Sob ameaça do MEC, estudantes e professores voltam às ruas

Os protestos da oposição, nesta quinta, foram menores do que os iniciais, realizados em 15 de maio. Se 222 cidades foram às ruas no meio do mês, ontem foram 136. (No domingo, manifestações governistas ocorreram em 156 cidades.) Sem o cálculo da PM, que parou de avaliar quantidade de gente, não é possível comparar a quantidade de pessoas em São Paulo e no Rio. Mas, assim como não houve fiasco no movimento favorável ao Planalto, tampouco houve no segundo levante a favor da Educação. As ruas das duas capitais encheram. (G1)

Pois é... Em São Paulo, o repórter Marcelo Mattos e o câmera João Pedro Montans, da rádio Jovem Pan, foram cercados, hostilizados e impedidos de trabalhar pelos manifestantes. A Vice registrou em vídeo. (Abraji)

Houve, isto sim, uma tentativa de intervenção pelo MEC, que distribuiu nota afirmando que professores, servidores, funcionários, alunos e até mesmo pais e responsáveis “não são autorizados a divulgar e estimular protestos durante o horário escolar”. O ministério pediu fossem feitas denúncias por meio do site de ouvidoria. (Poder 360)

Bruno Boghossian: “O ministro decidiu aplicar a lógica da intimidação para reagir aos protestos contra a política do governo para o setor. Abraham Weintraub pediu que a população denuncie quem incentivar manifestações e ameaçou demitir professores que anunciarem esses atos. Além de inócuo, o texto mostrou o delírio totalitário de governantes que gostariam de ter controle até sobre as famílias dos estudantes. Weintraub tenta se desviar das agruras do cargo ao se vender como vítima de um complô partidário. O governo insiste na visão de que os manifestantes são ‘idiotas úteis’ e só saíram às ruas porque foram manipulados por professores. Weintraub, em especial, aposta numa guerra constante contra a doutrinação ideológica. Aparentemente, ele não tem nenhuma outra resposta a oferecer para melhorar a educação.” (Folha)

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O presidente Jair Bolsonaro recebeu ontem, no Planalto, o ministro Humbergo Martins, corregedor nacional de Justiça. O Palácio não explicou porque o presidente fez-se acompanhar pelo filho, o senador Flávio Bolsonaro, que é investigado. (Folha)

Os economistas Samuel Pessôa, do IBRE-FGV, e Mário Mesquita, do Itaú-Unibanco, ex-BC, se puseram a listar os nós da economia brasileira. Encontraram oito. Começa pelas contas do governo, que gasta mais do que recebe. Com dúvida a respeito da capacidade de o Estado pagar suas contas, empresários relutam em investir nos seus negócios — incerteza (2). Uma das formas de combater o risco é a reforma da Previdência (3). Mas não adianta discutir apenas o problema fiscal da União, os estados estão em pior situação. Atrasam pagamentos. Quando seus funcionários e aposentados não recebem, não compram, a economia local vai parando (4). Como a solução passa por Executivo e Legislativo se entenderem e o Congresso faz anos que não avança sobre o problema fiscal, o impasse político acirra a questão (5). Mas não basta o governo se resolver. É preciso simplificar a vida das empresas, abrir mais espaço para elas na economia, fazendo com que o Estado deixe algumas atividades (6). Já não fossem estes problemas suficientes, há 13 milhões de desempregados. Fruto de todas as crises, ao mesmo tempo em que parte do conjunto de razões que diminuem consumo (7). E, claro, a economia do mundo está desacelerando, o que não ajuda ninguém (8). Texto e vídeo do diálogo. (Jornal da Globo)

Pois é... Saiu o primeiro PIB do governo Bolsonaro. Deu 0,2% — negativos, segundo o IBGE. O tamanho da economia brasileira diminuiu no primeiro trimestre. Ontem, o ministro Paulo Guedes acenou com a possibilidade de injetar algum dinheiro no sistema, liberando saques de contas do FGTS, além de PIS/Pasep. Mas só após aprovar a reforma da Previdência. (Veja)

