Bolsonaro abre crise com Nordeste

O presidente Jair Bolsonaro viaja amanhã para a Bahia para inaugurar o aeroporto de Vitória da Conquista. Estava preparada uma festa de 300 pessoas — o Planalto escolheu dobrar o número. Vão 600, de acordo com o Painel, e inimigos do governador petista Rui Costa foram escalados para discursar. Bolsonaro quer tentar virar o jogo na crise aberta após um comentário seu, flagrado no café da manhã de sexta-feira. “Daqueles governadores de paraíba”, comentou ao ouvido de Onyx Lorenzoni, “o pior é o do Maranhão.” Paraíba é o termo pejorativo para nordestino, no Rio de Janeiro. Os governadores retrucaram em nota. “Nós sempre buscamos manter produtiva relação institucional com o governo federal”, puseram em texto. “Recebemos com espanto e profunda indignação a declaração do presidente, transmitindo orientações de retaliação a governos estaduais.” Bolsonaro, em sua instrução para Onyx, pinçou especificamente Flavio Dino. “Não tem que ter nada para esse cara.” O presidente afirma que foi mal compreendido. “Falaram agora que eu estou criticando o Nordeste, você viu? Dois governadores, o do Maranhão e da Paraíba que são intragáveis.” (Folha)

A crise com o Nordeste abala, entre outras, as conversas sobre a inclusão dos estados na reforma da Previdência. O obstáculo está, justamente, no envolvimento dos governadores da região. O também petista Wellington Dias, do Piauí, está em Brasília tentando incluir os entes federativos no texto-base, quando chegar ao Senado. (El País)

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Primeiro foi na sexta-feira, depois no domingo. Bolsonaro voltou suas armas contra o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais — reclama que os números oficiais sobre desmatamento na Amazônia prejudicam o Brasil. “A questão ambiental aí fora é, na verdade, psicose ambiental”, disse. “No mínimo, se o dado for alarmante, ele deveria, em tom de responsabilidade, respeito e patriotismo procurar o chefe imediato e dizer: ‘olha, ministro, temos uns dados aqui, vamos divulgar, o senhor se prepare’. Um dado desse aí, da maneira de divulgar, prejudica a gente.” O ‘ele’ é Ricardo Magnus Osório Galvão, diretor do Inpe. “Tenho 71 anos, 48 de serviço público, não pedi minha aposentadoria”, respondeu Galvão. “Ele disse que os dados do Inpe não estavam corretos, segundo avaliação dele, como se tivesse qualificação de fazer análise de dados.” O desmatamento aumentou 88% em junho, quando comparado ao mesmo mês do ano passado, e atingiu 9210,4 km2. Galvão afirma que a relação com o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, é boa. Com Ricardo Salles, do Meio Ambiente, não. (G1)

A terra de Guajajaras e Awás, no Maranhão, está sob ataque de madeireiros e os Guardiões da Floresta é um grupo formado para protegê-la. O registro do encontro dessas tribos estará no filme Ka'a Zar Ukyze Wà – Os Donos da Floresta em Perigo, do documentarista Flay Guajajaraque. Será lançado no dia 24, em São Paulo. (G1)

Sai no dia 7 de agosto, mas já está disponível para pré-venda, o livro O Cadete e o Capitão (Amazon), do jornalista Luiz Maklouf Carvalho. Experiente repórter investigativo, Maklouf fez entrevistas e mergulhou na vasta documentação e nas 5 horas de gravação em áudio do julgamento, no Superior Tribunal Militar, do então capitão Jair Bolsonaro. Preso por indisciplina, Bolsonaro foi acusado de ter desenhado um croqui indicando onde colocar bombas para explodir a adutora do Guandu, no Rio de Janeiro. O plano terrorista, segundo a conclusão do autor, foi mesmo de Bolsonaro, que se queixava na época de baixos salários de militares. Foi no auge desta crise que o oficial escolheu deixar as Forças Armadas para se candidatar pela primeira vez. (Época)

