ONG responsabiliza máfias organizadas por queimadas

É uma máfia organizada, e que opera em grande escala, a responsável principal por queimadas e desmatamento da Amazônia. Segundo um relatório divulgado hoje pela Human Rights Watch, os grupos em ação têm método. Tomam terras, desmatam, queimam, colocam gado para pasto e então revendem a terra se baseando em documentos falsos. São grileiros e madeireiros, pois as redes criminosas também estão no negócio da extração ilegal de madeira em grande escala: um único tronco de ipê pode ser vendido por entre R$ 2 e R$ 6 mil. Para esta operação, é necessária a contratação de gente, envolve máquinas pesadas e, em geral, as árvores são ‘esquentadas’ em madeireiras legais que superestimam a produção real e geram notas falsas. Este desmate, o para extração de madeira, correspondia a um quarto da devastação da mata, em 2002. Já chegara à metade, em 2012. Um dos grupos, responsável pelo desmatamento de 180 km2 de floresta no Acre, tinha cinco funcionários do Ibama, o diretor do órgão no estado e quatro policiais na folha de pagamento. Outro, de Altamira, no Pará, pôs abaixo 290 km2 de mata entre 2012 e 2015, o equivalente a três cidades de Paris. Eles põem os trabalhadores no meio da floresta e só os pagam quando trazem a madeira num negócio que movimentou R$ 1,9 bilhão. A ong documentou 28 assassinatos cometidos por estes grupos desde 2015, além de quatro tentativas e 40 ameaças. São crimes que ocorrem, em geral, em locais de difícil acesso para a polícia. O relatório se baseou em 170 entrevistas realizadas entre 2017 e 2019, além de dados oficiais e da Pastoral da Terra. (G1)

Galeria: As queimadas da floresta documentadas. (Reuters)

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A Petrobras vai segurar o preço da gasolina — ao menos, no curto prazo. A cotação do barril de petróleo chegou a subir mais de 20%, ontem, a maior alta em um dia desde a Guerra do Golfo, em 1991. No final da tarde, fechou com alta de 15%. O presidente da estatal, Roberto Castello Branco, informou após um telefonema do presidente Jair Bolsonaro que pretende avaliar o comportamento do preço do petróleo nos próximos dias antes de revisá-lo na ponta do consumidor. (Estadão)

Bolsonaro deu entrevista, ontem, ao Jornal da Record, um pouco antes de sair do hospital onde fez uma cirurgia. O presidente confirmou que viajará a Nova York e que fará o discurso de abertura da Assembleia-Geral da ONU. Também comentou sobre o tuíte de seu filho Carlos, sobre as dificuldades da democracia. “Ele tem razão”, disse. “Se fosse em Cuba ou na Coreia do Norte, já não teria aprovado tudo quanto é reforma, sem Parlamento? Ele até falou o óbvio.” Assista. (R7)

Pois é... Mas o racha por conta da CPI da Lava Toga, que investigaria o judiciário e o senador Flávio Bolsonaro luta para impedir, pode ter cindido de vez a relação do clã presidencial com sua militância online. Esta é, segundo o Painel, a avaliação de muitos na direita. O principal indício é a mudança de discurso do escritor e guru Olavo de Carvalho. “Vamos combater a corrupção? Não! Vamos combater o comunismo primeiro, seus idiotas.” Carvalho defende que o presidente precisa de uma militância leal a ele, não a pautas. Com a separação entre bolsonaristas e lavajatistas, restará ao presidente apenas torcer pelo crescimento econômico, para lhe garantir fôlego eleitoral em 2022. (Folha)

O youtuber Felipe Neto, que daria hoje uma palestra no evento Educação 360, cancelou. “É estarrecedor que no Brasil, em 2019, um indivíduo seja impossibilitado de lutar contra qualquer tipo de censura sem ser ameaçado”, explicou. Ele afirma que está cercado por uma equipe de seguranças e que enviou a mãe para o exterior por conta de ameaças que vem recebendo pela internet. (Globo)

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson sofreu um novo revés público. O premiê vem argumentando que está trabalhando com outros líderes europeus para uma saída negociada da União Europeia. Aos parlamentares da Câmara dos Comuns, afirmou que não divulga nada porque boas negociações têm de ser secretas. Ontem, porém, fugiu de uma coletiva que daria em conjunto com o premiê de Luxemburgo, Xavier Bettel. Pois Bettel deu a entrevista junto ao púlpito vazio que caberia ao seu par. “As pessoas precisam saber o que vai acontecer com elas daqui a seis semanas”, afirmou, referindo-se à data final para o Brexit. “Precisam de certezas e de estabilidade. Não é possível capturar o futuro do povo como refém para o ganho político de um partido.” Segundo o político, o governo britânico ainda não apresentou qualquer proposta para negociar o Brexit por escrito. “Não culpem a nós se eles não sabem sair de uma situação na qual se colocaram.” (Guardian)

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HealthTech

Um médico brasileiro, Diego Gaia, da Escola Paulista de Medicina (Unifesp), acaba de ter seu trabalho pinçado como o melhor de 2019 num congresso inteiramente dedicado a válvulas. Ele criou uma prótese que é, ao mesmo tempo, stent e válvula para a artéria aorta. Para evitar cirurgias invasivas, que exijam a abertura do peito do paciente, a criação de Gaia pode ser compactada e inserida pelo coração até a artéria — onde é aberta e substitui a válvula que tenha problema. Também premiada na França, a peça mistura materiais sintéticos com a válvula cardíaca de tecido bovino. (Estadão)

