas do iPhone XR em todo o mundo. É o novo celular barato da Apple. A empresa está encarando a questão com seriedade. No Japão, onde o problema é agudo, reduziu o preço. Noutros mercados, retomou a distribuição do iPhone X para oferecer uma terceira opção mais em conta. A dificuldade está afetando o preço das ações e pode, esta semana, derrubá-la da posição de empresa com maior valor de mercado dos EUA. Pelos números de sexta-feira, valia US$ 817 bilhões. E, a Microsoft, US$ 791 bilhões. Estão próximas.

Aliás... Começa a acontecer um curioso fenômeno: a cultura do smartphone está se tornando própria de cada lugar. Conforme se amplia o número de empresas que fabricam aparelhos de ponta, os planos de distribuição mundial variam. Cada mercado tem o seu leque distinto de produtos à disposição. O Guardian publicou, no domingo, a lista daqueles que considera os melhores smartphones à venda no Reino Unido. Dos cinco, apenas dois estão à venda no mercado brasileiro: o segundo (Galaxy Note 9) e o terceiro (iPhone XS). O melhor dificilmente chegará ao Brasil fora do mercado paralelo — é o Mate 20 Pro, da Huawei. Tem a tela curva como do Note, o reconhecimento de face do iPhone, uma tela ampla e brilhante de 6,4 polegadas e não duas mas três câmeras traseiras, capaz de produzir panoramas instantâneos e um super-zoom que aproxima em cinco vezes os objetos. O OnePlus 6T é o quarto e, o Pixel 3, o quinto.

Em 2013, a Atari fazia US$ 1 milhão por ano e devia US$ 34 milhões. Hoje, a dívida se foi, o faturamento alcançou US$ 20 milhões — a companhia está no azul. Trabalho do CEO Frederic Chesnais e função do sucesso renovado da franquia Rollercoaster Tycoon, um game antigo de simulação na qual o jogador administra e desenvolve um parque de diversões. Ele chegou aos celulares em 2014 e é um enorme sucesso. Será lançado agora para a plataforma Nintendo Switch. No ano que vem um reboot do antigo console físico, o Atari VCS, chegará às lojas. No início, terá os games clássicos mas, esta é a esperança, jogos de outras editoras virão. E enquanto os clássicos vão sendo adaptados também aos smartphones, a empresa cuidadosamente se prepara para lançar títulos novos, próprios. Um deles é Citytopia, baseado no sistema de simulação do Rollercoaster, mas de gestão de cidades. É uma fórmula que tem dado certo. Mas parte da estratégia de renascimento surpreende: uma divisão voltada para casinos, por exemplo. Já é responsável por 10% da renda, desenvolve e vende principalmente máquinas de jogo de azar. A marca é, ainda, a mais tradicional de videogames.

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