Bolsonaro dobra aposta conservadora no MEC

Após três meses de polêmicas e um fim de semana de fritura explícita, Ricardo Vélez Rodriguez foi exonerado do MEC via Twitter e substituído pelo secretário-executivo da Casa Civil, o economista e professor Abraham Weintraub. Um dos primeiros a aderir à campanha presidencial de Jair Bolsonaro, ele é assumidamente conservador e defende ideias próximas das do ideólogo Olavo de Carvalho. O novo ministro critica o 'marxismo cultural' e quer que as universidades se “abram aos valores judaico-cristãos”.

Na avaliação do próprio Bolsonaro, faltaram gestão e expertise a Vélez no MEC. Em entrevista, ele disse que o agora ex-ministro é “uma pessoa simpática, amável e competente, mas a questão da gestão deixou a desejar”.

No Congresso, a avaliação é que Bolsonaro usou a escolha para reafirmar seu modus operandi e  priorizar a guerra cultural. (Estadão)

Entre os militares, a nomeação de Weintraub foi recebida como uma derrota. Eles defendiam a escolha de um técnico e acreditam que a crise no MEC pode continuar. Olavo de Carvalho teria chancelado a escolha e agora cobra a volta ao MEC de seus discípulos afastados por Vélez. (Folha)

Já no meio acadêmico, o clima é de apreensão. O novo ministro, ele mesmo professor da   Universidade Federal de São Paulo, defendeu no passado o expurgo de esquerdistas dos campi. (Folha)

A passagem de Weintraub pela Unifesp foi marcada mais pelas polêmicas que pela produção. Seu currículo na Plataforma Lattes indica a publicação de apenas quatro artigos em veículos de pouca relevância. Mais numerosos são seus conflitos ideológicos. Em duas ocasiões ele processou estudantes por danos morais, perdendo ambas as ações. (Folha)

Weintraub tem ainda tendência a declarações controvertidas que nada fica a dever à de Vélez. No ano passado, segundo o blog de Josias de Souza, o agora ministro defendeu que universidades do Nordeste não deveriam ensinar filosofia ou sociologia.

Priscila Cruz: “Nenhum país com projeto sério de desenvolvimento social e econômico trata a Educação como cruzada ideológica. Esperamos que Abraham Weintraub entenda a gravidade da situação. A crise que precisa ser superada com vigor é a da aprendizagem. Que ele não se perca combatendo inimigos, verdadeiros ou fabricados.” (Globo)

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Embora aparentemente tenha vencido o embate pelo controle do MEC, nem tudo foram boas notícias para Olavo de Carvalho. O site da revista Época entrevistou Heloísa, filha dele, que relata um histórico de  abandono intelectual. Ela afirma que o pai já adotou o islamismo na década de 1980 e chegou a ter três esposas muçulmanas ao mesmo tempo quando vivia em uma comunidade religiosa em São Paulo.

O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Mário Vilalva, disse que o chanceler Ernesto Araújo deu um golpe ao mudar o estatuto da agência e dar mais poderes a diretores indicados por ele. A entidade é mais um foco de guerra de poder dentro do governo. (Estadão)

Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, disse ontem que está fora da articulação política para a aprovar a reforma da Previdência, embora continue apoiando o projeto. Dizendo não ser “mulher de malandro”, ele reclamou das sucessivas pancadas que levou da base de Bolsonaro nas últimas semanas. (Globo)

Já o presidente reiterou que a reforma está nas mãos do Congresso e que não deve fazer mais que conversar com alguns deputados. “Se me engajar demais, vão dizer que estou interferindo no Legislativo”, disse.

Alguém lembra da fraude na eleição para a presidência do Senado, quando a urna tinha uma cédula a mais que o número de votantes? Segundo a revista Crusoé, o assunto foi varrido para debaixo do tapete após imagens indicarem a participação do hoje líder do governo, Fernando Bezerra (MDB-PE). De acordo com a reportagem, Bezerra apareceria entregando as duas cédulas, com votos para Renan Calheiros (MDB-AL), a Mecias de Jesus (PRB-RR), que as teria depositado na urna. A investigação caminhava para responsabilizar Mecias, novato na Casa, mas o envolvimento de um peso-pesado levou o caso para a geladeira. Procuradas pela revista, a Corregedoria do Senado e a Polícia Legislativa empurraram uma para a outra a responsabilidade de responder.

A pressão econômica, e não uma intervenção militar estrangeira, vai tirar Nicolás Maduro do poder. Essa foi a avaliação do vice-presidente Hamilton Mourão, após se reunir em Washington com o vice Mike Pence. “A questão econômica está chegando num ponto de estrangular o país e esse será o momento que as Forças Armadas (venezuelanas) então terão condição de assumir o poder e abrir o caminho para a saída do governo Maduro”, disse. Durante a reunião, Pence teria pedido a Mourão, que foi adido em Caracas, que usasse sua influência para cobrar uma ação dos militares venezuelanos. (Estadão)

Numa manobra surpreendente, membros do Parlamento britânico sem cargos no governo ou na oposição apresentaram e aprovaram em apenas três dias uma lei obrigando o governo a estabelecer um cronograma de adiamento da saída da União Europeia de forma a evitar que o processo aconteça sem um acordo. A primeira-ministra Theresa May quer o adiamento até 30 de junho e vai hoje buscar apoio da alemã Angela Merkel e do francês Emmanuel Macron, mas a cúpula do bloco europeu só admite um prazo mais longo.