Descriminalização das drogas: O presidente do STF, Dias Toffoli, anunciou a suspensão do julgamento, que aconteceria na próxima quarta-feira. Na segunda-feira, o ministro aderiu ao pacto proposto pelo Governo, que é contrário à pauta. Ainda não foi definida nova data. A criminalização da homofobia, outra pauta agendada para o dia 5 de junho, foi adiada para o próximo dia 13. O argumento de Toffoli é que o projeto aprovado no Senado há duas semanas estabeleceu uma nova política de drogas no país. Mas outros ministros da Corte o questionam: a pauta é se é constitucional punir usuários. Uma nova política, conta Monica Bergamo, não resolve este problema. A decisão do presidente, um agrado a Bolsonaro, não foi consensual no Supremo. (Folha)

Inadvertidamente, o presidente americano Donald Trump tuitou, ontem. Estava irritado com a aparição do procurador especial Robert Mueller, que acenou com a possibilidade impeachment. “Rússia, Rússia, Rússia!”, escreveu Trump. “É só o que se ouviu desde o início dessa caça às bruxas mentirosa. E agora a Rússia sumiu porque não tive nada a ver com a ajuda que a Rússia me deu para me eleger. Foi um crime que não existiu.” E assim, pela primeira vez, admitiu que houve ajuda. Mais tarde, falando a repórteres, Trump negou tudo. (CNN)

Aliás... Sem largar de sua guerra comercial, Trump anunciou que começará a taxar produtos mexicanos. Toda importação vinda de lá pagará no mínimo 5% que gradativamente pode chegar até 25%. É punição pela migração ilegal. (New York Times)

Na edição deste sábado, o Meio sobrevoará a direita europeia, que se consolidou na eleição encerrada domingo. Da França à Itália, da Hungria ao Reino Unido, no que acreditam partidos e líderes, quais seus métodos e suas histórias. Têm diferenças entre si assim como muito que os une. E se tornaram uma força sólida no continente. A edição premium é para assinantes — assinatura que custa um chope, até menos que o espresso de certos cantos. Assine.

E aí, Bolsonaro, tudo pequenininho aí?

Tony de Marco

 
Pibinho

Cultura

Em São Paulo, de hoje até domingo, a Orquestra Sinfônica Municipal executa todo o ciclo sinfônico de Beethoven sob a regência de Roberto Minczuk. Negro Leo estará hoje na Casa do Mancha. Hoje e amanhã tem Duda Beat no Sesc Belenzinho. Realizada no Fabrique Club, a festa de reggae Jamboree convida Horace Andy, cantor jamaicano conhecido pela parceria com o Massive Attack. No sábado e no domingo, Black Alien apresenta o disco Abaixo de Zero. No domingo tem Metá Metá, no Sesc Campo Limpo, e Hermeto Pascoal apresenta músicas inéditas no CCSP. O Grupo Carmin, do Rio Grande do Norte, leva A Invenção do Nordeste hoje e amanhã ao Itaú Cultural. Clara Carvalho dirige Ricardo III ou Cenas da vida de Meierhold, de Matéi Visniec, no CCSP.

No Rio de Janeiro, o Museu Nacional de Belas Artes abriga a exposição Trabalho de Artista: Imagem e Autoimagem (1826-1929), com cenas de ateliê e autorretratos de pintores como Almeida Junior e Arthur Timóteo da Costa. Os artistas luso-brasileiros Paulo Aureliano da Mata e Tales Frey apresentam obras na mostra Em Posições de Dança, que ocupa o Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica a partir de amanhã. Em sua 8ª edição, o festival Cena Brasil Internacional apresenta workshops e espetáculos no CCBB e na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Entre os destaques estão as presenças do performer americano Shamel Pitts e do francês Yves-Noël Genod. Amanhã tem dobradinha no Circo Voador, com shows de Anelis Assumpção e Tulipa Ruiz. Letrux apresenta hoje no Teatro da UFF o show Em Noite de Climão. Amanhã, no mesmo palco, é a vez da cantora pernambucana Doralyce. Para mais indicações culturais, assine a newsletter da Bravo!

