STF retoma julgamento que pode anular condenações da Lava Jato

O Supremo retoma hoje o julgamento do pedido de anulação da sentença do ex-gerente da Petrobras, Márcio de Almeida Ferreira, condenado por corrupção pela Lava Jato. Seis ministros já votaram a favor do réu e, três, contra. O debate que ocorrerá a partir das 14h, porém, está na modulação que a Corte deve apresentar. O pleno deve adotar a tese de que, quando há réus delatores, eles devem apresentar alegações finais antes dos outros réus. A questão que se apresenta aos ministros é relativa ao passado: em que circunstâncias julgamentos que já ocorreram devem ter suas sentenças anuladas? De acordo com a Folha, já começa a se formar consenso no entorno da tese do ministro Alexandre de Moraes. A nova leitura se aplicaria aos réus que tenham pedido para se manifestar por último nesta fase final ainda no julgamento de primeira instância. Ao Estadão, o ministro Gilmar Mendes confirmou. “Parece que essa é a modulação passível e possível de se fazer”, disse, “já se formou maioria nesse sentido.” Este entendimento não interfere no caso do tríplex de Guarujá pelo qual cumpre pena o ex-presidente Lula. Mas traz de volta à primeira instância o caso do sítio de Atibaia, pelo qual Lula foi condenado a 12 anos e 11 meses de prisão. Como o então juiz Sergio Moro negou a mudança de ordem em todos os casos que julgou, muitas sentenças deverão ser revistas.

E... 32 equipes da Receita e da Polícia Federal amanheceram hoje pelas ruas do Rio para cumprir 12 mandados de prisão. Um dos procurados é o auditor Marco Aurelio Canal, supervisor da Receita na Lava Jato do Rio. Estes funcionários teriam extorquido empresários alvos da Lava Jato para reduzir ou cancelar multas. (G1)

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O Senado aprovou por 56 votos a 19, em primeiro turno, o texto base da reforma da Previdência. Quando iniciou a avaliação dos destaques, porém, impôs uma derrota ao governo. A mudança proposta no pagamento de abono salarial caiu. Só receberiam o valor os trabalhadores que ganham menos de 1,3 salário mínimo. O presidente do Senado David Alcolumbre chegou a consultar o líder do governo, Fernando Bezerra Coelho, para saber se podia seguir em frente com a votação. Coelho calculou ter apoio o suficiente e assentiu. Não tinha. A proposta foi derrotada e, perante o resultado, Alcolumbre encerrou a sessão. Faltam, ainda, seis destaques — que são mudanças propostas pelos senadores — por votar. O secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, estuda pedir que os outros destaques sejam avaliados apenas na semana que vem para que o governo possa reorganizar a base. (Globo)

Após uma tentativa do Congresso dissolvido do Peru de apear do poder o presidente Martín Vizcarra, a vice-presidente Mercedes Aráoz renunciou ao cargo. Seguindo o que determina a Constituição, foi já empossada a Comissão Permanente, integrada por 27 parlamentares, que terão a função de representar o Legislativo nas questões de urgência até que as eleições de 26 de janeiro formem novo Congresso. Vizcarra tem, internacionalmente, o respaldo da Organização dos Estados Americanos, que concordou com a legalidade da dissolução. As ruas de Lima e das principais cidades foram tomadas por manifestantes também dando apoio ao presidente gritando o slogan ¡Si se pudo! — Sim, se pudesse —, um jogo de palavras com o Yes we can! da campanha de Barack Obama em 2008. O cientista político Álvaro Vargas Llosa, filho do escritor e um dos mais respeitados do país, também se manifestou, pelo Twitter. “É uma tragédia que o povo peruano tenha elegido um Congresso do fujimorismo, que terminou convertido em uma bomba contra a democracia e um bastião de corruptos.” No centro da crise está a escolha de ministros para o Tribunal Constitucional. (La República)