A investigação que levantou suspeita de desvio de dinheiro por parte do então deputado estadual Flavio Bolsonaro foi tema de conversas entre procuradores da Lava Jato. A informação faz parte de nova reportagem do Intercept Brasil, que se baseia em chats vazados do app Telegram. Logo que a história surgiu, em dezembro do ano passado, e por ter envolvido o Coaf, Deltan Dallagnol comentou — “Coaf com Moro, aiaiai”. Perante a reação de colegas, ele seguiu. “É óbvio que aconteceu”, afirmou Deltan. “Moro deve aguardar a apuração e ver quem será implicado. Filho certamente. O problema é: o pai vai deixar?” O coordenador da força-tarefa em Curitiba ficou receoso em falar à imprensa sobre o caso. “Não sei se convém”, falou aos outros procuradores. “Vamos depender dele pra reformas”, seguiu, parecendo se referir a Jair Bolsonaro. Alguns dias depois, em outra conversa sobre as denúncias, o procurador Danilo Dias opinou. “Não tenho dúvida de que isso é mensalinho.” O Intercept escolheu também publicar o comentário de Luiza Frischeisen, uma das candidatas na lista tríplice para substituir Raquel Dodge na Procuradoria Geral da República. “Pessoas da mesma família emprega-la, depósito de parte dos salários de servidores em dias de pagamento, outros depósitos, resta saber quem recebia os saques. Agora vem a quebra do sigilo. Vamos aguardar a investigação geral do MPRJ quanto aos assessores.” É justamente o presidente da República quem escolherá, se seguir a tradição por esta lista tríplice, o próximo PGR. Na conversa, os procuradores citam casos semelhantes que encontraram no Mato Grosso e no Rio Grande do Norte. (Intercept)

O ex-candidato à presidência Fernando Haddad, do PT, estreia hoje um programa de entrevistas. Painel Haddad irá ao ar na AllTV, às 20h, toda segunda-feira. A entrevista inicial, de 30 minutos, será com o também ex-candidato Guilherme Boulos, do PSOL. Mas o plano é também convidar políticos da direita, com o objetivo de encontrar uma entrada para Haddad se encaixar no debate público com foco, lá na frente, em uma futura candidatura. (Poder 360)

Cultura

Neste fim de semanaVingadores: Ultimato se tornou a  maior bilheteria do mundo ultrapassando Avatar, recorde de bilheteria por dez anos, com US$ 2,8 bilhões, apenas US$ 500 mil acima da ficção de James Cameron. Com a desculpa de ter uma nova versão com seis minutos extras, a Marvel se fez valer de uma estratégia considerada apelativa para aumentar o circuito nas últimas semanas. O conteúdo decepcionou os fãs, com uma introdução do diretor Anthony Russo, uma cena não editada com o Hulk e uma sequência final que faria um link com Homem-Aranha - Longe de Casa, atualmente em cartaz. Mas funcionou para garantir a quantia que faltava. Esse novo recorde praticamente deve encerrar a vitoriosa carreira do quarto filme com o grupo original dos Vingadores, da Marvel, que pertence aos estúdios Disney. Desde que estreou nos Estados Unidos, em 26 de abril deste ano, o filme já havia se tornado a maior bilheteria na história em um fim de semana e o mais rápido a chegar a marca de US$ 500 milhões (em oito dias apenas).

E por falar em Marvel...Thor terá uma versão feminina no quarto filme. Foi o anúncio mais surpreendente da San Diego Comic Con de 2019. A Deusa do Trovão será interpretada por Natalie Portman. Nos quadrinhos, Jane Foster assume temporariamente o Mjolnir em um momento em que Thor não consegue mais segurar o martelo. Thor 4 ganhou o nome oficial de Thor: Love and Thunder,  será dirigido por Taika Waititi, que também comandou Thor: Ragnarok. Chris Hemsworth, que até agora usou o manto de Thor, está confirmado no elenco.

As 10 maiores novidades da San Diego Comic-Con 2019.