Em meio ao anúncio de novos gadgets, a Apple apresentou também três estudos ligados a saúde dos quais participará. Os voluntários poderão baixar, nos próximos meses, o app Research, que funciona em iPhones. O primeiro estudo, em parceria com a Universidade de Michigan, vai usar celular e Apple Watch — de quem tiver — para monitorar os níveis de barulho aos quais cada pessoa é exposta diariamente. O objetivo é avaliar, depois, o quanto o ruído interfere na perda de audição. O segundo estudo, com a Associação Americana do Coração, medirá a quantidade de movimento que cada um faz durante um longo período — e o quanto o mover-se está relacionado a quedas, hospitalizações e saúde cardiovascular. O terceiro e último, em conjunto com Harvard, tem por foco mulheres e precisará de voluntárias disciplinadas, que documentem dados sobre o ciclo menstrual e a saúde ginecológica. O conjunto de dados, acreditam os médicos, poderá ajudar na avaliação de riscos envolvendo síndrome de ovários policísticos, infertilidade, osteoporose, câncer de mama, complicações na gravidez e transição para a menopausa.

Cultura

O sertão nordestino é o cenário de Árida, game que cativa pela simplicidade e por ter uma temática que foge do usual. Diferentemente do que acontece no cinema e na literatura, jogos eletrônicos brasileiros com temática regionalista não são comuns. No pano de fundo, está a história de Cícera, jovem que tenta sobreviver no sertão baiano no final do século 19. Criado pelo soteropolitano Aoca Game Lab, o jogo não tem gráficos de última geração, mas tem sido baixado por gente do mundo inteiro. E, depois de o estúdio ter participado do Gamescom, um dos maiores eventos de jogos eletrônicos do mundo, os downloads por usuários alemães dispararam. (Folha)

Árida é a primeira criação comercial da equipe de oito criadores, a maioria baianos, ainda que nenhum vindo do sertão. Uma demonstração do game.

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O universo de Jurassic World acaba de ganhar mais um episódio: o curta-metragem Battle at Big Rock, disponível no YouTube. Em nove minutos, a produção mostra como está o mundo um ano depois dos acontecimentos do filme Jurassic World: Reino Ameaçado (2018), quando dinossauros deixaram a Ilha Nublar e começaram a conviver com humanos.

O novo filme de Martin Scorsese, The Irishman (O Irlandês), será o convidado de honra do Festival de Roma, realizado em outubro na capital italiana. Produzido pela Netflix, é um dos filmes mais esperados do ano.

Aliás... a Netflix divulgou um novo pôster que mostra o trio Robert De Niro, Al Pacino e Joe Pesci.

Viver

14 viagens românticas, segundo seleção da Condé Nast Traveller - da Polinésia Francesa a uma cabana na Suécia.

As 15 melhores fotos da natureza de 2019. A campeã geral é a foto de um leão-marinho da Califórnia (o nome científico da espécie é Zalophus californianus) nadando em um cenário subaquático. O clique é do americano Tyler Schiffman.

Por falar... as mídias sociais vem dando oportunidades únicas para fotógrafos da natureza, ou de conservação, como alguns se definem. Um artigo da Outdoor Photographer aborda a relação. “São imagens que contam histórias que de alguma forma ajudam na conservação da natureza”. Melissa Groo assina o texto e explica que essa perspectiva de imagem contém dois aspectos principais: uma paisagem, animal ou planta; e a ameaça. O fotógrafo da National Geographic Joel Sartore tem uma definição sucinta de uma imagem de natureza narrativa - ou de conservação: “A fotografia típica da natureza mostra uma borboleta. A fotografia de conservação mostra a mesma coisa, mas com uma escavadeira chegando ao fundo”.

Um projeto que facilita adoção quando há relação de proximidade com criança ou pais biológicos tramita no Senado. Hoje, candidatos têm de fazer um processo de habilitação, em que uma série de quesitos é analisada. Nesse estágio, interessados também descrevem o perfil das crianças que gostariam de ter como filhos. Depois, ingressam numa fila de espera até que haja um candidato que se encaixe nessa descrição. A ideia do projeto alteraria essa ordem. Uma vez provado o vínculo, a família que receberia a criança faria o processo de habilitação e não passaria pela fila. Há atualmente cerca de 7 mil crianças e adolescentes em abrigos, com toda documentação pronta para serem adotados. Embora a fila de interessados em adotar seja de 48 mil pessoas, as crianças dificilmente encontram um novo lar.

Cotidiano Digital

A Wi-Fi Alliance, responsável por determinar o padrão comum que todos os equipamentos seguem para estabelecer redes sem fio, acaba de soltar uma nova versão. É o Wi-Fi 6. De saída, a velocidade máxima às quais as redes podem chegar salta de 3,6Gbps para 9,6Gbps. Uma banda larga caseira não chega perto de qualquer um destes números. A diferença para o usuário comum é outra. O protocolo opera mais rápido e com maior eficiência. Ou seja, numa rede WiFi na qual muitos equipamentos estejam ligados simultaneamente, o tempo entre servir um e o outro ficará mais curto, tornando a velocidade de navegação de fato maior. Os iPhones 11 e 11 Pro já virão compatíveis com o novo sistema. O Galaxy Note 10, da Samsung, idem. Mas é preciso que o roteador também fale a língua do novo Wi-Fi.

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