Polícia do Rio descobre plano para assassinar deputado Marcelo Freixo
A Polícia Civil do Rio desbaratou um plano para executar o deputado estadual Marcelo Freixo, do PSOL. O crime, planejado por um policial militar e dois comerciantes, ocorreria amanhã, sábado. Freixo, que era muito próximo da vereadora Marielle Franco, foi eleito deputado federal. Seu partido pedirá, ao presidente da Câmara Rodrigo Maia e ao futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, garantias para sua segurança, em Brasília. “Os milicianos continuam soltos, ameaçando e matando”, ele afirmou a Antônio Werneck, do Globo. “Sou um deputado eleito. Não é uma ameaça ao Freixo, mas à democracia. Ao estado democrático.”
Pois é... Em paralelo, a Polícia Federal avança em sua investigação sobre o grupo formado para atrapalhar a apuração do assassinato de Marielle dentro da própria Polícia Civil carioca.
Ontem foi preso um especialista em clonagem de veículos responsável por falsear o automóvel utilizado no crime. A Delegacia de Homicídios busca provas contra os membros do Escritório do Crime, grupo de matadores de aluguel formado por expulsos da PM, provavelmente responsável pela morte da vereadora. (Globo)
Para ler/ver com calma: Quando Nem da Rocinha foi preso, em 2011, passou o comando do tráfico na favela da Zona Sul carioca para Rogério 157. Começava, ali, a decadência e virtual fim da ADA, Amigos dos Amigos, um dia segunda maior organização de traficantes do Rio. A geopolítica da guerra do tráfico raramente é contada com episódios, batalhas e mapas, pela imprensa. Esta, porém, o foi: uma história narrada numa bem-acabada reportagem multimídia assinada pelos repórteres Cecília Oliveira e Yuri Eiras, do Intercept. Da cadeia, no início de 2017, Nem promoveu um acordo entre ADA e Terceiro Comando para formar o TCA. Não durou muito. Uma traição de um lado, pressão das milícias do outro, a ADA foi paulatinamente perdendo morros, um após o outro, até a grande traição de Rogério 157, que levou a Rocinha para o Comando Vermelho. A partir dali, foi guerra por toda cidade. Como resultado deste conflito sangrento, a facção que chegou a dominar 19 favelas terminou restrita a cinco num prazo de oito meses. Em junho deste ano, estes últimos começaram a cair. A ADA ainda existe, e está tentando manter sua relevância, com cada vez mais restrições.
A pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o ministro do Supremo Luiz Fux ordenou por liminar a prisão do italiano Cesare Battisti. Segundo o Ministério Público, há risco de ele fugir do país. Outra liminar, que impedia sua extradição para a Itália, foi revogada. Segundo o ministro, caberá ao presidente da República tomar qualquer decisão a respeito. Em seu país, Battisti foi condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos e atos de terrorismo durante sua militância no Partido Comunista, nos anos 1970.
Foi no dia de 50 anos do AI-5. Eunice Paiva, viúva do deputado nunca mais visto desde 1971 Rubens Paiva e mãe do escritor e jornalista Marcelo Rubens Paiva, morreu ontem, aos 86 anos. Após a prisão e o sumiço do marido, Eunice voltou à faculdade para estudar Direito. Dedicou sua vida a lutar pela descoberta do paradeiro dos desaparecidos pela Ditadura. Forçou a abertura de arquivos, trabalhou pela instalação da Comissão da Verdade, e entre suas vitórias está a promulgação, em 1995, da Lei dos Desaprecidos, através da qual o Estado reconheceu enfim, oficialmente, a morte de quem, como Rubens Paiva, foi preso por agentes da lei no período para não deixar mais rastros.
