PSL pode expulsar hoje quatro deputados bolsonaristas

O PSL se reúne hoje e pode expulsar três deputados federais — Carla Zambelli, Bibo Nunes e Alê Silva, além do estadual paulista Douglas Garcia. Os quatro fazem parte do grupo leal ao presidente da República. E faz um desafio. “Já que o presidente é contra o fundo eleitoral e partidário nas campanhas, e os deputados também são, queremos que assinem um documento público abrindo mão do fundo e indo embora do partido”, propõe o deputado Júnior Bozzella. O PSL quer ainda pedir ao Supremo a suspeição do advogado de Bolsonaro, Admar Gonzaga. É um pedido que costuma ser feito a respeito de juízes — mas é inusitado que ocorra com advogados. O argumento do partido, porém, é de que Gonzaga era ministro do TSE até 25 de abril e, como ministro, votou pela aprovação das contas do partido. As mesmas contas que agora questiona, perante o Supremo. (Globo)

Enquanto isso... Bolsonaro está em conversas com cinco partidos distintos que poderiam acolher seu grupo. “O presidente está analisando o cenário e verificando com cautela um ambiente partidário que não vá respingar em qualquer escândalo”, explica Karina Kufa, que faz dupla com Gonzaga na defesa. De sua parte, o PSL afirma que o presidente quer botar nas contas do partido prestações de serviços milionários com publicidade, assessoria de imprensa e advogados. (Globo)

Então... Agora de manhã, enquanto o Meio fechava, a Polícia Federal batia às portas do presidente do PSL, Luciano Bivar, com mandados de busca e apreensão em investigação sobre o esquema de candidaturas de laranjas. As denúncias foram feitas em fevereiro. A operação ocorre oito meses depois, em plena briga com Bolsonaro. (Folha)

Fernando Gabeira: “Dizem que é nova política. Não sei se tenho condições de entendê-la. Mas o exame da política de sempre é o critério que tenho para analisar esses fatos. Não há grandes divergências ideológicas no PSL. Não há correntes de pensamento definidas. São indivíduos e suas carreiras políticas, as bancadas eleitas pelo populismo. São heterogêneas, compõem-se de gente que expressa proximidade com o líder, repete um ou outro dos seus slogans, e pronto. Imagine o que acontece quando se injetam milhões de reais num agrupamento com essa consistência política? Não se trata mais de discutir quem fica com o quê, depois de uma divergência ideológica. Nesse caso, o dinheiro é a própria razão do conflito. Dinheiro público, pois acabou o financiamento privado. Nos partidos chamados nanicos, o fundo oficial é uma espécie de vaquinha que alimenta os dirigentes. Mas quando a soma é gigantesca, em R$ 350 milhões, como no PSL, é certo que vão se dilacerar para decidir quem gasta o quê, campanhas vão florescer; outras, submergir.” (Globo)

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Pois é... Noutra ponta, a deputada Tábata Amaral pretende ir à Justiça para poder sair do PDT sem perder o mandato. Ela e mais três correligionários e outros três, do PSB. Suspensa faz três meses sem julgamento por ter votado pela reforma da Previdência, não pode relatar projetos entre outros atributos típicos de um deputado. O partido havia prometido fazer um julgamento em no máximo dois meses. (Estadão)

Há uma mudança de ventos em curso no Supremo, que volta nesta quinta-feira ao debate sobre a prisão após condenação em segunda instância. Estava na mesa dos ministros uma proposta intermediária do presidente Dias Toffoli: a de que a prisão ocorresse após a terceira instância. Agora, recuaram. Os garantistas se sentem com força o suficiente a retornar ao ponto inicial. Prisão só apenas o último recurso da última instância — o trânsito em julgado. Rachado em dois, o decisivo no STF será o da ministra Rosa Weber, conta Monica Bergamo. Como ela insistiu que a definição ocorra este mês, a leitura é de que sua tendência seja a de derrubar a segunda instância. (Folha)