Hoje 6,3 milhões de eleitores devem ir às urnas em Israel renovar o parlamento. O prognóstico das pesquisas é que  o partido centrista Azul e Branco, liderado pelo general Benny Gantz, tenha a maioria dos votos. Porém, como o conjunto de partidos de direita deve crescer, é provável que o atual premier Binyamin Netanyahu consiga costurar uma coligação que o mantenha no poder. (Folha)

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HealthTech

No vácuo de uma legislação que não consegue acompanhar os avanços da tecnologia, sites nos Estados Unidos estão invertendo a lógica do atendimento médico. Em vez de ser consultado por médico que vai fazer o diagnóstico e prescrever uma medicação, o paciente agora fica online, diz qual o problema (acha que) tem, descreve os sintomas e encomenda os remédios. Sem examinar o suposto doente, um médico ligado ao site avalia as informações e autoriza ou não o envio dos medicamentos. É a chamada “medicina de cardápio”. A exemplo do Uber, esses sites apenas fazer a intermediação entre pacientes, médicos e laboratórios, o que os deixaria fora no escopo da legislação sobre venda de medicamentos. Para especialistas, porém, eles facilitam a automedicação e não oferecem aos pacientes as devidas informações sobre os remédios. (New York Times)

Cada vez mais o público busca soluções de tecnologia para serviços de saúde, mas a maior parte das empresas ainda não sabe exatamente como atender a essas demandas. Pesquisa da consultoria McKinsey & Company mostra que há pelo menos quatro tópicos aos quais às empresas precisam se dedicar mais: personalização (produtos que se adaptem a cada cliente), acesso (clientes podem usar o serviço em qualquer lugar), incentivos (formas de motivar as melhores escolhas) e inovação. Outra preocupação dos americanos ouvidos pela consultoria foi com o custo elevado e o caráter invasivo de alguns produtos, especialmente no monitoramento de hábitos do usuário.

Não são só as empresas que estão atentas ao negócio da tecnologia na saúde. O governo do Reino Unido anunciou um fundo de 9 milhões de libras (cerca de R$ 45 milhões) para cinco iniciativas na área, incluindo inteligência artificial, aplicativos de monitoramento e até um aparelho para combater apneia noturna.

Viver

Um forte temporal atinge desde ontem vários pontos do Rio de Janeiro; ao menos três mortes foram registradas. A prefeitura declarou estágio de crise às 20h55 e suspendeu as aulas da rede municipal de ensino nesta terça-feira. 'Rio de Janeiro', 'Crivella' e #ChuvaRJ, que reúne imagens e vídeos impressionantes de moradores ilhados, estão entre os principais assuntos nas redes sociais nesta manhã. Em 4 horas, choveu mais do que nos dias 6 e 7 de fevereiro, quando seis pessoas morreram em consequência do temporal.

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Os mais de 80 tiros de fuzil disparados pelos militares na ação que matou o músico Evaldo dos Santos Rosa, no Rio de Janeiro, foi um dos assuntos mais comentados ontem nas redes sociais. Lideranças políticas, caso de Marina Silva, usaram o Twitter para pedir Justiça. Usuários também cobraram o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Sergio Moro, que não se pronunciaram através de suas redes até o fechamento desta edição. O assunto teve repercussão, ainda, na mídia internacional.

Luciana Oliveira, viúva do músico: "'Chamei eles de assassinos e eles riram. Debocharam’”. O Exército determinou a prisão de 10 dos 12 militares envolvidos no assassinato.

Do ministro Luís Barroso, do Supremo, sobre a legalização do aborto: “Se os homens engravidassem esse problema já estaria resolvido há muito tempo”. Declaração foi feita ontem, durante a Brazil Conference, em Harvard. (Estadão).

In the Sunrays - O fotógrafo Julien Sixcentdouze criou uma cena aérea surreal na Alemanha e foi destaque no @natgeoyourshot. O Top Shot destaca a foto com o maior número de votos do dia anterior após uma seleção feita pelos editores da NatGeo.

A 47.ª edição do SPFW investirá em novos designers que adotam discursos sustentáveis. São jovens estilistas que agora ganham protagonismo no evento que começa no dia 22 e vai até dia 27, em São Paulo. A coleção de estreia da Neriage, assinada por Rafaella Caniello, é um exemplo disso. Ela utiliza tecidos naturais com plissados e texturas criados por técnicas complexas e tingimentos manuais. Conheça o perfil da marca no Instagram.

Cultura

Conheça o escritor que venceu o Alma, o maior prêmio da literatura infantil mundial. O belga Bart Moeyaert, de 54 anos, tem mais de 50 obras publicadas e traduzidas para 21 idiomas, entre ficção, livros ilustrados, poesia, peças de teatro, roteiros de televisão e ensaios. No Brasil, é difícil encontrar livros de Bart.

Fãs de Game of Thrones estão contando os dias para o início do fim e revivendo, se é que se pode dizer isso, os melhores momentos das últimas temporadas. Material não falta.

Destaque para o guia interativo do Washington Post sobre as 2339 mortes que aconteceram na série. A equipe de infográficos dividiu tudo por temporadas, personagens e localização. É um trabalho cheio de detalhes. Por exemplo: na primeira temporada, 993 mortes aconteceram além da muralha; considerado o local mais ‘perigoso’ de Westeros. Também é possível clicar em cada um deles pra relembrar como a morte aconteceu.

Já a segunda temporada tem o menor número de personagens mortos, mas também deu aos telespectadores a primeira grande cena de guerra: a Batalha da Água Negra. “Uma curiosidade: preste muita atenção nos sons contra a ação real. Você notará que os ruídos da morte são freqüentemente inseridos em cenas nas quais ninguém está realmente morrendo. A ilusão de uma contagem maior de corpos, talvez?”

A Netflix anunciou ontem o elenco principal de sua nova produção original brasileira, Ninguém Tá Olhando. Com estreia prevista para ainda este ano, Júlia Rabello, Victor Lamoglia, Kéfera Buchmann e rapper Projota estão no elenco da produção dirigida por Daniel Rezende.

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