O ex-presidente Alberto Fujimori, de 81 anos, está preso, condenado por crimes contra a humanidade e corrupção. Sua filha e líder do partido, Keiko, está sob prisão preventiva acusada de ter recebido dinheiro da Odebrecht. Pedro Pablo Kuczynski, o último presidente, também cumpre prisão preventiva. Outro ex-presidente, Ollanta Humala, esteve preso por seis meses e está sendo julgado. Alejandro Toledo, que tem mandado de prisão contra si, vive nos EUA e não foi extraditado. Alan García cometeu suicídio quando a polícia tentava prendê-lo. Todos envolvidos em casos de corrupção. E é por isso que a composição do tribunal superior gera interesse.

O presidente americano Donald Trump mudou sua estratégia e passou a chamar o processo de impeachment aberto pela Câmara dos Deputados de tentativa de Golpe de Estado. “Ao classifica-lo como Golpe”, afirma o site de análises Vox, “Trump tenta caracterizar como ilegítimo, argumentando que é uma tentativa de anular o desejo dos eleitores.” De acordo com a avaliação, é uma tentativa do presidente de cerrar fileiras de seus eleitores mais leais. (Vox)

Cotidiano Digital

O dia foi de tumulto pesado no Facebook. Duas horas de áudio gravadas de uma reunião aberta do CEO Mark Zuckerberg com funcionários foram vazadas para o Verge. Zuck falou sobre antitruste e concorrentes. “Tem gente como Elizabeth Warren que acredita que a melhor resposta é dividir as empresas”, falou. “Se ela for eleita presidente, aposto que teremos um desafio jurídico. Será uma droga para nós, mas, no fim das contas, se alguém vai ameaçar nossa existência, a gente vai ao tatame e luta.” Para o executivo, dividir as gigantes do Vale não resolverá problemas. “Isso não vai diminuir a possibilidade de interferência em eleições, vai é fazer com que seja mais fácil pois as empresas não poderão trabalhar juntas. É por isso que o Twitter não consegue fazer um trabalho tão bom quanto o nosso. Em termos qualitativos, eles têm os mesmos problemas. Mas não conseguem investir como nós. Investimos mais em segurança do que eles têm em faturamento.”

Também demonstrou má vontade com testemunhos perante parlamentos. “Não vou a todas as oitivas pelo mundo. Muita gente diferente quer que eu faça isso. Quando a questão da Cabridge Analytica apareceu, fui ao Congresso americano e à União Europeia. Mas não faz qualquer sentido para eu ir testemunhar em tudo quanto é país que deseja me ouvir.”

E se manifestou a respeito de Libra, a moeda virtual que deseja emplacar no mundo. “As questões públicas tendem a ser mais dramáticas, mas a parte mais difícil é o engajamento com reguladores pelo mundo e, com estes, tudo é mais substantivo. Como esses encontros não são feitos perante câmeras, então muitos dos detalhes avançam.”

Leia e ouça o resumo, ou a íntegra. O furo é de Casey Newton.

Uma das principais favoritas à candidatura democrata, junto ao ex-vice Joe Biden, Warren se manifestou pelo Twitter. “O que realmente seria uma ‘droga’ é se não consertássemos um sistema corrupto no qual empresas gigantes, como o Facebook, podem se dedicar a atividades anticompetitivas, ilegais, abusando dos direitos à privacidade dos consumidores e repetidamente ingorar suas responsabilidades de proteção da democracia.”

Para Peter Kafka, um dos melhores comentaristas do tema, a gravação vazada é particularmente útil. É muito raro ouvir um Zuck espontâneo. Além disso, o vazamento surpreende. Faz anos que o CEO fala a grandes quantidades de funcionários. Nunca houve vazamento. A suspeita é de que a fonte do jornalista do Verge tenha sido um estagiário — e não só porque seria alguém novo na companhia. Há outro motivo: os áudios vêm de dois encontros do executivo. Um foi aberto a todos os funcionários. O outro, apenas a estagiários.