Viver

Começa a crescer, principalmente entre políticos europeus, a ideia de promover uma semana não de cinco, mas de quatro dias de trabalho. Boa parte das pessoas não sabe, mas em princípios do século 20, sábado era também dia de pegar na labuta. Só na década de 1920 isto mudou, e um dos inovadores foi Henry Ford. (Ele acreditava que, para popularizar os carros, as pessoas precisariam de mais tempo de lazer para passeios.) Há bons motivos para levar a ideia em consideração. No Reino Unido, na década de 70, no auge da crise energética, o governo por dois meses pediu que as indústrias de alto consumo de energia reduzissem para três dias de trabalho sua rotina. Foi emergencial — mas, no período, a produtividade da equipe aumentou em 5%. Pessoas mais descansadas trabalham com melhor qualidade.

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Não parece, mas o email é um dos maiores drenos de atenção no cotidiano de uma empresa. Mais de um estudo revela que gastamos 28% de nosso tempo de trabalho no correio eletrônico. Além disso, a cada vez que interrompemos uma tarefa para consultar a caixa de entrada, demoramos uma média de 23 minutos até retornar o foco ao que estava sendo feito antes. Há algumas técnicas para lidar com o problema. Uma delas é deixar o email fechado e só acessá-lo duas vezes ao dia. Nunca abrir um email mais de uma vez — abriu, responda. Outro macete é escrever emails importantes num editor de texto, sem a necessidade abrir a caixa. Aí é copiar e colar.

Já para as equipes, os maiores riscos à produtividade estão naqueles um ou dois membros que atrasam nas entregas. Às vezes ocorre porque a pessoa não tinha claras quais as prioridades. Ou porque são surpreendidas com uma tarefa da qual esqueceram. Segundo um estudo da Vital Smarts, uma consultoria voltada para o treinamento de lideranças, a queda de rendimento geral do time pode chegar a 24%. Mas, também para isso, há soluções simples. Gastar um minuto a mais, ao final de uma reunião, para deixar clara qual a ação planejada e o prazo para entrega, por exemplo. Ou manter um caderno — de repente um documento na nuvem — que todos podem sempre acessar, com a lista, hierarquizada, de todas as funções e seus prazos. E, fundamentalmente, um espaço em que seja possível dizer não ao chefe. Numa cultura em que todos dizem sim ao chefe para tarefas novas, alguém vai se sobrecarregar.

Cerca de 2.000 caminhoneiros mobilizam-se em novos grupos de WhatsApp por nova paralisação hoje, mas a greve ainda não é consenso entre a categoria. As informações são da Folha de S.Paulo. A categoria é contrária à resolução da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), que estipulou nova tabela de frete rodoviário, cujos valores ficaram abaixo do esperado. Os preços começaram a valer no sábado (20.jul).

Um cão anti-explosivos ferido é retratado à frente de um desfile militar para comemorar o 205 º aniversário da independência colombiana em Bogotá, Colômbia. Foto de Luisa Gonzalez para a Reuters.

Cotidiano Digital

Um grupo hacker invadiu uma terceirizada que trabalha para a agência de inteligência russa, FSB. De lá, baixaram 7,5 Tb em dados. Descobriram que a empresa, chamada SyTech, participou de alguns projetos para a espionagem de Moscou. Entre eles, a coleção de dados de usuários em redes sociais; uma ferramenta para identificar usuários que estejam navegando com o browser Tor, da web profunda; e um sistema para monitorar e-mails nos servidores de companhias russas.

A Netflix perdeu U$ 17 bilhões em valor, de acordo com o Hollywood Reporter. A gigante do streaming sofreu uma perda significativa de sua base de assinantes nos Estados Unidos pela primeira vez em 8 anos. Embora tenha previsto um ganho de 300 mil durante o segundo trimestre de 2019, em uma carta enviada aos acionistas, a Netflix confirmou que, de fato, perdeu 130.000 assinantes. Após as notícias, as ações da empresa também tiveram um impacto de 10%. A razão para essa perda é provavelmente o último aumento de preço da assinatura. Uma seleção de conteúdo abaixo da média nesta temporada também poderia ter contribuído para a queda. Apesar dos números, a empresa ainda parece confiante e espera ver o crescimento retomar este verão, com o retorno dos favoritos do público como Stranger Things, 13 Reasons Why e Money Heist.

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