Enquanto isso... A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara deve encarar esta semana a análise da Proposta de Emenda à Constituição que prevê condenação em segunda instância. Mas o caminho é longo. Após a CCJ, a PEC será analisada por uma comissão especial, para então poder ser aprovada pelo plenário — precisa de 308 votos em dois turnos. Aí vai ao Senado. Já está em trâmite faz um ano, sete meses. (G1)

Os 30 dias que antecederam a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, por meio de tuítes de personagens históricos. O objetivo do EstadãoRepública130 é explicar a mudança que transformou o Brasil, pôs fim ao império e inaugurou o caminho trilhado pela modernidade no País. São 14 perfis, entre republicanos, monarquistas e militares, expondo suas ideias às vésperas da troca do regime. Para seguir a partir de hoje.

Ocorre hoje à noite, a partir das 19h em Brasília, mais um debate entre os pré-candidatos do Partido Democrata à Casa Branca. Realizado por New York Times e CNN, que vai transmitir, reunirá no palco doze candidatos — aqueles com mais de 2% nas pesquisas. Vale prestar atenção em três, os únicos com mais de 10%. Joe Biden foge das acusações de Donald Trump de que seu filho tem negócios escusos na Ucrânia. Bernie Sanders volta à campanha após ter sofrido um ataque cardíaco. E Elizabeth Warren está em guerra com o Facebook — veja em Cotidiano Digital. (Vox)

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HealthTech

A Devoted Health, uma startup americana voltada para o mercado de seguro de saúde com foco em quem tem mais de 65, pôs na praça uma oferta inusitada. Ela dá um desconto de até US$ 150 para os clientes que comprarem, e usarem, o Apple Watch. Dá pouco mais de um terço do valor do aparelho. A Apple colabora com a empresa e divide o subsídio. E o projeto deve se estender para outras seguradoras — lá. A Oscar Health, a partir do ano que vem, oferecerá descontos nos Fitbits, concorrentes da Apple no setor. A esperança é que de que o relógio alerte para problemas de saúde no momento em que ainda são simples, e mais baratos, de resolver.

A Manipulaê, uma startup paulistana, está crescendo num ritmo de 30% ao mês em novos clientes, em pedidos e em receitas — desde janeiro. Tem, hoje, 160 farmácias de manipulação em sete estados. Para as empresas, a startup oferece um software de gestão de vendas. Para o consumidor, é como um leilão. Ele fotografa a receita e o site retorna com três propostas de custo — aí é pagar e combinar a entrega.

Um concurso europeu voltado para premiar a startup liderada por mulheres mais interessante do ano concedeu um investimento de US$ 50 mil à parisiense Cyprio. Em essência, a jovem empresa produziu um modelo 3D de células de fígados humanos. O objetivo é chegar ao ponto de, a partir do desenvolvimento de tecido hepático, conseguir até produzir um fígado. De saída, os modelos no nível celular ajudam no teste de remédios novos, para saber se seriam tóxicos para o fígado humano. No limite, se conseguir produzir o órgão, ele pode servir de paliativo para quem está na fila de transplante. A fundadora da Cyprio é a médica iraniana Noushin Dianat, radicada na França e o prêmio da Women Who Tech é o Health Innovation Challenge.

Cultura

Harold Bloom, crítico literário americano, morreu ontem aos 89 anos. Mais notório expoente da crítica literária de seu país, ele ficou conhecido por defender o cânone ocidental em uma série de livros influentes que apareceram não apenas nos currículos de universidades, mas também nas listas de mais vendidos, fato incomum para um acadêmico e crítico. Nascido em Nova York, em 1930, filho de imigrantes judeus ortodoxos, Bloom deu sua última aula na quinta-feira passada.