Cultura

Lizzo começou aos 14 anos como rapper, antes de lançar seu primeiro disco, Lizzobangers (2013), com a gravadora independente Totally Gross National Product. Escute.

Nascida em Detroit, mas formada musicalmente em Minneapolis, Melissa Viviane Jefferson, 31 anos, incendiou o Prudential Center de Nova Jersey na última edição do MTV Music Awards com um discurso poderoso. Inspirada nas figuras de Cher e Diana Ross, quis seguir seu legado, sem esconder um centímetro de seu corpo e dissimular suas formas. Seu sucesso não parece momentâneo.

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E o Brasil no Grammy Latin Awards. Uma playlist. De Criolo à Pitty.

Beethoven será o tema da temporada 2020 da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Os 250 anos do compositor serão celebrados com séries integrais das sinfonias, dos concertos para piano, das sonatas para piano e das sonatas para violoncelo, além de obras corais e do Concerto tríplice.

Você sabe tudo sobre Beethoven? Um teste.

Viver

Alertas de desmatamento na Amazônia em setembro já são o dobro da média para o mês nos últimos 4 anos. Estes são os dados mais recentes do Inpe - 101,35% acima da média registrada em setembro de 2015 a 2018.

Pois é... Uma criação do cientista inglês Ed Hawkins traduz para a imagem uma sequência de dados sobre temperaturas da Terra desde o século XIX; listras azuis representam anos mais frios e vermelhas, mais quentes.  "Cientistas geralmente conversam com gráficos complicados. Esta foi a forma que encontrei de poder me comunicar com mais gente: usamos as cores para representar as mudanças, com o azul, para anos mais frios e vermelho para mais quente, assim não há dificuldade para entender", disse o especialista em entrevista ao G1. Hawkins criou um sistema de código que denuncia o aumento das temperaturas e explicou ao G1 a ciência escondida nas listras. O climatologista explica que o primeiro passo foi considerar uma base de dados com a temperatura de todo o planeta, inclusive cada país.

O  padrão criado pelo cientista para retratar o aquecimento global conquistou apoiadores que resolveram tirar do papel e aplicar este "termômetro visual" em superfícies inesperadas. Caso da moda. De chinelas a carros.

No verão austral 2019/2020, o Brasil deverá realizar a 38ª Operação Antártica (Operantar XXXVI), expedição de pesquisa na Antártida, que vem ocorrendo desde 1982, como parte do Programa Antártico Brasileiro. No entanto, os cortes e contingenciamentos orçamentários do governo federal nas áreas de ciência e educação colocam em risco a continuidade do trabalho dos cientistas brasileiros por lá. Muitos pesquisadores e bolsistas já não poderão participar da Operantar XXXVI, na qual será inaugurada a nova Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), e projetos de pesquisas poderão ser paralisados a partir do ano que vem.

Menos álcool. Pesquisa realizada pela Berenberg Research em 2018 aponta que as gerações mais jovens estão consumindo menos bebidas. A tendência começou com os millennials (os nascidos entre 1981 e 1996). No entanto, são os membros da geração Z (nascidos a partir de 1997) que fazem a diferença. Atualmente, apenas 30,2% dos jovens entre 17 e 18 anos (no último ano do ensino médio) admitem consumir esse tipo de bebida, em comparação com os 54% que o faziam em 1991.

Pois é... não é apenas o consumo de álcool. Existe uma diminuição das atividades consideradas adultas entre os adolescentes da geração postmillennial. Eles também preferem não dirigir e têm menos relações sexuais do que as gerações anteriores quando tinham a sua idade, revela um estudo realizado pela Universidade de San Diego e pelo Bryan Mawe College. Em geral, os membros da geração Z preferem ficar em casa a sair, aponta a pesquisa. E qual é a chave do seu entretenimento? As redes sociais. Fica aqui a reflexão.

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