Guedes aposta em reforma da Previdência mais dura

A Reforma da Previdência vai ser mais dura que o sugerido pelo presidente Jair Bolsonaro. O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que a proposta que segue para o Congresso em fevereiro vai aproveitar a idade mínima já em discussão e prever um regime de capitalização, no qual cada trabalhador faz a própria aposentadoria. A transição mais curta viria por lei ordinária. Durante a campanha, Guedes falara em fatiar a reforma, deixando a capitalização para um segundo momento. Mudou de ideia. (Globo)

Segundo estimativas de especialistas, ao reduzir a transição dos 21 anos previstos na proposta de Michel Temer para 12 anos, o governo conseguiria uma economia extra de R$ 275 bilhões. (Globo)

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Outra promessa de campanha está em vias de sair do papel. Já está com Bolsonaro o decreto que flexibiliza a lei de posse de armas no Brasil. A rigor, o que muda é o estabelecimento de critérios mais objetivos para a chamada “real necessidade” de ter uma arma, incluindo morar em cidades com mais de 10 homicídios por cem mil habitantes, caso da maioria das capitais. O decreto, que deve ser editado até a semana que vem, não trata do porte.

O anúncio, feito pelo ministro Onyx Lorenzoni, puxou uma alta de 15% nas ações da Taurus, maior fabricante de armas do país.

A polêmica da vez ficou por conta da nomeação de Antônio Hamilton Mourão, filho do vice-presidente Hamilton Mourão, para o cargo de assessor do presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes. Funcionário do BB há 18 anos, Antônio viu com a medida seu salário triplicar, passando a R$ 36 mil – maior que a remuneração nominal de seu pai. Mourão defendeu a competência do filho para o cargo e disse que Antônio fora preterido durante gestões petistas. Novaes também elogiou o novo assessor e garantiu que não volta atrás.

Lauro Jardim: “Jair Bolsonaro só teve conhecimento que Antônio será agora assessor especial do presidente do BB quando a informação tornou-se pública. Entre os ministros do governo, a nomeação causou mal-estar. Antônio vinha municiando o pai com informações sobre a cúpula do banco desde as eleições.” (Globo)

Marcelo de Moraes: “O presidente ganhou a confiança de muitos dos eleitores justamente ao prometer que acabaria com o aparelhamento do Estado, ocorrido nos governos petistas, e que moralizaria a administração pública. A promoção de Antônio Mourão acaba expondo o próprio presidente desnecessariamente e desgastando seu governo.” (Estadão)

O recém-empossado presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, negou ontem que o banco vá elevar os juros imobiliários para a classe média. Segundo ele, “parte da imprensa” distorceu suas declarações de que esse público teria “juros de mercado”, em comparação com as taxas subsidiadas do Minha Casa, Minha Vida. Guimarães afirmou que as fontes de recursos do FGTS e da poupança, que alimentam os financiamentos habitacionais do banco, estão no limite. (Folha)

Painel: As idas e vindas do governo preocupam aliados, que cobram uma “freada de arrumação”. (Folha)

Técnicos do segundo escalão do governo foram orientados a não falar individualmente com a imprensa. Na sexta-feira passada, um deles, o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, desmentiu o anúncio, feito mais cedo por Bolsonaro, de que o IOF iria aumentar. (Estadão)

 

Após ter alta do Hospital Albert Einstein, onde retirou um tumor do estômago, Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, deu entrevista e atribuiu sua doença à exposição de sua movimentação financeira suspeita pelo Coaf. Disse ter sido tratado como “o pior bandido do mundo”. O MP diz já ter elementos para pedir a quebra do sigilo bancário dele e da família. (Estadão)

Mais dois estados, Pará e Espírito Santo, devem pedir ajuda federal contra a violência, a exemplo do que fez o Ceará. Desde a última quinta-feira, o estado nordestino sofreu 161 ataques de criminosos em 39 cidades. (Globo)

A ONU reagiu com apreensão à saída do Brasil do Pacto Mundial de Migração, negociado durante dois anos e aprovado no ano passado. A organização teme que a saída, formalizada ontem, signifique uma reviravolta do Brasil também em questões de cooperação e direitos humanos. (Estadão)

Donald Trump pagou para ver. Em pronunciamento à nação, ele garantiu que vai manter a administração parcialmente parada até que a Câmara, agora controlada pelos democratas, aceite pagar pelo muro que quer construir na fronteira com o México. Segundo ele, há uma crise demográfica na região e a posição democrata deixa o país aberto a “criminosos imigrantes”. Os democratas reagiram chamando o presidente de cínico e o acusando de manter a nação refém. (New York Times)

O Times checou o que era ou não verdade na fala de Trump. Confira.

Uma pesquisa do Pew Research Center mostra que a maioria dos americanos é contra o muro. A iniciativa só tem apoio entre os declaradamente republicanos e católicos e protestantes brancos.

Para ler com calma: O pronunciamento de Trump acendeu uma polêmica na mídia americana. As redes de TV, e não apenas os canais jornalísticos como CNN e Fox News, decidiram transmitir a fala ao vivo. Para muitos, trata-se de publicidade gratuita a um discurso de ódio. Um pronunciamento de Obama sobre o mesmo tema em 2014 não teve igual cobertura. Em entrevista, Brian Stelter, da CNN, defende a decisão das colegas. (New Yorker)

Cotidiano Digital

Na CES, os principais anúncios do dia foram relacionados ao Assistente de voz do Google. Agora, ele tem um modo intérprete que traduz em tempo real conversas entre 27 línguas diferentes, incluindo o Português. A empresa está se esforçando também para colocar seu Assistente na maior quantidade possível de aparelhos — nesse quesito, no entanto, ainda está correndo atrás da Amazon. O Google está, inclusive, usando uma estratégia que lembra o Cavalo de Troia: vai oferecer o Assistente dentro do Google Maps para usuários de iPhone.