Walt Whitman, Wallace Stevens, Yeats, Milton e, acima de todos, Shakespeare. Em A anatomia da influência — Literatura como modo de vida (Amazon) lançado em 2013, Bloom revisita autores que marcaram sua trajetória de leitor, crítico e professor, da biblioteca do Bronx à Universidade de Yale. "Este livro é meu trabalho mais importante, uma recapitulação de... céus! Quase 60 anos de trabalho. É um resumo do que tentei dizer ao longo da vida sobre as glórias da literatura ocidental. Cá estou eu, aos 83 anos, ainda lendo, escrevendo e dando aulas. Continuo a amar a poesia acima de tudo. Nunca escrevi um poema, mas creio que minha obra pode ser lida como um grande poema em prosa", Escrevo para evocar minhas experiências de leitura de autores sublimes — contou Bloom, em entrevista a Guilherme Freitas, do Globo. Vale reler.

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Musicalmente, os ouvintes brasileiros são os mais isolados no mundo. Análise feita pela Folha na lista de sucessos musicais na plataforma Spotify, mostra que canções que chegam ao topo no Brasil tendem a não aparecer como hits em outros países. O estudo considerou 43,4 mil músicas que entraram nas listas diárias de 200 canções de 51 países e abrange o período entre janeiro de 2017 e junho de 2019. Uma música nacional que passou três meses no top 10 brasileiro, incluindo quatro dias em primeiro lugar, sequer entrou no top 200. Em média, a lista brasileira de hits diários é 19% semelhante a dos demais 50 países analisados no Spotify; a média na amostra é de 31%.

A Disney lançou uma thread gigante no Twitter para divulgar filmes e séries que estarão disponíveis no Disney+. De Branca de Neve a The Mandalorian, sequência de mais de 500 tweets reúne produções lançadas ao longo de 80 anos.

Viver

Já são 43 dias de vazamento de óleo. Segundo apurou O Estado, um total de 198,5 toneladas de borra de petróleo já foi recolhido das praias do Nordeste brasileiro. O material retirado por equipes do Ibama, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, de agentes estaduais e municipais tem sido levado para aterros industriais. Parte dele é incinerada. A Marinha e a Polícia Federal ainda investigam a origem do problema. A hipótese de que o material pode ter sido lançado no mar por um "navio fantasma", embarcação clandestina que faria o contrabando de petróleo, ganhou força nas apurações.

E relatórios mais recentes dos Estados afetados por manchas de óleo misteriosas mostram que, ao menos oficialmente, balneabilidade não foi afetada; entenda.

O número de tartarugas mortas no litoral do Ceará já chega a 23. Apesar de não haver confirmação da causa das mortes, a principal suspeita é a de contaminação pelas manchas de óleo que incidiram no litoral nordestino desde o mês passado.

Centenas de balões sobre o céu do Novo México, o coração do deserto norte-americano. Um vídeo com imagens do Festival Internacional de Balões de Albuquerque, que se celebra no mês de outubro, e atrai a cada ano milhares de turistas do mundo todo. Cerca de 500 balões, dos exóticos aos tradicionais, participam anualmente do maior festival do tipo no planeta.

Cotidiano Digital

Explodiu uma crise política séria envolvendo o Facebook na campanha eleitoral americana. A candidatura de Donald Trump está comprando espaço para publicar anúncios na rede social com informações falsas a respeito de Joe Biden, um dos pré-candidatos democratas. Para provar que é fácil fazer algo assim, durante o fim de semana, outra pré-candidata, Elizabeth Warren, comprou espaço para propositalmente veicular uma propaganda falsa — ela afirma que o Facebook declarou apoio oficial à reeleição de Trump. “A FCC não quer que empresas de broadcast censurem a fala de candidatos”, respondeu o departamento de RP da companhia. “Nós concordamos que é melhor deixar os eleitores — e não as empresas — decidirem.” A FCC é a equivalente americana à Anatel, e sua regra vale para rádios e TVs. O Partido Democrata quer levar a público este debate, sobre se as redes sociais podem ou não ser utilizadas para difundir informação comprovadamente falsa quando são candidatos a pagar pelo espaço. As redes, por sua parte, não querem ter a responsabilidade de avaliar se são factuais cada um dos anúncios oficiais publicados durante campanhas eleitorais.

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