Cultura
Em São Paulo, abre no MuBE, este sábado, uma exposição com desenhos, pinturas, esculturas e tapeçarias de Roberto Burle Marx, o grande paisagistas e artista plástico brasileiro. Hoje e amanhã, no Auditório Ibirapuera, a turma do Teatro Oficina encena O Rei da Vela, de Oswald de Andrade. A Cinemateca homenageia hoje Rogério Sganzerla com a exibição, em seus 50 anos, de O Bandido da Luz Vermelha (íntegra no YouTube). E a Osesp estará no vão do Masp, às 11h de domingo, para tocar de graça O Messias, de Handel.
Já no Rio, o Parque Lage abre as portas, no domingo, para a exposição de fim de ano dos alunos de sua Escola de Artes Visuais. Tem Erasmo Carlos, amanhã, no Blue Note. Hoje abre, no Centro Cultural de Justiça Federal, a 3ª Bienal de Caricatura. E há seis individuais sendo inauguradas, no fim de semana, no Paço Imperial: Ronaldo do Rego Macedo, Claudia Tavares, Paulo Laport, Luiz Baltar, Macaparana e Walter Carvalho.
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Dezembro costuma ser mês cheio, dedicado ao lançamento de blockbusters, principalmente para crianças e adolescentes, no cinema. Mas esta é uma semana tímida — os distribuidores guardaram para a próxima seu estoque. Aquaman (trailer) chegou — mais uma tentativa da DC de entrar bem no negócio dos super-heróis que a Marvel vem controlando. Se acertaram com Mulher Maravilha, querem tentar agora com uma releitura do herói atlante, nos cinemas transformado num tipo barbado e musculoso. Em Colette (trailer), Keira Knightley interpreta Sidonie-Gabrielle Colette, a escritora francesa que com seus livros picantes conquistou leitoras na Paris de princípios do século 20. Os primeiros livros, publicou-os sob o pseudônimo do marido, de quem logo se separou. Chegou bem perto do Nobel e viveu uma vida livre de princípios do feminismo. E como mulheres vêm dominando os cinemas nos últimos tempos, o documentário Chá com as Damas (trailer) traz as atrizes britânicas Judi Dench, Maggie Smith, Eileen Atkins e Joan Plowright, amigas há muitos décadas, que a toda hora se encontram para um chá. Num destes encontros, a câmera veio junto. Veja as outras estreias.
Os dias de domínio internacional absoluto da Netflix começam a se aproximar do fim. Em algum momento do próximo ano chegará ao mercado Disney Plus. O CEO Bob Iger promete um custo mais baixo do que o da assinatura de seu concorrente e foco em programação para família — leia-se, crianças. Além de Mickey e turma, a companhia também é dona de marcas como Marvel e Star Wars. Ao longo de 2019, estes personagens desaparecerão da Netflix. A estreia do novo serviço de streaming começa pelos EUA e, ano que vem mesmo, vai lentamente se espalhando pelo mundo. E há a Amazon. Em 2018, gastou US$ 5 bilhões em programas exclusivos para o seu serviço de streaming. Vai aumentar no próximo ciclo. A Netflix gastou US$ 12 bilhões. Mas há uma diferença: o dinheiro da companhia que inventou o streaming é emprestado. A Amazon é a terceira maior companhia em valor de mercado dos EUA, após Apple e Microsoft. Some os valores de mercado de Disney e Netflix — a Amazon vale mais do que o dobro. Tem capital de sobra para competir. E a guerra está declarada. Desde julho, o valor por ação da Netflix já caiu 37%.
E não só, no começo do mês foi anunciado que o Globoplay vai ganhar mais dois níveis de assinatura, um incluindo o Telecine e o outro também com o Premier. Ambos, pela primeira vez sem a necessidade de uma assinatura de TV.
Viver
Em entrevista à revista Veja, Dalva Teixeira, filha de João de Deus, conta a história de abuso e estupros do pai, que começaram quando ela tinha 10 anos. “Meu pai é um monstro”, afirmou.