Pois é. Segundo a Business Insider, os assistentes de voz estão se tornando o centro de controle da casa inteligente e estão presentes nas três principais tendências domésticas vistas na feira. Primeiro, tudo que é aparelho está ganhando interface de voz. Em segundo, nem sempre voz é suficiente, portanto muitos estão ganhando uma tela para informações complementares. E por fim, a maioria dos fabricantes de aparelhos estão apostando em mais de uma plataforma e embutindo a Alexa, o Assistente do Google e até mesmo a integração com o Home Kit da Apple.

Enquanto isso, no Eater, site especializado em gastronomia e restaurantes, uma crônica sobre o pesadelo que seria preparar uma refeição em uma cozinha equipada com alguns dos gadgets anunciados na feira.

Autoridades alemãs anunciaram ontem que o hacker que vazou recentemente dados pessoais de mais de 400 políticos, incluindo a primeira ministra Angela Merkel, foi preso no fim de semana e confessou o crime. Alegou que o motivo para o vazamento foi a irritação com declarações dos políticos. Apesar de ter 20 anos, ele ainda cursa o ensino médio e mora com seus pais. Por enquanto, vai responder o caso em liberdade.

Cultura

Monica Hesse, no Washington Post: “Recentemente, parecia que Kevin Spacey queria que nós o confundíssemos com seu personagem mais famoso. ‘Eu mostrei exatamente o que as pessoas são capazes de fazer. Eu te desafiei e fiz você pensar.’ Ele estava se referindo às alegações de agressão contra ele, o ator? Contra seu alter ego assassino na tela, Frank? A resposta parecia ser ambas. Foi o oposto de uma celebridade nos pedindo para separar a arte do artista. Ele estava nos implorando para aceitar os dois como simbióticos. O set de Louis CK baseava-se no tipo de grosseria em que mais tarde ele estaria envolvido. Ele, que se masturbava na frente de mulheres atordoadas, fazia piadas sobre ‘pulverizar o mundo com o seu sêmen’. No último final de semana, a Lifetime exibiu o documentário Sobrevivendo a R. Kelly (trailer). O documentário é uma acusação a ele, mas ainda mais, a nossa própria cegueira intencional. Ele fingiu prender uma mulher no palco. Então, ele foi para casa, para as mansões onde ele realmente prendeu mulheres em cativeiro. É hora de fazer o que deveríamos ter feito todo o tempo: tratá-los não como personagens, mas como seres humanos estragados. Não o gênio R. Kelly, mas Robert, o tirano desesperado que na segunda-feira ameaçou ‘expor‘ seus acusadores. Não Louie, o introspectivo protagonista de televisão baseado na vida real, mas Louis CK, que aparentemente não contava piadas, mas confissões. Não Kevin Spacey, mas Kevin Fowler, um homem pálido, cansado e de aparência comum em um tribunal de Massachusetts, esperando ver se vai para a cadeia.”

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Para comemorar seu 72º aniversário, David Bowie tornou-se um app. O aplicativo de realidade aumentada David Bowie is... (App Store e Google Play) é baseado na exposição sobre o cantor que fez uma turnê pelo mundo no ano passado. São mais de 400 itens para explorar, incluindo vídeos e imagens da vida de Bowie, com trilha sonora musical e narração do ator ganhador do Oscar Gary Oldman.

Para os curiosos, no Guardian, Tim Jonze faz uma resenha completa do aplicativo.

E após 35 anos, o Vídeo Show, da rede Globo, chegará ao fim. O último programa vai ao ar nesta sexta-feira (11).

O dono de uma garagem usada pelo artista Banksy para sua mais recente obra está com dificuldade em lidar com a responsabilidade. Ele disse à BBC que precisa de ajuda para encontrar uma solução de longo prazo para a proteção do desenho. “Tem sido muito, muito estressante e muito surreal.”

Viver

Em 2018, números do serviço público de saúde americano mostravam que 1.138 mulheres e 959 homens estavam realizando seu primeiro ano de formação médica. No entanto, apenas 14,5% das pessoas no topo da profissão eram mulheres. Uma pequena pesquisa realizada com mulheres cirurgiãs nos EUA tentou entender as razões, e descobriu que a maioria delas experimentou sexismo no trabalho. Entre as participantes, 88% disseram que a cirurgia era um campo dominado por homens, e 53% citaram as áreas de trauma e cirurgia ortopédica como sexistas — a maior proporção para qualquer especialidade.

Pois é. No ano passado, o Buzzfeed perguntou a médicas brasileiras como o machismo se manifesta na profissão. A discriminação vai de ser chamada de ‘querida’ em vez de ‘doutora’ a ser ignorada na escolha de cargos de direção.

A maior parte da população diz acreditar que a educação sexual e assuntos políticos devem ser temas tratados nas salas de aulas do país. O resultado é de pesquisa do instituto Datafolha. A presença de assuntos políticos nas escolas tem o maior apoio: 71% concordam e 54% o fazem totalmente. A aprovação cresce de acordo com a escolaridade. Já o apoio à educação sexual nas escolas alcança 54% — quanto maior a escolaridade, maior também a anuência com a previsão desse conteúdo. (Folha)

Um dia depois da posse presidencial, o governo retirou do site do Ministério da Saúde uma cartilha com orientações voltadas a homens transexuais, que trata de cuidados com seus corpos. O Nexo explica os porquês.

O hormônio irisina, que o corpo libera em maiores quantidades durante a prática de exercício físico, pode prevenir a perda de memória relacionada ao alzheimer. A descoberta é de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade de Columbia, e foi publicada na revista Nature Medicine.

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