Nos cinemas, destaque para a estreia de Rocketman, cinebiografia do cantor e compositor Elton John. O filme conta sua história, desde quando era uma criança prodígio, até se tornar um astro, e se apoia em números musicais (trailer). Outra estreia é Godzilla II: Rei dos Monstros, continuação que se passa cinco anos após o último filme, lançado em 2014. Desta vez, os integrantes da agência Monarch precisam lidar com a súbita aparição de vários monstros, incluindo Mothra, Rodan e Ghidorah (trailer). Já Ma é um filme para quem gosta de suspense e terror psicológico. Num mercado, Sue Ann, interpretada pela premiada atriz Octavia Spencer, empresta sua identidade para menores comprarem bebidas alcoólicas. Ela também oferece sua casa para que organizem uma festa, até que os jovens começam a identificar um comportamento estranho da dona da casa (trailer). Confira outras estreias da semana.

Saíram os novos pôsteres hiper-realistas dos personagens do live-action de O Rei Leão. Curtiu? O remake da animação estreia em 18 de julho no Brasil.

Galeria: a nova área Star Wars da Disney. Trinta fotos.

Viver

Nos EUA, mais empresas estão ameaçando boicotar o estado da Geórgia, nos Estados Unidos, em protesto a assinatura de lei que torna o aborto ilegal no momento de um batimento cardíaco fetal, ou com oito semanas de gravidez. O CEO da Walt Disney Company, Bob Iger, disse à Reuters que seria "muito difícil" para o estúdio continuar trabalhando no estado e a Netflix também ameaçou cancelar filmagens realizadas por lá.

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A Agência da ONU para Refugiados (Acnur) divulgou um levantamento inédito sobre o perfil dos refugiados que vivem no Brasil. Segundo o documento, 34% dos entrevistados concluíram o ensino superior, e 3% já cursaram alguma pós-graduação – especialização, mestrado ou doutorado. Entre a população brasileira acima de 25 anos, apenas 15% concluíram o mesmo nível de ensino. Apesar da escolaridade acima da média brasileira, os refugiados são mais afetados pelo desemprego e poucos conseguem revalidar o diploma no país. Outro dado interessante: 92% do total declarou falar português. A alta taxa de escolaridade, segundo especialistas, é um "estímulo à continuação dos estudos no Brasil". Por já falarem o português, refugiados nascidos em Angola foram excluídos desta pesquisa.

A missão Apolo 11 completa 50 anos neste ano e as comemorações da chegada do homem à Lua vem assumindo diferentes formas. A Lego lançou um conjunto de peças, super detalhado, do módulo lunar Eagle da NASA. Será vendido por US$ 99,99 e chega hoje às lojas. Coisa mesmo de colecionador. Veja as fotos.

Cotidiano Digital

O Procon notificou Google e Huawei, as varejistas B2W (Submarino e Americanas.com), Pão de Açúcar, Magazine Luiza, Fast Shop, Carrefour e Walmart, e as operadoras Oi, Claro, Tim, Vivo e Nextel. O objetivo: compreender como são afetados os consumidores brasileiros que tenham comprado o P30 Pro, smartphone Android da chinesa, pelo banimento imposto pela Casa Branca. “Todos os smartphones que já foram vendidos e aqueles que estão atualmente à venda não serão afetados”, informou a Huawei. O Google afirmou que manterá a atualização de patches de segurança pelos próximos 90 dias. (Estadão)

O número: pouco mais de 899 mil residências cancelaram o serviço de TV por assinatura no Brasil entre abril de 2018 e o mesmo mês de 19. Representa uma queda de 5%. De acordo com a Anatel, a Claro é a maior operadora do país neste ramo, seguida de Sky, Oi e Vivo. Dentre todas, a Oi foi a única a crescer.

A operadora EE pôs para funcionar em partes de Londres, Edimburgo, Cardiff, Belfast, Birmingham e Manchester a primeira rede 5G da Europa. Em Londres, a cobertura pega as principais regiões turísticas, incluindo a Catedral de St Paul, a Torre e a London Bridge. Repórter do Verge, Tom Warren mediu em média velocidades de 200 Mbps. No mesmo ponto, a rede 4G chegava a 25 Mbps. Chegou, em um ponto, a encostar no 1 Gbps.

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