Trecho: “Ele teve uma briga feia com minha madrasta, estavam sem falar fazia três dias. Chegou então da fazenda, acendeu uma vela branca, mandou que eu a marcasse com a unha. E falou: ‘o pai vai ter que ficar com você até o fogo chegar nessa marca, vou fazer um trabalho espiritual com você’. Minha madrasta estava sentada no sofá, na sala, vendo. Aí ele me levou para dentro do quarto dele, tirou minha roupa. Achei aquilo estranho. ‘O que o senhor está fazendo?’ Ele falou ‘O pai vai fazer um trabalho espiritual.’ Ficou pelado e começou a passar o pênis dele no meu corpo todo. Ele em cima de mim. Falei ‘está me machucando’ e saí correndo.”
O Prêmio Travel Photographer of the Year escolhe, anualmente, as imagens capturadas em viagens. Aberto a amadores e profissionais, com um júri composto de fotógrafos, termina todos os anos em exposições que circulam o mundo e um livro. O fotojornalista italiano Stefano Pensotti venceu, este ano, o prêmio pelo conjunto da obra. A jovem americana Isabella Smith, de 14, levou o de Jovem Fotógrafa com um flagrante marroquino. Veja a galeria.
Ao menos do ponto de vista técnico, James Bond tem um problema com álcool. De acordo com um estudo propositalmente inusitado, uma análise de 24 filmes com o agente 007 revela não só que ele bebe, como que bebe muito e de forma arriscada: antes de brigar, de dirigir, de dirigir em perseguições, de se lançar em jogos de azar onde muito está em jogo, antes de lidar com animais perigosos ou mesmo de ir para a cama com inimigas — não raro encontrando armas ou facas nesta mesma cama.
Ex-técnico da seleção argentina, Jorge Sampaoli deve se mudar para o Brasil no ano que vem. Treinará o Santos. Ao menos, é o que afirma o clube do litoral paulista.
Cotidiano Digital
A equipe da cantora Taylor Swift começou a testar, em um de seus concertos, o uso de câmeras para reconhecimento facial. Rostos de pessoas do público foram capturados, codificados, e comparados contra um banco de dados de stalkers conhecidos — os já não mais fãs que se manifestam contra a artista de forma agressiva nas redes sociais. Não é o único caso de uso desta nova tecnologia em estádios. A Ticketmaster, gigante da venda de ingressos, pôs dinheiro numa startup que faz este reconhecimento em meio segundo, por exemplo, numa fila para passar a roleta. O objetivo é poder identificar quem pagou por ingressos VIP e facilitar sua entrada. A discussão sobre privacidade mal começou.
A pequena Chandler, no Arizona, é onde o Google vem testando um serviço no estilo Uber com seus carros autônomos, que rodam sob a marca Waymo. Em dois anos, foram denunciados à polícia 21 incidentes que vão de ameaças de tiros e pedradas contra os carros-robô, que sempre têm um motorista para assumir caso necessário. Mas nem todos os episódios são registrados. Não se trata de um movimento formal, mas de uma resistência vaga, que passa por um descontentamento geral com empresas de tecnologia e receio com a transformação digital da sociedade. Há um clima ludita no ar, além de dificuldades econômicas reais.
Uma administradora de grupo de WhatsApp foi condenada, pela primeira instância da Justiça de São Paulo, a pagar R$ 3 mil de indenização a uma pessoa que fazia parte das conversas. A vítima se envolveu numa briga e se sentiu ofendida. A administradora não tinha relação direta com o conflito, mas terminou condenada. “Na qualidade de criadora do grupo no qual ocorreram as ofensas”, explicam os autos, “poderia ter removido os autores, mas não o fez, mostrando ainda ter se divertido com a situação por meio de emojis.”
Todos os anos, a turma do app gerenciador de senhas TeamsID compila uma lista com, ora, as 100 piores senhas do ano. Aquela muito simples e, ao mesmo tempo, mais usadas por pessoas. Em número um, neste 2018, 123456, seguida de password em dois e 123456789 na terceira posição. Sim: as três muito comuns, obvias, e ainda assim não abandonadas. Em 18 está monkey. Em 23, donald. Não, não o pato. Em 39, harley — da super-vilã Harley Quinn.
